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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

OPINIÃO: 2017


Sou péssimo em resumos curtos. Mas dessa vez é necessário. Não posso deixar passar essa chance de falar, seja pouco ou muito, sobre a temporada de 2017.

As expectativas eram altas e, pelo menos para mim, foram superadas de forma louvável, com direito à polêmica entre os postulantes ao título e reviravoltas que tornavam o campeonato mais ou menos excitante a cada mês.

É verdade que terminou de maneira brochante, com Hamilton conquistando o tetracampeonato no México em meio à crise na Ferrari. O fato só fez aumentar mais as semelhanças entre 2017 e 1985, quando a escuderia italiana passou por situação semelhante com Michele Alboreto, que na época lutava contra Alain Prost pelo título. Mas, diferentemente de 1985, o cavalinho rampante foi uma grandíssima surpresa. (Logo comento a outra semelhança.)

O esperado era que Red Bull e Mercedes lutassem em 2017, com Ferrari cada vez mais afogada no segundo semestre de 2016. Mas o que vimos foi bom, com Maranello se livrando dos problemas e mostrando ao mundo que era possível vencer as Flechas de Prata, conquistando inclusive uma dobradinha em Mônaco.


A segunda semelhança é entre a campanha de Lotus e Red Bull. Guardadas as devidas proporções. Ayrton Senna e Max Verstappen enfrentaram graves problemas na primeira metade do campeonato, mas no segundo semestre conseguiram virar a mesa sobre seus companheiros Elio de Angelis e Daniel Ricciardo, que passaram a sofrer sem nenhum resultado consistente, o que é característica de ambos. No fim, tanto Red Bull quanto Lotus foram superados por rivais considerados imprevísveis: Ferrari e Williams, respectivamente.

Em relação aos pilotos, gostaria de ressaltar o ótimo trabalho de Lewis Hamilton e o fraquíssimo desempenho do, até agora, superestimado Valtteri Bottas. Para os finlandeses, é preocupante. Kimi Räikkönen voltou a apresentar uma clara desmotivação, sobretudo após críticas de um arrogante Sergio Marchionne. Com a chegada de Charles Leclerc, tudo indica que o ciclo do campeão de 2007 está perto do fim.

Falando em Charles Leclerc, não esqueçamos de Antonio Giovinazzi, que substituiu Wehrlein em Melbourne e Xangai de forma admirável. Não será surpresa caso a Ferrari cave um lugar para o italiano na Haas. Mas ainda assim, Leclerc aparece como favorito à vaga de Räikkönen em 2019.

Mas já estamos falando disso? Nem a temporada de 2018 começou e já se pensa em 2019? Em Maranello sim, mas em Grove... as coisas vão de mal a pior. A exigência da Martini por um piloto de mais de 25 anos atrapalha as negociações, invalidando nomes interessantes como Kvyat e Wehrlein e dando oportunidade para Palmer, Sirotkin e Kubica.


O retorno do polonês está ameaçado. Ou estava. Os rumores são tantos que fica difícil cravar alguém ao lado de Lance Stroll. O último indicava um contrato de 7 corridas para que Kubica provasse sua capacidade, enquanto Sirotkin ficaria na espera do veredicto. Com isso, a Williams deixa cada vez mais claro seu destino infame com pay drivers, já que mesmo Kubica se tornaria um deles.

Ainda em Grove, Felipe Massa deu seu adeus definitivo da Fórmula 1 talvez de maneira melancólica se tratando de campeonato: atrás de Lance Stroll, o que condiz com o velho credo de que os números não valem mais do que a verdade. É sabido que o canadense evoluiu, mas nada que justificasse uma colocação melhor do que a do brasileiro após resultados carimbados com mais sorte do que talento.

Mais uma vez, a Force India mostrou ser a equipe mais competente do resto, superando sem dificuldade qualquer rival sério mesmo quando uma guerra interna se instaurava. Esteban Ocon evoluiu como esperado e terá sua prova de fogo em 2018. Sabendo que é um piloto bancado pela Mercedes, Bottas precisa ficar atento para melhorar seu desempenho.

Na McLaren, a decepção reinou no início, mas o fim é promissor, com um contrato de motores Renault numa mão e um chassis ótimo noutra. Talvez a maior conquista do ano sequer tenha sido isso, mas o fato de manterem Fernando Alonso.


Agora, Renault e Toro Rosso. Se olharmos para trás, é como discutir Toleman e Minardi! Ok, voltemos à realidade, que é duríssima para o time de Faenza, que perdeu o sexto posto no campeonato de construtores na última corrida do ano após seguidos e suspeitos problemas de motor. Perder a dupla original também atrapalhou, mas Hartley e Gasly não deveriam ter fraquejado num momento como esse, e não foi o que aconteceu!

Com uma Renault cada vez mais forte, Red Bull e McLaren se veem ameaçadas, sobre tudo os ingleses, já que a marca dos energéticos deve migrar-se, inteiramente, para os motores Honda em 2019 - uma jogada e tanto! Ficar preso abaixo da sempre polêmica marca francesa não será fácil para as bocas em Woking. Espero por um guerra interna caso a dupla se enfrente lado a lado nas pistas. Será interessante acompanhar.

De resto, foi uma bela temporada. O único ponto negativo foram as corridas mais mornas do que as de 2016, mas isso acaba sendo revigorado por uma disputa de título que sai da zona de conforto da Mercedes e passa a ser de duas equipes com uma rivalidade tão histórica. O Ano Novo promete, mas temo que o domínio de Hamilton continue. Um novo 2015 seria horrível.

Então é isso. O blog retorna com uma palinha do que foi 2017 e do que poderá ser 2018.

Obrigado pela atenção e voltem sempre!

Imagens tiradas do f1fanatic.co.uk.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Análise: Os pontos da (e para) virada


Com a vitória soberana conquistada em Monza, Lewis Hamilton finalmente assumiu a ponta do campeonato. Mesmo com menos vitórias, Sebastian Vettel resistiu bravamente até a décima terceira etapa, quando o jogo finalmente virou a favor da Mercedes. As vitórias do inglês na Bélgica e, agora, na Itália, não foram de surpreender alguém, mas, nessa altura da temporada, está na hora da Ferrari reagir se quiser quebrar o jejum de dez anos sem título.

