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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Análise: Os pontos da (e para) virada


Com a vitória soberana conquistada em Monza, Lewis Hamilton finalmente assumiu a ponta do campeonato. Mesmo com menos vitórias, Sebastian Vettel resistiu bravamente até a décima terceira etapa, quando o jogo finalmente virou a favor da Mercedes. As vitórias do inglês na Bélgica e, agora, na Itália, não foram de surpreender alguém, mas, nessa altura da temporada, está na hora da Ferrari reagir se quiser quebrar o jejum de dez anos sem título.

A tarefa será complicada. As próximas duas corridas favorecem o carro italiano, que por ter um carro com menor distância entre eixos e um melhor desempenho sob forte calor, supera a Mercedes com certa facilidade em pistas sinuosas e países tropicais. Nessa mesma passada, a Red Bull pode se intrometer na briga, pelo menos em Cingapura, lugar exato onde a Ferrari pode tirar mais vantagem. Já imaginaram quatro carros a frente da Mercedes e com Vettel no topo do pódio? Pela matemática básica, mesmo se isso acontecer, Hamilton ainda teria boas chances de conquistar o tetracampeonato.

Ricciardo e Verstappen foram prejudicados em Monza para se beneficiarem daqui a duas semanas, e serão eles os protagonistas mais importantes, a longo prazo, da prova na Cidade-Estado asiática. Favoritos à vitória? Podem até ser. E é isso que deve afligir a Ferrari.


A realidade é que os italianos não tem, e dificilmente terão, um equipamento que se compare ao da Mercedes, sobretudo no quesito unidade de potência. Por esses e outros fatores, a equipe alemã é favorita a vitória em Abu Dhabi, por exemplo, por esta ser uma corrida que, em sua maior parte, ocorre nos gelados ventos do deserto. Assim, restariam quatro lugares onde o título tende a ser decidido, pelo menos na teoria: Austin, Hermanos Rodríguez, Interlagos e Suzuka.

Depois dos eventos de 2015 (e do Furacão Harvey) não consigo tirar uma conclusão absoluta sobre como poderá estar o Texas no final de outubro, mas, se for para apostar, apostaria tudo numa corrida quente, tal como no Brasil. Também em 2015, a corrida em Interlagos foi um das mais quentes dos últimos anos, sendo que, em 2016, choveu e a temperatura/umidade baixa aliviou os carros da Mercedes - mesmo que naquela época não havia um rival sério para ameaçar sua supremacia.

Outro ponto para se levar em conta é o tipo do traçado presente no CotA, no Hermanos Rodríguez e no José Carlos Pace. Os três são seletivos, principalmente o norte-americano. Em Interlagos, os setores 1 e 3 tendem a beneficiar a Mercedes, enquanto o setor 2, o mais longo, a Ferrari. Algo semelhante ocorre no Hermanos Rodríguez, onde o primeiro trecho favorece os carros alemães e os outros dois colocam os italianos em vantagem teórica. Também por ser a pista mais alta em relação ao nível do mar, o circuito mexicano representa um grande desafio: quanto maior altitude, menor refrigeração nos motores.

Já Suzuka... pois bem, é difícil até de prever, mas por apresentar um traçado desafiador, com curvas longas e rápidas, ela tem um toque que pode ajudar as Mercedes a lidar com a Ferrari nessas 7 últimas provas da temporada.

Pode ser cedo para falar sobre tudo isso, mas a verdade é que já podemos fazer um rascunho do que poderá acontecer nas próximas semanas. E, caso Vettel não tire vantagem das condições em Cingapura e na Malásia, será difícil não ver Hamilton campeão pela quarta vez ao final da temporada.


Agora, deixemos de lado a disputa pelo título, afinal, a Fórmula 1 não é apenas isso, nunca foi e nunca será. E por esse motivo, acredito eu, tenho certo repúdio às diversas e diversas vezes em que a Rede Globo tenta nos fazer engolir a disputa Hamilton x Vettel em denegrimento aos outros fatos desse campeonato de 2017. Será que não estaria não hora de mudar de estratégia?

Quem não se lembra das simpáticas Minardi, Jordan, Tyrrell, Super Aguri e tantas outras do fundo ou do meio do pelotão? Muita gente amava elas. E muita gente ama ver uma Force India lutando por um pódio ou uma Haas disputando posições e pontos contra Renault, Toro Rosso e McLaren. É claro que não existe uma diversidade de personalidade tão grande como antigamente, mas ainda assim é possível explorar figuras como Daniel Ricciardo, Fernando Alonso, Kevin Magnussen e Daniil Kvyat.

Toda corrida é um prato cheio de memes via rádio do espanhol. Vale esperar por cada momento? Vale! Muita gente assistia Fórmula 1 esperando apenas pela vitória de Ayrton Senna no final da corrida, sem se importar com quem estava no grid ou o que estava sendo conquistado por outros pilotos.


Por exemplo: abrir espaço para o famoso "suck my balls" de Magnussen para Hülkenberg poderia abrir a possibilidade de pessoas passarem a torcer por um ou por outro, sempre acompanhando o que cada um deles está fazendo e onde estão durante a corrida. Ficar batendo o martelo numa disputa que acontece de cinco em cinco corridas, no mínimo, cansa!

Outro exemplo: a briga interna na Force India - algo que teria tudo para ser um sucesso. Um jovem francês que "roubou" "com ajuda da Mercedes" "a vaga de Felipe Nasr" na Force India, mas que vem mostrando para que veio, com exaltações até de Reginaldo Leme (desde o ano passado, diga-se de passagem), contra um já veterano Sérgio Pérez, líder da equipe e extremamente agressivo quando precisa (às vezes até quando não precisa) ser. Não seria algo interessante para incitar a audiência a torcer e acompanhar um ou outro? O legal, acima de tudo, é que, por terem equipamentos iguais, quase sempre estão juntos na pista.

Querem mais? A evolução da Renault, Palmer ameaçado e possibilidade de Robert Kubica retornar. Será que a Renault não é uma potencial front runner até 2020? Esse Palmer sofre com esse carro! Imagina se o Kubica toma o lugar dele ano que vem? Se isso não levasse ninguém a acompanha-los de perto, eu não sei mais o que fazer - acabar com a Fórmula 1 no Brasil, quem sabe?


Agora que você, meu caro leitor, pensa que a crítica a Globo tenha acabado, saiba que está errado! Tenho uma última coisa a dizer: deem o mínimo destaque, pela graça de Deus, às médias e pequenas equipes. Uns meses atrás, o Flavio Gomes fez um interessantíssimo post que recomendo que leiam: SOBRE ONTEM DE MANHà- e digo mais, tenho total respeito pelo Galvão Bueno e só peço, junto com muitos outros, que ele mude alguns de seus hábitos nas transmissões.

Finalmente, chegamos ao que importa: a corrida em si. Tudo, infelizmente, ocorreu como o esperado sob um dia de sol em Monza. Quem tinha o melhor motor conseguiu o melhor resultado, com exceção da mega surpresa Daniel Ricciardo, que arranca elogios a cada corrida, enquanto seu companheiro tão badalado, Max Verstappen, sofre com a falta de confiabilidade, psicológico e, sem dúvida alguma, sorte. O holandês já foi acusado de ser agressivo demais na condução - um Keke Rosberg ou até mesmo um Nigel Mansell dos tempos modernos.

Mais uma vez, foi Lance Stroll que roubou o suposto papel de Felipe Massa como protagonista da Williams. Surpreendentemente, o canadense se tornou o mais jovem piloto a largar na primeira fila, quebrando um recorde que parecia inquebrável - Max Verstappen era o recordista após partir da segunda posição no GP da Bélgica de 2016. E no domingo, mais uma vez surpreendendo, Stroll teve cabeça para chegar até o final, a frente, inclusive, de Massa.


