sábado, 19 de novembro de 2016

Pós-GP: A corrida para as corridas


Não sabemos se choramos ou rimos após esse fim-de-semana maluco em Interlagos. Na sexta-feira, Fernando Alonso fez de tudo, mais uma vez, para se aparecer, brincando de cameraman e ainda tentando fazer embaixadinhas com uma pequena pedra. No dia seguinte, um guarda-chuva vai parar no S do Senna (presságio?) e, no domingo, o céu vem abaixo depois de anos esperando por um GP do Brasil sob chuva.

Não há melhor lugar no mundo para se decidir um título mundial, mas isso só aconteceria se Nico Rosberg estivesse disposto a derrotar, na chuva, Lewis Hamilton, e, como todos nós sabemos, o alemão está com o regulamento embaixo do braço para levar essa decisão até Abu Dhabi, onde ele precisará apenas de um terceiro lugar caso o companheiro vença...

Infelizmente, o fato de não termos visto o título ser decidido em Interlagos, existem apenas duas formas, pelo menos as que acredito que podem acontecer, de termos um final emocionante em Yas Marina: ou Rosberg e Hamilton batem, em prol do alemão, ou as Red Bull superam o líder do campeonato na pista, em prol do britânico. Vale lembrar ainda que, em 2014 e 2015, a Mercedes só não venceu três corridas, enquanto, nesse ano, foram apenas duas derrotas em vinte provas... seria extremamente interessante ver isso acontecer de novo em 2016, sobretudo se a vitória caísse no colo da Ferrari, que tanto precisa de uma...


Apesar de tudo, o GP do Brasil também foi marcado pelas vaias do público com uma segunda, e sem sentido, bandeira vermelha após voltas e voltas de Safety Car. O povo pediu. E o mundo inteiro assistiu que brasileiro é uma pessoa diferente, impaciente, e que quer ver o "circo pegar fogo" seja embaixo sol ou chuva. Queremos corrida!

Além do mais, a chuva que vimos nesse ano pode se comparar ao que vimos em 2012, quando nenhuma bandeira vermelha foi agitada e o Safety Car só entrou na pista duas vezes, contando as duas últimas voltas após o acidente de di Resta... Isso só mostra que a Fórmula 1 entrou nesse "frescor" após o acidente de Jules Bianchi, e que a FIA ainda não percebeu que toda a fatalidade ocorrida com o francês foi por negligência dela mesma e não do piloto ou das condições meteorológicas...

Talvez a categoria aprenda mais com participações do público como as que vimos no Brasil, com vaias e negativos para uma ação completamente idiota e sem sentido. Se não tem coragem, vá trabalhar num escritório ou algo assim, saia do automobilismo e deixe apenas gente como Max Verstappen por lá...


Mais uma vez, o GP do Brasil poderá servir como lição para o futuro, a corrida para as corridas, e que nada disso se repita: cerca de 31 das 71 voltas foram feitas atrás do Safety Car. Parabéns, Bernd Maylander pelo ótimo trabalho, diga-se de passagem...

Tudo que vemos é uma piada para categorias como WRC e MotoGP. Uma piada...

Na sua décima tentativa, Lewis finalmente venceu no Brasil e realizou seu sonho de criança, e, como não podia perder a chance, tentou fazer um jogo psicológico ao dizer que esta foi a sua vitória mais fácil de todas. Com a conquista, Hamilton se tornou o primeiro piloto a trocar de capacete no meio da prova e ainda vencer a corrida. Algo que, sinceramente, nunca ninguém imaginou que iria acontecer. Foi bonito de ver o britânico com aquele capacete amarelo, não por lembrar Senna, mas por sair da mesmice de um branco tão sem graça que marcou seus dois últimos títulos.


Já Rosberg fez uma corrida simples e com apenas um susto (pelo menos mostrado na transmissão) na Subida do Café. Não se preocupou em segurar ou atacar Max Verstappen, tendo muita sorte ao terminar na segunda colocação após os problemas enfrentados pela Red Bull com as paralisações, que destruíram as estratégias do holandês e de Daniel Ricciardo, que, apesar de tudo, fez uma corrida apagada, ofuscada pela sua punição ainda nas primeiras voltas.

Verstappen deu show, arrancando elogios até dos mais críticos, mas esse desempenho nos fez levantar uma hipótese: os pilotos teriam perdido a magia de como pilotar sob chuva? Verstappen e Ocon, dois dos mais jovens do grid fizeram a alegria dos fãs com uma performance magnífica, coisa que não é rara de se ver em categorias de base, onde outros pilotos, ainda menos experientes, se arriscam tanto que arrancam suspiros daqueles que os assistem. Talvez, o excesso de cautela dos mais velhos venha destruindo o show. Apenas talvez...

De qualquer forma, é inegável que o holandês tenha impressionado todos em Interlagos. Desde seu desejo de iniciar a prova sem mais enrolação até sua última ultrapassagem, sobre Sérgio Pérez, vimos um garoto que estava disposto a arriscar, a cometer erros e, sobretudo, a vencer, mesmo enfrentado os dois melhores carros do grid. É um piloto como Max Verstappen que falta à Fórmula 1. São pilotos com sua garra, com sua marra e com seu talento que os fãs tanto anseiam.


Porém, gostaria de destacar um ponto. O holandês demorou cerca de uma volta para superar uma Manor! Algo assustador pelo fato dele ter pneus mais novos e estar superando todos com tanta facilidade. Mas neste carro azul, branco e vermelho estava ninguém menos do que Esteban Ocon, o francês que derrotou Verstappen na Fórmula 3 e foi campeão da GP3, com muitos méritos, em 2015. Sua contratação pela Force India, tão contestada, sobretudo pelos brasileiros, não foi por acaso, e já expliquei o motivo num de meus últimos posts aqui no blog. O jovem francês, que agora é o piloto mais alto da categoria, soube segurar um carro muito superior e teve azar em não conseguir conquistar seus primeiros pontos numa corrida tão fantástica como essa. Infelizmente, as coisas são assim...

Se Max Verstappen não venceu por falta de sorte, Esteban Ocon não pontuou por falta de equipamento...

No outro carro da Manor, Pascal Wehrlein agora anda ofuscado pelo companheiro, não na pista, mas nos bastidores. O alemão perdeu sua grande (e quem sabe primeira) chance de correr numa equipe média, e agora passa por um momento em que Ocon vem conquistando resultados tão interessantes quanto os seus, tendo o francês participado apenas da metade das provas da temporada. Estive enganado ao apontar Wehrlein na Force India, mas já havia imaginado a sinuca em que a equipe se encontrava...


Voltando à ponta do grid, a Ferrari continua sofrendo com falta de organização interna. Com o pódio de Verstappen, a Red Bull assegurou o vice-campeonato e, agora, o que resta para o time italiano é fazer Sebastian Vettel ficar a frente do jovem holandês no campeonato de pilotos. O dia não foi bom para a dupla ferrarista. Primeiro, o tetracampeão decidiu brincar na grama e rodar e, logo depois, foi a vez de Kimi Räikkönen sem perder em plena reta dos boxes de Interlagos. Por pouco escapou de uma tragédia...

Vettel ainda foi bravo para recuperar as posições perdidas e terminar em quinto, mas demorar tanto para passar Sainz Jr foi fatal para que Verstappen não tivesse muitas dificuldades em supera-lo. É uma pena a Ferrari estar terminando a temporada dessa forma...

A Williams viveu um misto de emoções durante todo o fim-de-semana. Desde os surpreendentes resultados na sexta-feira até o fim de tudo no muro da Subida do Café, Felipe Massa teve altos e baixos, enquanto Valtteri Bottas tentava o impossível com um carro que ainda não aprendeu a andar na chuva. Foi triste ver o brasileiro acabar sua corrida batendo? Foi! Mas o destino quis que fosse assim, e que ele tivesse uma das despedidas mais emocionantes que a categoria já havia visto. Ser aplaudido por Mercedes, Ferrari e Williams não é para qualquer um...


