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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

OPINIÃO: 2017


Sou péssimo em resumos curtos. Mas dessa vez é necessário. Não posso deixar passar essa chance de falar, seja pouco ou muito, sobre a temporada de 2017.

As expectativas eram altas e, pelo menos para mim, foram superadas de forma louvável, com direito à polêmica entre os postulantes ao título e reviravoltas que tornavam o campeonato mais ou menos excitante a cada mês.

É verdade que terminou de maneira brochante, com Hamilton conquistando o tetracampeonato no México em meio à crise na Ferrari. O fato só fez aumentar mais as semelhanças entre 2017 e 1985, quando a escuderia italiana passou por situação semelhante com Michele Alboreto, que na época lutava contra Alain Prost pelo título. Mas, diferentemente de 1985, o cavalinho rampante foi uma grandíssima surpresa. (Logo comento a outra semelhança.)

O esperado era que Red Bull e Mercedes lutassem em 2017, com Ferrari cada vez mais afogada no segundo semestre de 2016. Mas o que vimos foi bom, com Maranello se livrando dos problemas e mostrando ao mundo que era possível vencer as Flechas de Prata, conquistando inclusive uma dobradinha em Mônaco.


A segunda semelhança é entre a campanha de Lotus e Red Bull. Guardadas as devidas proporções. Ayrton Senna e Max Verstappen enfrentaram graves problemas na primeira metade do campeonato, mas no segundo semestre conseguiram virar a mesa sobre seus companheiros Elio de Angelis e Daniel Ricciardo, que passaram a sofrer sem nenhum resultado consistente, o que é característica de ambos. No fim, tanto Red Bull quanto Lotus foram superados por rivais considerados imprevísveis: Ferrari e Williams, respectivamente.

Em relação aos pilotos, gostaria de ressaltar o ótimo trabalho de Lewis Hamilton e o fraquíssimo desempenho do, até agora, superestimado Valtteri Bottas. Para os finlandeses, é preocupante. Kimi Räikkönen voltou a apresentar uma clara desmotivação, sobretudo após críticas de um arrogante Sergio Marchionne. Com a chegada de Charles Leclerc, tudo indica que o ciclo do campeão de 2007 está perto do fim.

Falando em Charles Leclerc, não esqueçamos de Antonio Giovinazzi, que substituiu Wehrlein em Melbourne e Xangai de forma admirável. Não será surpresa caso a Ferrari cave um lugar para o italiano na Haas. Mas ainda assim, Leclerc aparece como favorito à vaga de Räikkönen em 2019.

Mas já estamos falando disso? Nem a temporada de 2018 começou e já se pensa em 2019? Em Maranello sim, mas em Grove... as coisas vão de mal a pior. A exigência da Martini por um piloto de mais de 25 anos atrapalha as negociações, invalidando nomes interessantes como Kvyat e Wehrlein e dando oportunidade para Palmer, Sirotkin e Kubica.


O retorno do polonês está ameaçado. Ou estava. Os rumores são tantos que fica difícil cravar alguém ao lado de Lance Stroll. O último indicava um contrato de 7 corridas para que Kubica provasse sua capacidade, enquanto Sirotkin ficaria na espera do veredicto. Com isso, a Williams deixa cada vez mais claro seu destino infame com pay drivers, já que mesmo Kubica se tornaria um deles.

Ainda em Grove, Felipe Massa deu seu adeus definitivo da Fórmula 1 talvez de maneira melancólica se tratando de campeonato: atrás de Lance Stroll, o que condiz com o velho credo de que os números não valem mais do que a verdade. É sabido que o canadense evoluiu, mas nada que justificasse uma colocação melhor do que a do brasileiro após resultados carimbados com mais sorte do que talento.

Mais uma vez, a Force India mostrou ser a equipe mais competente do resto, superando sem dificuldade qualquer rival sério mesmo quando uma guerra interna se instaurava. Esteban Ocon evoluiu como esperado e terá sua prova de fogo em 2018. Sabendo que é um piloto bancado pela Mercedes, Bottas precisa ficar atento para melhorar seu desempenho.

Na McLaren, a decepção reinou no início, mas o fim é promissor, com um contrato de motores Renault numa mão e um chassis ótimo noutra. Talvez a maior conquista do ano sequer tenha sido isso, mas o fato de manterem Fernando Alonso.


Agora, Renault e Toro Rosso. Se olharmos para trás, é como discutir Toleman e Minardi! Ok, voltemos à realidade, que é duríssima para o time de Faenza, que perdeu o sexto posto no campeonato de construtores na última corrida do ano após seguidos e suspeitos problemas de motor. Perder a dupla original também atrapalhou, mas Hartley e Gasly não deveriam ter fraquejado num momento como esse, e não foi o que aconteceu!

Com uma Renault cada vez mais forte, Red Bull e McLaren se veem ameaçadas, sobre tudo os ingleses, já que a marca dos energéticos deve migrar-se, inteiramente, para os motores Honda em 2019 - uma jogada e tanto! Ficar preso abaixo da sempre polêmica marca francesa não será fácil para as bocas em Woking. Espero por um guerra interna caso a dupla se enfrente lado a lado nas pistas. Será interessante acompanhar.

De resto, foi uma bela temporada. O único ponto negativo foram as corridas mais mornas do que as de 2016, mas isso acaba sendo revigorado por uma disputa de título que sai da zona de conforto da Mercedes e passa a ser de duas equipes com uma rivalidade tão histórica. O Ano Novo promete, mas temo que o domínio de Hamilton continue. Um novo 2015 seria horrível.

Então é isso. O blog retorna com uma palinha do que foi 2017 e do que poderá ser 2018.

Obrigado pela atenção e voltem sempre!

Imagens tiradas do f1fanatic.co.uk.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

OPINIÃO: O grid de 2017


Estamos nos aproximando da segunda metade do mês de outubro. O grid da Fórmula 1 continua com grandes lacunas para serem preenchidas. Quem ocupará as vagas restantes? Quem poderá retornar e quem poderá estrear em 2017? Estas são algumas questões que continuam sem respostas antes mesmo do fim dessa temporada. De modo oficial, onze das vinte e duas cadeiras do próximo ano continuam sem dono.

No fim de setembro de 2015, fiz um pequeno post mostrando quem ficaria com cada uma das vagas que restavam no grid para esse ano, e agora fica claro que não tive muitas dificuldades para apontar quem ficaria onde em 2016. Porém essa dificuldade aumentou nessa nova Silly Season. No último fim-de-semana surgiram rumores de que Hülkenberg poderá ir para a Renault, o que mexeu ainda mais com nosso amado programa de meio de temporada: "Dança das Cadeiras".