A tarefa será complicada. As próximas duas corridas favorecem o carro italiano, que por ter um carro com menor distância entre eixos e um melhor desempenho sob forte calor, supera a Mercedes com certa facilidade em pistas sinuosas e países tropicais. Nessa mesma passada, a Red Bull pode se intrometer na briga, pelo menos em Cingapura, lugar exato onde a Ferrari pode tirar mais vantagem. Já imaginaram quatro carros a frente da Mercedes e com Vettel no topo do pódio? Pela matemática básica, mesmo se isso acontecer, Hamilton ainda teria boas chances de conquistar o tetracampeonato.

Ricciardo e Verstappen foram prejudicados em Monza para se beneficiarem daqui a duas semanas, e serão eles os protagonistas mais importantes, a longo prazo, da prova na Cidade-Estado asiática. Favoritos à vitória? Podem até ser. E é isso que deve afligir a Ferrari.


A realidade é que os italianos não tem, e dificilmente terão, um equipamento que se compare ao da Mercedes, sobretudo no quesito unidade de potência. Por esses e outros fatores, a equipe alemã é favorita a vitória em Abu Dhabi, por exemplo, por esta ser uma corrida que, em sua maior parte, ocorre nos gelados ventos do deserto. Assim, restariam quatro lugares onde o título tende a ser decidido, pelo menos na teoria: Austin, Hermanos Rodríguez, Interlagos e Suzuka.

Depois dos eventos de 2015 (e do Furacão Harvey) não consigo tirar uma conclusão absoluta sobre como poderá estar o Texas no final de outubro, mas, se for para apostar, apostaria tudo numa corrida quente, tal como no Brasil. Também em 2015, a corrida em Interlagos foi um das mais quentes dos últimos anos, sendo que, em 2016, choveu e a temperatura/umidade baixa aliviou os carros da Mercedes - mesmo que naquela época não havia um rival sério para ameaçar sua supremacia.

Outro ponto para se levar em conta é o tipo do traçado presente no CotA, no Hermanos Rodríguez e no José Carlos Pace. Os três são seletivos, principalmente o norte-americano. Em Interlagos, os setores 1 e 3 tendem a beneficiar a Mercedes, enquanto o setor 2, o mais longo, a Ferrari. Algo semelhante ocorre no Hermanos Rodríguez, onde o primeiro trecho favorece os carros alemães e os outros dois colocam os italianos em vantagem teórica. Também por ser a pista mais alta em relação ao nível do mar, o circuito mexicano representa um grande desafio: quanto maior altitude, menor refrigeração nos motores.

Já Suzuka... pois bem, é difícil até de prever, mas por apresentar um traçado desafiador, com curvas longas e rápidas, ela tem um toque que pode ajudar as Mercedes a lidar com a Ferrari nessas 7 últimas provas da temporada.

Pode ser cedo para falar sobre tudo isso, mas a verdade é que já podemos fazer um rascunho do que poderá acontecer nas próximas semanas. E, caso Vettel não tire vantagem das condições em Cingapura e na Malásia, será difícil não ver Hamilton campeão pela quarta vez ao final da temporada.


Agora, deixemos de lado a disputa pelo título, afinal, a Fórmula 1 não é apenas isso, nunca foi e nunca será. E por esse motivo, acredito eu, tenho certo repúdio às diversas e diversas vezes em que a Rede Globo tenta nos fazer engolir a disputa Hamilton x Vettel em denegrimento aos outros fatos desse campeonato de 2017. Será que não estaria não hora de mudar de estratégia?

Quem não se lembra das simpáticas Minardi, Jordan, Tyrrell, Super Aguri e tantas outras do fundo ou do meio do pelotão? Muita gente amava elas. E muita gente ama ver uma Force India lutando por um pódio ou uma Haas disputando posições e pontos contra Renault, Toro Rosso e McLaren. É claro que não existe uma diversidade de personalidade tão grande como antigamente, mas ainda assim é possível explorar figuras como Daniel Ricciardo, Fernando Alonso, Kevin Magnussen e Daniil Kvyat.

Toda corrida é um prato cheio de memes via rádio do espanhol. Vale esperar por cada momento? Vale! Muita gente assistia Fórmula 1 esperando apenas pela vitória de Ayrton Senna no final da corrida, sem se importar com quem estava no grid ou o que estava sendo conquistado por outros pilotos.


Por exemplo: abrir espaço para o famoso "suck my balls" de Magnussen para Hülkenberg poderia abrir a possibilidade de pessoas passarem a torcer por um ou por outro, sempre acompanhando o que cada um deles está fazendo e onde estão durante a corrida. Ficar batendo o martelo numa disputa que acontece de cinco em cinco corridas, no mínimo, cansa!

Outro exemplo: a briga interna na Force India - algo que teria tudo para ser um sucesso. Um jovem francês que "roubou" "com ajuda da Mercedes" "a vaga de Felipe Nasr" na Force India, mas que vem mostrando para que veio, com exaltações até de Reginaldo Leme (desde o ano passado, diga-se de passagem), contra um já veterano Sérgio Pérez, líder da equipe e extremamente agressivo quando precisa (às vezes até quando não precisa) ser. Não seria algo interessante para incitar a audiência a torcer e acompanhar um ou outro? O legal, acima de tudo, é que, por terem equipamentos iguais, quase sempre estão juntos na pista.

Querem mais? A evolução da Renault, Palmer ameaçado e possibilidade de Robert Kubica retornar. Será que a Renault não é uma potencial front runner até 2020? Esse Palmer sofre com esse carro! Imagina se o Kubica toma o lugar dele ano que vem? Se isso não levasse ninguém a acompanha-los de perto, eu não sei mais o que fazer - acabar com a Fórmula 1 no Brasil, quem sabe?


Agora que você, meu caro leitor, pensa que a crítica a Globo tenha acabado, saiba que está errado! Tenho uma última coisa a dizer: deem o mínimo destaque, pela graça de Deus, às médias e pequenas equipes. Uns meses atrás, o Flavio Gomes fez um interessantíssimo post que recomendo que leiam: SOBRE ONTEM DE MANHà- e digo mais, tenho total respeito pelo Galvão Bueno e só peço, junto com muitos outros, que ele mude alguns de seus hábitos nas transmissões.