A performance do carro parece não ter melhorado, e agora resta esperar para 2017, com um novo regulamento e com um novo piloto. Quem sabe a Williams não consiga voltar aos dias de glória? É difícil, mas nunca sabemos quando algo surpreendente pode aparecer.

E mais uma vez, o azar ousou tirar Nico Hülkenberg do pódio em Interlagos. Após assinar com a Renault, o alemão ganhou tanta confiança que, frequentemente, supera Sergio Pérez nos treinos classificatórios e, no último domingo, parecia que finalmente havia chegado a vez do vencedor de Le Mans subir ao pódio. Infelizmente, no acidente de Räikkönen, um pedaço da asa da Ferrari foi parar na frente de Hülkenberg, que cruzava a reta dos boxes no meio de todo o spray.

Quando a bandeira verde sinalizou o reinicio da prova, o alemão foi obrigado a parar após um furo: era o fim das chances de pódio. Com isso, Sergio Pérez assumiu uma quarta posição que, voltas depois, se tornaria um terceiro lugar, com a parada de Max Verstappen. O desempenho do mexicano também não deixou a desejar, só não perseguindo Nico Rosberg por falta de equipamento e sendo superado pela Red Bull pelo mesmo motivo.


Um piloto que também teve um desempenho brilhante no Brasil, mas que passou despercebido, foi Carlos Sainz Jr. O jovem espanhol da Toro Rosso partiu da décima quinta posição e já na volta 20 ocupava o sexto posto. Beneficiado pelas marmeladas ferraristas e da Red Bull, Sainz chegou a estar na quarta colocação antes de finalmente fechar em sexto. Apesar do brilhante desempenho do espanhol, a Toro Rosso não viu o mesmo com Daniil Kvyat, que enfrentou problemas com um desgovernado Renault...

Falando de Renault, a renovação de Jolyon Palmer foi vista como idiotice por boa parte dos torcedores, com exceção dos britânicos, que ainda acreditam no talento de um campeão da GP2. É bom lembrar que o inglês derrotou Felipe Nasr em 2014 na categoria, mas mesmo assim só teve sua primeira chance num carro feito para receber o motor Mercedes e com um chassis velho da Lotus. Apesar de todas as burradas, Palmer merece uma chance...

Enquanto isso, Kevin Magnussen foi chutado da equipe e encontrou refúgio na Haas, onde, fontes internas dizem, estão atrasados no desenvolvimento do carro de 2017. Em apenas três temporadas na categoria, o dinamarquês foi do céu ao inferno com McLaren, Renault e, agora pode ir também, com a Haas.


Rumores dizem que a renovação de Palmer foi uma estratégia da Renault para contratar Bottas em 2018, o que poderia abrir uma vaga na Williams para Felipe Nasr, caso o mesmo consiga se manter na Fórmula 1 por mais um ano, ou ainda para Pascal Wehrlein, já que Toto Wolff se tornou grande negociador nos bastidores da categoria.

Aproveitando que Nasr foi citado, vamos falar de seu maravilhoso desempenho em Interlagos, onde, dias antes, havia dito que esta seria a maior oportunidade para marcar pontos: e conseguiu! Um piloto que sai da última fila com um carro da estirpe do C35 para aparecer no top ten em apenas dez voltas merece respeito e, pelo menos, um contrato assinado para próxima temporada. Com a saída do Banco do Brasil, os negócios de Felipe Nasr na Fórmula 1 podem chegar ao fim de uma das maneiras mais tristes de sempre.


Um desempenho tão louvável em comparação ao de Marcus Ericsson, que bateu ainda no início da prova, deveria garantir sua vaga em 2017, mas, se tratando de uma equipe que ainda luta para sobreviver, não devemos esperar nada. Para piorar, a vaga do brasileiro estaria ameaçada por nada menos nada mais do que Esteban Gutiérrez, um dos pilotos mais fracos do grid atual, que só não pontuou em 2016 por falta de sorte.

Chegando agora à Haas, onde não há muito o que dizer. Romain Grosjean imitou o maior ídolo francês, só que de maneira ainda mais bizarra: ele ainda estava na volta de saída até o grid. Curiosamente, ele não foi o único a culpar os pneus de chuva extrema da Pirelli. Kimi Räikkönen disse que os compostos de doze anos atrás (o finlandês estava na McLaren, assim, ele usava os Michelin) eram muito melhores.

Concordo com ambos. Se existe algo tão inútil no mundo da Fórmula 1, isso é o pneu de chuva extrema da Pirelli: ele pouco é usado porque o Safety Car sempre está presente em situações onde a chuva aperta e, ainda, quando é, não consegue trabalhar direito, deixando os pilotos na mão como aconteceu com Grosjean e Räikkönen em Interlagos.


A Pirelli tem muito a melhorar para 2017, sobretudo nos pneus de chuva, e ela tem essa chance com tantas baterias de testes que já vem acontecendo. E que a marca italiana traga bons compostos para uma nova Fórmula 1 no ano que vem...

Se a corrida de Grosjean não durou muito, a de Gutiérrez foi pífia: o mexicano largou mal e ainda teve uma performance muito abaixo do esperado pelas condições do tempo, digo, da temperatura.

Agora, para terminar, a equipe que mais virou motivo de piada nos últimos dois anos. Chuva e Interlagos trazem boas lembranças para a McLaren, que venceu pela última vez dessa forma em 2012 com Jenson Button, mas agora ela virou motivo de pesadelo para o campeão de 2009. Enquanto Fernando Alonso lutava para estar nas posições pontuáveis, o inglês amargava as últimas colocações em sua penúltima corrida da carreira.

O fim-de-semana no Brasil também marcou o fim de uma era: Ron Dennis, depois de 35 anos no comando do grupo McLaren, foi mandado embora após conflitos internos com acionistas chineses. É o fim da linha para Dennis na segunda maior equipe vencedora na Fórmula 1...


Sobre a corrida...

  • MELHOR PILOTO: Felipe Nasr
  • SORTUDO: Nico Rosberg
  • AZARADO: Lewis Hamilton
  • SURPRESA: Esteban Ocon
Nasr brilhou na chuva, segurou o top ten no braço e conquistou dois importantíssimos pontos para a Sauber; já Nico Rosberg teve sorte com as bandeiras vermelhas que destruíram a estratégia de Max Verstappen, o que também afetou Lewis Hamilton na briga pelo título; Ocon surpreendeu com a Manor, se manteve entre os dez por boa parte da corrida e deu show com um carro que jamais voltará a ter outra chance de pontuar: uma pena que o francês não teve condições para segurar por mais tempo o décimo tempo. Foi uma lição para quem acha que sua ida à Force India só foi por causa da força de alguém como Toto Wolff...

Até o próximo fim-de-semana em Abu Dhabi!

Imagens tiradas do f1fanatic.co.uk.

domingo, 6 de novembro de 2016

OPINIÃO: Sobre o futuro


Ah, o futuro... Não sabemos sequer se estaremos vivos no próximo instante de nossas vidas, você mesmo não sabe se terá tempo para ler a próxima palavra deste texto. Bem, pelo menos temos a capacidade de pensar sobre nosso futuro, nossas expectativas e esperanças por uma vida melhor. Nunca sabemos o que pode acontecer daqui uma hora, uma semana, um mês ou quem sabe um ano, mas podemos trabalhar para que este futuro seja melhor, algo que guarde coisas boas, realizações.

A polêmica que envolveu Sebastian Vettel, Max Verstappen e Daniel Ricciardo serviu para movimentar um pouco mais os bastidores do circo da Fórmula 1. O tetracampeão já vinha fazendo diversas reclamações bobas e sem sentido nas últimas corridas, mas dessa vez acabou saindo do decoro de um piloto para dizer poucas e boas para Charlie Whiting, algo que, sinceramente, muitos de nós sonhamos a tanto tempo.

