Acabei não tendo tempo para colocar uma coluna semanal da semana passada, então essa é a "edição" de 7 dias atrás, e olha que só está "saindo do forno" na quinta-feira, amanhã tem mais. Chegamos á parte 7, quem diria, agora na década de 1960, época em que os garagistas começaram a tomar conta da F-1, com grandes pilotos da estirpe de von Trips, Hill, Hill, Surtees, Hulme, Brabham, Moss, Clark, Rindt, Courage e Stewart.
Cinco Carros Apenas, e Surpresa
Confesso que nunca fui fã dos estadunidenses na F-1, tirando Dan Gurney, mas sei que devo respeitar os títulos e vitórias conquistados por Phil Hill e Mario Andretti. O último citado ainda era um pequeno jovem sonhador na categoria no começo dos anos 70, mesmo assim já era uma esperança para o país do "Tio Sam". Correndo pela March, Andretti se classificou em 16º para o GP da Espanha, realizado em Jarama.
No domingo, sol, e uma primeira volta confusa, com o forte acidente de Oliver e Ickx, que congestionou toda a pista naquela curva. Na continuidade da corrida, os pilotos começariam a ter vários problemas, sofrendo com o forte calor espanhol. O carro da March se mostrou forte na questão da confiabilidade, e deu no que deu, Mario em 3º, com Servoz-Gavin em 5º.
Brasil-sil-sil
Jochen Rindt havia morrido um mês antes, e agora a Lotus ainda torcia para ver o piloto se tornar o primeiro campeão póstumo da categoria. Quem poderia ajuda-los? Emerson Fittipaldi e Reine Wissell, que fizeram sua parte em Watkins Glen. O brasileiro largou em terceiro, e aos poucos chegou á ponta, para não soltar mais até sua primeira vitória além do primeiro pódio. O sueco teve mais dificuldade, veio de 9º, mas mesmo assim também comemorou seu primeiro pódio com o 3º posto. Resultado final: Rindt campeão e uma nova estrela do automobilismo surgindo...
A Única Vez de Pescarolo
Aqueles, como eu, que são mais ligados na F-1 do que em qualquer outro esporte á motor, nem sequer sabe quem foi "esse tal" de Henri Pescarolo, mas nada que um pouco de pesquisa não possa ajudar; Simplificando, o francês venceu quatro vezes as 24 Horas de Le Mans, sendo três delas seguidas. Correndo pela March em 1970, essa temporada seria sua primeira completa na categoria.
Largando em 7º, uma posição atrás de seu companheiro, Beltoise, Henri fez uma bela corrida, conseguindo superar até mesmo Denny Hulme, que largara em 3º. Ele bem que poderia ter sido o segundo colocado, mas Jack Brabham conseguiu dar a ré a tempo antes que Pescarolo passasse por ele. Com isso, o GP de Mônaco de 1970 marcou-se por dar o único pódio do francês na F-1...
A Única Vez de Stommelen
Mais uma com esse título, agora numa fantástica corrida em Österreichring, naquele mesmo. Já pensou em dois pilotos fazerem a mesma melhor volta da corrida, e ambos aparecerem nos resultados oficias da corrida como sendo os pilotos que fizeram a volta mais rápida? Sim, isso aconteceu logo nessa corrida, quando Jacky Ickx e Clay Regazzoni marcaram 1:40:4, ambos sendo da Ferrari, e terminando numa diferença pouco maior de meio segundo.
Rolf Stommelen estava correndo quase que em casa, já que a Áustria é um vizinho da Alemanha, mas isso não impediu o mal desempenho de sua Brabham, que o colocou em 17º. O piloto do carro número 11 escapou de qualquer incidente da corrida e também dos problemas nos motores, além de superar pilotos que haviam largada á sua frente, entre eles Amon, Giunti, Beltoise e Jack Brabham...
Amon, O Melhor Dos Não Vencedores?
Chris Amon, um dos pilotos mais azarados de todos os tempos, andando até mesmo na Ferrari numa época em que a equipe queria voltar ao topo ainda com pilotos italiano, que foram se esgotando de um a um. O neozelandês não teve muitas alegrias em 1969, abandonando todas as corrida em que fez menos uma, esta foi o GP da Holanda, disputada em Zandvoort, que deu a ele o seu último pódio no colo de Enzo Ferrari...
O Primeiro de Piers Courage
Descoberto por Frank Williams, Piers Courage se mostrava como um futuro campeão da "terra da Rainha", mas quase sempre abandonando pro problemas em sua Brabham. O GP de Mônaco ainda era apenas a 3º corrida da temporada, que já estava ruim para Courage, que precisava marcar pontos imediatamente. Largando na 9º colocação, o jovem britânico conseguiu superar Jo Siffert e foi beneficiado pelos vários abandonos, terminando em 2º...