Falando no brasileiro, vale lembrar que sua vaga passou a ser especulada e associada com nomes como Fernando Alonso e Jenson Button, enquanto ele não parece estar disposto a ceder sua posição na equipe. Na corrida, Massa se envolveu nos dois principais incidentes do domingo - primeiro com Pérez e depois com Verstappen, sendo, em ambos os casos, uma figura controversa diante de um toque de corrida.

Na Force India, a crise interna não foi problema durante o fim-de-semana. Esteban Ocon, por meros 2 milésimos, conseguiu uma vaga no Q3 e, posteriormente, um lugarzinho na segunda fila. O francês chegou a sonhar com o pódio, mas a falta de chassis custou posições e a possibilidade de conquistar algo melhor do que aquele 5º lugar do GP da Espanha. De qualquer forma, Ocon agora está apenas três pontos atrás de Pérez no campeonato - e o GP do México está chegando...

Não há o que se comentar sobre Haas, Renault e Sauber, que conquistaram os resultados esperados numa pista totalmente desfavorável. Já a McLaren, depois de mostrar potencial no GP da Bélgica, confirmou que evoluiu durante as férias. Ao mesmo tempo em que negocia com a Renault, a equipe de Woking andou no pelotão médio-baixo tão bem como nunca, causando preocupação na Toro Rosso, que teme o avanço do time inglês.


Após terminar mais uma vez na frente de Räikkönen, Ricciardo conseguiu abrir no campeonato de pilotos em relação ao finlandês, deixando seis pontos de diferença entre eles. Uma conquista e tanto para aquele que é, talvez, o melhor piloto da temporada, tal como foi em 2016. Outra mexida interessante na tabela foi a de Lance Stroll, que agora está sete pontos atrás de Massa - quem disse que a Williams está somente com um piloto?

Pois bem, acredito que isso seja tudo o que tenho a falar. Se você leu até aqui, saiba que estou feliz por sua existência, complacência e decência de ler tudo isso e não criticar de forma babaca minha pessoa e minha opinião.

Até Marina Bay!

Imagens tiradas do f1fanatic.co.uk.

sábado, 29 de julho de 2017

A última corrida sem Brasil na Fórmula 1...


Passando por um fim-de-semana difícil, cheio de tonturas, Felipe Massa foi substituído por Paul di Resta para o GP da Hungria deste domingo. Por ser o único brasileiro no grid, a ausência do piloto do Williams no grid significa que a prova receberá um dado inglório: a primeira corrida de Fórmula 1 sem um brasileiro desde o GP da Itália de 1977.

Há quase 40 anos, em Monza, tanto Emerson Fittipaldi quanto Alex Dias Ribeiro não conseguiram se qualificar. Por ser uma corrida que sempre atraia olhares a mais, o GP italiano tinha um grande aumento no número de inscritos. McLaren levou um M23 para o jovem Bruno Giacomelli, piloto da Fórmula 2, e a Brabham um outro BT45B para Giorgio Francia, piloto da Alfa Romeo em endurances. Emilio de Villota, com um McLaren privado, e Brian Henton, com com seu Boro, retornam ao circo. Depois de um 1976 instável, Loris Kessel estreia em 1977 com seu Apollon Fly, um adaptação do velho Williams FW04.

Com 34 pilotos inscritos para 24 vagas no grid, era a receita para o desastre na Copersucar Fittipaldi. Tendo sofrido e não participado da corrida na Alemanha, o bicampeão Emerson voltou a não se qualificar, mesmo após conquistar três de seus onze pontos semanas antes, na Holanda, onde a vitória de Niki Lauda basicamente encaminhou o austríaco ao bicampeonato com a Ferrari.

O risco de ter apenas um brasileiro no grid...

Antes do fim-de-semana, as difíceis relações entre Lauda e Enzo Ferrari chegaram ao fim. Andreas estava fora da Ferrari e buscava uma nova equipe. Atrás de novo homem, os ferraristas vão até Mario Andretti, oferecendo-o o dobro de seu salário atual por um lugar na equipe: o norte-americano recusaria pelo fato do projeto 78 ser demasiado promissor.

Alex Dias Ribeiro com seu March seria o vigésimo quinto com 1:40.79 e Emerson Fittipaldi o vigésimo sexto com 1:40.97. Para se ter uma ideia, James Hunt marcou 1:38.08, abaixando três segundos do tempo da pole de 1976. Estava tudo acabado para os brasileiros em Monza. Pela última vez (até amanhã), nenhum brasileiro alinharia no grid de largada.

Na corrida Hunt e Scheckter, dois dos três primeiros colocados, teriam problemas e abandonariam, enquanto Mario Andretti caminharia para a vitória com Niki Lauda em segundo e um surpreendente Alan Jones, de Shadow, após largar em décimo sexto, fechando o pódio.

O GP da Itália de 1977 também seria o último em que a BRM esteve inscrita.

Imagens tiradas do Google Imagens.

sábado, 2 de abril de 2016

Pré-GP: Bahrein 2016 - Crise


Após duas semanas de um crise tremenda, o circo agora está acampado nas areias do Bahrein, no maravilhoso circuito de Sakhir. Com Bernie Ecclestone soltando ideias piores a cada dia, a Fórmula 1 parece perdida com seus dirigentes malucos e pilotos sem força de vontade para reivindicar seus desejos. Tudo é dinheiro, quase sempre foi, mas hoje estamos no limite, no ponto máximo entre consciência e inconsciência da cegueira pelo capital.

O GP da Itália parece destinado a um fim semelhante do tradicionalíssimo GP da França, pelo menos em Monza. Enquanto se comenta sobre Mugello e Imola, Las Vegas toma um espaço que nunca poderia voltar a ter. Duas edições realizadas num híbrido de ruas, deserto e estacionamento para vermos dois pilotos campeões em corridas que deram à cidade uma reputação de fracassada no mundo da Fórmula 1.


O formato do treino de qualificação ainda é criticado, mas foi misteriosamente mantido. E como eu já havia comentado aqui no blog, foi uma perca de tempo, recursos e de emoções na sessão que realmente vale alguma coisa para a corrida. Corrida essa que não terá Fernando Alonso, que pela segunda vez em apenas um ano está incapacitado de correr. Suas costelas fraturadas poderiam perfurar seu pulmão em caso de outro acidente, e a solução mais segura foi abandonar o GP.

Em seu lugar um belga estará no volante, coisa que não acontece na McLaren desde o GP da Alemanha de 1973, quando Jacky Ickx foi cedido pela Ferrari. Stoffel Vandoorne finalmente terá sua primeira chance na Fórmula 1, tendo feito uma maratona para sair do Japão e ir para o Bahrein à tempo de participar dos primeiros treinos livres, onde conseguiu marcas semelhantes aos de Button. Apesar da etapa do Bahrein aparentar ser a única do belga em 2016, Fernando Alonso ainda corre sério risco de não participar do GP da China.

A Ferrari tem potencial, mas problemas no turbo dificultam qualquer investida

A Ferrari tem potencial para brigar com a Mercedes, pelo menos de dia, mas a noite parece ser de prata. Os alemães continuam acompanhando com tensão a superioridade imposta por Nico Rosberg até agora, esperando que uma reação qualquer vinda de Lewis Hamilton não seja desastrosa para a equipe. Enquanto os italianos esbanjam confiança na dupla Räikkönen-Vettel, a Mercedes pode estar temerosa com a bomba prestes a explodir.

Felipe Massa tem o novo bico da Williams, mas o carro ainda terá de se adaptar após perder ambas as sessões de sexta feira por motivos que envolvem o atraso. Bottas parece estar um pouco atrás do brasileiro, pelo menos para o GP do Bahrein, mas nunca devemos subestimar alguém que segurou bravamente Sebastian Vettel na última edição da prova.


Red Bull e Toro Rosso aparecem para caçar o lugar da Williams, com uma esquadra de impor respeito. O desempenho noturno dos jovens da marca de energéticos foi ótimo, enquanto o dia foi dominado pela equipe principal. Logo atrás da dupla, Force India parece acompanhar o crescimento de uma nova rival: a Haas.

