quarta-feira, 25 de março de 2015

GP Memorável 35# - Brasil 1984


Há 31 anos acontecia o GP Brasil de 1984, a abertura daquela Temporada que vinha com algumas mudanças. Primeiramente vou falar dos estreantes daquele ano na categoria, seguindo as ordens dos números: Martin Brundle vinha da F-3, onde disputou o título com Ayrton Senna. O britânico estrearia na Tyrrell, que era uma das poucas equipes á usar o motor aspirado, e a única a usar eles por toda a época. Stefan Bellof vinha dos protótipos, depois de passar também por categorias de base, e chamado atenção, o alemão começaria na mesma Tyrrell de Brundle, e surpreenderia na Temporada que vou contar no resto deste ano...

Philippe Alliot estreava na equipe RAM, que nesse ano teria dois carros ao seu dispor, o francês vinha da Fórmula 2, onde acabou em 4º lugar. Ayrton Senna, vindo também da F-3, estreava na Toleman, com o carro número 19. O brasileiro teve sorte em pegar uma equipe que estavam em seu melhor ano, com um carro bem desenvolvido no final da Temporada passada por Derek Warwick. O último estreante era François Hesnault, que correria na Ligier, vindo da F-3 francesa...


Havia também mudanças nas equipes, mas ao invés de citar elas, vou falar como ficava o grid da F-1 naquele ano. A Campeã Brabham tinha Nelson Piquet e Teo Fabi, que seria substituído pelo seu irmão em provas que coincidiam com o calendário da CART. Como eu falei, a Tyrrell vinha com uma dupla de novatos, Brundle e Bellof.

A Williams vinha de motor novo, os Honda, vindos da Spirit, seus pilotos continuavam ser Keke e Laffite. A McLaren também mudara a fornecedora de motor, agora era a alemã TAG-Porsche, que estreou no GP holandes de 1983, a equipe tinha uma pequena alteração com os pilotos, ao invés do bom John Watson, era Alain Prost, vindo da Renault, que faria dupla com Niki Lauda.


A equipe RAM, ou March para alguns, teria o motor L4 da Hart, e seus pilotos seriam Palmer e Alliot. A Lotus por sua vez tinha que provar que não estava morta, jundo com seu fundador Colin Chapman, com os motores Renault e uma boa dupla de pilotos, Mansell e de Angelis, se esperava "boa coisa" da equipe preta e dourada. A alemã ATS usaria os potentes L4 da BMW, e seu piloto seria Manfred Winkelhock.

A Renault tinha demitido Alain Prost no final do ano anterior, e como já tinha Patrick Tambay como piloto para a nova Temporada, eles procuraram na Toleman, Derek Warwick. A Arrows com os propulsores aspirados da Ford, pelo menos no começo da Temporada, tinham como pilotos Marc Surer e Thierry Boutsen.


A Toleman perdeu seu melhor piloto de todos, Derek Warwick, mas ela não imaginava que seu novo piloto seria aclamado como o "melhor de todos os tempos", Ayrton Senna da Silva, o segundo corredor seria o venezuelano Johnny Cecotto. A Spirit, com um patrocínio um tanto quanto diferente, do Mickey e do Pateta, que teve como um de seus pilotos Emerson Fittipaldi, que negou o pedido para voltar á F-1, afirmando antes que o carro tinha potencial, seu piloto seria Mauro Baldi.

A equipe Alfa Romeo, com o patrocínio master da Benetton, correria com dois ótimos pilotos, Riccardo Patrese e Eddie Cheever. A segunda e última equipe que usava motor Alfa era a Osella, de Piercarlo Ghinzani. A Ligier com os motores Renault ganharam dois pilotos novos, François Hesnault e nosso MITO, Andrea de Cesaris... A última equipe, em ordem numérica, era a Scuderia Ferrari, que também tinha trocado de piloto, o italiano Michele Alboreto vindo da Tyrrell no lugar de Patrick Tambay.