Esse decoro que citei anteriormente é uma das principais "armas" do politicamente correto que "robotiza" quase todos os pilotos do automobilismo. Com isso, o que nos resta é torcer para que mais pilotos como Max Verstappen surjam com coragem e força o suficiente para peitar alguns dos grandes nomes da categoria, pois é esse tipo de piloto que motiva, muitas vezes, "polêmicas de meio de semana", que aquecem de tal forma o circo que todo o fim-de-semana pode acontecer algo novo.

Verstappen e Ricciardo - a dupla dos pesadelos de Vettel

A falta de consistência nas decisões feitas pelos diretores de prova já vem a tempos atormentando os pilotos, e isso, somado a nova Verstappen rule, deixam as coisas ainda mais polêmicas. O próprio holandês, personagem mais polêmico do último fim-de-semana na Cidade do México, veio à publico pedir uma revisão nas regras após tanta confusão que colocou um trio de respeito numa situação um tanto quanto desagradável e, pior, vergonhosa aos olhos mais críticos.

Carlos Sainz também já pediu uma correção nessa loteria que se tornou a Fórmula 1, onde uns são punidos e outros não. O escândalo fica ainda maior se lembrarmos que Lewis Hamilton cometeu o mesmo erro de Max Verstappen na largada, fugindo de quaisquer problemas que pudesse enfrentar com quem vinha atrás. Daniel Ricciardo e Nico Hülkenberg reclamaram. E a equipe Red Bull se tornou uma das mais críticas às generosas áreas de escape que tanto estragam o show.

O sorridente australiano afirmou que prefere brita do que asfalto, e que elas servem para penalizar pilotos que cometem erros. Há uma controversa sobre as caixas de brita que mexem muito com a cabeça dos organizadores de Gp: elas já se mostraram perigosas demais, vide os capotamentos de Schumacher e Alonso na Austrália, em 2001 e 2016, respectivamente, por exemplo.

Ross Brawn pode estar de volta ao circo da Fórmula 1

Apesar disso, vimos mais uma vez, no acidente do espanhol no início desse ano, que a Fórmula 1 é a categoria mais segura do mundo quando não há negligência por parte dos organizadores (como na fatalidade ocorrida com Jules Bianchi em 2014). Por isso, sou totalmente a favor da volta das caixas de brita, pois apenas ela conseguiriam punir os pilotos de forma, digamos, natural e igualitária, e não absurda e idiota como vemos nos últimos anos vindos de Charlie Whiting e companhia...

É o futuro da categoria que fica em jogo. A própria Verstappen rule idiota também mexe um pouco com os ânimos, pois foi por causa dela que Sebastian Vettle foi punido e Daniel Ricciardo herdou o pódio. Um regra tão idiota que deve estar "revirando Gilles em seu túmulo". É o cúmulo do absurdo punir um piloto que muda de direção na freada. Estamos falando de um esporte, mas que já se parece uma novela mexicana.

O pouco tempo que ainda resta para que Bernie Ecclestone deixe de vez o comando da categoria (que parece uma eternidade) nos faz indagar sobre como poderá ser o futuro, quando, como muitos dizem, Ross Brawn será um dos principais homens: será que teremos uma Fórmula 1 melhor do que temos hoje? Tomara. Apenas tomara... Uma renovação total nem sempre é boa como imaginamos, especialmente no início...

Audi voltou a superar a Porsche, mas ainda não consegue liderar o campeonato

Agora saindo um pouco de onde a babaquice reina, entramos num assunto um tanto quanto triste e polêmico. As saídas de Audi e Volkswagen, respectivamente, do WEC e do WRC, chocaram o mundo do automobilismo. A polêmica que envolveu a marca alemã no ano passado, chamada de dieselgate, começa a ter consequências no esporte a motor, e elas não são das mais fáceis de se lidar.

Porsche e Audi são do grupo VAG, e por isso não havia sentido manter duas equipes de ponta lutando entre si enquanto existe uma enorme e monstruosa divida a se pagar nos EUA. A saída de uma das marcas já estava quase que programada quando o dieselgate veio à público, e isso se confirmou quando o time de Ingolstadt oficializou sua saída do Mundial de Endurance para o fim desse ano, algo que chocou, pois se esperava que a equipe participasse de mais uma temporada, ainda mais tendo um bólido que mostrou ser o mais rápido da categoria logo em seu primeiro ano, só não superando a Porsche no campeonato por motivos diversos.

Loïc Duval quer continuar correndo na LMP1

Loïc Duval e Lucas di Grassi estão na Fórmula E, enquanto André Lotterer correu na Super Fórmula em 2016, e por isso não correm riscos de passar um 2017 sabático. Já Benoît Tréluyer, Marcel Fässler e Oliver Jarvis tem futuro indefinido. O britânico manifestou interesse em ficar na LMP1, e sua maior chance seria na arqui-rival Porsche, onde Mark Webber se aposentará no fim desse ano. Porém, os favoritos a vaga de Stuttgart são Earl Bamber e Nick Tandy, vencedores de Le Mans em 2015 ao lado de Nico Hülkenberg.

Com a saída da Audi, Porsche e Toyota se tornam as duas principais equipes da categoria, deixando vazio um espaço que será difícil preencher. A Peugeot manifestou interesse em um retorno, mas acabou culpando os altos custos da LMP1 para se manter longe, pelo menos nos próximos anos, do WEC.

A Joest Racing fica sem rumo definido no endurance, sobretudo pelo fato de que sua antiga parceira, a Porsche, agora ter equipe oficial. Um destino interessante seria os EUA, onde a IMSA cresce a cada ano. Esperemos para ver qual será a decisão da equipe de Reinhold Joest.

O Polo que jamais correrá - dinheiro jogado fora...

Já no WRC o choque foi maior. A Volkswagen estreou em 2013 e desde então dominava a categoria de tal forma que destituiu uma era e iniciou outra: Loeb havia conquistado nove títulos seguidos até então e, agora, Ogier tem quatro canecos - são doze anos de domino de pilotos da França! A última vez que um carro alemão havia vencido o campeonato foi em 1984, com o Audi Quattro.

Voltando à década de 80, é de se lembrar que o Grupo B foi extinto em 1986 quando a Audi preparava, secretamente, um super carro para o Grupo S, espécie de substituto obscuro do famoso Grupo B. O Audi 002 Quattro não era de motor frontal, mas sim traseiro, tendo traços que lembravam os sportscar da época. Um projeto ambicioso, feito longe dos olhos dos grandes executivos da marca. Walter Röhrl chegou a testar um Quattro S1 na Tchecoslováquia com motor traseiro, elogiando (e muito!) o carro, mas acabaria por jamais andar no 002.


O cancelamento do Grupo S decretou a morte do projeto que se manteve na escuridão por quase 20 anos antes de novas informações aparecerem na revista Motorsport. Trinta anos após o fim do Grupo B, o carro finalmente apareceu em um rally no Eifel Rallye Festival desse ano.

Mas por que escapar do assunto e leva-lo para um carro que jamais correu? Pois bem... há quem diga que o novo Polo era um dos mais rápidos já vistos na história do WRC! E como a Volkswagen não tem o costume de vender seus carros, estes provavelmente serão mandados direto para um museu (!), antes de reaparecem daqui algumas décadas em outro festival...

Veja também: Sobre o fim da Volkswagen no WRC.

Assim, Sébastien Ogier, Jari-Matti Latvala e Andreas Mikkelsen ficam sem equipe para 2017. Um trio de respeito que muito provavelmente vai conseguir uma vaguinha em alguma das grandes marcas: Ogier é cobiçado especialmente por Citroën e M-Sport (Ford), enquanto nada sobre Latvala surgiu na mídia. Mikkelsen tem experiência em equipes privadas, e deve aparecer na temporada que vem.

O Rallye da Austrália será o último de uma era...