O desempenho da dupla formada por Grosjean e Gutiérrez foi surpreendentemente bom, dividindo as atenções do meio do pelotão com Pérez e Hülkenberg. A McLaren e a Renault estão caminhando para outra disputa pelo melhor lugar dos piores, enquanto Sauber deverá ficar de olho aberto para uma possível evolução da Manor.

O post foi breve, mas já deu uma ideia daquilo que acredito que poderá acontecer durante este fim-de-semana recheado de automobilismo e motociclismo. Espero ver-los novamente em pouco tempo...

Imagens tiradas da Página Oficinal no Facebook da F1

domingo, 21 de fevereiro de 2016

A chegada mais apertada da história da Fórmula 1


Grande Prêmio da Itália de 1971. Fim da 47º volta: Ronnie Peterson lidera com François Cevert, Chris Amon, Mike Hailwood e Howden Ganley. A disputa é feroz, com os pilotos disputando a liderança em todas as curvas do veloz circuito de Monza que, na época, não tinha chicanes. March, Tyrrell, Matra, Surtees e BRM estão todas no páreo pelo vitória, isso com a equipe do "Tio Ken" prestes a se tornar campeã de construtores - efeito Monza...

Até aquele 5 de setembro, um britânico chamado Peter Gethin só havia tido fracassos na Fórmula 1, mesmo correndo na crescente McLaren ao lado de Denny Hulme. Bruce McLaren havia morrido em Goodwood, e Gethin havia sido escolhido como substituto, porém jamais apresentara um grande potencial, tendo conquistado apenas um sexto lugar no GP do Canadá de 1970.

Para piorar, o M19A não era tão bom quanto seu antecessor, com o campeão de 1967 sofrendo para terminar uma prova e Gethin se arrastando no fundo do pelotão. Seus péssimos desempenhos com a equipe que havia-o colocado no automobilismo mundial, primeiramente na Can-Am, culminaram numa demissão. Porém, a morte de Pedro Rodríguez fez a BRM procurar um novo piloto para seu cockpit, e como o britânico buscava uma nova casa, a proposta foi inevitável.

Em foco, Gethin e Ganley

A estreia foi na Áustria, onde terminou na décima colocação enquanto Jo Siffert, seu companheiro, largou na pole e venceu a prova. Mesmo após o fraco desempenho, Gethin estava preparado para a prova mais veloz do calendário em Monza, onde conquistou uma interessante 11º colocação no grid (com o suiço sendo terceiro colocado).

Na prova, Peter vê o tetracampeão de motociclismo Mike Hailwood recuperar posições de maneira fantástica, assumindo o quarto posto ainda nas voltas inicias, entrando na disputa pela vitória após largar na DÉCIMA SÉTIMA COLOCAÇÃO. Nesse momento, Gethin era apenas oitavo, entre Chris Amon e Jackie Oliver.

E como tudo podia acontecer em Monza naqueles tempos, as Ferraris de Jacky Ickx e Clay Regazzoni, além da Tyrrell do campeão Jackie Stewart, acabaram abandonando, deixando a disputa para Peterson, Cevert, Hailwood, Siffert e Ganley. O suiço, há mero mês antes de sua morte, estava liderando quando começou a ter problemas na caixa de câmbio.

O crescente Chris Amon entra na briga, voltando a ter esperanças de conquistar sua primeira vitória. Enquanto isso, Peter Gethin começa a tirar a diferença para os cinco primeiros, tendo Howden Ganley já nos olhares na 47º volta, onde paramos no início do post...

Gethin perseguindo Amon

Depois de um giro assustadoramente apertado entre os primeiros, Amon começa a perder desempenho propositalmente, temendo um acidente. Gethin entra na briga duas voltas depois, ultrapassando Ganley e Cevert para ser terceiro colocado. Na volta seguinte, é Hailwood que lidera com Peterson e Gethin logo atrás. No próximo giro é o piloto da BRM que assume a primeira colocação, liderando a primeira volta de sua carreira!

No 53º giro, Hailwood é ultrapassado por Cevert, que assume a terceira posição. Na penúltima volta, Peter Gehtin perde a liderança e cai para a quarta colocação, com Peterson liderando Cevert e Hailwood.

55º volta! É Cevert que lidera com Peterson e Gehtin sendo as maiores ameaças: Ganley tenta atacar Hailwood. Estamos no último giro, prestes a entrar na última curva, com Ronnie assumindo a ponta e Peter fazendo uma manobra arriscada, freando tarde e indo para a parte de dentro. Saindo da Parabólica: Peterson lidera Gethin, Cevert, Hailwood e Ganley.

Temendo um erro da cronometragem italiana, Gethin ergue o braço
para sinalizar que é o primeiro colocado.

É Peter Gethin que assume a liderança! Ronnie Peterson perdeu tempo ao sair de lado na parte de fora da Parabólica. Mesmo assim, o sueco está próximo do britânico, saindo do vácuo para a ultrapassagem há metros da linha de chegada... A bandeira quadriculada começa a ser balançada, e Gethin, receoso pela cronometragem italiana, ergue e braço e cruza na primeira colocação - Vitória com apenas três voltas lideradas, entre elas a última!


A diferença entre os cinco primeiros?
Peter Gethin - 1:18:12.60
Ronnie Peterson - +0.01s
François Cevert - +0.09s
Mike Hailwood - +0.18s
Howden Ganley - +0.61s

Assim, o GP da Itália de 1971 entrou para a história por ter a menor diferença entre o primeiro e o segundo colocado e entre o primeiro e o quinto colocado. Incrível!


Semanas depois, no Canadá, Peter Gethin voltaria às últimas colocações, participando ainda das temporadas de 1972, 1973 e 1974 da Fórmula 1. E como hoje seria seu aniversário, tendo participado de 30 GPs, liderando suas únicas três voltas em Monza, e conquistado meros onze pontos, decidi contar um pouco da história desse britânico que morreu em 2011, por causa de um tumor cerebral...

Para assistir um dos melhores Grandes Prêmios da história, eis o link:
www.youtube.com/watch?v=5_GVEMo7mVY

Imagens tiradas do F1-History.deviantart.com - Google Imagens - GPExpert.com

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

GP Memorável 59# - Itália 1985


Duas semanas depois do último GP da Holanda, ocorrido em Zandvoort, a Fórmula 1 chegou á Monza para o 56º Grande Prêmio da Itália, e pela segundo vez no ano sentia-se falta de alguém no paddock. Depois de Manfred Winkelhock perder a vida entre os GPs da Alemanha e da Áustria, foi a vez do mundo automobilístico perder uma de suas maiores promessas, outro alemão, Stefan Bellof. A sua morte nos 1000Km de Spa-Francorchamps abalou ainda mais o circo da categoria, e deixou um vazio ainda maior no grid.

Outro que estava ausente para a prova era Jonathan Palmer, machucado depois de um forte impacto nos mesmos 100Km de Spa que vitimou Bellof. Sem a Zakspeed, o grid ganhava uma nova equipe que vinha se desenvolvendo desde o fim de 1984, a Beatrice, que corria com um chassis Lola e com o apoio de Carl Haas e Teddy Mayer. O piloto do carro 33? Nada menos nada mais do que Alan Jones, campeão de 1980.

Philippe Streiff agora estava pronto para o desafio de correr no lugar de Andrea de Cesaris na Ligier, voltando á categoria depois de sua passagem relâmpago com um terceiro carro da Renault no Estoril, no ano anterior. A Renault por sua vez anunciou que estava abandonando a categoria como equipe, deixando Patrick Tambay e Derek Warwick sem equipe para 1986...


