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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

FOTOS: As obras no Red Bull Ring

Remus

Muito criticado pela sua extensão, o Red Bull Ring está prestes a receber de volta uma das mais clássicas, senão a mais clássica, parte de seu layout original: o "West Loop" - que não é utilizado desde 1987. Os tempos de volta cada vez mais baixos, somados a projeção de que os carros de 2017 poderão ser cerca de 5s mais rápidos do que os atuais, fizeram Dieter Mateschitz e Helmut Marko se mexerem para garantir a presença da Áustria no calendário dos próximos anos.

Mais imagens: Despertar da primavera, em Spielberg: obras de construção no Red Bull Ring.

O projeto de expansão não é tão audacioso. O West Loop não está danificado e necessita apenas de um recapeamento, além de precisar se adequar às normas de segurança da FIA. Não seria de se espantar ver, já em 2017, o retorno de parte do icônico layout original, o que traria ainda mais emoção às provas no Red Bull Ring...

Castrol Edge

Como nem tudo são flores, existem duas chicanes no projeto. Uma delas logo após a Castrol Edge, atual primeira curva da pista, e a outra antes da Remus, o famoso cotovelo na parte mais alta do circuito. Apesar disso, as três curvas que compõem o West Loop não devem ser alteradas: Hella-Licht, Flatschach-Gerade e Dr. Tiroch Kurve.

Mais imagens: Despertar da primavera, em Spielberg II: obras de construção no Red Bull Ring.

Além de ser agradável à Fórmula 1, essa expansão deve visar também a entrada do circuito no calendário do World Endurance Championship, sabendo ainda que o antigo Österreichring fez parte, por anos, do World Sportscar Championship, antecessor do WEC atual. Quantas belas imagens dos 1000Km de Zeltweg temos...´


Numa rápida pesquisa na internet, encontrei fotos que comprovam a reforma e a rapidez do projeto em colocar tudo em prática já em 2017. Como vocês podem ver no vídeo acima, a subida da Castrol Edge e a descida para a Remus já foram asfaltadas. Também é possível observar a forma que a Remus vem tomando, o que entrega a possível construção de uma chicane para diminuir as velocidades na parte alta do circuito.

Assim, de 4.326kms, o Red Bull Ring passaria a ter bons 5.4kms, ficando cerca de 500 metros mais curto do que o layout original completo. Agora nos resta esperar, e torcer para que as mudanças aconteçam e a FIA aprove o West Loop para seu retorno aos Grandes Prêmios. Até o ano que vem, boa parte disso deve estar pronto, caso contrário deveremos estar assistindo uma corrida no antigo lado oeste do Österreichring.

créditos de @RaceCircuitInfo

Imagens tiradas de - marieskleinewelt.com e marieskleinewelt.com.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

30 anos - A morte de Jo Gartner


Típico exemplo de que idade nunca será documento no automobilismo, Jo Gartner teve talento suficiente para se tornar um dos mais famosos meteoros austríacos das décadas de 70 e 80.

Aos 18, Josef era um mero mecânico que havia acabado de se envolver com automobilismo. Poucos anos depois se tornou piloto de uma das categorias mais baratas e populares da Europa, a Fórmula Super Vee, na qual conquistou resultados satisfatórios que o colocaram na terceira posição ao final da temporada de 1977.

O austríaco já alçava objetivos mais desafiadores nos fórmulas superiores.

Sem nunca ter um equipamento decente, Gartner conseguia resultados pouco satisfatórios, mas que eram, ao menos, chamativos. O austríaco resistia ao tempo na Fórmula 2 com carros velhos e sem quaisquer chances de vitória.

Depois de um duro 1982, conquistando apenas um ponto pelo time de Arturo Merzario, Gartner ingressou na Emco, onde, em 1983, conquistaria uma das vitórias mais importantes de sua carreira.

No tradicional GP de Pau, o austríaco se beneficiou das desclassificações de Ferté e Bellof, sendo declarado o vencedor da prova. Com o surpreendente resultado, Gartner conseguiu o patrocínio da Milde Sorte, empresa de cigarros austríaca, que no ano seguinte ajudaria-o a conseguir uma vaga na Fórmula 1, pela Osella.

O austríaco surpreendeu o paddock em sua estreia.

Com um velho FA1E, de motor V8 aspirado da Alfa Romeo, o garoto que doze anos antes era apenas um mecânico estreava na categoria máxima do automobilismo.

Sua estreia acabaria por ser surpreendente. Naquela altura do campeonato, a Osella não parecia ter equipamento para combater a RAM, o que colocava a participação de Gartner na corrida em xeque, especialmente por este estar com o modelo de 1983. Mesmo assim, o austríaco acabou superando seu companheiro para conquistar um 26º lugar no grid de largada.