Enquanto o ano não acaba, muita coisa ainda pode acontecer. Li hoje no Continental Circus, que chegou a se falar de um abandono por completo dos programas esportivos da empresa alemã, o que acarretaria no desaparecimento também da Porsche no WEC! Não sei se posso estar exagerando ou falando bobagem num ponto como esse, mas a verdade é dolorida: a VW está a pagar pelo maior erro de sua história - e não é apenas ela que sente por isso, mas também o esporte...

Será difícil imaginar o que poderia acontecer no WEC e no WRC em 2017, quando Audi finalmente poderia ter superado a Porsche a Citroën parecia ter se aproximado dos carros da Volkswagen. Viveremos apenas de suposições, apenas de "e se...", e isso é chato, é besta, é algo desnecessário para nosso futuro, e que poderia ser evitado caso nosso presente não fosse tão conturbado.

O que quero dizer é que se a Volkswagen não tivesse c*****, vamos dizer assim, poderíamos ter duas das melhores temporadas de sempre no WEC e no WRC, e tudo não passará de meras suposições um dia. Isso se já não as fazemos hoje...

E o velho continua com suas idiotices

Sobre o futuro, devemos aprender com os erros de hoje e corrigi-los. E é isso que a Fórmula 1 deverá fazer caso não queria cavar um buraco tão fundo, onde não poderá sair com tanta facilidade como queremos, tal como ocorre com o Grupo VAG.

Até outro dia...

Imagens tiradas do Google Imagens e http://www.f1-fansite.com/f1-wallpaper/hires-wallpapers-pictures-2016-mexican-f1-gp/.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

OPINIÃO: O grid de 2017


Estamos nos aproximando da segunda metade do mês de outubro. O grid da Fórmula 1 continua com grandes lacunas para serem preenchidas. Quem ocupará as vagas restantes? Quem poderá retornar e quem poderá estrear em 2017? Estas são algumas questões que continuam sem respostas antes mesmo do fim dessa temporada. De modo oficial, onze das vinte e duas cadeiras do próximo ano continuam sem dono.

No fim de setembro de 2015, fiz um pequeno post mostrando quem ficaria com cada uma das vagas que restavam no grid para esse ano, e agora fica claro que não tive muitas dificuldades para apontar quem ficaria onde em 2016. Porém essa dificuldade aumentou nessa nova Silly Season. No último fim-de-semana surgiram rumores de que Hülkenberg poderá ir para a Renault, o que mexeu ainda mais com nosso amado programa de meio de temporada: "Dança das Cadeiras".

Vamos direto ao assunto:

Mercedes AMG Petronas Formula One Team
6 - Nico Rosberg
44 - Lewis Hamilton

Os atuais tricampeões manterão para 2017 sua atual dupla de pilotos. Depois de dois anos na sombra de Lewis Hamilton, Nico Rosberg pode ter finalmente encontrado o caminho para a glória, o que ajudou na sua renovação até 2018. Parece que, mesmo se a equipe enfrentar problemas para se adequar às novas regras no início da próxima temporada, Hamilton e Rosberg poderão correr ainda por mais um ano na equipe, antes de seguirem seus próprio caminhos.


Red Bull Racing
3 - Daniel Ricciardo
33 - Max Verstappen
A Red Bull se livrou de qualquer especulação ao rebaixar Daniil Kvyat ainda no início do ano. Os contratos de Daniel Ricciardo e Max Verstappen são longos e interessantes, já que a equipe poderá ser a grande rival da Mercedes em 2017. Esperemos para ver. Enquanto isso não acontece, é difícil imaginar quem poderá ficar com essas vagas a partir de 2019, caso o australiano e/ou o holandês sigam outros rumos.


Scuderia Ferrari
5 - Sebastian Vettel
7 - Kimi Räikkönen
Pelo segundo ano seguido, a Ferrari era um dos principais alvos da Silly Season. Mas, antes mesmo dela começar a esquentar, Kimi Räikkönen foi confirmado para 2017, e melhor, semanas após a confirmação surgiram novos rumores de que o finlandês poderá ficar por mais um ano, vindo se aposentar apenas no fim de 2018. Já a permanência de Vettel após o fim do atual contrato entrou em xeque por Maurizio Arrivabene. Nada que possa preocupar o tetracampeão. Italiano gosta mesmo é de causar de vez em quando, e sabemos como a Ferrari ama ser assim.

Caso Alonso saia, Button retornará em 2018

McLaren Honda Formula 1 Team
14 - Fernando Alonso
47 - Stoffel Vandoorne
A quarta e última equipe que já tem sua dupla confirmada para 2017 é a McLaren. Sendo a performance do time de Woking o mais promissor para a próxima temporada, Stoffel Vandoorne poderá ter uma estreia dos sonhos em 2017. Seu grande talento, já apresentado em Sakhir, será um dos grandes atrativos do ano que vem, sobretudo ao ser comparado ao de um bicampeão da estirpe de Fernando Alonso. Após duas temporadas na sombra, o espanhol poderá em 2017 ter sua grande chance na McLaren, exatos dez anos após passar pela primeira vez pela equipe.

Wehrlein e Ocon já testaram pela Force India

Sahara Force India Formula One Team
11 - Sergio Pérez
27 - Nico Hülkenberg* / 94 - Pascal Wehrlein / 31 - Esteban Ocon
Depois de meses de especulação, Sergio Pérez acabou confirmando sua permanência na equipe indiana por mais um ano, tendo seus olhos voltados para uma vaga na Ferrari em 2018 ou 2019. As aposentadorias de Button e Massa, misturadas com a renovação do mexicano, colocaram a Renault em maus bocados em busca de um piloto para 2017. Mas este problema pode ter sua solução ainda na Force India.

A Autobild confirmou a ida de Nico Hülkenberg para o time de Enstone, sendo ele o primeiro piloto da equipe a partir do ano que vem, quando ainda estaria sob contrato da Force India. Caso o rumor se confirme, quem acabaria ganhando com a mudança, à curto prazo, seria o próprio time indiano, que receberia o dinheiro da multa além de ter dois jovens talentos para ocupar essa vaga.

Pascal Wehrlein seria o mais provável novo piloto da Force India, já que este se distanciou de uma das vagas da Williams. Porém, a equipe, que testou com o alemão e com seu companheiro de Manor, teria preferência por Esteban Ocon, sendo este, aos olhos do time, o mais talentoso, enquanto a alta cúpula da Mercedes prefere Wehrlein. Em ambos os casos, a Force India ganharia um bom desconto no preço dos motores alemães.


Williams Martini Racing
77 - Valtteri Bottas
    - Lance Stroll / Alex Lynn / 94 - Pascal Wehrlein / 12 - Felipe Nasr / 9 - Marcus Ericsson
Sequer Valtteri Bottas tem contrato assinado com a Williams para 2017, o que aumenta a quantidade de nomes em busca de uma vaga na equipe do "Tio Frank". De qualquer forma, o finlandês pediu que o novo contrato tivesse uma interessante cláusula: apenas Mercedes, Ferrari ou Red Bull poderiam tira-lo da equipe. Sua renovação parece certa.

Já no segundo cockpit do time britânico, Lance Stroll tem seu nome quase confirmado. A fortuna de seu pai, Lawrence Stroll, é um atrativo quase inegável para uma equipe que há tempos enfrenta problemas financeiros. Alex Lynn e Pascal Wehrlein perderam força na negociação.

Gasly é forte nome dentro da Red Bull

Scuderia Toro Rosso
55 - Carlos Sainz Jr
  - Pierre Gasly / 26 - Daniil Kvyat
Mesmo já tendo renovado com a equipe de Faenza, Carlos Sainz continuou a ser especulado em outras casas em 2017. Seu nome foi cotado, por exemplo, nas equipes Renault e Ferrari, mas, após longo período sem nenhuma novidade, acabou esfriando no mercado de pilotos dessa Silly Season. Já a segunda vaga na Toro Rosso ainda não está definida, com Kvyat lutando para se manter no grid da Fórmula 1.