A Ferrari por sua vez tinha uma tarefa ainda mais difícil do que em 1984, com um carro que perdia cada vez mais performance ao mesmo tempo que Michele Alboreto batalhava pelo título com Alain Prost, que andava junto aos seguranças nos boxes de Monza, temendo alguma coisa qualquer que podia vir dos tifosi.

Nos treinos, Ayrton Senna mais uma vez crava a pole na temporada de 1985, sendo seguido por Keke Rosberg e Nigel Mansell, com Nelson Piquet na quarta colocação e Alain Prost e Elio de Angelis formando a terceira fila. Fechando o top ten estavam a Ferrari de Michele Alboreto, que milagrosamente arranjou a sétima posição, Patrick Tambay, Marc Surer e Stefan Johansson.

Gerhard Berger larga ao lado de Derek Warwick na sexta fila, enquanto Riccardo Patrese fica entre ele e Thierry Boutsen. Teo Fabi, figura carimbada em Monza no ano anterior, largava ao lado de Niki Lauda, com que disputou a vitória, com Eddie Cheever seguindo-os. Martin Brundle, a única Tyrrell, largava na frente de ambas as Ligiers, com Streiff sendo mais rápido do que Laffite. Fechando o grid tínhamos Piercarlo Ghinzani, Huub Rothengatter, Pierluigi Martini, Kenny Acheson, Alan Jones e Philippe Alliot.


No domingo, o sol se mantinha em Monza, mas a alegria de Senna duraria pouco depois da largada, especialmente por ter uma fila de carros com motores mais potentes logo atrás. Na partida, Rosberg e Senna dividem a reta até a primeira curva, quando o finlandês espalha e joga o brasileiro para fora da pista, beneficiando Mansell que assume a segunda posição. Mais atrás, Piquet cai para sétimo enquanto Alan Jones vai para 16º. Ghinzani falhou em largar.

Sendo pressionado por Prost, Senna facilmente é superado pelo francês que vai em busca dos lideres. No meio do pelotão, Niki Lauda inicia sua recuperação ultrapassando Teo Fabi, Martin Brundle, Alan Jones, Riccardo Patrese e Eddie Cheever, até que Nigel Mansell, seguindo Rosberg na disputa pela liderança, começa a ter problemas no motor, indo aos boxes e retornando voltas atrás do último colocado.

Ayrton Senna teve pouco tempo para apreciar o terceiro lugar, sendo ultrapassado por Elio de Angelis, que guiava de forma agressiva nas retas de Monza. Mais ao fundo, Jacques Laffite finalmente supera o novo companheiro que vem se mostrando páreo duro para o experiente compatriota. Niki Lauda continua a se recuperar e já era o oitavo quando Nelson Piquet conseguiu passar por Michele Alboreto para ser quinto colocado.


Batalhando com Warwick, Surer supera o piloto da Renault na volta oito para se tornar o décimo colocado. Depois dos abandonos de Jones e Cheever, Teo Fabi vem sendo perseguido por Martin Brundle na batalha pela décima quarta posição, sendo superado com facilidade pelo jovem inglês que corre com o novo Tyrrell 014 com motor turbo.

Laffite agora trabalha para manter um carro entre ele e Streiff, atacando e ultrapassando Fabi que começa a ter problemas e vai ao fundo do pelotão. Depois de passar por Alboreto, Lauda nem faz esforço para assumir a quinta colocação, já que Nelson Piquet vai aos boxes para trocar de pneus, algo que destrói a corrida do brasileiro.

Enquanto Brundle era ultrapassado por Laffite, Tambay perde duas posições importantes para Stefan Johansson e Marc Surer. Warwick já havia abandonado. Em apenas seis voltas, Niki Lauda mostra toda a superioridade de sua McLaren TAG-Porsche e passa por Ayrton Senna e Elio de Angelis para assumir a terceira colocação, logo atrás de Alain Prost que mantém-se atrás de Rosberg, mais líder do que nunca.


Philippe Alliot, que largou em último, se manteve boa parte da prova na frente de Huub Rothengatter até abandonar, fazendo Nigel Mansell ir para 16º e, posteriormente, 15º após ultrapassar o holandês da Osella. Depois da parada, Boutsen perde sua posição para Laffite, Brundle e Streiff. Lá na frente, perseguindo Prost, Lauda acaba quebrando a asa dianteira e tem de ir aos boxes. Mais uma vez o azar tira o pódio do campeão.

Michele Alboreto para e volta na 8º colocação, na frente de Patrick Tambay que é logo superado por um alucinante Lauda que persegue o italiano. A única Renault na pista vai aos boxes, voltando atrás de Laffite e Brundle e na frente de Boutsen, que ultrapassa Streiff. Keke Rosberg roda, vai aos boxes para trocar os pneus lixados e volta muito atrás do novo líder, Alain Prost.

Mesmo assim, o motor Honda não dá trégua nas retas de Monza fazendo o finlandês se aproximar de Alain Prost em poucas voltas se formos comparar a diferença depois da parada. No meio desse período, Ayrton Senna passa por Elio de Angelis assumindo a terceira colocação, Nelson Piquet ultrapassa por Marc Surer e Stefan Johansson para ter quinto e Niki Lauda abandona com problemas na transmissão.


Nas últimas voltas da perseguição Rosberg-Prost, Nelson Piquet consegue ultrapassar Elio de Angelis e vai caça de Ayrton Senna, enquanto Stefan Johansson perde desempenho e é ultrapassado por Surer e Alboreto. Louco como um leão, Nigel Mansell assinala a volta mais rápida da prova pouco antes de Keke Rosberg finalmente reassumir a liderança e rapidamente escapar de Alain Prost.

Parecia que a segunda vitória da Williams e de Keke Rosberg em 1985 estavam assegurados, mas só parecia. Nelson Piquet passa por Ayrton Senna e se tornar o terceiro colocado em performance fantástica, enquanto Marc Surer ultrapassa de Angelis e vai ao ataque do brasileiro da Lotus. Michele Alboreto também é outro que supera Elio para ser o quinto colocado.

Keke Rosberg para nos boxes, e agora sem volta com seu motor Honda mais uma vez estourado. Na volta seguinte é a vez de Michele Alboreto parar, fazendo a torcida italiana ir a loucura com Alain Prost prestes a ganhar nove pontos e abrir ainda mais para o italiano no campeonato de pilotos. Depois do abandono de Laffite, Tambay passa por Brundle e já se aproxima de de Angelis, que acaba de perder a posição para Stefan Johansson.

Nas últimas voltas nada muda, apenas com Nigel Mansell abandonando também por causa do motor Honda. Marc Surer atacava ferozmente Ayrton Senna, e o brasileiro conseguia defender com bravura a terceira colocação, terminando no pódio na única corrida terminada no pódio em Monza até 1990. Alain Prost venceu com a sorte de um campeão, e Piquet deu show para terminar em segundo com Johansson e de Angelis fechando os lugares pontuáveis.