Vamos direto ao assunto:

Mercedes AMG Petronas Formula One Team
6 - Nico Rosberg
44 - Lewis Hamilton

Os atuais tricampeões manterão para 2017 sua atual dupla de pilotos. Depois de dois anos na sombra de Lewis Hamilton, Nico Rosberg pode ter finalmente encontrado o caminho para a glória, o que ajudou na sua renovação até 2018. Parece que, mesmo se a equipe enfrentar problemas para se adequar às novas regras no início da próxima temporada, Hamilton e Rosberg poderão correr ainda por mais um ano na equipe, antes de seguirem seus próprio caminhos.


Red Bull Racing
3 - Daniel Ricciardo
33 - Max Verstappen
A Red Bull se livrou de qualquer especulação ao rebaixar Daniil Kvyat ainda no início do ano. Os contratos de Daniel Ricciardo e Max Verstappen são longos e interessantes, já que a equipe poderá ser a grande rival da Mercedes em 2017. Esperemos para ver. Enquanto isso não acontece, é difícil imaginar quem poderá ficar com essas vagas a partir de 2019, caso o australiano e/ou o holandês sigam outros rumos.


Scuderia Ferrari
5 - Sebastian Vettel
7 - Kimi Räikkönen
Pelo segundo ano seguido, a Ferrari era um dos principais alvos da Silly Season. Mas, antes mesmo dela começar a esquentar, Kimi Räikkönen foi confirmado para 2017, e melhor, semanas após a confirmação surgiram novos rumores de que o finlandês poderá ficar por mais um ano, vindo se aposentar apenas no fim de 2018. Já a permanência de Vettel após o fim do atual contrato entrou em xeque por Maurizio Arrivabene. Nada que possa preocupar o tetracampeão. Italiano gosta mesmo é de causar de vez em quando, e sabemos como a Ferrari ama ser assim.

Caso Alonso saia, Button retornará em 2018

McLaren Honda Formula 1 Team
14 - Fernando Alonso
47 - Stoffel Vandoorne
A quarta e última equipe que já tem sua dupla confirmada para 2017 é a McLaren. Sendo a performance do time de Woking o mais promissor para a próxima temporada, Stoffel Vandoorne poderá ter uma estreia dos sonhos em 2017. Seu grande talento, já apresentado em Sakhir, será um dos grandes atrativos do ano que vem, sobretudo ao ser comparado ao de um bicampeão da estirpe de Fernando Alonso. Após duas temporadas na sombra, o espanhol poderá em 2017 ter sua grande chance na McLaren, exatos dez anos após passar pela primeira vez pela equipe.

Wehrlein e Ocon já testaram pela Force India

Sahara Force India Formula One Team
11 - Sergio Pérez
27 - Nico Hülkenberg* / 94 - Pascal Wehrlein / 31 - Esteban Ocon
Depois de meses de especulação, Sergio Pérez acabou confirmando sua permanência na equipe indiana por mais um ano, tendo seus olhos voltados para uma vaga na Ferrari em 2018 ou 2019. As aposentadorias de Button e Massa, misturadas com a renovação do mexicano, colocaram a Renault em maus bocados em busca de um piloto para 2017. Mas este problema pode ter sua solução ainda na Force India.

A Autobild confirmou a ida de Nico Hülkenberg para o time de Enstone, sendo ele o primeiro piloto da equipe a partir do ano que vem, quando ainda estaria sob contrato da Force India. Caso o rumor se confirme, quem acabaria ganhando com a mudança, à curto prazo, seria o próprio time indiano, que receberia o dinheiro da multa além de ter dois jovens talentos para ocupar essa vaga.

Pascal Wehrlein seria o mais provável novo piloto da Force India, já que este se distanciou de uma das vagas da Williams. Porém, a equipe, que testou com o alemão e com seu companheiro de Manor, teria preferência por Esteban Ocon, sendo este, aos olhos do time, o mais talentoso, enquanto a alta cúpula da Mercedes prefere Wehrlein. Em ambos os casos, a Force India ganharia um bom desconto no preço dos motores alemães.


Williams Martini Racing
77 - Valtteri Bottas
    - Lance Stroll / Alex Lynn / 94 - Pascal Wehrlein / 12 - Felipe Nasr / 9 - Marcus Ericsson
Sequer Valtteri Bottas tem contrato assinado com a Williams para 2017, o que aumenta a quantidade de nomes em busca de uma vaga na equipe do "Tio Frank". De qualquer forma, o finlandês pediu que o novo contrato tivesse uma interessante cláusula: apenas Mercedes, Ferrari ou Red Bull poderiam tira-lo da equipe. Sua renovação parece certa.

Já no segundo cockpit do time britânico, Lance Stroll tem seu nome quase confirmado. A fortuna de seu pai, Lawrence Stroll, é um atrativo quase inegável para uma equipe que há tempos enfrenta problemas financeiros. Alex Lynn e Pascal Wehrlein perderam força na negociação.

Gasly é forte nome dentro da Red Bull

Scuderia Toro Rosso
55 - Carlos Sainz Jr
  - Pierre Gasly / 26 - Daniil Kvyat
Mesmo já tendo renovado com a equipe de Faenza, Carlos Sainz continuou a ser especulado em outras casas em 2017. Seu nome foi cotado, por exemplo, nas equipes Renault e Ferrari, mas, após longo período sem nenhuma novidade, acabou esfriando no mercado de pilotos dessa Silly Season. Já a segunda vaga na Toro Rosso ainda não está definida, com Kvyat lutando para se manter no grid da Fórmula 1.

É claro que o russo perdeu a motivação ao ser rebaixado, mas isso não o faz totalmente morto na briga por uma vaga na equipe. Sua confiança voltou no GP de Cingapura, quando o STR11 teve bom desempenho, e parte de sua antiga qualidade como piloto parece ter retornado após largar, com autoridade, duas vezes seguidas a frente de Sainz. Porém, Pierre Gasly continua sendo um nome que atormenta sua vaga. O francês é o atual vice-líder da GP2 e tem grande apoio interno da Red Bull. Esperemos para ver.


Sauber F1 Team
9 - Marcus Ericsson / 13 - Pastor Maldonado
12 - Felipe Nasr / 13 - Pastor Maldonado
Nenhum nome parece interessado nas vagas da equipe Sauber para 2017. Com a possibilidade de evolução após ser vendida, o time suíço parece ter tudo certo para manter Marcus Ericsson e Felipe Nasr pelo terceiro ano consecutivo. O brasileiro chegou a ser pintado na Renault, mas as negociações não se aprofundaram e parece mesmo que irá ficar por mais uma temporada na equipe. Já Ericsson, sem muitas portas abertas, deve ser figura carimbada no grid do próximo ano.