O circo desembarcou no Rio novamente após a pré-temporada, animadora para alguns, problemática para outros. Dia 24 de março de 1984, os primeiros treinos qualificatórios da Temporada se iniciam, com a Lotus mostrando que veio para a briga, ao lado da Ferrari, Renault e McLaren. A maior dificuldade ficava com os carros de motores aspirados, como por exemplo Tyrrell e Arrows. Elio de Angelis conquista a pole para a Lotus, com 1:28:392, e uma diferença de mais de meio segundo para Michele Alboreto. Na segunda fila ficavam Derek Warwick e Alain Prost. Mansell era o último dos pilotos que ficaram abaixo dos 1s de diferença, e largava ao lado de Niki Lauda. Piquet, Tambay, Keke e Arnoux completavam o top ten. Dos estreantes, Senna era 17º, Brundle 19º, Hesnault 20º, Bellof 23º, e Alliot 26º. O companheiro de Philippe, Palmer, acabou não se classificando, mas conseguiu correr, coisa que Manfred Winkelhock não conseguiu, após ser excluído, e com isso todos que estavam abaixo da 15º colocação, conquistaram um posto.


Na largada, Andrea de Cesaris deixa o motor morrer, e acaba tendo que largar nos boxes. Na verdadeira largada, de Angelis e Prost saem mal, enquanto Alboreto pula para primeiro, seguido por Warwick, Mansell e Lauda. O atual campeão fica parado no grid, e acaba tendo que ser ajudado por fiscais para voltar a corrida, que já começava "quente", seja nas disputas, seja no calorão que fazia no Rio de Janeiro.


O austríaco atacou Mansell e já conseguiu fazer a ultrapassagem, coisa que ele repetiria em cima de Warwick, que teria muito azar de tocar com o bicampeão, que foi para 2º. Nessa altura um dos primeiros carro á ir aos boxes era de Senna, que não durou 8 voltas, já que teve problema no turbo. Voltas depois, é a vez de Bellof ter problemas no acelerador, em pouco mais de 10 voltas, dois dos meus maiores ídolos abandonariam...

Na volta 12 Alboreto erra após travar os freios, e acaba tendo problemas com eles duas voltas depois. Com isso, o novo líder era Niki Lauda, que abria para Warwick, que tinha na sua cola Prost, que fazia uma bela prova de recuperação, o francês assumiu a 2º colocação, e aquele que tinha sido uma péssima pré-temporada para a McLaren, estava se tornando um sonho.

Bellof á frente de Senna e Brundle

Patrick Tambay quase roda quando vai fazer a troca de pneus, uma situação um tanto quanto perigosa para os mecanicos da Renault, que acompanharam de perto essa situação. Lauda fez sua parada, e duas voltas depois retornou aos boxes, com problemas elétricos, neste mesmo instante, Alain Prost também estava lá, e acabou perdendo tempo, já que a McLaren ficara confusa com a situação.


Algumas voltas antes, Nigel Mansell já tinha rodado e batido violentamente, e antes dele, a corrida já tinha perdido: Nelson Piquet (Motor), Teo Fabi (Turbo), René Arnoux (Bateria), Piercarlo Ghinzani (Caixa de cãmbio), François Hesnault (Superaquecimento), Philippe Alliot (Bateria), Johnny Cecotto (Turbo), Jacques Laffite (Elétrico), Michele Alboreto (Freios), Mauro Baldi (Distribuidor), Stefan Bellof (Acelerador) e Ayrton Senna (Turbo). Uma coisa estranha foi ver ambas as Brabhams parando na mesma volta, com problemas semelhantes no motor BMW.

O novo líder era Derek Warwick, que caminhava tranquilamente para sua primeira vitória, enquanto isso Alain Prost ficava para trás, mas em 2º, com Tambay em 3º. A Tyrrell fez uma parada um tanto quanto suspeita, para colocar água em seu carro. Faltava um pouco mais de 10 voltas para o fim, quando Warwick perde a sua suspensão, danificada com o choque com Lauda, e abandona, deixando Prost na liderança.


Um prova incrível, que só faltou outra coisa, na minha opinião, para ficar melhor ainda, uma surpresa no pódio, coisa que não aconteceu. Mas acabou acontecendo o que a Renault temia, a falta de combustível para Tambay, que abandonou na última volta, se juntando á Warwick, de Cesaris e de Angelis como aqueles que abandonaram faltando menos de 1/4 para o termino da corrida.

Alain Prost venceu, seguido por Keke e de Angelis, que disputaram pelas posições a corrida inteira. Nos pontos uma surpresa, Martin Brundle com a Tyrrell de motor aspirado aparecera em 5º, logo atrás de Cheever, e a frente de Tambay, que ainda conquistou um ponto.