Finalmente, chegamos ao que importa: a corrida em si. Tudo, infelizmente, ocorreu como o esperado sob um dia de sol em Monza. Quem tinha o melhor motor conseguiu o melhor resultado, com exceção da mega surpresa Daniel Ricciardo, que arranca elogios a cada corrida, enquanto seu companheiro tão badalado, Max Verstappen, sofre com a falta de confiabilidade, psicológico e, sem dúvida alguma, sorte. O holandês já foi acusado de ser agressivo demais na condução - um Keke Rosberg ou até mesmo um Nigel Mansell dos tempos modernos.

Mais uma vez, foi Lance Stroll que roubou o suposto papel de Felipe Massa como protagonista da Williams. Surpreendentemente, o canadense se tornou o mais jovem piloto a largar na primeira fila, quebrando um recorde que parecia inquebrável - Max Verstappen era o recordista após partir da segunda posição no GP da Bélgica de 2016. E no domingo, mais uma vez surpreendendo, Stroll teve cabeça para chegar até o final, a frente, inclusive, de Massa.


Falando no brasileiro, vale lembrar que sua vaga passou a ser especulada e associada com nomes como Fernando Alonso e Jenson Button, enquanto ele não parece estar disposto a ceder sua posição na equipe. Na corrida, Massa se envolveu nos dois principais incidentes do domingo - primeiro com Pérez e depois com Verstappen, sendo, em ambos os casos, uma figura controversa diante de um toque de corrida.

Na Force India, a crise interna não foi problema durante o fim-de-semana. Esteban Ocon, por meros 2 milésimos, conseguiu uma vaga no Q3 e, posteriormente, um lugarzinho na segunda fila. O francês chegou a sonhar com o pódio, mas a falta de chassis custou posições e a possibilidade de conquistar algo melhor do que aquele 5º lugar do GP da Espanha. De qualquer forma, Ocon agora está apenas três pontos atrás de Pérez no campeonato - e o GP do México está chegando...

Não há o que se comentar sobre Haas, Renault e Sauber, que conquistaram os resultados esperados numa pista totalmente desfavorável. Já a McLaren, depois de mostrar potencial no GP da Bélgica, confirmou que evoluiu durante as férias. Ao mesmo tempo em que negocia com a Renault, a equipe de Woking andou no pelotão médio-baixo tão bem como nunca, causando preocupação na Toro Rosso, que teme o avanço do time inglês.


Após terminar mais uma vez na frente de Räikkönen, Ricciardo conseguiu abrir no campeonato de pilotos em relação ao finlandês, deixando seis pontos de diferença entre eles. Uma conquista e tanto para aquele que é, talvez, o melhor piloto da temporada, tal como foi em 2016. Outra mexida interessante na tabela foi a de Lance Stroll, que agora está sete pontos atrás de Massa - quem disse que a Williams está somente com um piloto?

Pois bem, acredito que isso seja tudo o que tenho a falar. Se você leu até aqui, saiba que estou feliz por sua existência, complacência e decência de ler tudo isso e não criticar de forma babaca minha pessoa e minha opinião.

Até Marina Bay!

Imagens tiradas do f1fanatic.co.uk.

sábado, 29 de julho de 2017

A última corrida sem Brasil na Fórmula 1...


Passando por um fim-de-semana difícil, cheio de tonturas, Felipe Massa foi substituído por Paul di Resta para o GP da Hungria deste domingo. Por ser o único brasileiro no grid, a ausência do piloto do Williams no grid significa que a prova receberá um dado inglório: a primeira corrida de Fórmula 1 sem um brasileiro desde o GP da Itália de 1977.

Há quase 40 anos, em Monza, tanto Emerson Fittipaldi quanto Alex Dias Ribeiro não conseguiram se qualificar. Por ser uma corrida que sempre atraia olhares a mais, o GP italiano tinha um grande aumento no número de inscritos. McLaren levou um M23 para o jovem Bruno Giacomelli, piloto da Fórmula 2, e a Brabham um outro BT45B para Giorgio Francia, piloto da Alfa Romeo em endurances. Emilio de Villota, com um McLaren privado, e Brian Henton, com com seu Boro, retornam ao circo. Depois de um 1976 instável, Loris Kessel estreia em 1977 com seu Apollon Fly, um adaptação do velho Williams FW04.

Com 34 pilotos inscritos para 24 vagas no grid, era a receita para o desastre na Copersucar Fittipaldi. Tendo sofrido e não participado da corrida na Alemanha, o bicampeão Emerson voltou a não se qualificar, mesmo após conquistar três de seus onze pontos semanas antes, na Holanda, onde a vitória de Niki Lauda basicamente encaminhou o austríaco ao bicampeonato com a Ferrari.

O risco de ter apenas um brasileiro no grid...

Antes do fim-de-semana, as difíceis relações entre Lauda e Enzo Ferrari chegaram ao fim. Andreas estava fora da Ferrari e buscava uma nova equipe. Atrás de novo homem, os ferraristas vão até Mario Andretti, oferecendo-o o dobro de seu salário atual por um lugar na equipe: o norte-americano recusaria pelo fato do projeto 78 ser demasiado promissor.

Alex Dias Ribeiro com seu March seria o vigésimo quinto com 1:40.79 e Emerson Fittipaldi o vigésimo sexto com 1:40.97. Para se ter uma ideia, James Hunt marcou 1:38.08, abaixando três segundos do tempo da pole de 1976. Estava tudo acabado para os brasileiros em Monza. Pela última vez (até amanhã), nenhum brasileiro alinharia no grid de largada.

Na corrida Hunt e Scheckter, dois dos três primeiros colocados, teriam problemas e abandonariam, enquanto Mario Andretti caminharia para a vitória com Niki Lauda em segundo e um surpreendente Alan Jones, de Shadow, após largar em décimo sexto, fechando o pódio.

O GP da Itália de 1977 também seria o último em que a BRM esteve inscrita.

Imagens tiradas do Google Imagens.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Análise: Guerras declaradas


Até que, para uma corrida que após as primeiras voltas já sabíamos quem seria o vencedor, o GP do Canadá de 2017 foi ótimo. Lewis Hamilton, tal como Vettel na última etapa, não teve nenhum adversário à altura na disputa pela vitória. Enquanto Valtteri Bottas não conseguia se aproximar, talvez já fazendo papel de escudeiro, Verstappen e Ricciardo sofriam com equipamentos pífios se comparados com dos líderes.