Pastor Maldonado (ele mesmo!) pode ter uma miníma chance de ficar com uma das vagas em 2017. Loucura minha? Deve ser, mas se não estou enganado, Nicolas Todt, empresário de Maldonado, foi visto nos boxes da Sauber num dos últimos fins de semana de GP. Pode ser impossível, mas seria interessante...


Haas F1 Team
8 - Romain Grosjean
21 - Esteban Gutiérrez
Outra equipe que não tem nenhum de seus pilotos confirmados para 2017 é a Haas. O time norte-americano tem tudo para manter Romain Grosjean por mais um ano, mas a vaga de Esteban Gutiérrez permanece em pauta. Depois que Charles Leclerc foi descartado por Günther Steiner, que afirmou ter preferência por pilotos experientes, parece que veremos o mexicano sofrendo novamente com um carro que nunca estará à altura de seu talento.


Renault Sport Formula One Team
20 - Kevin Magnussen / 26 - Daniil Kvyat
30 - Jolyon Palmer / 27 - Nico Hülkenberg / 31 - Esteban Ocon / Oliver Rowland / 12 - Felipe Nasr
Renault, onde qualquer um poderá correr em 2017. Sendo o principal alvo da Silly Season, a equipe francesa ainda não confirmou sua dupla de pilotos para a próxima temporada, o que abre um imenso leque de nomes para ocuparem essas duas vagas, muitos destes estão longe de conseguirem alguma coisa, já outros parecem próximos de um acordo.

Jolyon Palmer deve estar de saída, especialmente após passar por uma temporada cheia de problemas, e sem conseguir cumprir as expectativas, pondendo nunca mais voltar à F1. Nico Hülkenberg se tornou forte nome para ocupar sua vaga após Sainz e Pérez não avançarem na negociação, a ponto da Autobild confirmar sua ida para a equipe francesa no próximo ano.

Ainda existem outros dois interessantes nomes que podem ganhar um lugarzinho no time. Kevin Magnussen ainda não está confirmado, mas é quase certo que deva ficar mais um tempo na Renault, enquanto Esteban Ocon, francês de berço e sangue, protegido da Mercedes e da Renault, fique encostado na Manor por mais um ano antes de embarcar, por um alto preço, no navio amarelo.

Além de Ocon, quem pode cavar um lugar já em 2017 é Daniil Kvyat, lembrando que a Renault fornecerá motores para a Toro Rosso na próximo temporada, e, tal como a Ferrari fez para que Gutiérrez entrasse na Haas, mas agora ao contrário, Helmut Marko poderia colocar o russo numa das vagas do time francês. Parece improvável, mas numa vaga na qual já foi cotado Sergey Sirotkin tudo é possível.


Manor Racing MRT
94 - Pascal Wehrlein / 88 - Rio Haryanto
31 - Esteban Ocon / Jordan King
Manter um piloto do programa de desenvolvimento da Mercedes deve ser crucial para a Manor em 2017, com quase toda certeza de que este nome fará dupla com Rio Haryanto. Com uma quantidade enorme de fãs na Indonésia, o terceiro piloto da equipe britânica não teve carisma suficiente para atrair novos adeptos em âmbito internacional, mas isso não deve atrapalhar no seu quase certo retorno ao grid. Depois de Alexander Rossi confirmar que ficará na Indy por mais um ano, Jordan King se tornou o segundo nome mais forte para ocupar uma das vagas.


segunda-feira, 21 de março de 2016

Pós-GP: Não subestime (nem superestime)


Se toda temporada fosse baseada na sua primeira etapa, sem dúvida teríamos um belo campeonato pela frente, especialmente se comparado ao do ano passado. Mas como isso não acontece, vamos ter de viver uma corrida por vez das 20 que faltam até o fim do ano. Até lá, muita coisa promete acontecer, e após o GP da Austrália finalmente pudemos ver o real potencial das equipes.

Começarei comentando o novo formato de qualificação, na qual já critiquei e voltarei a criticar pelo simples fato da única coisa diferente entre ele e a antiga forma ficar apenas nos momentos mais emocionantes: antes, o começo era monótono e o fim era empolgante; agora, o começo é empolgante e o fim é monótono. Desde a primeira parte do treino ficou óbvio que esse formato não daria muito certo, pelo menos para mim.

Logo que ficou claro a grande burrada feita, houve uma reunião de emergência que destituiu o novo formato, tornando obsoleto pelo menos até as próximas semanas. Até lá, deveremos acompanhar afinco todo o futuro dos treinos de sábado.


Os resultados da qualificação não foram nenhum pouco surpreendentes como a maior parte do público esperava. A Mercedes dominou a primeira fila, a Ferrari segui-os de perto, a Williams não conseguiu parar a melhora da Toro Rosso e da Red Bull, enquanto a Force India fez ótimo trabalho ao colocar ambos os carros no top ten, de tal modo da McLaren no top quinze.

A Renault nunca foi exaltada durante os períodos de testes, especialmente graças aos objetivos inicias impostos pela marca, e por isso fez ótimo trabalho ao colocar os carro na frente das pequenas equipes. Enquanto a equipe francesa caminhava para começar a espantar os fantasmas de sua última passagem na Era Turbo, a superestimada Haas não teve um desempenho agradável para muitos.

Eu nunca acreditei muito no desempenho da equipe, mesmo com as animadores afirmações de todos os chefes, e por isso não me surpreendi com o resultado dos treinos. A Manor acabou fechando o grid como sempre faz desde muito tempo, mas houve algo que abriu um enorme sorriso num certo país da Ásia: Rio Haryanto foi mais rápido do que Pascal Wehrlein.

No domingo, Daniil Kvyat não conseguiu largar pelo segundo ano consecutivo, mostrando todo seu azar depois de ótimos tempos marcados por Daniel Ricciardo. A Mercedes viu mais uma vez seus dois pilotos largarem mal, sobretudo Lewis Hamilton, que ainda foi atrapalhado por Rosberg antes de ser superado por Verstappen e Massa. Enquanto isso, a dupla ferrarista pulou sem problemas na ponta da corrida, não tendo nenhuma grande ameaça vindo dos carros prateados.