É claro que o russo perdeu a motivação ao ser rebaixado, mas isso não o faz totalmente morto na briga por uma vaga na equipe. Sua confiança voltou no GP de Cingapura, quando o STR11 teve bom desempenho, e parte de sua antiga qualidade como piloto parece ter retornado após largar, com autoridade, duas vezes seguidas a frente de Sainz. Porém, Pierre Gasly continua sendo um nome que atormenta sua vaga. O francês é o atual vice-líder da GP2 e tem grande apoio interno da Red Bull. Esperemos para ver.


Sauber F1 Team
9 - Marcus Ericsson / 13 - Pastor Maldonado
12 - Felipe Nasr / 13 - Pastor Maldonado
Nenhum nome parece interessado nas vagas da equipe Sauber para 2017. Com a possibilidade de evolução após ser vendida, o time suíço parece ter tudo certo para manter Marcus Ericsson e Felipe Nasr pelo terceiro ano consecutivo. O brasileiro chegou a ser pintado na Renault, mas as negociações não se aprofundaram e parece mesmo que irá ficar por mais uma temporada na equipe. Já Ericsson, sem muitas portas abertas, deve ser figura carimbada no grid do próximo ano.

Pastor Maldonado (ele mesmo!) pode ter uma miníma chance de ficar com uma das vagas em 2017. Loucura minha? Deve ser, mas se não estou enganado, Nicolas Todt, empresário de Maldonado, foi visto nos boxes da Sauber num dos últimos fins de semana de GP. Pode ser impossível, mas seria interessante...


Haas F1 Team
8 - Romain Grosjean
21 - Esteban Gutiérrez
Outra equipe que não tem nenhum de seus pilotos confirmados para 2017 é a Haas. O time norte-americano tem tudo para manter Romain Grosjean por mais um ano, mas a vaga de Esteban Gutiérrez permanece em pauta. Depois que Charles Leclerc foi descartado por Günther Steiner, que afirmou ter preferência por pilotos experientes, parece que veremos o mexicano sofrendo novamente com um carro que nunca estará à altura de seu talento.


Renault Sport Formula One Team
20 - Kevin Magnussen / 26 - Daniil Kvyat
30 - Jolyon Palmer / 27 - Nico Hülkenberg / 31 - Esteban Ocon / Oliver Rowland / 12 - Felipe Nasr
Renault, onde qualquer um poderá correr em 2017. Sendo o principal alvo da Silly Season, a equipe francesa ainda não confirmou sua dupla de pilotos para a próxima temporada, o que abre um imenso leque de nomes para ocuparem essas duas vagas, muitos destes estão longe de conseguirem alguma coisa, já outros parecem próximos de um acordo.

Jolyon Palmer deve estar de saída, especialmente após passar por uma temporada cheia de problemas, e sem conseguir cumprir as expectativas, pondendo nunca mais voltar à F1. Nico Hülkenberg se tornou forte nome para ocupar sua vaga após Sainz e Pérez não avançarem na negociação, a ponto da Autobild confirmar sua ida para a equipe francesa no próximo ano.

Ainda existem outros dois interessantes nomes que podem ganhar um lugarzinho no time. Kevin Magnussen ainda não está confirmado, mas é quase certo que deva ficar mais um tempo na Renault, enquanto Esteban Ocon, francês de berço e sangue, protegido da Mercedes e da Renault, fique encostado na Manor por mais um ano antes de embarcar, por um alto preço, no navio amarelo.

Além de Ocon, quem pode cavar um lugar já em 2017 é Daniil Kvyat, lembrando que a Renault fornecerá motores para a Toro Rosso na próximo temporada, e, tal como a Ferrari fez para que Gutiérrez entrasse na Haas, mas agora ao contrário, Helmut Marko poderia colocar o russo numa das vagas do time francês. Parece improvável, mas numa vaga na qual já foi cotado Sergey Sirotkin tudo é possível.


Manor Racing MRT
94 - Pascal Wehrlein / 88 - Rio Haryanto
31 - Esteban Ocon / Jordan King
Manter um piloto do programa de desenvolvimento da Mercedes deve ser crucial para a Manor em 2017, com quase toda certeza de que este nome fará dupla com Rio Haryanto. Com uma quantidade enorme de fãs na Indonésia, o terceiro piloto da equipe britânica não teve carisma suficiente para atrair novos adeptos em âmbito internacional, mas isso não deve atrapalhar no seu quase certo retorno ao grid. Depois de Alexander Rossi confirmar que ficará na Indy por mais um ano, Jordan King se tornou o segundo nome mais forte para ocupar uma das vagas.


sábado, 8 de outubro de 2016

10 anos - Quando o motor Ferrari entregou o bi para Alonso


Uma semana depois de Xangai, o circo estava em Suzuka para o vigésimo segundo GP do Japão de Fórmula 1, onde Fernando Alonso e Michael Schumacher lutariam para embarcar pro Brasil com a liderança isolada do campeonato. Quem terminasse na frente sairia com vantagem, mas apenas Schumacher tinha chances de conquistar o oitavo título já no Japão, minímas, mas ainda sim existentes. Para conquistar o octocampeonato, o alemão precisaria vencer enquanto o espanhol não pontuasse.

Melhorando ainda mais a perspectiva de título de Schumi, a Ferrari dominou os treinos para fazer uma primeira fila toda vermelha, com Felipe Massa na pole e Michael Schumacher em segundo. Alegrando ainda mais o heptacampeão, a Toyota surpreendeu as Renault conquistando a segunda fila do grid, com Ralf em terceiro e Jarno Trulli em quarto. Fernando Alonso teve de se contentar com o quinto posto ao lado de Giancarlo Fisichella. Fechando o top ten estavam Jenson Button, Rubens Barrichello, Nick Heidfeld e Nico Rosberg.

Em décimo primeiro, Kimi Räikkönen era o melhor da McLaren, com Robert Kubica ao seu lado. Pedro de la Rosa era décimo terceiro, Mark Webber décimo quarto, Vitantonio Liuzzi décimo quinto, Christijan Albers décimo sexto, David Coulthard décimo sétimo, Robert Doornbos décimo oitavo, Scott Speed décimo nono, Takuma Sato vigésimo, Tiago Monteiro vigésimo primeiro e Sakon Yamamoto era vigésimo segundo e último colocado no grid.


O céu azul de domingo não lembrava nenhum pouco o chuvoso fim-de-semana em Xangai. Agora, sem condições adversas, Schumacher teria ainda mais facilidade para confirmar sua provável vitória. Na partida, Alonso se vê bloqueado pelas Toyota, mas consegue superar Trulli e assumir o quarto posto, enquanto lá na frente Massa lidera Michael e Ralf. Fisichella largou mal e perdeu a posição para Jenson Button, enquanto, com problemas, Barrichello ia de oitavo para o fundo do pelotão.

Não demoraria muito para que Schumacher superasse Felipe Massa e assumisse a liderança, enquanto Fernando Alonso ainda sofria atrás de Ralf. Na volta cinco, Fisichella supera Button e recupera o sexto posto. As posições seriam mantidas até a primeira parada, quando Alonso finalmente ultrapassaria Schumacher e, ainda mais, assumiria a segunda colocação. A parada da Ferrari não foi das melhores para Massa, que retornou à pista na terceira posição. Outro piloto que deu show na estratégia foi Kimi Räikkönen, que tomou o oitavo posto de Nick Heidfeld nos boxes.

A classificação da corrida agora era a seguinte: Schumacher em primeiro, Alonso em segundo, Massa em terceiro, Trulli em quarto, Ralf em quinto, Fisichella em sexto, Button em sétimo e Räikkönen em oitavo. Lá na frente, o espanhol ia tirando a diferença para o alemão que continuava forçando sua Ferrari para se manter na liderança mesmo após a segunda parada.