RESULTADOS:
  1. 2 - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 1:17:59.451 - 9pts
  2. 7 - Nelson Piquet - Brabham BMW - +51.685s - 6pts
  3. 12 - Ayrton Senna - Lotus Renault - +1:00.390s - 4pts
  4. 8 - Marc Surer - Brabham BMW - +1:00.609 - 3pts
  5. 28 - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - +1 Volta - 2pts
  6. 11 - Elio de Angelis - Lotus Renault - +1 Volta - 1pt
  7. 15 - Patrick Tambay - Renault Elf - +1 Volta
  8. 3 - Martin Brundle - Tyrrell Renault - 1 Volta
  9. 18 - Thierry Boutsen - Arrows BMW - +1 Volta
  10. 25 - Philippe Streiff - Ligier Renault - +2 Voltas
  11. 5 - Nigel Mansell - Williams Honda - Motor
  12. 19 - Teodorico Fabi - Toleman Hart - +4 Voltas
  13. 27 - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Motor
  14. 6 - Keke Rosberg - Williams Honda - Motor - OUT
  15. 26 - Jacques Laffite - Ligier Renault - Motor - OUT
  16. 1 - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - Transmissão - OUT
  17. 22 - Riccardo Patrese - Benetton Team Alfa Romeo - Escapamento - OUT
  18. 24 - Huub Rothengatter - Osella Alfa Romeo - Motor - OUT
  19. 9 - Philippe Alliot - RAM Hart - Turbo - OUT
  20. 17 - Gerhard Berger - Arrows BMW - Motor - OUT
  21. 16 - Derek Warwick - Renault Elf - Transmissão - OUT
  22. 33 - Alan Jones - Team Haas Lola Hart - Motor - OUT
  23. 23 - Eddie Cheever - Benetton Team Alfa Romeo - Motor - OUT
  24. 10 - Kenny Acheson - RAM Hart - Embreagem - OUT
  25. 29 - Pierluigi Martini - Minardi Motori Moderni - Bomba de Combustível - OUT
  26. 20 - Piercarlo Ghinzani - Toleman Hart - DNS
Esses foram os pilotos que estavam inscritos para a corrida
Volta Mais Rápida: Nigel Mansell - 1:28.283 - Volta 38

Curiosidades:
- 416º GP
- 21º Vitória de Alain Prost
- 100º GP de Elio de Angelis
- 1º GP da Haas-Lola
- 48º Vitória da McLaren
- 20º Melhor Volta da McLaren
- 120º Pódio da McLaren
- 18º Vitória do Motor TAG-Porsche
- 40º Pole do Motor Renault
- 20º Pódio do Motor BMW


  • MELHOR PILOTO: Nelson Piquet
  • SORTUDO: Alain Prost
  • AZARADO: Nigel Mansell / Keke Rosberg / Niki Lauda
  • SURPRESA: Stefan Johansson
  • Prêmio Bônus - MERECIA: Marc Surer
Em Monza, Nelson Piquet era idolatrado e isso continuou assim nessa edição, quando o brasileiro deu um show mesmo depois de parar logo no início da prova. Alain Prost andou com escolta durante todo o fim-de-semana, já que temia qualquer ato agressivo dos tifosi que tiveram que aplaudir do francês que conseguiu uma milagrosa vitória depois de se beneficiar dos problemas de Mansell e Rosberg, que foram os azarados, já que lideravam com folga a corrida. Lauda fez grande prova, depois de quebrar o bico perdeu mais uma vez chances de pontos. Johansson foi a surpresa, conseguindo se manter na pista mesmo com problemas para conquistar dois pontinhos. E Marc Surer bateu na trave de subir ao pódio, uma pena...


Campeonato de Pilotos:
  1. 2 - Alain Prost - Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - 65pts
  2. 27 - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 156/85 - 53pts
  3. 11 - Elio de Angelis - John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 97T - 31pts
  4. 12 - Ayrton Senna - John Player Special Tema Lotus - Lotus Renault - 97T - 23pts
  5. 28 - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 156/85 - 21pts
  6. 7 - Nelson Piquet - Motor Racing Developments International - Brabham BMW - BT54 - 19pts
  7. 6 - Keke Rosberg - Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW10 - 18pts
  8. 1 - Niki Lauda - Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - 14pts
  9. 15 - Patrick Tambay - Équipe Renault Elf - Renault - RE60/RE60B - 11pts
  10. 26 - Jacques Laffite - Équipe Ligier - Ligier Renault - JS25 - 10pts
  11. 18 - Thierry Boutsen - Barclay Arrows BMW - Arrows BMW - A8 - 9pts
  12. 5 - Nigel Mansell - Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW10 - 7pts
  13. 8 - Marc Surer - Motor Racing Developments International - Brabham BMW - BT54 - 5pts
  14. 16 - Derek Warwick - Équipe Renault Elf - Renault - RE60/RE60B - 4pts
  15. 4/3 - Stefan Bellof - Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford/Renault - 012/014 - 4pts
  16. 25 - Andrea de Cesaris - Équipe Ligier - Ligier Renault - JS25 - 3pts
  17. 28 - René Arnoux - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 156/85 - 3pts

Campeonato de Construtores:
  1. Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - LAU/PRO - G - 79pts
  2. Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 156/85 - ALB/ARN/JOH - G - 77pts
  3. John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 97T - ANG/SEN - G - 54pts
  4. Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW10 - MAN/ROS - G - 25pts
  5. Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT54 - PIQ/HES/SUR - P - 24pts
  6. Équipe Renault Elf - Renault - RE60/RE60B - HES/TAM/WAR - G - 15pts
  7. Équipe Ligier - Ligier Renault - JS25 - CES/STR/LAF - P - 13pts
  8. Barclay Arrows BMW - Arrows BMW - A8 - BER/BOU - G - 9pts
  9. Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford/Renault - 012/014 - BRU/BEL/JOH - 4pts
Imagens tiradas do GPExperts.com.br - Google Imagens - F1.history.blogspot.com

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

GP Memorável 64# - Itália 1984


Semanas depois de Zandvoort, o circo estava em Monza, para mais um GP da Itália. A Tyrrell bem que tentou, mas o Tribunal de Apelo da FIA acabou excluindo sumariamente a equipe do "Tio Ken" da temporada, jogando tudo que Martin Brundle e Stefan Bellof haviam conquistado na promissora primeira metade do ano no lixo. Sabendo que Johansson já não estaria servindo a Tyrrell em Monza, a Toleman assegurou o contrato do sueco ao mesmo tempo que punia Ayrton Senna pela "apunhalada nas costas".

Enquanto a Toleman caçava um piloto para substituir o mais promissor que já passou pela equipe, a ATS assinava com Gerhard Berger para as últimas três corridas da temporada, para a alegria do austríaco que agora podia focar na categoria máxima do automobilismo. Na Spirit, o que mais se falava era dos rumores que Mauro Baldi arranjara um patrocinador e iria correr as últimas duas provas, mas enquanto isso Huub Rothengatter mantinha o posto de único piloto da equipe.

A Alfa Romeo finalmente estreava sua atualização no 184T, prometendo um carro mais confiável para seus dois rápidos pilotos que vem sendo prejudicados pelos problemas do motor da equipe italiana. Em falar em italiana, a torcida não estava satisfeita com o fraco desempenho da Ferrari, que decaia a cada corrida entre as equipes médias. Niki Lauda chegou ao circuito sentindo dores nas costas, mas nada que o abalasse para a corrida.


A Toleman acabou escolhendo o jovem italiano Pierluigi Martini, que havia testado uma Brabham no inicio do ano, mas perdeu a vaga para Teodorico Fabi, ficando com o título de campeão europeu de Fórmula 3 além de correr pela Lancia no WSC. Uma escolha que pareceu boa, mas foi terrível para a equipe de Ted Toleman, que viu Martini não se classificar para a corrida depois dele marcar 1:35.840, quase 10s atrás do poleman.

Nelson Piquet mais uma vez fez a pole position, graças ao motor BMW de sua Brabham, com Alain Prost ao seu lado fechando a primeira fila empurrada por propulsores de origem alemã. Elio de Angelis tinha ao seu lado Niki Lauda, com Teo Fabi e Keke Rosberg formando a terceira fila e Nigel Mansell e Patrick Tambay a quarta. Fechando o top ten, ambas as Alfas se mostravam potenciais pontuadoras em casa.

Michele Alboreto era a Ferrari mais bem colocada, décimo primeiro posto, com Derek Warwick, Jacques Laffite e René Arnoux seguindo-o no grid. Marc Surer era apenas o décimo quinto, mostrando a importância do chassis mesmo sendo equipado com um motor BMW, enquanto Andrea de Cesaris e François Hesnault ficavam entre Stefan Johansson e sua nova equipe. Boutsen era apenas o décimo nono, com as duas ATS seguindo o belga com Berger na frente de Winkelhock. Fechando o grid, Piercarlo Ghinzani, Philippe Alliot, Jo Gartner, Huub Rothengatter e Jonathan Palmer na primeira corrida da história com inscrições apenas de carros equipados com motores turbo.