Logo, uma surpreendente Toro Rosso começou a mostrar toda sua força, com Max Verstappen segurando o tricampeão enquanto Carlos Sainz Jr atacava Felipe Massa. A equipe italiana foi a que mais evoluiu em relação ao ano passado, conseguindo até mesmo superar a irmã mais velha. O ótimo quarto lugar, e mais tarde (provavelmente) as boas novas contadas sobre as reclamações de Hamilton, mimaram o jovem holandês.

Já com uma característica de falastrão, que me remete à Nelson Piquet, Max Verstappen se tornaria a personalidade da corrida com suas reclamações, mas até lá algo mudaria todo o resultado da prova. Esteban Gutiérrez e Fernando Alonso se envolveram num terrível acidente na "Sports Centre" (mais conhecido como curva 3), causando a interrupção da prova.

Como já havíamos visto em outras ocasiões, o acidente foi extremamente forte, com o espanhol levantando voo de maneira assustadora. Curiosamente, Brundle, Villeneuve e Coulthard já tiveram a sensação de voar naquele mesmo trecho, ocasionando até mesmo numa fatalidade em 2001, quando um bombeiro acabou morrendo.


A evolução na segurança é evidente, e como o Paulo Alexandre Teixeira, do Continental Circus, disse, se estivéssemos em 1982, provavelmente estaríamos falando sobre a morte do piloto que ali corria, como ocorreu com Gilles Villeneuve. Alonso ainda foi humilde ao dizer que a culpa foi sua e não do jovem mexicano, além de que gostaria de sair logo do carro pois sabia que sua mãe estaria o assistindo na TV.

A culpa? Acredito que o incidente foi mais um de corrida que, infelizmente, teve proporções muito exageradas. Gutiérrez acabou adentrando demais no meio do traçado, atrapalhando ainda mais um Alonso que sequer teria tempo de desviar. Felizmente, ambos saíram inteiros e sem problemas mais graves.

Quando a prova foi reiniciada, ficou óbvio que aquilo mudara o destino da corrida, já que os pilotos tiveram a chance de trocar os pneus no pit lane. O maior beneficiado nisso tudo foi Romain Grosjean, que pulou de 19º para 9º, tendo grandes chances de ganhar mais posições com as subsequentes paradas dos pilotos em sua frente.

Jolyon Palmer foi osso duro de roer para a dupla da Toro Rosso

Misteriosamente, Räikkönen mais uma vez enfrentou problemas em sua Ferrari, forçando um abandono inesperado, enquanto Hamilton sofria para superar ambas as Toro Rosso que agradeceram à interrupção da prova. Logo, a dupla teve de parar, com o holandês tendo a preferência. Surpreendentemente, o espanhol foi o primeiro a parar, retornando na frente do companheiro enfurecido com a péssima parada.

Além do holandês, outro que teve azar na parada, ou melhor, na estratégia, foi Sebastian Vettel, que perdeu a liderança e, naturalmente, a vitória. Enquanto o alemão tentava recuperar o tempo perdido indo ao ataque de Hamilton, Verstappen mais chorava do que atacava Sainz Jr. Apesar das nada boas condições de ultrapassar no circuito de Albert Park, Max deveria ter focado mais em forçar a passagem do que gritar no rádio em busca de alguma solução.

O jovem espanhol mostrou ser osso duro de roer, além de que ninguém deve ser subestimado. Max Verstappen vem sendo aclamado desde que entrou na Fórmula 1, e seus belos resultados como dois 4] lugares reforçaram a tese de ser um futuro campeão, mas será que isso não atingiu níveis extremamente elevados, digo, e se o holandês não conquistar o título? Vão critica-lo até tacarem toda sua reputação no lixo.


Por outro lado, Carlos Sainz Jr quase sempre foi subestimado, mesmo com resultados tão bons quanto os do companheiro. A própria posição no grid de largada em Albert Park mostra que ambos não tem uma diferença tão grotesca como a que muitos comentam. Sainz sobre ser esperto, parou mais cedo e se beneficiou da leve afobação de Verstappen nas últimas voltas.

Infelizmente, as duas sensações da corrida não conquistaram as posições que mereciam após tal performance.

Quem realmente dificultava a manobra do holandês sobre o espanhol estava na sexta colocação, alcançado algo que eu considerava impossível, ainda mais depois do péssimo resultado nos treinos. Romain Grosjean fez ótimo trabalho, se tornou o piloto do dia para os fãs e fechou no sexto posto, algo comparado à uma vitória pelo próprio francês.


Lá na frente, na mesma "Senna" na qual Verstappen rodou nas últimas voltas, Sebastian Vettel cometeu o erro que tirou todas as chances de alcançar um segundo lugar, entregando o ouro, ou melhor, a prata para Hamilton, já que Rosberg caminhou tranquilo para vencer no Albert Park, de maneira sortuda. Após a prova, a própria equipe Ferrari desacreditou numa vitória mesmo com uma mudança na estratégia.

Assim 2016 iniciou como 2015 acabou, com ambas as Mercedes na frente. Porém a promessa de uma melhora da Ferrari foi cumprida, a Red Bull e a Toro Rosso passaram a ameaçar a Williams enquanto Force India acompanha por fora toda essa movimentação. McLaren vem se recuperando, agora sendo acompanhada pela Renault, enquanto Haas, Sauber e Manor deverão seguir na parte de trás do pelotão...

No fim, gostaria de pedir para que todos parasse tem subestimar ou superestimar alguém. São todos humanos, cometem erros, tem defeitos e são maiores do que qualquer dificuldade...

Imagens tiradas do motorsport.com

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O que podemos concluir com a primeira semana de testes?


Este é um post de comentários sem ter, como objetivo principal, informar o público sobre os eventos que ocorreram nos testes.

Não é possível fechar um verdadeiro veredito acompanhando apenas a primeira semana de testes, porém eles podem servir para dar-nos uma noção mínima do que está por vim nesta temporada, e é sobre isso que falo hoje.

RESUMO DOS TESTES:

Nesses quatro dias que se passaram, a Fórmula 1 esteve no circuito de Montmeló para seus primeiros testes de pré-temporada na qual todas as equipes, menos a Sauber, já tinham seus carros novos e prontos para correrem. O primeiro dia foi movimentado, com todos acompanhando a chegada das novatas e o provável potencial da Ferrari e da Mercedes.


Sebastian Vettel foi o mais rápido, com Lewis Hamilton sendo apenas segundo colocado tendo 0.470s de diferença para o ferrarista. O tricampeão foi o que mais correu ao final do primeiro dia, 156 voltas, o dobro do alemão. Quem andou bem foi Jenson Button, marcando o sexto melhor tempo enquanto Jolyon Palmer era a decepção do dia ao terminar na última colocação.