Para aumentar ainda mais a magnitude de seus feitos, o jovem austríaco andou boa parte da corrida duelando contra os RAM de Alliot e Palmer, chegando a estar a frente de ambos. Infelizmente, Gartner abandonaria na volta 46 com problemas em seu propulsor Alfa Romeo. Apesar do bom desempenho, Jo só voltaria a ter um carro no GP da Grã-Bretanha, em Brands Hatch, quando finalmente estrearia seu FA1F de motor turbo.

Um quinto lugar que não valeu...

Após bater na Inglaterra e abandonar na Alemanha, Gartner voltou a se apresentar no GP da Áustria, onde um ano antes quase havia feito sua estreia pela ATS. Em casa, Josef tinha um desempenho empolgante na promissora décima sétima colocação quando enfrentou novos problemas em seu Osella. Mal sabia ele que, semanas depois, conquistaria seu melhor resultado na Fórmula 1.

Depois de terminar sua primeira corrida, em Zandvoort, Jo Gartner tinha suas esperanças renovadas para Monza, um circuito onde os carros equipados com motor Alfa teriam seu melhor momento em todo o ano. Após largar em vigésimo quarto, o austríaco começou a ganhar várias posições com os diversos problemas que atingiram os ponteiros. Nas últimas voltas, tomou a sexta colocação que mais tarde se tornaria quinta com o abandono de Ghinzani.

Em sua última corrida na F1, Gartner superou Berger...

Estava feita a festa: Gartner terminou no fantástico quinto posto.

Infelizmente, por ter inscrito apenas um carro para a temporada de 1984, a Osella não teria o direito de marcar pontos com um segundo bólido, algo que Berger também sofreu na ATS naquela ocasião.

Jo Gartner terminaria a temporada com o desejo de ingressar na Arrows em 1985, disputando a vaga de Marc Surer com seu compatriota Gerhard Berger. Mesmo após supera-lo em Monza, e voltar a ter um desempenho superior no Estoril, Gartner viu a Arrows escolher seu conterrâneo, deixando-o sem rumo definido na Fórmula 1.

O austríaco ainda bateria na porta de Toleman e de Osella, tentando um retorno, porém estes prefeririam um piloto mais afortunado que fosse capaz de tira-los do sufoco financeiro que sofriam naquela época. Sem caminhos para seguir, Gartner viu no WSC a chance de mostrar que era capaz de competir em alto nível contra os melhores. No início de 1985, conseguiu um lugar na Fitzpatrick Racing.


Sua estreia, nos 1000Km de Monza, não foi tão surpreendente como havia feito na Fórmula 1, enfrentando problemas que o tiraram da prova. Semanas depois, em Silverstone, voltaria a abandonar antes de partir para La Sarthe. Com seu Porsche 516B, Gartner ficou apenas uma volta atrás do trio oficial da fábrica alemã, terminando na ótima quarta colocação ao lado de David Hobbs e Guy Edwards.

Em 1986, acabaria vencendo as 12 Horas de Sebring ao lado de Bob Akin e Hans-Joachim Stuck antes de conquistar um pódio nos 1000Km de Silverstone dividindo seu Porsche Kremer com Tiff Needell. Suas interessantes performances e ótimos resultados colocaram-o numa confortável posição em relação à 1987, quando poderia ingressar na Rothmans Porsche, equipe oficial da marca alemã. Quase um mês após terminar em terceiro no Silverstone, Jo Gartner estava de volta às 24 Horas de Le Mans com seu Porsche, agora da Kremer e ao lado de Sarel van der Merwe e Kunimiso Takahashi.


A largada havia sido dada no dia 31 de maio, e já estávamos em junho quando Jo Gartner entrou em seu 962C para mais algumas voltas. Após a troca com van der Merwe, nenhum problema foi detectado no bólido negro que rapidamente foi liberado para retornar à pista.

Poucos minutos depois, o paddock entraria em choque com a notícia de que o carro número #10 guiado por Gartner havia embatido fortemente contra o muro e um poste telefônico, sofrendo ainda um pequeno incêndio. Não tardaria para que todos soubessem que Josef Gartner havia morrido no local, após quebrar o pescoço no impacto.

Era madrugada quando a notícia de que Jo Gartner havia morrido se propagou no mundo do esporte a motor. Em sinal de luto, a equipe Kremer retirou seu segundo carro da prova, que acabaria sendo vencida pelo Rothmans Porsche de Bell, Stuck e Holbert, no bólido na qual o austríaco tanto aspirava para 1987...