Na volta de apresentação, já não bastasse estar sofrendo na desorganizada ATS e largar atrás do jovem companheiro Gerhard Berger, Manfred Winkelhock para metros antes do grid de largada com problemas no câmbio, por sorte não atrapalhando a largada da corrida. Elio de Angelis pulou de maneira fantástica quando a luz verde se ascendeu, tomando a ponta momentaneamente até que o BMW de Piquet falasse mais alto do que o Renault.

Após a primeira curva, Piquet se mantinha na liderança com de Angelis e Prost logo atrás, enquanto Niki Lauda se perde no meio do bolo que é o início do pelotão intermediário, quase ficando por ali mesmo na primeira volta da prova. Patrese e Cheever largaram muito bem, da mesma forma de Nigel Mansell, mas logo perderiam suas posições para Lauda que inicia a recuperação.

Antes do fim da primeira volta, Alain Prost retoma a segunda colocação de Elio de Angelis, enquanto Patrick Tambay ataca de Angelis sendo pressionado, ao mesmo tempo, por Teo Fabi. Michele Alboreto passa por Cheever e Rosberg para assumir a 9º colocação, enquanto na próxima volta, Tambay já o terceiro depois de passar por de Angelis.


Pressionando o líder, Prost vê o mais impossível acontecer: o motor TAG-Porsche estourar, forçando o abandono do francês. Niki Lauda agora, depois de passar por de Angelis também, é quarto colocado em uma corrida que vem sorrindo para ele. Riccardo Patrese perde a posição para Michele Alboreto, Eddie Cheever e Derek Warwick, que havia passado por Keke Rosberg, caindo para 11º. Johansson conseguiu passar por Ghinzani, e mais tarde por Boutsen para assumir a 15º colocação.

Nigel Mansell é alvo fácil para Michele Alboreto, que entra na zona de pontuação sendo seguido por perto por Eddie Cheever. Depois de ser ultrapassado por René Arnoux, que abandonou logo após, e por Jacques Laffite, Andrea de Cesaris viu seu motor Renault ir pros ares na volta 8, quando, momentos antes, François Hesnault também se juntou a turma dos que desistiram, por causa de um rodada: a pista estava escorregadia e com muito óleo e sujeira.

RAM continuava sendo superada pelas rivais

A prova virara um campo de batalha e resistência, características de circuitos norte-americanos que fizeram parte do calendário de 1984. Riccardo Patrese já não tinha muitos motivos para se alegrar, sendo ultrapassado por Stefan Johansson e Thierry Boutsen, caindo para 14º. Mais atrás, Marc Surer ganhava as posições de Rothengatter, Palmer, Alliot, Gartner e Berger depois de problemas na partida.

Teo Fabi pressionava Patrick Tambay na disputa pela segunda colocação, mas acaba cometendo um erro ao rodar na Variante della Roggia, perdendo sua posição para Lauda, Alboreto, de Angelis, Cheever e Warwick. Logo depois de passar por Mansell, Rosberg para depois de estourar o motor. Alucinado, Fabi se recupera e cinco voltas depois está na quarta posição, pressionando o líder do campeonato.

No fundo do pelotão, Jo Gartner superava o compatriota da ATS, assumindo a 15º colocação enquanto Jacques Laffite parava com problemas em seu turbo. Com problemas, de Angelis vira alvo ainda mais fácil dos rivais que vem logo atrás, com Eddie Cheever, Derek Warwick e Stefan Johansson passarem por ele antes de seu abandono, uma volta depois de Nigel Mansell encontrar a brita em Monza.


Warwick escoltava Cheever na disputa pela 6º colocação, enquanto Surer tentava se aproximar da surpreendente Osella de Piercarlo Ghinzani, que vem tendo um desempenho fantástico em casa. Na 15º volta, o motor BMW de Nelson Piquet volta a abrir o bico para deixar o brasileiro mais uma vez pelo caminho na temporada de 1984, dando a liderança da prova para Patrick Tambay.

Num circuito cheio de óleo, Thierry Boutsen acaba perdendo a posição para Riccardo Patrese, Piercarlo Ghinzani e Marc Surer, da mesma forma que Berger vai para a última colocação sendo ultrapassado por Jonathan Palmer e Huub Rothengatter. Decidido, Teo Fabi passa por Niki Lauda para assumir a quarta colocação indo para disputa pela vitória com Tambay, que diminui o ritmo e é rapidamente alcançado pelo italiano.


Junto com retardatários, Fabi chega forte em cima do francês sendo escoltado por Niki Lauda, que faz uma corrida calma sem ser agressivo nem cometendo erros precipitados. Perdendo desempenho, Boutsen também é ultrapassado por Jo Gartner antes de Jonathan Palmer abandonar e Derek Warwick assumir a quinta colocação de Eddie Cheever.

A briga entre os três primeiros acaba mascarando uma corrida com apenas 14 carros. Na volta 24, Thierry Boutsen dá o troco em cima de Jo Gartner e assume a 11º colocação. Voltas depois, Patrese é superado por Surer que também havia passado Ghinzani. Boutsen comemora por pouco tempo, já que os problemas voltam a assolar sua Arrows, deixando-o cair para a última colocação.


Derek Warwick acaba parando na brita depois de ter problemas, dando o quinto lugar para Cheever e o sexto para Johansson. Depois de Berger passar por Rothengatter, Teo Fabi começa a ter problemas em seu motor BMW, abandonando na reta dos boxes após grande prova digna de aplausos da torcida italiana, que tem mais motivos para comemorar com Alboreto assumindo o terceiro posto.

Na volta seguinte, é Patrick Tambay que para na reta dos boxes, e agora a arquibancada vai abaixo no alvoroço dos tifosi ao ver Michele Alboreto assumir a segunda colocação num período cheio de crise em Maranello. Niki Lauda assume a liderança com um grande espaço de diferença para o italiano, que é seguido por nada menos nada mais do que Stefan Johansson de Toleman, que havia passado Eddie Cheever voltas antes.


Mas os problemas da Toleman voltam para assolar o sueco que começa a se arrastar pela pista, entregando o terceiro lugar para um estadunidense quase italiano, Cheever para delírio dos fãs da Alfa. Um final de corria emocionante começa a pintar em Monza, com os poucos carros restantes começando a parar por falta de combustível.

De repente, na reta oposta, uma Alfa Romeo para... é a de Eddie Cheever, para o horror do norte-americano que mais uma vez abandona na temporada de 1984. Johansson pinta novamente na terceira colocação, mas não consegue a manter com Patrese a tomando rapidamente para o delírio ainda maior de todos na torcida: um pódio com um ídolo, um italiano à bordo de uma Ferrari e outro italiano à bordo de uma Alfa.


A Osella agora reza á Deus para que mais um carro quebre, pois Piercarlo Ghinzani assumira a quarta colocação de Stefan Johansson e estava á beira de um pódio, além de Jo Gartner fazer o possível para se manter a frente de Gerhard Berger na sexta colocação. Enzo Osella não se aguenta nos boxes ao ver que, há pouquíssimas voltas do fim, seu filho pródigo para na reta dos boxes com falta de combustível.

E no fim, Niki Lauda vence com sobras o GP da Itália de 1984, aumentando ainda mais a diferença para Alain Prost no Campeonato de Pilotos, basicamente selando o tricampeonato há três provas do fim. Aplaudido, Alboreto faz milagre e leva a Ferrari ao pódio em Monza, num ótimo trabalho depois de vim do meio do grid. Comemorando e muito, Riccardo Patrese chega na fantástica terceira colocação com sua Alfa Romeo, outro milagre italiano depois de tantos problemas.