Na manhã do dia 22, Max Verstappen enfrentou problemas que comprometeram seus tempos, já que o holandês foi o último colocado mesmo tendo rodado 121 voltas, enquanto Palmer voltaria às últimas posições depois de abandonar ainda no início da tarde. A Mercedes, agora de Nico Rosberg, foi novamente a que mais rodou, sendo 172 giros. O melhor momento do segundo dia foi a estreia dos pneus ultramacios, com Vettel voltando a ser o mais rápido e Ricciardo seguindo-o sendo 0.715s mais lento.


Pascal Werhlein foi ótimo com seu novo carro, conquistando o oitavo melhor tempo a frente de Alonso, Palmer e Verstappen. Em falar na McLaren, o espanhol foi um dos que mais rodou, treinando a confiabilidade do carro da mesma forma da Williams, Mercedes e Toro Rosso. No terceiro dia foi a vez da Force India de Nico Hülkenberg aparecer nos holofotes.

Com Kimi Räikkönen sofrendo problemas no início da manhã (Vettel quebrou no fim do dia anterior), a Renault de Kevin Magnussen surpreendeu após dois dias de problemas, com o dinamarquês marcando um tempo entre os primeiros e andando 111 vezes no circuito catalão. Para poupar seus pilotos a Mercedes decidiu revezar, o que resultou numa quantidade de voltas semelhante aos que já haviam sido marcados. Rosberg quinto, Hamilton oitavo.


Carlos Sainz Jr voltou a andar no seu belo Toro Rosso pintado de azul, passeando 161 vezes pelo circuito de Montmeló. Daniil Kvyat, Felipe Massa, Felipe Nasr e Rio Haryanto finalmente estrearam, com os brasileiros testando a confiabilidade de seus bólidos e com o indonésio rodando para causar uma bandeira vermelha. Depois de dois dias fracos, a Haas conseguiu resolver os problemas na asa para colocar Romain Grosjean na fantástica segunda colocação, fechando o dia por ali mesmo.

Hoje a Mercedes trouxe novos aparatos aerodinâmicos (um deles chamado carinhosamente de Bruce), o que mostra a superioridade da equipe alemã sobre os outros times que ainda testam a confiabilidade. Nessa último dia, Kimi Räikkönen começou cauteloso antes de pegar os pneus ultramacios e cravar o melhor tempo, que se concretizou no resto da tarde com o finlandês enfrentando problemas no radiador.


Também ajudado pelos novos compostos, Kvyat foi o segundo enquanto o jovem Alfonso Celis Jr, de pneus supermacios, conquistou um surpreendente terceiro posto, ultrapassando Kevin Magnussen que enfrentou problemas na parte final do dia. Mesmo assim, a Renault teve um 25 de fevereiro produtivo em busca de confiabilidade. Verstappen e Nasr fecharam em quinto e sexto, ambos ultrapassando a casa de 110 voltas rodadas.

Em busca de quilometragem, a Mercedes viu seus pilotos serem sétimo e oitavo colocados ao fim do dia, com Felipe Massa seguindo-os. Quem voltou a andar bem foi Esteban Gutiérrez que, apesar do décimo tempo, fez várias voltas com o novo carro da Haas. Por último, Haryanto rodou pela segunda vez em dois dias, dessa vez acabando no muro de pneus, e Alonso não conseguiu marcar tempos...


O QUE PODEMOS CONCLUIR?

Primeiramente gostaria de dar ênfase que não há uma conclusão completa formada apenas depois da primeira semana de testes, porém é possível já ter uma miníma noção do que pode vim pelo ano. A Mercedes está um passo na frente das outras equipes, isso, para mim, ficou óbvio ao fim desses quatro dias rodando o equivalente a mais de 10 GPs da Espanha sem nenhum problema ou decepção enfrentado pela equipe, porém, para sabermos o verdadeiro potencial da nova Flecha de Prata, deveremos esperar até semana que vem..

A Ferrari, como no ano passado, veio forte logo na primeira semana de testes, o que por um lado é meio que um blefe. Quando Vettel tentou um longo stint o carro acabou quebrando, enquanto Räikkönen enfrentou problemas na manhã do dia 3 e na tarde do dia 4. Se é para evoluir, um dos quesitos que mais faltou na equipe italiana até agora é confiabilidade. Porém acredito que eles possam crescer ainda mais na próxima semana.


A Williams não fez muito em Montmeló, focando mais nos testes de confiabilidade do que nos tempos, porém Felipe Massa fez algumas críticas sobre esse fraco último dia. Acredito que pouco mudará em relação á 2015, já que a equipe tem um carro quase que idêntico, pelo menos esteticamente, ao do ano passado. O único grande problema que poderá ser enfrentado é uma provável melhora da Red Bull.

A equipe austríaca também não teve tanto destaque, mas Ricciardo foi segundo colocado no dia 2 e Kvyat também terminou na segunda posição ao fim do último dia, o que mostra que a equipe tem um carro em boas condições. O motor até agora não abriu o bico, mostrando que o trabalho da TAG Heuer já vem surtindo efeito.


Já a Force India fez o absurdo de colocar um jovem Alfonso Celis Jr no lugar de sua dupla titular, o que faz eles perderem ainda mais tempo de testes. Quando pegaram o carro, Pérez e Hülkenberg foram bem, inclusive com o alemão liderando o terceiro dia, porém será extremamente importante anotarem pontos no início da temporada, já que a equipe enfrenta problemas financeiros desde o ano passado e isso vem piorando a cada mês que se passa.

Se tem uma equipe que me chamou atenção foi a Toro Rosso, correndo com um lindo carro azul que andou muito bem tanto com Carlos Sainz Jr como com Max Verstappen, que só enfrentou problemas na manhã do segundo dia. Foram ótimas 447 voltas rodadas, deixando o time italiano atrás apenas da Mercedes, o que mostra que a Toro Rosso tem um carro mais confiável do que o do ano passado e talvez mais rápido, já que agora são empurrados com motores Ferrari. Esperemos pela pintura oficial.


A estreante Renault enfrentou problemas nos quatro dias, mais profundamente com Jolyon Palmer, que foi o piloto que menos rodou nessa primeira semana. Com a entrada de Kevin Magnussen no carro, parece que o R.S.16 tem certo potencial para disputar pelas primeiras posições, mas, infelizmente, os tempos marcados na pré-temporada só servem de mera especulação. A grande deficiência da Renault continua sendo o seu motor...