Quando a segunda rodada de pit stops começou, não deu outra para a Toyota: Trulli e Ralf perderam as posições para um surpreendente Räikkönen de McLaren. Poucas voltas após sua última parada para reabastecimento e troca de pneus, Michael Schumacher se mantinha a frente de Fernando Alonso que já tinha o alemão na mira.

Na volta 37, na entrada da Degner Curve, eis que o motor Ferrari do heptacampeão explode e leva embora todas as chances de um oitavo título para o alemão. Antes mesmo de encostar o carro, Schumacher já havia sido superado por Alonso, que agora só precisaria terminar a prova para colocar 10 enormes pontos de vantagem para o piloto da Ferrari. Era o fim do sonho do octocampeonato.

Nada maria nas últimas voltas, e a vitória acabou ficando com Fernando Alonso, que basicamente garantia o bicampeonato e a festa em São Paulo. Felipe Massa e Giancarlo Fisichella completaram o pódio, enquanto Jenson Button, Kimi Räikkönen, Jarno Trulli, Ralf Schumacher e Nick Heidfeld fecharam os oito primeiros lugares.


Alonso saía de Suzuka com dez pontos de vantagem para Schumacher, o que colocou a Renault perto de um bicampeonato de construtores. Felipe Massa recuperou o terceiro posto no campeonato de pilotos, mas agora com apenas um ponto de vantagem para Fisichella. Räikkönen se mantinha em sexto, agora com 61 pontos, e Button na quinta colocação com 50.

Foi a primeira quebra de motor para Michael Schumacher desde o GP da França de 2000.

Naquele dia se completavam seis anos do tricampeonato do alemão na mesma Suzuka, sobre Häkkinen.

Imagens tiradas do Google Imagens - GPExpert.com.br

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Pós-GP: Geração mimimi


É inegável dizer que nos últimos anos a Fórmula 1 se viu tomada pela 'geração mimimi'. Manobras arriscadas, toques e qualquer outro tipo de incidente são vistos como polêmicos e motivo para reclamações e, sobretudo, punições. E quem mais perde com tudo isso? A própria Fórmula 1, e também você, que assiste a categoria. Qual a graça de acompanhar uma corrida onde é proibido ultrapassar?

Já na primeira curva vimos um acidente que poderia ter mudado o destino do campeonato. Vettel freou tarde, dividiu com Max Verstappen e acabou atingindo Nico Rosberg, que rodou e foi do céu ao inferno em menos de 15s. Estava montada a discussão. Será que o alemão deveria ser punido pelo incidente? Pensei inúmeras vezes em vir aqui comentar sobre isso, mas nunca tive tempo para tal. Agora tenho. E qual a necessidade de discutirmos se isso é ou não é motivo de punição? Não há o que reclamar! Foi um incidente de corrida.

Em 2001, Rubens Barrichello rodou Ralf Schumacher e ainda saiu impune. Ninguém abriu a possibilidade dele ser punido. E por que, agora, quinze anos depois, um incidente tão semelhante poderia causar uma punição? Não são só os comissários que mudaram seu jeito de interpretar um acidente, mas nós também. É triste dizer, mas, talvez, nossas cabeças já foram corrompidas pela tal 'geração mimimi'. E não vemos isso só no mundo da F1, e menos ainda no do esporte a motor. Isso está em todo lugar...

Já perto do fim, após se recuperar, Nico Rosberg forçou e conseguiu uma bela ultrapassagem sobre Kimi Räikkönen, ultrapassagem que custaria dez segundos no tempo de prova do alemão. Outra punição totalmente desnecessária feita pela direção de prova. Em 1999, por exemplo, David Coulthard, na volta quatro, fez exatamente a mesma manobra de Rosberg para superar Michael Schumacher e assumir o segundo posto. Punição? Nenhuma! A corrida seguiu normalmente e com o alemão sequer reclamando da manobra do escocês, mesma atitude de Räikkönen na corrida de domingo (pelo menos naquilo que vimos na transmissão...).


Simplesmente, uma palhaçada.

Não que seja culpa do comissário convidado, mas, por ser tão experiente, por ter participado de tantas provas numa época tão idolatrada pelos fãs da Fórmula 1, penso que Derek Warwick deveria ter pulso suficiente para evitar que punições tolas como essa fossem dadas. Tão tolas, como aquelas que envolvem trocas de câmbio, motor ou quaisquer outros tipos de dispositivos que compõem a unidade de potência.

Se não bastasse isso, temos agora maus perdedores. Sebastian Vettel já virou piada por tantas reclamações, o famoso "choro", antes, durante e após as corridas. Apesar dessa infantilidade, o alemão nunca foi capaz de criar uma polêmica que envolvesse toda a equipe Ferrari. Max Verstappen é outro nome que ultimamente vem causando problemas dentro da pista, enquanto, fora dela, chama atenção e anima os torcedores com duras declarações que confrontam até grandes nomes do esporte.

De qualquer forma, nenhum dos dois pilotos citados foi capaz de colocar toda a equipe contra si próprio. No último domingo, após outro estranho abandono, Lewis Hamilton foi à publico dizer que "alguém não quer que eu vença. Os motores Mercedes só quebram comigo". Uma atitude lamentável, que dão um status ainda mais negativo para a equipe e para o próprio tricampeão, que é visto como um mau perdedor, imagem que insiste em manter mesmo após 10 temporadas na Fórmula 1. Se existe um lugar para responder, é na pista.


Vamos lembrar de incidentes semelhantes, e pior, quando esses incidentes tiraram títulos. Em 1984, por exemplo, Alain Prost chegou na Itália ainda a frente de Lauda no campeonato de pilotos, mas acabaria por sair de lá com a segunda posição após abandonar na terceira volta, quando era segundo colocado e favoritíssimo à vitória. Cinco anos depois, na mesma Monza, Ayrton Senna acabaria perdendo a vitória nas últimas voltas depois de seu "inquebrável" motor Honda estourar. Abandono que colocou o brasileiro sob pressão nas últimas etapas da temporada.

Uma década depois, em Indianapolis, Mika Häkkinen viu seu motor Mercedes ir pelos ares quando era segundo, caminhando para um pódio que o deixaria mais próximo de um possível tricampeonato. O mesmo Schumacher que saiu beneficiando do ocorrido em 2000 seria a vitima seis anos depois, em Suzuka, quando liderava antes do motor Ferrari decidir abrir o bico pela primeira vez em anos durante uma corrida...

Desde que Nico Rosberg e Lewis Hamilton se tornaram companheiros, o alemão não pontou oito vezes por causa de problemas mecânicos, enquanto o inglês apenas quatro. Dificilmente isso teria mudado o destino dos campeonatos de 2014 e 2015, mas é fato que em 2016 esse número poderá fazer a diferença. O placar é de 1 a 0 para o tricampeão, no momento...

Voltando ainda mais no tempo, vale lembrar que Hamilton sempre correu com motores Mercedes, conquistando 3 títulos, 49 vitórias, 57 poles, 31 voltas mais rápidas, 99 pódios e 2132 pontos. Dos 183 GPs disputados, o inglês abandonou 25, sendo apenas dois deles causados por problemas no motor. No fim, é lamentável ver um tricampeão agir dessa forma, especialmente após tantas e tantas conquistas no circo.


É claro que Hamilton pode ter razão em algumas declarações, mas só neste ano que os motores Mercedes começaram a, digamos, 'pipocar' perto do tricampeão. A equipe mesma não seria louca de colocar o futuro do piloto em xeque dentro da equipe, sendo ele o mais bem pago do grid, o maior vencedor e o maior favorito ao título nos últimos três anos. Isso seria suicídio. E sujo.

E agora, restando poucas etapas para o fim, não seria hora de fazer uma declaração forte como essa que pudesse desestabiliza-lo dentro da equipe. Quem agradece é Nico Rosberg. Mas ainda há uma luz no fim do túnel para o inglês. E, conhecendo bem o estilo de Lewis Hamilton, não é impossível que ele vença todas as corridas restantes e ainda saia com o tetracampeonato, isso com Rosberg podendo quebrar em qualquer uma dessas provas. Está aí a inutilidade de uma declaração como essa. Boba e lamentável.