O que mais impressionava eram os pulos da equipe Toleman que invadia a reta de Monza quando Stefan Johansson cruzava na grandíssima quarta colocação, mostrando que seria um companheiro de respeito para Ayrton Senna nas últimas duas provas. Nos boxes da Osella, desilusão, com Ghinzani fora da zona de pontos, a equipe não conquista nenhum por causa da porca (para mim, porca) regra de que as equipes que inscreveram apenas um carro no início da temporada só poderiam pontuar com eles. Resultado? ATS e Osella sem pontos com o quinto e sexto lugares de seus promissores austríacos.

Assim acabara o GP da Itália, com uma supremacia ítalo-austríaca resistente em Monza. Agora o incrível é imaginar que uma equipe garagista italiana, como a Osella, esteve perto de fantásticos três pontos com seu mais amado piloto, Ghinzani, além de uma ATS voltar a "pontuar" depois de dois anos de espera e uma fantástica oitava colocação para Huub Rothengatter e sua Spirit Hart que se mostravam mais resistentes até mesmo do que os atuais campeões. Fórmula 1, Fórmula 1... Monza, Monza... Como eram os tempos 30 anos atrás, não é mesmo?


RESULTADOS:

  1. 8 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 1:20:29.065 - 9pts
  2. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - +24.249s - 6pts
  3. 22 - ITA - Riccardo Patrese - Benetton Team Alfa Romeo - +1 Volta - 4pts
  4. 19 - SUE - Stefan Johansson - Toleman Hart - +2 Voltas - 3pts
  5. 30 - AUT - Jo Gartner - Osella Alfa Romeo - +2 Voltas - 2pts*
  6. 31 - AUT - Gerhard Berger - ATS BMW - +2 Voltas - 1pt*
  7. 24 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - Falta de Combustível
  8. 21 - HOL - Huub Rothengatter - Spirit Hart - +3 Voltas
  9. 23 - EUA - Eddie Cheever - Benetton Team Alfa Romeo - Falta de Combustível
  10. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - +6 Voltas
  11. 15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf - Regulador - OUT
  12. 2 - ITA - Teodorico Fabi - Brabham BMW - Motor - OUT
  13. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows BMW - Motor - OUT
  14. 16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf - Pressão de Óleo - OUT
  15. 10 - GBR - Jonathan Palmer - RAM Hart - Pressão de Óleo - OUT
  16. 1 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW - Motor - OUT
  17. 11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault - Caixa de Câmbio - OUT
  18. 12 - GBR - Nigel Mansell - Lotus Renault - Rodada - OUT
  19. 5 - FRA - Jacques Laffite - Williams Honda - Turbo - OUT
  20. 6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda - Turbo - OUT
  21. 26 - ITA - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - Motor - OUT
  22. 25 - FRA - François Hesnault - Ligier Renault - Rodada - OUT
  23. 9 - FRA - Philippe Alliot - RAM Hart - Elétrico - OUT
  24. 28 - FRA - René Arnoux - Scuderia Ferrari - Caixa de Câmbio - OUT
  25. 7 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - Motor - OUT
  26. 14 - ALE - Manfred Winkelhock - ATS BMW - DNS
  27. 20 - ITA - Pierluigi Martini - Toleman Hart - DNQ
* = Jo Gartner e Gerhard Berger não marcaram pontos pois suas equipes inscreveram apenas um carro para toda a temporada.

Esses foram os pilotos que participaram do GP
Volta Mais Rápida: Niki Lauda - 1:31.912 - Volta 42

Curiosidades:
- 402º GP
- Realizado no dia 9 de setembro de 1984
- 24º vitória de Niki Lauda
- 10º pódio de Riccardo Patrese
- 150º GP de Jacques Laffite
- 1º GP de Pierluigi Martini
- 40º vitória da McLaren
- 26º e último pódio da Alfa Romeo
- Último ponto da ATS*
- 10º vitória do motor TAG-Porsche
- 10º pole position do motor BMW
- 40º e último pódio do motor Alfa Romeo


Minha Opinião:
  • MELHOR PILOTO: Michele Alboreto
  • SORTUDO: Stefan Johansson
  • AZARADO: Alain Prost / Piercarlo Ghinzani / Nelson Piquet / Patrick Tambay / Teo Fabi
  • SURPRESA: Osella / Motores Alfa Romeo
  • Prêmio Bônus - LAUDA DO DIA: Niki Lauda
Michele Alboreto, mesmo com um equipamento defasado relacionado as outras equipes, fez um ótimo trabalho em Monza, resistindo durante todas as suas 51 voltas para terminar na fantástica segunda colocação. Merecida. Johansson vinha se arrastando há voltas do fim, e por sorte não saiu fora da zona de pontuação, por isso tanta comemoração nos boxes de Ted Toleman. Prost, Piquet, Tambay e Fabi, todos abandonaram quando não podiam, mas apenas um fez eu sentir uma dor de tristeza: Piercarlo Ghinzani. A Osella surpreendeu por ter um carro que estava andando e resistindo bem e Monza, a ponto de vocês perceberem que Ghinzani só abandonou por falta de combustível. A Alfa Romeo fez um ótimo trabalho para correr em casa, vendo nenhum de seus motores estourarem. E bem, Lauda foi Lauda em dia que deu Lauda, vindo com toda cautela do mundo para vencer pela 24º vez, igualando com Juan Manuel Fangio.

Campeonato de Pilotos:
  1. 8 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 63pts/63pts
  2. 7 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 52,5pts/53,5pts
  3. 11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault - 29,5pts/32pts
  4. 28 - FRA - René Arnoux - Scuderia Ferrari - 24,5pts/25pts
  5. 1 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW - 24pts/24pts
  6. 16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf - 23pts/23pts
  7. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 21pts/21,5pts
  8. 6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda - 20pts/20,5pts
  9. 12 - GBR - Nigel Mansell - Lotus Renault - 13pts/13pts
  10. 15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf - 10pts/11pts
  11. 19 - BRA - Ayrton Senna - Toleman Hart - 8pts/9pts
  12. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Ford - 8pts/0pts
  13. 2 - ITA - Teodorico Fabi - Brabham BMW - 8pts/9pts
  14. 22 - ITA - Riccardo Patrese - Benetton Team Alfa Romeo - 7pts/7pts
  15. 4 - ALE - Stefan Bellof - Tyrrell Ford - 5pts/0pts
  16. 6 - FRA - Jacques Laffite - Williams Honda - 4pts/5pts
  17. 23 - EUA - Eddie Cheever - Benetton Team Alfa Romeo - 3pts/3pts
  18. 3/19 - SUE - Stefan Johansson - Tyrrell Ford / Toleman Hart - 3pts/3pts
  19. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows Ford/BMW - 3pts/5pts
  20. 26 - ITA - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - 2pts/3pts
  21. 24 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - 2pts/2pts
  22. 30 - AUT - Jo Gartner - Osella Alfa Romeo - 2pts/0pts
  23. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows Ford/BMW - 1pt/1pt
  24. 31 - AUT - Gerhard Berger - ATS BMW - 1pt/0pts
Campeonato de Construtores:
  1. Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2 - PRO/LAU - M - 115,5pts
  2. Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 126C4 - ALB/ARN - G - 45,5pts
  3. John Player Team Lotus - Lotus Renault - 95T - ANG/MAN - G - 42,5pts
  4. Équipe Renault Elf - Renault - RE50 - TAM/WAR - M - 33pts
  5. MRD International - Brabham BMW - BT53 - PIQ/TFA/CFA - M - 32pts
  6. Williams Grand Prix Engineering - Williams Honda - FW09/FW09B - LAF/ROS - G - 24pts
  7. Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford - 012 - BRU/JOH/BEL/THA - G - 13pts
  8. Toleman Group Motorsport - Toleman Hart - TG183B/TG184 - SEN/JOH/CEC/MAR - P/M - 11pts
  9. Benetton Team Alfa Romeo - Alfa Romeo - 184T - PAT/CHE - G - 10pts
  10. Osella Squadra Corse - Osella Alfa Romeo - FA1F - GHI/GAR - P - 4pts
  11. Barclay Nordica Arrows BMW - Arrows BMW - A6/A7 - SUR/BOU - G - 4pts
  12. Ligier Loto - Ligier Renault - JS23 - HES/CES - M - 2pts
  13. Team ATS - ATS BMW - D7 - WIN/BER - P - 1pt
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

GP Memorável 63# - Itália 2008


Depois do polêmico GP da Bélgica em Spa-Francorchamps, os pilotos estavam em Monza para mais um Grande Prêmio da Itália. Lewis Hamilton, ainda muito afetado pelo ocorrido na última etapa, mantinha as críticas sobre Kimi Räikkönen que tentava se manter na briga pelo título para não virar peça chave de uma possível conquista de Felipe Massa, que tinha dois pontos de atraso para o líder.