Apesar da importância que a prova tomou após os problemas de Sebastian Vettel na largada, não seria apenas o fato do alemão ter recuperado posições de quase meio grid que estaria nas manchetes no dia seguinte. O controverso incidente entre os pilotos da Force India recebeu grande destaque, afinal, Esteban Ocon tinha chances claras de chegar ao pódio.

Vamos começar a analisar pelo fim-de-semana do vencedor, o vice-líder Lewis Hamilton. Mesmo com um domingo fácil, sem ter sua vitória ameaçada, o inglês tirou a pole position da cartola. Nos dois dias de treinos a Ferrari era claramente mais rápida do que a Mercedes, e o sonho de se igualar com Ayrton Senna no número de poles ficara mais distante para o tricampeão.

Porém, com um mesmo brilho do brasileiro, Hamilton conquistaria surpreendentemente o melhor tempo em sua melhor performance de todo fim-de-semana. O que seguiu não há como se explicar. Não era um capacete que realmente foi utilizado por Senna, naquela altura a família só entregaria depois da corrida o original, mas mesmo assim foi um dos momentos mais marcantes da temporada, que simboliza a paixão que o inglês tem pelo seu ídolo.


Enquanto seu companheiro disputa pelo título, Valtteri Bottas, cada vez mais, assume papel de escudeiro, não ameaçando de forma pífia Lewis Hamilton. É uma pena que, até esse momento do campeonato, o finlandês esteja 39 pontos atrás do britânico. Chega a ser um absurdo para um piloto que era tão promissor nos tempos de Williams. Porém, há de se esperar por uma recuperação de Bottas. Caso ela não venha, com performances apagadas tal como no GP do Canadá, ele já pode arrumar as malas em busca de outra equipe.

Não que a corrida do finlandês foi ruim. Mas passar Vettel, depois da largada ruim que o alemão teve, era uma obrigação que não foi seguida pelo dever de superar um carro inferior como o de Max Verstappen. A situação de Bottas não chega a ser tão ruim porque ele consegue levar o carro até o fim, garantindo bons pontos para a equipe que reassumiu a liderança no campeonato de construtores.

Se formos ver, a Ferrari teria sim condições de manter essa liderança. Os controversos momentos envolvendo Vettel e Räikkönen nas duas últimas provas deixam claro que, mais uma vez, obviamente, a escuderia italiana já tem seu preferido. Mas, diferentemente de Bottas, Kimi já provou sua capacidade em carros rápidos. É um piloto que sempre se destacou, mas desde 2014 vem sofrendo misteriosamente.

Não parece ser falta de motivação que tira o brilho do Iceman. Ele é amado por quase todos os fãs, tem uma família quase sempre presente nos autódromos e uma relação confortável com o companheiro. Assim, os maus desempenhos de Räikkönen podem se explicar pela pura falta de sorte, ou até mesmo, algumas vezes, de gana causada por outro elemento mais misterioso ainda.


Já Sebastian Vettel voltou a ter sua grande chance. Mesmo largando mal, sendo tocado por Verstappen e cair para as últimas posições, o alemão brilhou no domingo, ganhando posições atrás de posições até chegar em Räikkönen. Mais uma vez, problemas com o finlandês facilitaram a chegada do tetracampeão em Ocon, Pérez e Ricciardo, todos com estratégias diferentes e mais prejudiciais para aquele momento da prova se comparado ao do ferrarista.

Com a Force India sofrendo sob intensa briga interna, Vettel aproveitou e superou ambos os pilotos da equipe anglo-indiana, chegando na quarta colocação, poucos milésimos atrás de Ricciardo. O desempenho do piloto da Ferrari era tão bom que, se houvesse apenas outra volta, seria ele no lugar do australiano no pódio em Montreal.

Não veríamos o shoey de Patrick Stewart, mas, por sorte, Daniel Ricciardo conquistou o terceiro lugar pela terceira vez consecutiva. Enquanto Verstappen tem apenas um pódio, o australiano abre cada vez mais sua vantagem sobre o companheiro. Diferentemente do Mônaco, o piloto da Red Bull contou primariamente com a sorte para subir ao pódio. Já o holandês...

Sofrendo com a parca confiabilidade de seu RB13, Max Verstappen tem pouco tempo para brilhar. No Canadá, por exemplo, foram dez voltas na segunda posição, sobrevivendo aos ataques de Bottas. É lastimável uma equipe como a Red Bull estar numa situação dessas. É como se houvesse um outro pelotão intermediário, onde só há os austríacos.


Na abertura do verdadeiro pelotão intermediário, a Force India está longe de ser ameaçado por aqueles que seriam seus principais rivais. Enquanto Renault e Williams correm com apenas um piloto, a Toro Rosso não tem condições de acompanhar o ritmo da equipe indiana. Porém isso não é motivo para se perder pontos que podem se tornar tão essenciais no fim do campeonato.

Apesar da inteligente estratégia colocar Esteban Ocon na briga direta pelo pódio, tudo foi por água abaixo com Sérgio Pérez relutando, de forma corajosa, em ceder a posição. Taxado como egoísta, o ex-McLaren agiu de maneira suja com seu companheiro ao, claramente, não dificultar a passagem de Vettel e, múltiplas vezes, fechar a porta de Ocon.

Mesmo com as críticas, acredito que o mexicano fez certo, com exceção da facilidade com que o atual líder o superou na chicane que antecede a reta dos boxes. Estava torcendo por Ocon, afinal, ele se tornaria o segundo piloto mais jovem ao subir ao pódio (caso superasse Ricciardo) e o primeiro francês desde Grosjean em Spa-Francorchamps, em 2015, a conseguir tal feito.

Porém, é de se observar os erros que o jovem francês cometera. Ao invés de atacar depois do Muro dos Campeões, ele preferiu sempre forçar logo após o hairpin, não tendo tempo para colocar mais de meio carro na frente de seu companheiro. Foram erros de estreante. Mas que ainda sim não ofuscam a qualidade de Ocon, que, como lembrando muitas vezes, fora campeão da Fórmula 3 e da GP3 antes de estrear pela Manor no ano passado.


Do resto do grid, pouca coisa a se comentar. Carlos Sainz Jr tomou uma atitude admirável e de grande simbolismo ao se desculpar, pelo Twitter, com Romain Grosjean e Felipe Massa. O francês estava no ponto cego do espanhol, e isso era claro. Para um piloto jovem e com tanto potencial, Sainz já se mostrou um ótimo esportista.