RESULTADOS:

  1. Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 1:42:34.492 - 9pts
  2. Keke Rosberg - Williams Honda - +40.514 - 6pts
  3. Elio de Angelis - Lotus Renault - +59.128 - 4pts
  4. Eddie Cheever - Alfa Romeo - +1 Volta - 3pts
  5. Martin Brundle - Tyrrell Ford - +1 Volta / DSQ - 2pts*
  6. Patrick Tambay - Renault - Falta de Combustível - 2pts**
  7. Thierry Boutsen - Arrows Ford - +2 Voltas - 1pt***
  8. Marc Surer - Arrows Ford - +2 Voltas - 0pts
  9. Jonathan Palmer - RAM Hart - +3 Voltas - 0pts
  10. Derek Warwick - Renault - Suspensão - 0pts
  11. Andrea de Cesaris - Ligier Renault - Caixa de Câmbio - 0pts
  12. Riccardo Patrese - Alfa Romeo - Caixa de Câmbio - 0pts
  13. Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - Elétrico - 0pts
  14. Nigel Mansell - Lotus Renault - Acidente - 0pts
  15. Nelson Piquet - Brabham BMW - Motor - 0pts
  16. Teodorico Fabi - Brabham BMW - Turbo - 0pts
  17. René Arnoux - Scuderia Ferrari - Bateria - 0pts
  18. Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - Caixa de Câmbio - 0pts
  19. François Hesnault - Ligier Renault - Superaquecimento - 0pts
  20. Philippe Alliot - RAM Hart - Bateria - 0pts
  21. Johnny Cecotto - Toleman Hart - Turbo - 0pts
  22. Jacques Laffite - Williams Honda - Elétrico - 0pts
  23. Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Freios - 0pts
  24. Mauro Baldi - Spirit Hart - Distribuidor - 0pts
  25. Stefan Bellof - Tyrrell Ford - Acelerador / DSQ - 0pts
  26. Ayrton Senna - Toleman Hart - Turbo - 0pts
  27. Manfred Winkelhock - ATS BMW - Excluído
Esses foram todos os pilotos que participaram do fim-de-semana do GP
Volta Mais Rápida - Alain Prost: 1:36:499

Curiosidades:
- 389º Grande Prêmio
- 31º Vitória de Alain Prost
- 10º Pódio para Keke Rosberg
- 31º Vitória Para a McLaren
- 50º GP Para Marc Surer
- 1º GP Para Martin Brundle, Stefan Bellof, Philippe Alliot, Ayrton Senna e François Hesnault
- 1º Vitória, Pódio e Melhor Volta do Motor TAG-Porsche
- 1º Ponto Para Martin Brundle (NÃO OFICIAL)
- 1º Ponto Para Thierry Boutsen

  • MELHOR PILOTO: Alain Prost
  • SORTUDO: Alain Prost
  • AZARADO: Derek Warwick / Niki Lauda
  • SURPRESA: Martin Brundle / Thierry Boutsen
Prost teve tudo que um piloto possa ter, azar, sorte, vitória, pódio, melhor volta, e por isso foi o melhor piloto da corrida, após fazer, no início, uma prova de recuperação. Os azarados foram Warwick e Lauda, que podiam ter ganho a corrida facilmente, mas os problemas por causa de si ou da máquina, acabaram destruindo sua "vitórias". Brundle e Boutsen levaram um/dois pontos para uma equipe com motor aspirado, mas o britânico acabou perdendo esse ponto, que foi dado á Boutsen.


Campeonato de Pilotos
  1. Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 9pts
  2. Keke Rosberg - Williams Honda - 6pts
  3. Elio de Angelis - Lotus Renault - 4pts
  4. Eddie Cheever - Alfa Romeo - 3pts
  5. Martin Brundle - Tyrrell Ford - 2pts / Patrick Tambay - Renault - 2pts
Campeonato de Construtores
  1. McLaren TAG-Porsche - 9pts
  2. Williams Honda - 6pts
  3. Lotus Renault - 4pts
  4. Alfa Romeo - 3pts
  5. Tyrrell Ford - 2pts / Renault - 2pts
* - Perdeu os pontos, mesmo assim vou contar como conquistado ao fim da Temporada, e vou fazer duas tabelas, uma com a Tyrrell sem pontos, e outra com ela com seus pontos.
** - Herdou a 5º colocação da Classificação Oficial
*** - Herdou a 6º colocação da Classificação Oficial

Imagens tiradas do Google Imagens - Continental Circus - F1-Photos.com

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