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domingo, 6 de novembro de 2016

OPINIÃO: Sobre o futuro


Ah, o futuro... Não sabemos sequer se estaremos vivos no próximo instante de nossas vidas, você mesmo não sabe se terá tempo para ler a próxima palavra deste texto. Bem, pelo menos temos a capacidade de pensar sobre nosso futuro, nossas expectativas e esperanças por uma vida melhor. Nunca sabemos o que pode acontecer daqui uma hora, uma semana, um mês ou quem sabe um ano, mas podemos trabalhar para que este futuro seja melhor, algo que guarde coisas boas, realizações.

A polêmica que envolveu Sebastian Vettel, Max Verstappen e Daniel Ricciardo serviu para movimentar um pouco mais os bastidores do circo da Fórmula 1. O tetracampeão já vinha fazendo diversas reclamações bobas e sem sentido nas últimas corridas, mas dessa vez acabou saindo do decoro de um piloto para dizer poucas e boas para Charlie Whiting, algo que, sinceramente, muitos de nós sonhamos a tanto tempo.

Esse decoro que citei anteriormente é uma das principais "armas" do politicamente correto que "robotiza" quase todos os pilotos do automobilismo. Com isso, o que nos resta é torcer para que mais pilotos como Max Verstappen surjam com coragem e força o suficiente para peitar alguns dos grandes nomes da categoria, pois é esse tipo de piloto que motiva, muitas vezes, "polêmicas de meio de semana", que aquecem de tal forma o circo que todo o fim-de-semana pode acontecer algo novo.

Verstappen e Ricciardo - a dupla dos pesadelos de Vettel

A falta de consistência nas decisões feitas pelos diretores de prova já vem a tempos atormentando os pilotos, e isso, somado a nova Verstappen rule, deixam as coisas ainda mais polêmicas. O próprio holandês, personagem mais polêmico do último fim-de-semana na Cidade do México, veio à publico pedir uma revisão nas regras após tanta confusão que colocou um trio de respeito numa situação um tanto quanto desagradável e, pior, vergonhosa aos olhos mais críticos.

Carlos Sainz também já pediu uma correção nessa loteria que se tornou a Fórmula 1, onde uns são punidos e outros não. O escândalo fica ainda maior se lembrarmos que Lewis Hamilton cometeu o mesmo erro de Max Verstappen na largada, fugindo de quaisquer problemas que pudesse enfrentar com quem vinha atrás. Daniel Ricciardo e Nico Hülkenberg reclamaram. E a equipe Red Bull se tornou uma das mais críticas às generosas áreas de escape que tanto estragam o show.

O sorridente australiano afirmou que prefere brita do que asfalto, e que elas servem para penalizar pilotos que cometem erros. Há uma controversa sobre as caixas de brita que mexem muito com a cabeça dos organizadores de Gp: elas já se mostraram perigosas demais, vide os capotamentos de Schumacher e Alonso na Austrália, em 2001 e 2016, respectivamente, por exemplo.

Ross Brawn pode estar de volta ao circo da Fórmula 1

Apesar disso, vimos mais uma vez, no acidente do espanhol no início desse ano, que a Fórmula 1 é a categoria mais segura do mundo quando não há negligência por parte dos organizadores (como na fatalidade ocorrida com Jules Bianchi em 2014). Por isso, sou totalmente a favor da volta das caixas de brita, pois apenas ela conseguiriam punir os pilotos de forma, digamos, natural e igualitária, e não absurda e idiota como vemos nos últimos anos vindos de Charlie Whiting e companhia...

É o futuro da categoria que fica em jogo. A própria Verstappen rule idiota também mexe um pouco com os ânimos, pois foi por causa dela que Sebastian Vettle foi punido e Daniel Ricciardo herdou o pódio. Um regra tão idiota que deve estar "revirando Gilles em seu túmulo". É o cúmulo do absurdo punir um piloto que muda de direção na freada. Estamos falando de um esporte, mas que já se parece uma novela mexicana.

O pouco tempo que ainda resta para que Bernie Ecclestone deixe de vez o comando da categoria (que parece uma eternidade) nos faz indagar sobre como poderá ser o futuro, quando, como muitos dizem, Ross Brawn será um dos principais homens: será que teremos uma Fórmula 1 melhor do que temos hoje? Tomara. Apenas tomara... Uma renovação total nem sempre é boa como imaginamos, especialmente no início...

Audi voltou a superar a Porsche, mas ainda não consegue liderar o campeonato

Agora saindo um pouco de onde a babaquice reina, entramos num assunto um tanto quanto triste e polêmico. As saídas de Audi e Volkswagen, respectivamente, do WEC e do WRC, chocaram o mundo do automobilismo. A polêmica que envolveu a marca alemã no ano passado, chamada de dieselgate, começa a ter consequências no esporte a motor, e elas não são das mais fáceis de se lidar.