Se Lewis Hamilton sair como campeão dessa "época" de 2016, tendo derrotado Nico Rosberg na pista durante as últimas etapas, tenha certeza que assistiu uma das melhores temporadas da história da Fórmula 1, com uma das mais impressionantes viradas da história. Agora é esperar para ver.

Ainda nessa semana saem as notas do GP da Malásia, onde Daniel Ricciardo finalmente voltou a vencer, Fernando Alonso deu outro show e Jolyon Palmer conquistou seu primeiro ponto.

Até Suzuka...

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domingo, 2 de outubro de 2016

70 anos - Nuvolari na Fórmula 1

Nivola em ação no GP das Nações...

1946. O mundo juntava os cacos após o fim da II Guerra Mundial e tentava se reerguer depois de toda aquela tragédia num período de seis anos. O automobilismo voltava a se engatinhar. Com o fim de Mercedes-Benz e Auto Union, os bólidos italianos e franceses dominavam as corridas com sobra. Pilotos como Jean-Pierre Wimille, Giuseppe Farina, Luigi Villoresi e até Tazio Nuvolari corriam pelo puro prazer de fazê-lo, já que nenhum campeonato foi organizado até 1950, quando o mundial de Fórmula 1 foi finalmente criado.

De qualquer forma, a Fórmula 1 não surgiu em 1950 junto com o campeonato mundial, mas sim quatro anos antes, em 1946, e, durante esse tempo, muita coisa interessante, e esquecida, aconteceu. Pouca gente sabe, mas a última vitória de Nuvolari em um Grand Prix foi num F1! Era 14 de julho, e alguns dos principais pilotos do circo estavam reunidos em Albi, na França, onde o mito italiano venceria uma das baterias e terminaria a outra em segundo, conquistando, no agregado, sua última vitória.

Apesar da conquista, Nivola desmaiou após inalar os gases do escapamento que invadiram seu cockpit, isso logo depois de receber os louros da vitória. No GP de Marselha, chegou a participar da segunda bateria, onde marcou a volta mais rápida, mas acabaria por não completar. Quase vinte dias depois, estaria em Bouis de Bologne participando da Copa Paris. Em julho, esteve em Genebra para o GP das Nações, onde os melhores pilotos da Europa estavam reunidos. Surpreendentemente, Tazio conquistou um terceiro lugar na segunda bateria, o que valeu um quarto no geral, sendo o melhor a bordo de uma Maserati.


Liderando Sommer no GP de Marselha...

Porém, aquele dia não havia sido um dos melhores para o italiano. Em estranha manobra, Nuvolari fechou a porta para Jean-Pierre Wimille, líder da corrida que colocava uma volta sobre o experiente italiano, o que rendeu um abandono para o francês e a bandeira preta para o mantovano. Diferentemente de muitos, Tazio continuou na pista mesmo após ser desclassificado. Os organizadores sinalizaram tanto para o velho italiano, que decidiram por retirar a desclassificação de Nivola e mantê-lo na corrida. Foram voltas e voltas vendo as bandeiras pretas...

Assim, a vitória em Albi se tornava a última de Nuvolari num Grand Prix. Os graves problemas de saúde que o afligiam, somados com a velhice, estavam o destruindo. Dois meses após o GP da Nações, Tazio estaria correndo com uma mão no volante e outra num lenço ensaguentado à sua boca. Muitos passaram a crer que o italiano queria morrer na pista, e não numa cama...


Ele estaria de volta em setembro, participando do GP de Turim e do GP de Milão, neste último conseguindo ficar em terceiro na primeira bateria. No primeiro fim-de-semana daquele mês, enquanto ainda estava em Turim, logo após o Grand Prix, Nivola participou da Copa Brezzi prova na qual Voiturettes participavam, espécie de GP2 da época.

Naquele três de setembro, o italiano apareceria na reta dos boxes com uma mão no volante e outra na barra de direção! De forma espantosa, o problema foi resolvido e Nuvolari pode terminar a prova na décima terceira e última posição. O mito italiano continuava a fazer história...

Nos anos seguintes, Tazio Nuvolari se restringiria à participações esporádicas em GPs e Voiturettes a bordo de carros da Ferrari e da Cisitalia, quase nunca conseguindo completar provas, e, quando conseguindo, nunca numa posição digna de seu nome. Participaria da Mille Miglia de 1947 com um carro extremamente inferior ao resto do pelotão, algo que não o impediu de assumir a liderança da prova e só perde-la quando sofresse problemas técnicos. Estaria de volta no ano seguinte para correr mais uma Mille Miglia, onde veria seu capô ir pelos ares e seu banco quebrar, tendo que o substituir por um saco de laranjas! Nivola abandonaria pouco antes do fim...

Nuvolari poderia ter participado do campeonato mundial de F1 em 1950 caso
 o projeto T360 de Piero Dusio não morresse por falta de recursos financeiros.
Existem apenas dois Cisitalia T360 no mundo, e um deles nunca foi
terminado por completo...

A última corrida do mitológico italiano foi no dia 15 de abril de 1950, no Monte Pellegrino. Mesmo sem nunca ter dito adeus às pistas, Nuvolari acabaria por morrer em 1953, na sua Mantua natal, após um ano preso à sua cama. Seria enterrado com sua camisa amarela, calça azul e capacete na presença de mais de 55 mil pessoas, detre elas Juan Manuel Fangio, Alberto Ascari e Luigi Villoresi.

Nuvolari deixou saudades, mas antes disso, acabaria deixando sua marca na jovem Fórmula 1, e com uma vitória...

10 anos - A última vitória de Schumacher


Ainda é difícil de acreditar que Schumacher enfrente o momento mais difícil de sua vida a mais de 1000 dias. E tudo isso fica ainda pior sabendo que, dez anos atrás, na China, o alemão conquistava sua 91º e última vitória na Fórmula 1. Era a conquista que faltava para que Schumi voltasse a liderar um campeonato de pilotos e se enchesse de confiança para as duas últimas etapas da temporada, em Suzuka e Interlagos.

Naquele primeiro fim-de-semana de outubro de 2006, a circo estava em Xangai para o terceiro GP da China. Apesar de anos de domínio, Michael Schumacher nunca havia conquistado bons resultados no país, colecionando fracassos e alguns de seus piores desempenhos da carreira. E era isso que a Renault iria explorar naquele fim-de-semana. Após perder a liderança do mundial de construtores para a Ferrari, que vinha de duas vitórias em Monza e Istambul, o time francês precisava vencer para estabelecer a confiança de um bicampeonato.

Depois de um empolgante teste na McLaren, Lewis Hamilton foi cotado como substituto de Pedro de la Rosa em Xangai, mas o bom desempenho do espanhol após a saída de Juan Pablo Montoya fez a equipe de Woking mantê-lo como titular até o final do ano. Na Red Bull, mudanças. Sem nenhuma boa performance, Christian Klien foi chutado pelo time austríaco, que buscou na Holanda seu novo piloto: Robert Doornbos.


Nos treinos, enormes problemas para Felipe Massa, Takuma Sato e Christijan Albers. O motor quase indestrutível da Ferrari abriu o bico na sexta (prenuncio de Suzuka?) e obrigou o brasileiro a troca-lo, perdendo assim dez posições no grid de largada. Sato também enfrentou problemas com seu motor Honda, sendo punido da mesma forma. Já Albers, que renovou com a Spyker para 2007, estava abaixo do peso na hora da pesagem nos treinos, tendo seu tempo deletado.

Com mais de meio segundo de vantagem para seu companheiro Fisichella, Fernando Alonso era o poleman na China. A segunda fila era toda da Honda, com Barrichello em terceiro e Button em quarto. Confiante apesar do quinto lugar, Kimi Räikkönen, tendo ao seu lado o heptacampeão Schumacher. Fechando o top ten estavam Pedro de la Rosa, Nick Heidfeld, Robert Kubica e um surpreendente Robert Doornbos.