Já Kvyat cometeu um tremendo erro de quem não sabe as regras da Fórmula 1. É vergonhoso saber que o russo não alinhou na última posição por não saber ou pela equipe não tê-lo avisado. Afinal, estão avisando até quando há algum carro mais rápido logo atrás. Para quem não sabe, os retrovisores servem exatamente para isso. De nada!

Palmer, Ericsson, Magnussen, Vandoorne e Wehrlein tiveram desempenhos apagados. Enquanto isso, Nico Hülkenberg fazia de tudo para conquistar um ótimo oitavo posto numa pista em que carros de motor Renault estão longe de serem os mais rápidos. Outro homem que sofreu pela incapacidade de sua unidade de potência foi, para variar, Fernando Alonso.

Após anunciar que sairá da McLaren em setembro caso não vençam uma corrida, o espanhol preferiu acompanhar a prova da IndyCar no Texas ao invés de ver seus mecânicos vencerem a corrida de canoas, pela primeira vez realizados depois de anos de hiato. A situação parece se piorar a cada dia. Quando abandonou, Alonso era décimo colocado, indo em busca de SEUS PRIMEIROS pontos na temporada. Isso, você não leu errado. O bicampeão ainda está zerado. Talvez tenhamos nos esquecido disso após sua performance na Indy 500...


A cada dia mais irônico, e muito provavelmente, devastado, Fernando Alonso parece não ter lugares para fugir em 2018. A não ser que... na Mercedes...  Bem, é meio impossível, mas como Toto Wolff falou, deixar alguém como o asturiano perambulando pelo mercado é um grande erro. Mas, se bem que temos alguém que talvez esteja atrás de seus servições. Nico Hülkenberg que o diga... lembrando que os rumores de uma possível queda de Palmer ainda em agosto aumentam a cada semana.

Por último, chegamos à Stroll e Grosjean. Mesmo depois do acidente com Sainz na primeira volta, o francês da Haas se recuperou magnificamente, superando até mesmo seu companheiro Kevin Magnussen para conquistar um importante ponto na briga interna da equipe. Apesar da recuperação, o dono da casa, Lance Stroll, ainda conseguiu superar Grosjean.

Se se intimidar, o canadense saiu da décima sétima posição para terminar em nono, conquistando seus primeiros dois pontos na Fórmula 1. Talvez, quem sabe, ele não seja tão piada dentro de seu país. Ou ainda seria? A verdade é que Stroll atingiu um feito que muitos outros pay drives jamais alcançaram: pontuar. Parabéns ao jovem...

Com os resultados da prova, Lewis Hamilton voltou a encostar em Sebastian Vettel. Valtteri Bottas se consolidou em terceiro e guerra foi declarada dentro de Force India e McLaren. No primeiro caso, ela é controlável e será boa para o público, mas no segundo... essa sim é preocupante, vexatória e triste de se acompanhar. Talvez os amores à primeira vista sejam mesmo melhores do que os outros...

domingo, 28 de maio de 2017

Pilotos da F1 que correram em Indianápolis


A notícia pegou todos nós de surpresa. Fernando Alonso irá correr nas 500 Milhas de Indianápolis, abdicando do GP de Mônaco. Esperávamos por isso há décadas, e todo o hype criado em torno da participação do espanhol já está perto do final, afinal, a prova já é neste domingo, dia 28 de maio. Apesar de toda essa "comoção" pela participação do bicampeão na Indy 500, não é a primeira vez que um piloto abdica do GP monegasco para correr no Brickyard. E também não será a última vez que veremos um Formula One driver dando uma passadinha por Indianápolis.

Hoje, na volta do blog, trago uma pequena galeria com os pilotos lado A e lado B da categoria máxima do automobilismo tentando a sorte no meio de outros 32 pilotos durante esses mais de 100 anos de história do IMS e das 500 Milhas. Espero que apreciem. Mas antes, devo alertar que deixei de foram todo e qualquer norte-americano, mesmo que este tenha corrido na Fórmula 1, como: Mario Andretti, Eddie Cheever, Mark Donohue, Masten Gregory, Danny Sullivan, Danny Ongais, Dan Gurney e outros.


Alexander Rossi: 2016/17.
Depois de quatro anos infiltrados no fundo do grid, participando de cinco provas pela Manor em 2015, o norte-americano decidiu tentar a sorte em sua terra natal. E que sorte! Acabaria vencendo a centésima edição de uma das provas mais importantes do automobilismo. E neste ano ele está no páreo de novo...


Jean Alesi: 2012.
A estrela ferrarista dos anos 90 fracassaria miseravelmente na edição de 2012 da Indy 500. Com um equipamento muito abaixo de seu real talento, Alesi foi o pior piloto de todo o mês, largando em último e recebendo bandeira preta durante a prova.


Rubens Barrichello: 2012.
Depois de onze vitórias em 326 GPs, Rubinho Barrichello se arriscou em Indianápolis em 2012, pela KV. Diferentemente de Alesi, o brasileiro não teria um maio medíocre. Conquistando o décimo lugar no grid e fazendo uma prova sem muita atenção, o ex-ferrarista foi décimo primeiro após liderar, ao menos, duas voltas.


Takuma Sato: 2010/11/12/13/14/15/16/17.
Depois de conquistar seu único pódio pela BAR em Indianápolis, Takuma Sato retornaria ao Brickyard em 2010, não parando desde então. O japonês ainda venceria corridas na IndyCar, mas o melhor que conseguiu fazer na Indy 500 foi em 2012, quando lutou pela vitória até a última volta, antes de tocar em Franchitti e bater.


Robert Doornbos: 2009.
Sua passagem relâmpago na categoria seria ainda mais demorada do que seu tempo na Indy 500. O holandês teria um conturbado mês, não conseguindo nenhum resultado expressivo e abandonando a prova no domingo.


Justin Wilson: 2008/09/10/11/12/13/14/15.
Pela fraca Dale Coyne, o inglês de mais de 1 metro e 90 centímetros conquistaria seus melhores resultados na Indy 500. Na Fórmula 1, em 2003, pela Jaguar, Wilson havia conquistado seu único ponto no misto de Indianápolis, e nos anos seguintes retornaria ao Brickyard para participar de uma prova ainda mais importante do que o GP dos EUA. Dois sétimos lugares e um quinto são seus melhores resultados.