A Sauber acabou correndo com o carro antigo, o que acaba destruindo a chance de se especular sobre seu real potencial. Mas quem sabe, com a ótima captação de informações por parte de Nasr e Ericsson eles possam fazer um bólido melhor do que esperamos. Quem realmente andou bem foi a Manor, com seu MRT05 pintado com as cores da Spirit (1983), ou da Pepsi para alguns, ou até mesmo daquelas borrachas que usamos na escola para outros...


Pascal Wehrlein foi muito bem, além de elogiar o carro e dizer que pontos são possíveis já na estreia em Melbourne. Enquanto isso, Rio Haryanto vem cumprindo as expectativas de muitos: rodou duas vezes em dois dias. Algo que gostaria de destacar sobre a Manor foi dita por um de seus diretores: "Nós nunca vamos ser uma equipe grande - nós não queremos ser uma equipe grande". Que ótimo! Uma nova Minardi para torcermos...

Quem foi destaque apenas por ser novata foi a Haas, que, além de perder o bico em plena reta no primeiro dia, teve como melhor momento o segundo lugar conquistado por Romain Grosjean no terceiro dia. Alguns problemas normais de serem enfrentados por estreantes aconteceram, mas isso não diminuiu as expectativas da equipe e menos ainda as expectativas do paddock, já que Franz Tost, chefe da Toro Rosso, espera por um briga direta com a equipe americana.


No fim, a McLaren andou menos do que a Haas, com Fernando Alonso dando apenas três voltas no último dia antes de enfrentar problemas. Se bobear, até a Renault vai conseguir superar a equipe de Woking em 2016. A demissão tardia de Yasuhisa Arai do comando da Honda mostra o caos que deve estar dentro da montadora japonesa. Lamentável...

Para terminar, quero deixar claro que muito disso poderá ser considerado mera especulação, mas se existe alguma coisa que podemos concluir sobre essa primeira semana, eu acabei de comentar com vocês. Obrigado por ler!

Imagens tiradas da página da FIA

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

LANÇAMENTO: Scuderia Toro Rosso


Cada vez mais distante da irmã Red Bull, a Scuderia Toro Rosso apresentou o STR11 com uma lindíssima pintura azul que provavelmente já não estará, em sua maior parte, no carro para o GP da Austrália. De qualquer forma, é visível algumas pequenas mudanças no mamilo, por exemplo, mas o que mais chama a atenção é a pintura, que sem dúvida é uma das mais belas vistas nos últimos anos.

Imagens tiradas do Twitter da Scuderia Toro Rosso

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

GP Memorável 63# - Itália 2008


Depois do polêmico GP da Bélgica em Spa-Francorchamps, os pilotos estavam em Monza para mais um Grande Prêmio da Itália. Lewis Hamilton, ainda muito afetado pelo ocorrido na última etapa, mantinha as críticas sobre Kimi Räikkönen que tentava se manter na briga pelo título para não virar peça chave de uma possível conquista de Felipe Massa, que tinha dois pontos de atraso para o líder.

De qualquer modo, ninguém esperava que Monza se transformaria num inferno naquele fim-de-semana do dia 14 de setembro de 2008. Chuvas fora de estação atormentaram a vida dos pilotos e das equipes durante todo o período de GP. Começando pelos treinos livres, quando a chuva colocou Adrian Sutil no topo da tabela no TL1 enquanto pilotos como Hamilton e Massa não conseguiram marcar tempos.

A chuva só deu trégua no TL2...

Os pilotos precisavam sentir como estava a pista, mas a chuva era tão forte que até isso era difícil de ser feito. O treino chegou com as equipes ainda sofrendo para colocarem seus carros na pista, além de errarem muito nas estratégias de alguns de seus pilotos, o que dificultava uma boa qualificação. Com isso, as surpresas reinaram em Monza...

O jovem Sebastian Vettel, de apenas 21 anos e 72 dias, marcou a pole position com o tempo de 1:37.555 à bordo de uma surpreendente Toro Rosso. Heikki Kovalainen fechou a primeira fila com sua McLaren sendo seguido por Mark Webber e Sébastien Bourdais, posições invejáveis conquistadas pela equipe de Faenza que um dia já teve um querido nome: Minardi.


Nico Rosberg aparecia ao lado de Felipe Massa, enquanto Fernando Alonso, Timo Glock e Nick Heidfeld fechavam os dez primeiros lugares. Robert Kubica, que se viu mais uma vez superado pelo companheiro, mas nada que o abalasse, estava ao lado de outra surpresa, o italiano Giancarlo Fisichella da Force India.

David Coulthard conseguiu alinhar na mesma fila de Kimi Räikkönen, enquanto Lewis Hamilton e Rubens Barrichello estavam logo atrás. Fechando o grid, Nelsinho Piquet, Kazuki Nakajima, Jenson Button e Adrian Sutil (para quem começou o fim-de-semana na ponta, o treino qualificatório foi um fiasco total).


No dia da corrida, mais chuva para dar ainda mais emoção para um fim-de-semana que já estava incrível. Pela primeira vez na história, o GP da Itália de Fórmula 1 iria ser realizado sob chuva, por isso a largada foi dada atrás do Safety Car, facilitando a vida dos pilotos no perigoso circuito de Monza. Antes da saída definitiva, Vettel faz uma dura manobra para cima de Kovalainen, em busca de aquecimento dos pneus, quase jogando o finlandês para fora da pista.

A largada foi dada com o ronco do motor Ferrari cortando pela reta dos boxes do autodromo italiano em primeiro lugar, coisa que seria muito mais provável estar acontecendo com uma Ferrari, mas não, era com uma Toro Rosso. Sébastien Bourdais, que havia ficado na largada, acabou voltando na última colocação.


Os mais agressivos já começam sua batalha para recuperar as posições, Glock passa por Alonso e é sétimo com Kubica já ultrapassando seu companheiro para assumir a nona colocação. Lá atrás, Lewis Hamilton ficava preso atrás de Kimi Räikkönen, que, com toda a paciência do mundo, tentava uma manobra sobre David Coulthard. O escocês com seu velho impeto, já consegue passar por Fisichella para ir no 11º posto, mas por pouco tempo, já que erra e cai para 14º, atrás de Kimi e Lewis.

Felipe Massa vem tentando passar por Nico Rosberg, mas o piloto da Williams batalha arduamente para manter esses belos pontinhos para sua conta. Mais atrás, Fernando Alonso dá o troco em Timo Glock, enquanto, no fundo do pelotão, Nakajima passa por Button e Sutil. No sétimo giro, o alemão da Toyota acaba rodando na primeira curva depois de arriscar para cima de Alonso, perdendo a oitava posição para Kubica.