Porsche e Audi são do grupo VAG, e por isso não havia sentido manter duas equipes de ponta lutando entre si enquanto existe uma enorme e monstruosa divida a se pagar nos EUA. A saída de uma das marcas já estava quase que programada quando o dieselgate veio à público, e isso se confirmou quando o time de Ingolstadt oficializou sua saída do Mundial de Endurance para o fim desse ano, algo que chocou, pois se esperava que a equipe participasse de mais uma temporada, ainda mais tendo um bólido que mostrou ser o mais rápido da categoria logo em seu primeiro ano, só não superando a Porsche no campeonato por motivos diversos.

Loïc Duval quer continuar correndo na LMP1

Loïc Duval e Lucas di Grassi estão na Fórmula E, enquanto André Lotterer correu na Super Fórmula em 2016, e por isso não correm riscos de passar um 2017 sabático. Já Benoît Tréluyer, Marcel Fässler e Oliver Jarvis tem futuro indefinido. O britânico manifestou interesse em ficar na LMP1, e sua maior chance seria na arqui-rival Porsche, onde Mark Webber se aposentará no fim desse ano. Porém, os favoritos a vaga de Stuttgart são Earl Bamber e Nick Tandy, vencedores de Le Mans em 2015 ao lado de Nico Hülkenberg.

Com a saída da Audi, Porsche e Toyota se tornam as duas principais equipes da categoria, deixando vazio um espaço que será difícil preencher. A Peugeot manifestou interesse em um retorno, mas acabou culpando os altos custos da LMP1 para se manter longe, pelo menos nos próximos anos, do WEC.

A Joest Racing fica sem rumo definido no endurance, sobretudo pelo fato de que sua antiga parceira, a Porsche, agora ter equipe oficial. Um destino interessante seria os EUA, onde a IMSA cresce a cada ano. Esperemos para ver qual será a decisão da equipe de Reinhold Joest.

O Polo que jamais correrá - dinheiro jogado fora...

Já no WRC o choque foi maior. A Volkswagen estreou em 2013 e desde então dominava a categoria de tal forma que destituiu uma era e iniciou outra: Loeb havia conquistado nove títulos seguidos até então e, agora, Ogier tem quatro canecos - são doze anos de domino de pilotos da França! A última vez que um carro alemão havia vencido o campeonato foi em 1984, com o Audi Quattro.

Voltando à década de 80, é de se lembrar que o Grupo B foi extinto em 1986 quando a Audi preparava, secretamente, um super carro para o Grupo S, espécie de substituto obscuro do famoso Grupo B. O Audi 002 Quattro não era de motor frontal, mas sim traseiro, tendo traços que lembravam os sportscar da época. Um projeto ambicioso, feito longe dos olhos dos grandes executivos da marca. Walter Röhrl chegou a testar um Quattro S1 na Tchecoslováquia com motor traseiro, elogiando (e muito!) o carro, mas acabaria por jamais andar no 002.


O cancelamento do Grupo S decretou a morte do projeto que se manteve na escuridão por quase 20 anos antes de novas informações aparecerem na revista Motorsport. Trinta anos após o fim do Grupo B, o carro finalmente apareceu em um rally no Eifel Rallye Festival desse ano.

Mas por que escapar do assunto e leva-lo para um carro que jamais correu? Pois bem... há quem diga que o novo Polo era um dos mais rápidos já vistos na história do WRC! E como a Volkswagen não tem o costume de vender seus carros, estes provavelmente serão mandados direto para um museu (!), antes de reaparecem daqui algumas décadas em outro festival...

Veja também: Sobre o fim da Volkswagen no WRC.

Assim, Sébastien Ogier, Jari-Matti Latvala e Andreas Mikkelsen ficam sem equipe para 2017. Um trio de respeito que muito provavelmente vai conseguir uma vaguinha em alguma das grandes marcas: Ogier é cobiçado especialmente por Citroën e M-Sport (Ford), enquanto nada sobre Latvala surgiu na mídia. Mikkelsen tem experiência em equipes privadas, e deve aparecer na temporada que vem.

O Rallye da Austrália será o último de uma era...


Enquanto o ano não acaba, muita coisa ainda pode acontecer. Li hoje no Continental Circus, que chegou a se falar de um abandono por completo dos programas esportivos da empresa alemã, o que acarretaria no desaparecimento também da Porsche no WEC! Não sei se posso estar exagerando ou falando bobagem num ponto como esse, mas a verdade é dolorida: a VW está a pagar pelo maior erro de sua história - e não é apenas ela que sente por isso, mas também o esporte...