Enrique Bernoldi: 2008.
Após sua conturbada passagem pela Arrows, Bernoldi sumiu do automobilismo internacional, reaparecendo em 2008. Em sua única participação na Indy 500, o brasileiro fez o suficiente para terminar na décima quinta posição, como o último daqueles que fecharam na mesma volta do vencedor.


Sébastien Bourdais: 2005/12/13/14/15/16/17.
Depois de bater na estreia, em 2005, Bourdais só retornaria o Brickyard em 2012, pela Dragon, sem bons resultados. Já pela KV, o francês teria suas melhores colocações numa Indy 500, com um sétimo posto em 2014 e um nono em 2016. Agora pela Dale Coyne, o tetracampeão da Champ Car sofreu grave acidente, que o tirou da prova do domingo.


Tora Takagi: 2003/04.
É duro de acreditar que alguém como Toranosuke Takagi tenha conseguido correr em Indianápolis após sua passagem pela Fórmula 1. O mais incrível ainda seria ver seu desempenho na Indy 500 de estreia, em 2003, pela Mo Nunn, onde foi o rookie do ano e conquistou um impressionante quinto lugar.


Max Papis: 2002/06/08.
Em três participações, nada de espetacular. Apesar do parentesco com Emerson Fittipaldi, Papis não tem nada no sangue que realmente inspire algo na Indy 500. Um décimo quarto lugar é seu melhor resultado.


Johnny Herbert: 2002.
Sem emprego algum, Herbert tentou arriscar na Indy em 2002, falhando em se qualificar e abandonando qualquer outra possibilidade de um retorno.


Juan Pablo Montoya: 2000/14/15/16/17.
Antes mesmo de estrear na Fórmula 1, Juan Pablo Montoya tremeu o IMS em 2000, se tornando o estreante que mais liderou voltas numa única edição. Depois de anos de abstenção, com passagens conturbadas pela F1 e pela NASCAR, o colombiano voltaria para vencer em 2015. Na última edição Montoya errou e bateu, e em 2017 ele está de volta apenas para correr em Indianápolis.


Vincenzo Sospiri: 1997.
Vindo das profundezas do lado B, Vincenzo Sospiri fracassou junto à Lola MasterCard no início de 1997. Ainda no mesmo ano, a lenda italiana participaria de uma das edições mais fracas, em termos de grid, da Indy 500, conseguindo a façanha de alinhar na primeira fila. Infelizmente, Sospiri acabaria a prova apenas na décima sétima posição.


Michele Alboreto: 1996.
Depois de se aposentar da Fórmula 1 no fim de 1994, Alboreto ressurgiu nos open wheels em Indianápolis. Um ótimo desempenho nos treinos colocou o italiano na vigésima segunda posição do grid. Infelizmente isso pouco iria servir. Ainda nas primeiras voltas, o ex-Ferrari e ex-Tyrrell abandonaria com problemas na caixa de câmbio.


Eliseo Salazar: 1995/96/97/98/99/2000/01.
Lembrado pela luta com Nelson Piquet em 1982, Salazar participaria de sete edições da Indy 500, conquistando um surpreendente quarto posto logo na estreia. Apesar disso, haveria outro resultado ainda melhor por vir. Em 2000, pela A.J. Foyt, o chileno partiu e terminou na terceira posição após dois anos de desempenhos extremamente fracos.


Jacques Villeneuve: 1994/95/2014.
Tal como Montoya, o campeão da temporada de 1997 da Fórmula 1 venceria as 500 Milhas antes mesmo de chegar à Williams. Depois de terminar em segundo na edição de 1994, Villeneuve herdou a vitória em 1995 após a controversa punição de Scott Goodyear há cinco voltas do fim. Vinte anos depois, o canadense retornaria para ser 14º.


Mauricio Gugelmin: 1994/95.
Depois de largar na penúltima fila, Gugelmin teria uma grande estreia em Indianápolis, terminando na boa décima primeira posição. No ano seguinte o brasileiro melhoraria ainda mais, largando e terminando no sexto posto, tendo liderado 59 das 200 voltas. Após a cisão de 1996, Gugelmin não voltaria a ver o Brickyard, infelizmente...


Stefan Johansson: 1993/94/95.
Apesar da boa estreia, pior apenas do que a de Nigel Mansell na edição de 1993, Johansson decaiu nas duas edições seguintes, tendo um décimo primeiro lugar como melhor resultado e, tal como Gugelmin, jamais retornando a Indianápolis após a cisão da IndyCar.


Nigel Mansell: 1993/94.
Depois de conquistar seu tão sonhado título de campeão do mundo pela Williams em 1992, o Leão foi à América para ser novamente campeão de algo (quem diria!). Durante os anos em que esteve lá, obviamente, Mansell correu em Indianápolis. Dominando a tarde no IMS, a falta de experiência do britânico custaria-lhe a vitória. Na relargada, Fittipaldi e Luyendyk passaram pelo Leão que ficou com o terceiro lugar. No ano seguinte, Mansell seria atingido por Vitolo nos boxes e abandonaria.


Nelson Piquet: 1992/93.
O tricampeão mundial foi mais rápido do que seu grande rival. Chegou à Indianápolis primeiro. Porém, 1992 não é um ano para se lembrar. No dia 7 de maio, o brasileiro rodou na curva 4 e bateu de frente no muro de proteção, quebrando as pernas. Um ano depois, Piquet estaria recuperado para estrear no Brickyard. Seria sua última vez em Indianápolis, acabando de forma melancólica: motor estourado.


Fabrizio Barbazza: 1987/92.
Antes mesmo de estrear na Fórmula 1, Fabrizio Barbazza teria uma grande estreia na Indy 500, tendo largado no meio do pelotão para chegar na ótima terceira colocação. Anos depois o italiano estaria de volta, mas apenas até sofrer forte acidente nos treinos livres, decretando o fim de sua carreira no Brickyard.


Roberto Moreno: 1986/94/99/2007.
Mais de vinte anos separaram sua primeira e última aparição em Indianápolis, mas mesmo assim o brasileiro participou de apenas quatro provas, não conseguindo se qualificar para a edição de 1994. Seu melhor resultado seria um décimo nono lugar na prova de estreia, enquanto, em 2007, sofreria um acidente nas primeiras voltas.