Pressionado, Fisichella finalmente cede á pressão de Räikkönen que tenta escapulir enquanto o italiano está na frente de Lewis Hamilton, que, sendo mais agressivo do que o finlandês, logo toma a posição do piloto da Force India. Na 11º volta, o britânico volta para cima do ferrarista na I di Lesmo, conseguindo a ultrapassagem para a alegria da equipe.

Mais uma vez, David Coulthard tinha no caminho Giancarlo Fisichella, e como os dois já estavam se estranhando, acabaram se tocando na primeira curva, danificando a asa dianteira do italiano que acabaria no muro da Parabólica após perder o bico na reta oposta. Felipe Massa consegue passar por Nico Rosberg, mas de maneira duvidosa, o que obriga-o a devolver a posição para o alemão.



Lewis Hamilton vem forte lá de trás, agora passando por Nick Heidfeld. Logo depois, o brasileiro da Ferrari finalmente faz a ultrapassagem definitiva sobre Rosberg para assumir a quarta posição. Nada para o britânico da McLaren que faz mais uma ultrapassagem, agora sobre Timo Glock, também de maneira dura após jogar o piloto da Toyota para fora da pista. Uma volta depois, de novo ele nas câmeras a passar por Robert Kubica para assumir a oitava colocação.


Na 18º volta, Sebastian Vettel vai aos boxes para sua primeira parada, voltando na quarta colocação enquanto Hamilton passa por Alonso também de maneira dura, tocando roda com roda com o ex-companheiro em plena reta. As chances de chuva forte para os próximos minutos aumenta, o que dificulta na escolha de pneus para os pilotos, especialmente com a pista secando.

Duas voltas depois de ser ultrapassado por Hamilton, Alonso novamente se vê atrás de Timo Glock que deu o troco para cima de Kubica. Kovalainen, Webber e Massa param nos boxes, devolvendo a liderança para Sebastian Vettel que corta a reta sendo seguido por Nico Rosberg, Lewis Hamilton, Jarno Trulli e Timo Glock.

A chuva que já havia caído em Monza era torrencial, mas nesse momento
da prova ela já era pouco percebida

Na volta seguinte, Hamilton já ganha mais uma posição para assumir a segunda colocação geral depois de passar por Nico Rosberg. 27º volta, a parada tão esperada da McLaren acontece para o líder do campeonato que é liberado sem problemas para voltar na 10º colocação. Com estratégias diferentes, alguns pilotos ganham posições importantes na tabela.

Kovalainen recupera a segunda colocação depois da parada de Rosberg, enquanto Fernando Alonso também vai aos boxes, junto com Massa e Glock, voltas antes de Kubica e Webber também pararem. Nesse momento, Hamilton vê a chance de vitória se abrir em sua frente, mas, com a previsão errônea de que a chuva voltaria com força, ele foi obrigado a parar para colocar pneus intermediários.

Favorito, Kovalainen foi coadjuvante em Monza

Depois das paradas definitivas, a classificação estava assim: Vettel, Kovalainen, Kubica surpreendentemente em terceiro, Alonso, outra surpresa, em quarto, Heidfeld segurando Massa em quinto, Hamilton embalado atrás do rival de Ferrari, e Webber fechando os lugares pontuáveis. Rubens Barrichello estava em nono, mas teve que parar para colocar intermediários. Piquet Jr também já esteve na terceira colocação, mas como não havia parado, retornou apenas na décima segunda colocação.

Quem vinha fazendo prova pífia era Kimi Räikkönen, perdido no meio do pelotão sem muita decisão se abriria caminho ou ficaria por ali mesmo, no final, ele decidiu que seria importante arrancar alguns pontinhos na casa da Ferrari. O finlandês começou ultrapassando Nakajima, logo depois foi a vez de Jenson Button e David Coulthard para ele assumir a misera 10º posição.

Kubica fez maravilhosa prova sendo beneficiado pela estratégia

Webber tentava pressionar Hamilton na disputa pela sétima colocação, mas o inglês, mais uma vez, fez dura manobra para cima do rival que reclamou. As últimas voltas se aproximam com Felipe Massa tentando alguma coisa para cima de Nick Heidfeld, que é duro para ceder a posição, enquanto Lewis Hamilton se aproximava ainda mais.

Räikkönen finalmente assumiu a nona posição depois de passar por Nelsinho Piquet, mas já não tendo muito o que fazer para chegar aos pontos. A Scuderia Toro Rosso, comandada por Gerhard Berger, ficava apreensiva vendo o mais jovem piloto da história da categoria cortando as retas de Monza em busca de uma inesperada vitória, e além do mais, sem cometer erros e nem ser ameaçado. Absoluto em Monza, Sebastian Vettel!


Mas é claro que David Coulthard tinha que aprontar mais uma, agora com Kazuki Nakajima em plena Parabólica, deixando destroços que botaram medo nos postulantes ao título que tiveram que passar por cima do obstáculo. Massa se mantinha na frente de Hamilton. Pilotos como Nico Rosberg, Timo Glock e Jarno Trulli, que estavam nas primeiras posições, viram os pontos sumirem rapidamente com a fraca estratégia de suas equipes.

E lá vinha o menino de 21 anos e 73 dias, contornando a Parabólica com toda a calma do mundo para chegar á reta dos boxes, onde toda a equipe Toro Rosso o aguarda ansiosamente para gritar, finalmente, "VENCEMOS UMA CORRIDA DE FÓRMULA 1!". Aquela que já foi chamada de Minardi, que um dia já foi amada e querida por todos, vencia uma corrida de Fórmula 1 em casa! Sebastian Vettel vence o GP da Itália de 2008! Para o delírio de todos os presentes em Monza!


O garoto chamado de "novo Schumacher" vencia com uma Minardi-Ferrari em Monza, para a loucura de todos os italianos fanáticos pela Fórmula 1, e ainda mais por todos os envolvidos na equipe Toro Rosso. Gerhard Berger e todos os engenheiros se sentiam orgulhosos pelo que haviam feito, tinham escrito um nome na história da categoria.

No pódio, outros garotos da nova geração da Fórmula 1, para que se formasse o "top três" mais jovem da história da categoria, com a média de 23 anos e 350 dias. Não haviam palavras para descrever aquele momento mágico em Monza, quando o mundo viu a primeira grande demonstração do menino Sebastian Vettel e a milagrosa e fantástica atuação da Toro Rosso naquele fim-de-semana molhado no quintal de casa...