O motivo do despiste de Gartner se mantém um mistério até hoje. Alguns acreditam na teoria de que um animal atravessou a pista no momento em que o austríaco passava, enquanto a possibilidade de que as rodas traseiras travaram é a mais aceita. O fato do câmbio estar travado entre a quarta e a quinta marcha apontam para um provável travão dos pneus traseiros.

Jo Gartner caiu no esquecimento do público, muito provavelmente pela falta de uma "performance de campeão" que marcasse sua carreira. Mas seu talento ainda se mantém vivo na memória daqueles que um dia acompanharam aquele garoto austríaco que viveu os altos e baixos de uma vida: começou como mecânico, sofreu nas pequenas categorias, chegou à Fórmula 1 e se tornou vítima dela, achando no endurance um lugar na qual economia nenhuma poderia atrapalha-lo...


Além de fazer parte da famosa geração perdida de pilotos austríacos, Gartner é uma das primeiras vítimas dos altos custos da Fórmula 1. Sem espaço nela, Josef só tinha uma chance para se manter no cenário mundial com sucesso: tinha que vencer no WSC. Lá, o austríaco encontrou o caminho do sucesso, se tornando um jovem promissor e quase alcançando o mais sonhado cockpit da época.

A vida pode ter sido injusta com Jo Gartner, mas, se olharmos de outro ponto de vista, podemos dizer que o austríaco fez tudo que é sonhado por um amante do automobilismo, e, o melhor, sem deixar a desejar em nenhum momento de sua carreira.

Adeus, Josef.

Imagens

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

2 de dezembro de 1984


Dia 2 de dezembro de 1984, o World Sportscar Championship chega a sua última etapa da temporada em Vitória. Apesar das dificuldades de arranjar um patrocínio oficial para a prova, e de haver pouco público, a primeira corrida organizada pela FIA ocorrida na Austrália teve alguns momentos para se orgulhar e entrar na história. Por estar há meros 4 KMs do circuito, no Noble Park, a Porsche liberou seus lindos 956 para correrem até o circuito.

Na corrida, Bellof e Bell. que haviam largado na pole. dominaram sem piedade em cima dos rivais, vencendo uma corrida marcada por não ter seus 1000Kms completos, já que o limite de 6 Horas acabou sendo estourando há 51 voltas do fim...

Derek Bell e Stefan Bellof venceram a prova, porém
era o alemão campeão do mundo...

A foto acabou entrando para a história, com três maravilhosos Rothamans-Joest Porsches cortando a estrada australiana entre motoristas normais como qualquer outro. E você, o que teria pensando num momento tão icônico do automobilismo como este?

Imagem tirada do Google Imagens

sábado, 28 de novembro de 2015

Porsche e Endurance


Ás vezes fico me perguntando qual deve ser a combinação categoria-equipe mais perfeita... Ultimamente, essa pergunta que não tinha uma resposta única e fixa, veio mudando drasticamente, especialmente pelo que vejo acontecer no endurance, um dos tipos de corrida que mais gosto. Nos mais famosos campeonatos de resistência, o WSC e o WEC, a Porsche sempre se viu bem acompanhada de rivais como Mercedes-Benz, Ferrari e Ford, mas quase sempre, superando-os.

Depois de passar algumas temporadas batalhando contra Aston Martin e Ferrari, a Porsche finalmente sentiu o gosto de ser campeã em alguma das categoria do campeonato máximo de endurance na época, o International Championship for GT Manufacters. Depois de superar com facilidade a Alfa Romeo, a Porsche foi a melhor equipe na temporada de 1962 da categoria GT 2.0.


Aos poucos, a marca de Stuttgart foi se tornando a mais poderosa equipe da segunda divisão, superando cada vez mais a equipe do trevo. Em meados da década de 60, a Porsche passou a se inscrever na categoria de protótipos, onde estava conseguindo relativo sucesso, mas nunca sendo campeã. Todos percebiam a gradativa evolução da Porsche, mas ninguém imaginava a maneira que eles dominaram o enduro...

Em 1968, mesmo tendo participado de todas as provas, a equipe alemã se viu misteriosamente superada pela Ford, que levou o título. Esse resultado fez a Porsche investir ainda mais em seus pilotos e em seus carros, o que finalmente trouxe o campeonato máximo do endurance para a Alemanha depois de 14 anos de jejum.


O que eles fizeram em 1969 foi um abuso, comparando-se ao que a Ferrari impôs no fim da década de 50, quando a Mercedes-Benz se retirou do automobilismo. Durante três temporadas (1969, 1970 e 1971), a Porsche conquistou os mais importantes títulos do endurance: três vezes campeã de marcas e três da categoria GT. Sem dúvida conquistas incríveis dos alemães...