Raul Boesel: 1985/86/87/88/89/90/92/93/94/95/96/97/98/99/2000/01/02.
Apesar de colecionar três largadas na primeira fila, Raul Boesel nunca conseguiu vencer em Indianápolis, tendo um terceiro e um quarto lugar como melhores resultados. Em quase vinte anos de participações, o brasileiro ainda conseguiria outros dois top ten, além de um terceiro posto no grid de largada em 2002, conquistado aos 45 anos.


Roberto Guerrero: 1984/85/86/87/88/89/90/91/92/93/94/95/96/97/98/99/2000/01.
Em suas quatro primeiras aparições nos EUA, Roberto Guerrero conquistaria resultados tremendamente surpreendentes: dois segundos lugares, um terceiro e um quarto. Porém seu momento mais memorável também seria um dos mais tristes. Tendo nunca ganhado, o colombiano partia da pole na edição de 1992, mas acabou rodando ainda nas primeiras voltas de apresentação, abandonando.


Jim Crawford: 1984/85/86/87/88/89/90/91/92/93/94/95.
Sua veloz passagem pela Fórmula 1, correndo de Lotus em 1975, seria ainda mais rápida do que algumas de suas aventuras em Indianápolis, onde acumulou três não-qualificações e apenas um top ten, conquistado em 1988 pela King. Além daquele sexto lugar, Crawford é lembrado pelos seus acidentes em 1987, quando fraturou a perna, e 1990, quando levantou voo.


Emerson Fittipaldi: 1984/85/86/87/88/89/90/91/92/93/94/95.
Depois de se tornar bicampeão, arriscar sua carreira com a Copersucar e se aposentar, Emerson Fittipaldi decidiu voltar (!), mas agora nos EUA. Sua primeira Indy 500 foi catastrófica, marcada por problemas, porém, até o fim da década, o brasileiro se tornaria o primeiro estrangeiro a vencer em Indianápolis desde 1966. De forma controversa, Fittipaldi e Al Unser Jr. se tocaram perto do fim, com Little Al indo para o muro após o toque. Quatro anos depois, mais que experiente, Emmo superou Mansell e segurou Luyendyk para vencer pela segunda e última vez. Em sua última aparição, a estranha estratégia da Penske tirou-o da prova.


Teo Fabi: 1983/84/88/89/90/93/94/95.
Sua arrasadora estreia com pole position foi o suficiente para coloca-lo na Fórmula 1, mas não no hall de vencedores da Indy 500. Nas cinco primeiras tentativas, apenas decepções, vindo a conquistar seus melhores resultados em 1994 e 1995, com um sétimo e um nono lugar respectivamente. Infelizmente, aquela pole de 1983 foi um dos mais clássicos one-off da Indy.


Derek Daly: 1983/84/85/86/87/88/89.
Após fracassar na Fórmula 1, Derek Daly decidiu tentar a sorte nos EUA. Sem chamar muita atenção, conquistou resultados medianos e apenas uma não qualificação, causada pela chuva que caiu exatamente quando entraria na pista. Atualmente, seu filho, Conor, corre e participará das 500 Milhas deste domingo.


Héctor Rebaque: 1982.
Em sua única participação em Indianápolis, um ano após ser companheiro do campeão Nelson Piquet na Brabham, Héctor Rebaque não fez feio, largando em décimo quinto e fechando na décima terceira posição em edição marcada pela morte de Gordon Smiley e pela disputa entre Johncock e Mears.


Clay Regazzoni: 1977.
Após ser demitido da Ferrari, Clay Regazzoni continuou na Fórmula 1 e ainda tentou algo no Brickyard. Tal como Mario Andretti, o suíço precisou fazer viagens rápidas entre Mônaco e os EUA para conseguir se qualificar para ambas as provas, o que ele fez mesmo depois de sofrer forte acidente nos treinos livres. Apesar disso, a corrida de Regazzoni não seria boa, abandonando na volta 25 e nunca mais retornando ao IMS.


Vern Schuppan: 1976/77/79/80/81/82.
Apesar de colecionar três não-qualificações, Vern Schuppan conquistou um terceiro lugar na prova de 1981 depois de largar na décima oitava posição. Antes de suas aventuras em Indianápolis, o australiano havia passado pelas equipes Ensign e Hill, e ainda correria pela Surtees em 1977.


Graham McRae: 1973.
Mais obscuro do que Vincenzo Sospiri, Graham McRae era um neozelândes que participou do GP da Grã-Bretanha de 1973 pela equipe Frank Williams. Algumas semanas antes ele estava na negra edição de 1973 da Indy 500, marcada pela morte de Art Pollard e Swede Savage. Sem se destacar, McRae abandonou na volta 91.


David Hobbs: 1971/73/74/76.
Depois de uma pequena passagem pela Fórmula 1, David Hobbs participou de quatro edições das 500 Milhas de Indianápolis. Em 1974, seu melhor ano, o britânico largou em nono e terminou na quinta posição.



Chris Amon: 1970.
Até mesmo Chris Amon tentou se qualificar no início da década de 1970, mas, tal como McLaren, não conseguiu.


Bruce McLaren: 1968/70.
Em ambas as tentativas, Bruce McLaren falhou ao tentar se qualificar para a prova, não repetindo o feito de seus colegas.


Mike Spence: 1968.
Pouco tempo depois da morte de Jim Clark, Colin Chapman convidou Mike Spence para correr na Indy 500. O britânico aceitou. Mas desta vez ele teria o maior desafio de sua carreira: ele testaria o revolucionário Lotus turbina, o modelo 56. Em sua segunda volta do dia 7 de maio, Spence perdeu o controle de seu carro e foi direto no muro. A roda acabou indo direto para o cockpit, atingindo a cabeça do inglês. Depois de 37 GPs na Fórmula 1 e um pódio, Mike morrera aos 31 anos.


Denny Hulme: 1967/68/69/70/71.
No mesmo ano em que foi campeão do mundo, Denny Hulme apareceu no Brickyard junto com outros grandes nomes do circo da Fórmula 1. Sem deixar barato para os colegas da América, o neozelandês conquistou um ótimo quarto lugar, que seria repetido no ano seguinte. Em suas duas últimas participações, problemas deixaram Hulme fora da briga pela vitória.