Será difícil imaginar o que poderia acontecer no WEC e no WRC em 2017, quando Audi finalmente poderia ter superado a Porsche a Citroën parecia ter se aproximado dos carros da Volkswagen. Viveremos apenas de suposições, apenas de "e se...", e isso é chato, é besta, é algo desnecessário para nosso futuro, e que poderia ser evitado caso nosso presente não fosse tão conturbado.

O que quero dizer é que se a Volkswagen não tivesse c*****, vamos dizer assim, poderíamos ter duas das melhores temporadas de sempre no WEC e no WRC, e tudo não passará de meras suposições um dia. Isso se já não as fazemos hoje...

E o velho continua com suas idiotices

Sobre o futuro, devemos aprender com os erros de hoje e corrigi-los. E é isso que a Fórmula 1 deverá fazer caso não queria cavar um buraco tão fundo, onde não poderá sair com tanta facilidade como queremos, tal como ocorre com o Grupo VAG.

Até outro dia...

Imagens tiradas do Google Imagens e http://www.f1-fansite.com/f1-wallpaper/hires-wallpapers-pictures-2016-mexican-f1-gp/.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

FOTOS: As obras no Red Bull Ring

Remus

Muito criticado pela sua extensão, o Red Bull Ring está prestes a receber de volta uma das mais clássicas, senão a mais clássica, parte de seu layout original: o "West Loop" - que não é utilizado desde 1987. Os tempos de volta cada vez mais baixos, somados a projeção de que os carros de 2017 poderão ser cerca de 5s mais rápidos do que os atuais, fizeram Dieter Mateschitz e Helmut Marko se mexerem para garantir a presença da Áustria no calendário dos próximos anos.

Mais imagens: Despertar da primavera, em Spielberg: obras de construção no Red Bull Ring.

O projeto de expansão não é tão audacioso. O West Loop não está danificado e necessita apenas de um recapeamento, além de precisar se adequar às normas de segurança da FIA. Não seria de se espantar ver, já em 2017, o retorno de parte do icônico layout original, o que traria ainda mais emoção às provas no Red Bull Ring...

Castrol Edge

Como nem tudo são flores, existem duas chicanes no projeto. Uma delas logo após a Castrol Edge, atual primeira curva da pista, e a outra antes da Remus, o famoso cotovelo na parte mais alta do circuito. Apesar disso, as três curvas que compõem o West Loop não devem ser alteradas: Hella-Licht, Flatschach-Gerade e Dr. Tiroch Kurve.

Mais imagens: Despertar da primavera, em Spielberg II: obras de construção no Red Bull Ring.

Além de ser agradável à Fórmula 1, essa expansão deve visar também a entrada do circuito no calendário do World Endurance Championship, sabendo ainda que o antigo Österreichring fez parte, por anos, do World Sportscar Championship, antecessor do WEC atual. Quantas belas imagens dos 1000Km de Zeltweg temos...´


Numa rápida pesquisa na internet, encontrei fotos que comprovam a reforma e a rapidez do projeto em colocar tudo em prática já em 2017. Como vocês podem ver no vídeo acima, a subida da Castrol Edge e a descida para a Remus já foram asfaltadas. Também é possível observar a forma que a Remus vem tomando, o que entrega a possível construção de uma chicane para diminuir as velocidades na parte alta do circuito.

Assim, de 4.326kms, o Red Bull Ring passaria a ter bons 5.4kms, ficando cerca de 500 metros mais curto do que o layout original completo. Agora nos resta esperar, e torcer para que as mudanças aconteçam e a FIA aprove o West Loop para seu retorno aos Grandes Prêmios. Até o ano que vem, boa parte disso deve estar pronto, caso contrário deveremos estar assistindo uma corrida no antigo lado oeste do Österreichring.

créditos de @RaceCircuitInfo

Imagens tiradas de - marieskleinewelt.com e marieskleinewelt.com.

sábado, 28 de novembro de 2015

Porsche e Endurance


Ás vezes fico me perguntando qual deve ser a combinação categoria-equipe mais perfeita... Ultimamente, essa pergunta que não tinha uma resposta única e fixa, veio mudando drasticamente, especialmente pelo que vejo acontecer no endurance, um dos tipos de corrida que mais gosto. Nos mais famosos campeonatos de resistência, o WSC e o WEC, a Porsche sempre se viu bem acompanhada de rivais como Mercedes-Benz, Ferrari e Ford, mas quase sempre, superando-os.

Depois de passar algumas temporadas batalhando contra Aston Martin e Ferrari, a Porsche finalmente sentiu o gosto de ser campeã em alguma das categoria do campeonato máximo de endurance na época, o International Championship for GT Manufacters. Depois de superar com facilidade a Alfa Romeo, a Porsche foi a melhor equipe na temporada de 1962 da categoria GT 2.0.