RESULTADOS:

  1. 15 - ALE - Sebastian Vettel - Scuderia Toro Rosso Ferrari - 1:26:47.494 - 10pts
  2. 23 - FIN - Heikki Kovalainen - McLaren Mercedes - +12.512s - 8pts
  3. 4 - POL - Robert Kubica - BMW Sauber - +20.471s - 6pts
  4. 5 - ESP - Fernando Alonso - Renault F1 Team- +23.903s - 5pts
  5. 3 - ALE - Nick Heidfeld - BMW Sauber - +27.748s - 4pts
  6. 2 - BRA - Felipe Massa - Scuderia Ferrari - +28.816s - 3pts
  7. 22 - GBR - Lewis Hamilton - McLaren Mercedes - +29.912s - 2pts
  8. 10 - AUS - Mark Webber - Red Bull Racing Renault - +32.048s - 1pt
  9. 1 - FIN - Kimi Räikkönen - Scuderia Ferrari - +39.468s
  10. 6 - BRA - Nelson Piquet Jr - Renault F1 Team- +54.445s
  11. 12 - ALE - Timo Glock - Toyota Racing - +58.888s
  12. 8 - JAP - Kazuki Nakajima - Williams Toyota - +1:02.015s
  13. 11 - ITA - Jarno Trulli - Toyota Racing - +1:05.954s
  14. 7 - ALE - Nico Rosberg - Williams Toyota - +1:08.635s
  15. 16 - GBR - Jenson Button - Honda Racing - +1:13.370s
  16. 9 - GBR - David Coulthard - Red Bull Racing Renault - +1 Volta
  17. 17 - BRA - Rubens Barrichello - Honda Racing - +1 Volta
  18. 14 - FRA - Sébastien Bourdais - Scuderia Toro Rosso Ferrari - +1 Volta
  19. 20 - ALE - Adrian Sutil - Force India Ferrari - +2 Voltas
  20. 21 - ITA - Giancarlo Fisichella - Force India Ferrari - Acidente - OUT
Volta Mais Rápida: Kimi Räikkönen - 1:28.047 - Volta 53


Curiosidades:
- 799º GP
- 1º GP da Itália Com Chuva
- 1º Vitória de Sebastian Vettel
- Vencedor Mais Jovem da História: 21 anos e 73 dias
- 1º Pole Position de Sebastian Vettel
- Poleman Mais Jovem da História: 21 anos e 72 dias
- 1º Pódio de Sebastian Vettel
- Piloto Mais Jovem a Subir ao Pódio: Sebastian Vettel com 21 anos e 73 dias
- 4º E Último Pódio de Heikki Kovalainen
- Pódio Mais Jovem da História: Média de 23 anos e 350 dias
- 1º Vitória da Toro Rosso
- 1º Pole Position da Toro Rosso
- 1º Pódio da Toro Rosso
- Toro Rosso Se Tornou a 5º Equipe Italiana a Vencer na F-1
- Toro Rosso Se Tornou a 2º Equipe Italiana, Não Montadora, a Vencer na F-1
- 209º Vitória do Motor Ferrari


  • MELHOR PILOTO: Sebastian Vettel / Lewis Hamilton
  • SORTUDO: Felipe Massa
  • AZARADO: Lewis Hamilton / Sébastien Bourdais
  • SURPRESA: Sebastian Vettel
Vettel e Hamilton deram show na molhada corrida de Monza, com o alemão fazendo uma prova consistente sem cometer erros para conquistar sua primeira vitória, e com o britânico dando show de ultrapassagens sendo agressivo a ponto de, certas vezes, exagerar para cima dos outros pilotos. Felipe Massa teve sorte que a previsão de chuva estava errada, caso contrário, Lewis Hamilton o superaria facilmente com a estratégia. Bourdais tinha tudo para fazer a italianada da Toro Rosso ainda mais feliz, mas acabou tendo azar em ficar no grid no início da prova. O jovem alemão surpreendeu a todos ao vencer sem nenhum erro sobre carros da McLaren e BMW...


Campeonato de Pilotos
  1. 22 - GBR - Lewis Hamilton - McLaren Mercedes - 78pts
  2. 2 - BRA - Felipe Massa - Scuderia Ferrari - 77pts
  3. 4 - POL - Robert Kubica - BMW Sauber - 64pts
  4. 1 - FIN - Kimi Räikkönen - Scuderia Ferrari - 57pts
  5. 3 - ALE - Nick Heidfeld - BMW Sauber - 53pts
  6. 23 - FIN - Heikki Kovalainen - McLaren Mercedes - 51pts
  7. 5 - ESP - Fernando Alonso - Renault F1 Team - 28pts
  8. 11 - ITA - Jarno Trulli - Toyota Racing - 26pts
  9. 15 - ALE - Sebastian Vettel - Scuderia Toro Rosso Ferrari - 23pts
  10. 10 - AUS - Mark Webber - Red Bull Racing Renault - 20pts
  11. 12 - ALE - Timo Glock - Toyota Racing - 15pts
  12. 6 - BRA - Nelson Piquet Jr - Renault F1 Team - 13pts
  13. 17 - BRA - Rubens Barrichello - Honda Racing - 11pts
  14. 7 - ALE - Nico Rosberg - Williams Toyota - 9pts
  15. 8 - JAP - Kazuki Nakajima - Williams Toyota - 8pts
  16. 9 - GBR - David Coulthard - Red Bull Racing Renault - 6pts
  17. 14 - FRA - Sébastien Bourdais - Scuderia Toro Rosso Ferrari - 4pts
  18. 16 - GBR - Jenson Button - Honda Racing - 3pts

Campeonato de Construtores:
  1. ITA - Scuderia Ferrari Marlboro - Ferrari - F2008 - RAI/MAS - 134pts
  2. GBR - Vodafone McLaren Mercedes - McLaren Mercedes - MP4/23 - HAM/KOV - 129pts
  3. ALE - BMW Sauber F1 Team - BMW Sauber - F1.08 - HEI/KUB - 117pts
  4. JAP - Panasonic Toyota Racing - Toyota - TF108 - TRU/GLO - 41pts
  5. FRA - ING Renault F1 Team - Renault - R28 - ALO/PIQ - 41pts
  6. ITA - Scuderia Toro Rosso - Toro Rosso Ferrari - STR2B/STR3 - BOU/VET - 27pts
  7. AUT - Red Bull Racing - Red Bull Renault - RB4 - COU/WEB - 26pts
  8. GBR - AT&T Williams - Williams Toyota - FW30 - ROS/NAK - 17pts
  9. JAP - Honda Racing F1 Team - Honda - RA108 - BUT/BAR - 14pts
Imagens tiradas do GPExperts.com.br - Google Imagens - F1-fansite