Jochen Rindt: 1967/68/69.
Está aqui um piloto que nunca se impressionou com o IMS. Jochen Rindt apareceu apenas duas vezes para correr, mas mesmo assim nunca conseguiu um resultado expressivo. Sofrendo com a falta de sorte, muitos problemas afligiram o futuro campeão que, depois de 1969, nunca mais pensou em voltar.


Jackie Stewart: 1966/67/68.
Depois de largar em décimo primeiro e escapar da confusão da primeira volta, Jackie Stewart se viu na liderança da Indy 500 há poucas voltas do fim. Porém, problemas em seu carro entregaram a vitória para Graham Hill. No ano seguinte o escocês abandonaria no meio da prova, enquanto que em 1968 sequer conseguiria uma vaga no grid.



Pedro Rodríguez: 1964/67.
Em ambas as oportunidades, o mexicano não conseguiu se qualificar para a prova.



Graham Hill: 1963/66/67/68/69.
Depois de não se qualificar em 1963, Hill viu sua grande chance cair dos céus em 1966, ganhando um vaga no grid e vencendo de forma surpreendente a prova. Nos dois anos seguintes, o inglês não conseguiria completar a prova, e em 1969 abandonou as chances de uma segunda conquista. De qualquer forma, esta vitória, somada à 5 em Mônaco e a outra em Le Mans, deram ao britânico a Tríplice Coroa do Automobilismo.




Jim Clark: 1963/64/65/66/67.
Depois de errar duas vezes e perder a vitória na estreia, Jim Clark voltou a ter sua grande chance em 1965, tendo abandonado na edição de 1964. Com sobras, o escocês voador venceria no Brickyard após abdicar de sua participação no GP de Mônaco. O título na Fórmula 1, ainda no mesmo ano, deu à Clark a honra de ter vencido a Indy 500 e o mundial de F1 no mesmo ano. Novamente, agora em 1966, erros custaram a vitória do grande protegido de Chapman, que abandonaria a prova em sua última aparição.



Jack Brabham: 1961/64/69/70.
Assustando os americanos ao aparecer com um carro de perfil baixo e motor traseiro, Jack Brabham revolucionou o automobilismo nos EUA. Apesar de nunca ter vencido, o australiano sempre teve um bom desempenho no IMS, tendo como melhor resultado o nono lugar conquistado em sua estreia.


Juan Manuel Fangio: 1958.
Já perto do fim de sua carreira, Fangio estava querendo conquistar pontos para se manter na briga pelo título na Fórmula 1. Sem conseguir ganhar velocidade em nenhum dos treinos, o argentino decidiu desistir e abandonar sua única inscrição numa 500 Milhas de Indianápolis.



Giuseppe Farina: 1956/57.
Seis anos depois de seu título mundial, Farina estrearia na Indy 500. Sofrendo por causa da chuva, Nino foi incapaz de se qualificar em 1956. Um ano depois, sem conseguir ganhar velocidade, viu seu companheiro Keith Andrews pegar seu carro para tentar alguma coisa. Infelizmente, o norte-americano sofreria um grave acidente que custou-lhe a vida. Farina então se retirou da prova.



Alberto Ascari: 1952.
A história já foi contada aqui no blog. Na única vez que Enzo Ferrari inscreveu um de seus carros para as 500 Milhas de Indianápolis, Alberto Ascari esteve perto da luta pela vitória. Galgando posições após um treino de classificação difícil, o italiano enfrentaria problemas que o tirariam da corrida enquanto era nono colocado. A Scuderia Ferrari nunca mais estaria presente na Indy.



Luigi Villoresi: 1946.
Enquanto a Fórmula 1 engatinhava, Luigi Villoresi tentou participar da primeira edição pós-guerra da Indy 500. Mesmo sem muita experiência em ovais, o italiano conseguiu se qualificar e fazer uma ótima prova, terminando no sétimo posto e na mesma volta do líder.



Louis Chiron: 1929.
Com seus joviais 29 anos de idade, Chiron fez sua única participação mais de vinte anos antes do surgimento do mundial de Fórmula 1, da qual correria e conquistaria um pódio (!). De qualquer forma, é de se postular sua existência naquela edição de 1929. Depois de largar em décimo quarto, o monegasco galgou posições de forma soberba para terminar em sétimo.

BÔNUS

A lenda alemã de Rudolf Caracciola tentou se qualificar para a Indy 500 de 1946,
pouco menos de dez anos depois de seu tricampeonato na Europa.

Louis Wagner foi o primeiro vencedor dos GPs da Grã-Bretanha e dos EUA,
tendo participado da Indy 500 em 1919.

Jules Goux foi um dos melhores pilotos da década de 10, vencendo provas
na Espanha, na França e também nos EUA. Se tornou o primeiro vencedor
estrangeiro da Indy 500 em 1913.

Christian Lautenschlager, venceu o GP da França de 1914, o último antes
do assassinato de Franz Ferdinand e do início da I Guerra Mundial. Quase dez
anos depois, o alemão participaria, de forma tímida, da Indy 500.

Vincenzo Trucco venceu a Targa Florio de 1908, foi amigo de Alfieri Maserati
e participou da Indy 500 de 1913.

Dario Resta venceu a Indy 500 de 1916 e quebrou diversos recordes de velocidade
durante a década. Participou também de provas na França e na Inglaterra.

René Dreyfus falhou em sua tentativa de se qualificar em 1940.

Até mesmo Baconin Borzacchini já teve seu nome associado à Indianápolis.
O italiano participou da edição de 1930, um ano antes do início do Campeonato
Europeu de Automobilismo, na qual foi terceiro em 1931 e vice em 1932.

Pietro Bordino venceu o GP da Itália de 1922 e participou da Indy 500 de 1925.

Jean Porporato participou de GPs da França, Targa Florio, 24 Horas de Le Mans,
TT e outras importantes provas do início do século passado.
Participou da Indy 500 em 1915 e 1920.

Jean Chassagne era um grande piloto francês nas primeiras décadas do
século XX, tendo vencido o Tourist Trophy de 1922. Participou das 500 Milhas
em 1914, 1920 e 1921.

Théodore Pilette foi o primeiro piloto de sua família, tendo conquistado
um quinto lugar em sua única aparição, em 1913.


Espero que tenham gostado. E também espero que este seja o marco da volta do blog à ativa. Até breve.