Aos poucos, a marca de Stuttgart foi se tornando a mais poderosa equipe da segunda divisão, superando cada vez mais a equipe do trevo. Em meados da década de 60, a Porsche passou a se inscrever na categoria de protótipos, onde estava conseguindo relativo sucesso, mas nunca sendo campeã. Todos percebiam a gradativa evolução da Porsche, mas ninguém imaginava a maneira que eles dominaram o enduro...

Em 1968, mesmo tendo participado de todas as provas, a equipe alemã se viu misteriosamente superada pela Ford, que levou o título. Esse resultado fez a Porsche investir ainda mais em seus pilotos e em seus carros, o que finalmente trouxe o campeonato máximo do endurance para a Alemanha depois de 14 anos de jejum.


O que eles fizeram em 1969 foi um abuso, comparando-se ao que a Ferrari impôs no fim da década de 50, quando a Mercedes-Benz se retirou do automobilismo. Durante três temporadas (1969, 1970 e 1971), a Porsche conquistou os mais importantes títulos do endurance: três vezes campeã de marcas e três da categoria GT. Sem dúvida conquistas incríveis dos alemães...

Infelizmente, para o pessoal de Stuttgart, os anos que seguiram não foram de tantas conquistas em frente as rivais Ferrari e Matra, que os superaram com facilidade depois da morte de Jo Siffert e Pedro Rodríguez, os principais pilotos da equipe. Mesmo assim, a Porsche continuou a ganhar títulos, mas apenas no GT, superando, com extrema facilidade, os carros de Maranello.


Entre 1976 e 1979, voltam a sentir o gosto do título no campeonato de marcas, superando de maneira ainda mais fácil as Ferraris. A cada ano que se passava, a Porsche ficava ainda mais forte, distanciando de sua principal rival que por sua vez começava a ser substituída pela Lancia, que conseguiu parar a sequência de títulos alemã.

Com a introdução do campeonato de pilotos, o WSC fica ainda mais disputado. A equipe dos sonhos da Porsche é formado com nomes como Jacky Ickx, Derek Bell, Jochen Mass, e um jovem piloto alemão que surpreende ao fazer a volta recorde de Nürburgring Nordschleife: Stefan Bellof. No duelo interno, na melhor equipe de todo o grid, o campeão acaba sendo o belga, que supera Bell que abandonou os 1000Km de Nürburgring quando Bellof acabou batendo, coisa que foi fatal para o título de Ickx.


Em 1984 foi a vez do jovem alemão brilhar na categoria, assombrando o mundo ao conquistar facilmente o título em cima de seus fantásticos companheiros. No ano seguinte, uma mudança no regulamento tira o Campeonato de Construtores e impõe o Campeonato de Equipes, o que pouco atrapalha a Porsche, que volta conquistar o título com Derek Bell e Hans-Joachim Stuck.

Nos anos que se seguiram, a equipe de Stuttgart conquistaria apenas um título até o fim do WSC, em 1986, com Bell. Depois disso, Jaguar e Sauber Mercedes passam a superar com facilidade a Porsche, que não tem mais forças para se defender...

Se passaram 23 anos até que a Porsche voltasse a competir no principal campeonato de endurance do mundo, agora rebatizado de WEC. Em seu retorno no ano de 2014, os alemães demoraram até a última etapa da temporada em Interlagos, para voltarem a vencer. Um resultado bastante comemorado para uma equipe que sofreu para desenvolver seu carro.


Timo Bernhard, Mark Webber e Brendon Hartley haviam feito uma temporada pífia em 2014, mas em 2015 vieram com todas as forças para superar a Audi e a Toyota. Depois de um começo avassalador dos rivais conterrâneos, a Porsche começou sua virada a partir das 24 Horas de Le Mans, que foi surpreendentemente vencida por um novo trio: Nico Hülkenberg, Nick Tandy e Earl Bamber.

O que seguiu Le Mans foi um domínio que lembrou os bons tempos da década de 80... Quatro vitórias seguidas do carro número 17 de Webber, Bernhard e Hartley, que chegaram na última etapa lutando pelo título de pilotos. As 6 Horas do Bahrein acabou sendo, talvez, a prova mais emocionante do WEC de 2015, com os lideres tendo problemas entregando o título para a Audi, que por sua vez também tiveram problemas em seu principal carro, o que devolveu a liderança para o #17.


No fim, a Porsche voltava a conquistar o título máximo do endurance... Depois de 30 anos de espera, eles eram campeões dos campeonatos de construtores e de pilotos.

Se o título da LMP1 não era o suficiente, Richard Lietz levou seu carro branco a conquista do campeonato GT...

Agora é esperar com 2016: Será que a Porsche manterá esse domínio? Ou será que Audi e Toyota vão se reaproximar?

Imagens tiradas do Google Imagens e porsche.com