Scott Speed conseguiu se enfiar entre os carros da Red Bull, na décima primeira posição, enquanto Liuzzi era apenas o décimo terceiro. Webber e Rosberg eram apenas décimo quarto e décimo quinto colocados, com Ralf Schumacher e Jarno Trulli logo atrás. Tiago Monteiro era o melhor num Midland, na décima oitava posição. Sakon Yamamoto e Felipe Massa dividiam a penúltima fila, enquanto Takuma Sato e Christijan Albers partiam do fundo do grid.

Para alegria dos franceses, choveu forte na manhã de domingo, molhando toda a pista e favorecendo os compostos da Michelin, enquanto os Bridgestone, que calçavam inclusive as Ferraris, eram os maiores prejudicados. Tudo apontava para outra vitória de Alonso, que poderia sair de Xangai com uma boa vantagem para Schumacher.

Jenson Button deu show nas últimas voltas da corrida

Na partida, Alonso e Fisichella mantém as posições enquanto Räikkönen faz bela manobra para superar Button e Barrichello, que larga mal e cai para quinto. Kubica e Doornbos vão para o fundo do pelotão depois de um toque, com Scott Speed escapando ileso da situação para assumir o oitavo lugar com Heidfeld em nono e Liuzzi em décimo.

No oitavo giro, Michael Schumacher supera Barrichella e assume o quinto posto, e, mais atrás, Heidfeld retoma o oitavo lugar de Speed. Se recuperando, Felipe Massa já era décimo terceiro colocado na volta doze, tendo ultrapassado Ralf, Trulli, Rosberg e Coulthard. Pressionando Fisichella desde o começo, Räikkönen foi conseguir fazer a manobra sobre o italiano apenas na volta doze, quando Schumacher também superaria Button na disputa pelo quarto posto.

A empolgação de estar se aproximando do líder acabaria quando Räikkönen enfrentasse problemas no acelerador de sua McLaren. Era o fim de uma promissora prova para o finlandês. Na primeira janela de paradas, Fisichella e Schumacher manterão o mesmo jogo de pneus, enquanto Alonso, temendo maiores problemas com o desgaste, trocaria os dianteiros e manteria os traseiros, estratégia que acabaria tirando a vitória do espanhol.

Depois de uma rápida perseguição pelo líder, Giancarlo Fisichella e Michael Schumacher já o tinham na mira na metade da prova. O italiano tentou superar o companheiro na volta 29, mas falhou. No giro seguinte, não desperdiçou a oportunidade e assumiu a liderança, com Schumacher seguindo-o na volta 31. Em três voltas, Alonso caiu de primeiro para terceiro.


Numa estratégia diferente em relação ao do companheiro Button, Barrichello era quarto colocado com Nick Heidfeld em quinto e Pedro de la Rosa em sexto. Na 35º volta, Fernando Alonso faz uma desastrosa parada que custa quase 20s. Lá na frente, Fisichella se mantém na ponta, enquanto é perseguido por Michael Schumacher.

No giro 40, o alemão vai aos boxes trocar para os compostos de pista seca, estratégia que o ajudaria na volta seguinte, quando Fisichella fizesse sua parada. Ainda com os pneus frios, o italiano sofreu para contornar a primeira curva, deixando a porta aberta para que Michael Schumacher assumisse a liderança da corrida. Alonso agora estava numa situação desesperadora na quarta posição.

Após superar Heidfeld, o campeão espanhol fez de tudo para se aproximar de Fisichella, apostando que Flavio Briatore resolvesse as coisas. E na volta 47, o que todos imaginavam se concretizou: Alonso agora era segundo. Mais atrás, Mark Webber superava David Coulthard na batalha pelo oitavo lugar.

Restando menos de 10 voltas para o fim, Michael Schumacher administrou como sempre, mantendo a liderança sem sustos até cruzar a linha de chegada, conquistando sua 91º e última vitória na Fórmula 1. Fernando Alonso e Giancarlo Fisichella completaram o pódio, enquanto a batalha pelo quarto lugar durou até a última volta, quando Button superou Barrichello e Heidfeld, que se tocaram na penúltima curva, para conquistar mais cinco pontos.

Rejuvenescido, Schumacher agora era líder do campeonato

E pela primeira vez desde 2004, Michael Schumacher era líder do campeonato de pilotos, com 116 pontos, o mesmo número de Fernando Alonso, que só não mantinha a ponta por ter menos vitórias do que o alemão. Com o pódio, Fisichella superou Massa e agora era terceiro colocado, um ponto a frente do brasileiro. Mesmo após o abandono, Räikkönen manteve o quinto posto com 57 pontos. Já no campeonato de construtores, a Renault voltou a liderar por 1 ponto sobre a Scuderia Ferrari.

E assim o circo saía de Xangai para Suzuka, com Schumacher mais confiante do que nunca e Alonso tentando se reerguer após outra queda da Renault sob o poderio da Ferrari. Faltando apenas duas etapas para o fim, a temporada de 2006 se tornava uma das melhores da primeira década do novo milênio...

Imagens tiradas do Google Imagens e www.f1-fansite.com/f1-wallpapers/

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

FOTOS: As obras no Red Bull Ring

Remus

Muito criticado pela sua extensão, o Red Bull Ring está prestes a receber de volta uma das mais clássicas, senão a mais clássica, parte de seu layout original: o "West Loop" - que não é utilizado desde 1987. Os tempos de volta cada vez mais baixos, somados a projeção de que os carros de 2017 poderão ser cerca de 5s mais rápidos do que os atuais, fizeram Dieter Mateschitz e Helmut Marko se mexerem para garantir a presença da Áustria no calendário dos próximos anos.

Mais imagens: Despertar da primavera, em Spielberg: obras de construção no Red Bull Ring.

O projeto de expansão não é tão audacioso. O West Loop não está danificado e necessita apenas de um recapeamento, além de precisar se adequar às normas de segurança da FIA. Não seria de se espantar ver, já em 2017, o retorno de parte do icônico layout original, o que traria ainda mais emoção às provas no Red Bull Ring...

Castrol Edge

Como nem tudo são flores, existem duas chicanes no projeto. Uma delas logo após a Castrol Edge, atual primeira curva da pista, e a outra antes da Remus, o famoso cotovelo na parte mais alta do circuito. Apesar disso, as três curvas que compõem o West Loop não devem ser alteradas: Hella-Licht, Flatschach-Gerade e Dr. Tiroch Kurve.

Mais imagens: Despertar da primavera, em Spielberg II: obras de construção no Red Bull Ring.

Além de ser agradável à Fórmula 1, essa expansão deve visar também a entrada do circuito no calendário do World Endurance Championship, sabendo ainda que o antigo Österreichring fez parte, por anos, do World Sportscar Championship, antecessor do WEC atual. Quantas belas imagens dos 1000Km de Zeltweg temos...´


Numa rápida pesquisa na internet, encontrei fotos que comprovam a reforma e a rapidez do projeto em colocar tudo em prática já em 2017. Como vocês podem ver no vídeo acima, a subida da Castrol Edge e a descida para a Remus já foram asfaltadas. Também é possível observar a forma que a Remus vem tomando, o que entrega a possível construção de uma chicane para diminuir as velocidades na parte alta do circuito.

Assim, de 4.326kms, o Red Bull Ring passaria a ter bons 5.4kms, ficando cerca de 500 metros mais curto do que o layout original completo. Agora nos resta esperar, e torcer para que as mudanças aconteçam e a FIA aprove o West Loop para seu retorno aos Grandes Prêmios. Até o ano que vem, boa parte disso deve estar pronto, caso contrário deveremos estar assistindo uma corrida no antigo lado oeste do Österreichring.

créditos de @RaceCircuitInfo

Imagens tiradas de - marieskleinewelt.com e marieskleinewelt.com.