Infelizmente, para o pessoal de Stuttgart, os anos que seguiram não foram de tantas conquistas em frente as rivais Ferrari e Matra, que os superaram com facilidade depois da morte de Jo Siffert e Pedro Rodríguez, os principais pilotos da equipe. Mesmo assim, a Porsche continuou a ganhar títulos, mas apenas no GT, superando, com extrema facilidade, os carros de Maranello.


Entre 1976 e 1979, voltam a sentir o gosto do título no campeonato de marcas, superando de maneira ainda mais fácil as Ferraris. A cada ano que se passava, a Porsche ficava ainda mais forte, distanciando de sua principal rival que por sua vez começava a ser substituída pela Lancia, que conseguiu parar a sequência de títulos alemã.

Com a introdução do campeonato de pilotos, o WSC fica ainda mais disputado. A equipe dos sonhos da Porsche é formado com nomes como Jacky Ickx, Derek Bell, Jochen Mass, e um jovem piloto alemão que surpreende ao fazer a volta recorde de Nürburgring Nordschleife: Stefan Bellof. No duelo interno, na melhor equipe de todo o grid, o campeão acaba sendo o belga, que supera Bell que abandonou os 1000Km de Nürburgring quando Bellof acabou batendo, coisa que foi fatal para o título de Ickx.


Em 1984 foi a vez do jovem alemão brilhar na categoria, assombrando o mundo ao conquistar facilmente o título em cima de seus fantásticos companheiros. No ano seguinte, uma mudança no regulamento tira o Campeonato de Construtores e impõe o Campeonato de Equipes, o que pouco atrapalha a Porsche, que volta conquistar o título com Derek Bell e Hans-Joachim Stuck.

Nos anos que se seguiram, a equipe de Stuttgart conquistaria apenas um título até o fim do WSC, em 1986, com Bell. Depois disso, Jaguar e Sauber Mercedes passam a superar com facilidade a Porsche, que não tem mais forças para se defender...

Se passaram 23 anos até que a Porsche voltasse a competir no principal campeonato de endurance do mundo, agora rebatizado de WEC. Em seu retorno no ano de 2014, os alemães demoraram até a última etapa da temporada em Interlagos, para voltarem a vencer. Um resultado bastante comemorado para uma equipe que sofreu para desenvolver seu carro.


Timo Bernhard, Mark Webber e Brendon Hartley haviam feito uma temporada pífia em 2014, mas em 2015 vieram com todas as forças para superar a Audi e a Toyota. Depois de um começo avassalador dos rivais conterrâneos, a Porsche começou sua virada a partir das 24 Horas de Le Mans, que foi surpreendentemente vencida por um novo trio: Nico Hülkenberg, Nick Tandy e Earl Bamber.

O que seguiu Le Mans foi um domínio que lembrou os bons tempos da década de 80... Quatro vitórias seguidas do carro número 17 de Webber, Bernhard e Hartley, que chegaram na última etapa lutando pelo título de pilotos. As 6 Horas do Bahrein acabou sendo, talvez, a prova mais emocionante do WEC de 2015, com os lideres tendo problemas entregando o título para a Audi, que por sua vez também tiveram problemas em seu principal carro, o que devolveu a liderança para o #17.


No fim, a Porsche voltava a conquistar o título máximo do endurance... Depois de 30 anos de espera, eles eram campeões dos campeonatos de construtores e de pilotos.

Se o título da LMP1 não era o suficiente, Richard Lietz levou seu carro branco a conquista do campeonato GT...

Agora é esperar com 2016: Será que a Porsche manterá esse domínio? Ou será que Audi e Toyota vão se reaproximar?

Imagens tiradas do Google Imagens e porsche.com

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Corrida da Semana - 1000Km de Brands Hatch de 1970


Hoje começo um "novo quadro" aqui no blog: Corrida da Semana. Esse novo "quadro" tragá ao blog corridas de diversas categorias semanalmente. A escolha é aleatória, mas como é hoje que começo isso, acabei escolhendo uma das corridas mais fantásticas do World Sportscar Championship, o Mundial de Carros Esporte, de 1970.


A corrida foi vencida pelo "rainmasters" Pedro Rodríguez e Leo Kinnunen à bordo de seu Porsche 917K, que dominou a prova. A equipe de Salzburg fechou o pódio com Vic Elford/Denny Hulme e Richard Attwood/Hans Herrmann que também corria de 917K. É nesse tipo de corrida, que vemos os pilotos mais habilidosos chamarem a atenção...

Imagens tiradas do Google Imagens