O Último de Surtees e Courage
Como já falei, Piers Courage era um piloto promissor que estava nas mão de Frank Williams e já havia conquistado um pódio em Mônaco. Agora, sem ele saber, ele acabaria subindo ao pódio pela última vez, da mesma forma de outro consagrado pilotos, John Surtees, campeão de 1964. O britânico já estava ultrapassado para a época, sem ter maneira de concorrer com os grandes, John se tornou um piloto do meio do pelotão, mas ainda com muita energia para ser queimada.
Disputado em Watkins Glen, o GP dos EUA de 1969 viu Graham Hill bater violentamente e Jochen Rindt mostrar o que estava por vim na temporada seguinte. Quem deu show mesmo foram os dois britânicos, que estavam no meio do grid, e mesmo assim conseguiram um segundo e terceiro lugar, consagrando-os definitivamente.
O Pódio de Brian Redman
Se você reclama de uma época que correm apenas 20 carros, isso que havia o risco de apenas 18, fique sabendo que boa parte da década de 50 e 60 teve corridas com pouco mais de 10 carros. Um dos melhores exemplos é o GP da Espanha de 1968, quando apenas 13 carros largaram, já que Brabham, teve problemas antes da partida. Brian Redman foi o único piloto a levar mais de 3s, e havia se classificado em último.
Apenas cinco carros cruzaram a linha de chegada em Jarama, tendo Graham Hill como vencedor, Denny Hulme em segundo e.... Brian Redman em terceiro, depois de se beneficiar com vários abandonos e segurar Scarfiotti, que tinha o mesmo carro... Aquela foi a única vez de Brian no pódio, já que dificilmente participava das corridas validas para o Campeonato.
Attwood vs Hill, E 46 Ano Antes de Jules...
Richard Attwood sempre foi um piloto mediano, que sempre torcia para um número enorme de abandonos para conseguir algum resultado expressivo, que veio em 1968, no GP monegasco, que também marcou o único pódio de Lucien Bianchi, o tio-avó de Jules. O belga largou em 14º dos 16 que largaram, enquanto Attwood conquistou um bom 6º posto.
Com o passar da longa corrida, acidentes e problemas tiraram importantes pilotos da briga, e colocaram Lucien e Richard no pódio, e o mais incrível, o britânico atacava nada menos nada mais do que Graham Hill, que aguentou a pressão para ser o 1º colocado novamente. Mais uma vez, apenas cinco pilotos terminaram. agora colocando o nome de dois na história da categoria...
O Único Pódio de Johnny Servoz-Gavin
Servoz-Gavin nunca foi um piloto que sempre tentava participar de todas as provas, para você ter um ideia, em 1968 ele fez apenas quatro corridas e com isso teve sua temporada mais longa na categoria. Nesse mesmo ano acabaria subindo ao pódio surpreendentemente, superando Ickx e terminando em 2º no GP da Itália de 1968, mostrando que era talentoso o bastante para calar uma torcida tifosi...
O Primeiro Pódio de Jackie Oliver
Oliver jamais foi um piloto tão talentoso quanto se esperava, fez uma boa quantidade de temporadas na categoria, mas quando teve chance desperdiçou-a. Ainda sendo considerado como uma jovem promessa, Jackie corria com uma Lotus em 1968, sempre tentando mostrar ser tão bom quanto Graham Hill, que venceria o GP do México de 1968, corrida em que Oliver largou apenas em 14º e conseguiu superar Rodriguez, Siffert e Stewart para ser o terceiro colocado.
A Quase Vitória Africana
África do Sul na F-1, quando pensamos nisso relembramos de Kyalami e de Jody Scheckter, mas deveríamos também lembrar de outros africanos pioneiros de seu continente, entre eles John Love. Pela primeira vez, Kyalami estava sendo usado oficialmente pela F-1 em 1967, e já com mais de 40 anos, John Love havia se inscrito para a corrida com um antigo Cooper, que rendeu e colocou ele na primeira colocação nas últimas voltas.
Era um sonho sendo realizado, com Love se aproximando de uma vitória quase improvável, superando pilotos que sempre estavam no circo da F-1. Mas... infelizmente, a gasolina estava acabando, forçando a paragem do piloto, que voltou e manteve a segunda colocação, conquistando seu único pódio na F-1.
Itália! Itália! Itália!
(Ou seria: Ferrari! Ferrari! Ferrari!) Na década de 1950, o domínio italiano era evidente, especialmente no início da F-1, mas com o passar dos anos o país banhado pelo Mar Mediterrâneo perdeu o brilho. A última vez que se viu um italiano vencer em casa com um carro italiano foi Ludovico Scarfiotti, no GP da Itália de 1966.
Ludovico nunca correu uma temporada inteira, e aquela seria sua primeira e única participação na temporada de 1966. Largando em 2º, logo atrás de Mike Parkes, Scarfiotti dominou a prova ao lado do companheiro, vencendo pela única vez na F-1, e dando a Itália o último gostinho de dominação no esporte, que estava sendo dominado pelos talentos e garagistas britânicos...
Aqui acabo com as Surpresas no Pódio da semana passada, amanhã tem mais. Obrigado por ler.
Imagens tiradas do Google Imagens e GPExperts
Nenhum comentário:
Postar um comentário