De qualquer modo, ninguém esperava que Monza se transformaria num inferno naquele fim-de-semana do dia 14 de setembro de 2008. Chuvas fora de estação atormentaram a vida dos pilotos e das equipes durante todo o período de GP. Começando pelos treinos livres, quando a chuva colocou Adrian Sutil no topo da tabela no TL1 enquanto pilotos como Hamilton e Massa não conseguiram marcar tempos.

A chuva só deu trégua no TL2...

Os pilotos precisavam sentir como estava a pista, mas a chuva era tão forte que até isso era difícil de ser feito. O treino chegou com as equipes ainda sofrendo para colocarem seus carros na pista, além de errarem muito nas estratégias de alguns de seus pilotos, o que dificultava uma boa qualificação. Com isso, as surpresas reinaram em Monza...

O jovem Sebastian Vettel, de apenas 21 anos e 72 dias, marcou a pole position com o tempo de 1:37.555 à bordo de uma surpreendente Toro Rosso. Heikki Kovalainen fechou a primeira fila com sua McLaren sendo seguido por Mark Webber e Sébastien Bourdais, posições invejáveis conquistadas pela equipe de Faenza que um dia já teve um querido nome: Minardi.


Nico Rosberg aparecia ao lado de Felipe Massa, enquanto Fernando Alonso, Timo Glock e Nick Heidfeld fechavam os dez primeiros lugares. Robert Kubica, que se viu mais uma vez superado pelo companheiro, mas nada que o abalasse, estava ao lado de outra surpresa, o italiano Giancarlo Fisichella da Force India.

David Coulthard conseguiu alinhar na mesma fila de Kimi Räikkönen, enquanto Lewis Hamilton e Rubens Barrichello estavam logo atrás. Fechando o grid, Nelsinho Piquet, Kazuki Nakajima, Jenson Button e Adrian Sutil (para quem começou o fim-de-semana na ponta, o treino qualificatório foi um fiasco total).


No dia da corrida, mais chuva para dar ainda mais emoção para um fim-de-semana que já estava incrível. Pela primeira vez na história, o GP da Itália de Fórmula 1 iria ser realizado sob chuva, por isso a largada foi dada atrás do Safety Car, facilitando a vida dos pilotos no perigoso circuito de Monza. Antes da saída definitiva, Vettel faz uma dura manobra para cima de Kovalainen, em busca de aquecimento dos pneus, quase jogando o finlandês para fora da pista.

A largada foi dada com o ronco do motor Ferrari cortando pela reta dos boxes do autodromo italiano em primeiro lugar, coisa que seria muito mais provável estar acontecendo com uma Ferrari, mas não, era com uma Toro Rosso. Sébastien Bourdais, que havia ficado na largada, acabou voltando na última colocação.


Os mais agressivos já começam sua batalha para recuperar as posições, Glock passa por Alonso e é sétimo com Kubica já ultrapassando seu companheiro para assumir a nona colocação. Lá atrás, Lewis Hamilton ficava preso atrás de Kimi Räikkönen, que, com toda a paciência do mundo, tentava uma manobra sobre David Coulthard. O escocês com seu velho impeto, já consegue passar por Fisichella para ir no 11º posto, mas por pouco tempo, já que erra e cai para 14º, atrás de Kimi e Lewis.

Felipe Massa vem tentando passar por Nico Rosberg, mas o piloto da Williams batalha arduamente para manter esses belos pontinhos para sua conta. Mais atrás, Fernando Alonso dá o troco em Timo Glock, enquanto, no fundo do pelotão, Nakajima passa por Button e Sutil. No sétimo giro, o alemão da Toyota acaba rodando na primeira curva depois de arriscar para cima de Alonso, perdendo a oitava posição para Kubica.


Pressionado, Fisichella finalmente cede á pressão de Räikkönen que tenta escapulir enquanto o italiano está na frente de Lewis Hamilton, que, sendo mais agressivo do que o finlandês, logo toma a posição do piloto da Force India. Na 11º volta, o britânico volta para cima do ferrarista na I di Lesmo, conseguindo a ultrapassagem para a alegria da equipe.

Mais uma vez, David Coulthard tinha no caminho Giancarlo Fisichella, e como os dois já estavam se estranhando, acabaram se tocando na primeira curva, danificando a asa dianteira do italiano que acabaria no muro da Parabólica após perder o bico na reta oposta. Felipe Massa consegue passar por Nico Rosberg, mas de maneira duvidosa, o que obriga-o a devolver a posição para o alemão.



Lewis Hamilton vem forte lá de trás, agora passando por Nick Heidfeld. Logo depois, o brasileiro da Ferrari finalmente faz a ultrapassagem definitiva sobre Rosberg para assumir a quarta posição. Nada para o britânico da McLaren que faz mais uma ultrapassagem, agora sobre Timo Glock, também de maneira dura após jogar o piloto da Toyota para fora da pista. Uma volta depois, de novo ele nas câmeras a passar por Robert Kubica para assumir a oitava colocação.


Na 18º volta, Sebastian Vettel vai aos boxes para sua primeira parada, voltando na quarta colocação enquanto Hamilton passa por Alonso também de maneira dura, tocando roda com roda com o ex-companheiro em plena reta. As chances de chuva forte para os próximos minutos aumenta, o que dificulta na escolha de pneus para os pilotos, especialmente com a pista secando.

Duas voltas depois de ser ultrapassado por Hamilton, Alonso novamente se vê atrás de Timo Glock que deu o troco para cima de Kubica. Kovalainen, Webber e Massa param nos boxes, devolvendo a liderança para Sebastian Vettel que corta a reta sendo seguido por Nico Rosberg, Lewis Hamilton, Jarno Trulli e Timo Glock.

A chuva que já havia caído em Monza era torrencial, mas nesse momento
da prova ela já era pouco percebida

Na volta seguinte, Hamilton já ganha mais uma posição para assumir a segunda colocação geral depois de passar por Nico Rosberg. 27º volta, a parada tão esperada da McLaren acontece para o líder do campeonato que é liberado sem problemas para voltar na 10º colocação. Com estratégias diferentes, alguns pilotos ganham posições importantes na tabela.

Kovalainen recupera a segunda colocação depois da parada de Rosberg, enquanto Fernando Alonso também vai aos boxes, junto com Massa e Glock, voltas antes de Kubica e Webber também pararem. Nesse momento, Hamilton vê a chance de vitória se abrir em sua frente, mas, com a previsão errônea de que a chuva voltaria com força, ele foi obrigado a parar para colocar pneus intermediários.

Favorito, Kovalainen foi coadjuvante em Monza

Depois das paradas definitivas, a classificação estava assim: Vettel, Kovalainen, Kubica surpreendentemente em terceiro, Alonso, outra surpresa, em quarto, Heidfeld segurando Massa em quinto, Hamilton embalado atrás do rival de Ferrari, e Webber fechando os lugares pontuáveis. Rubens Barrichello estava em nono, mas teve que parar para colocar intermediários. Piquet Jr também já esteve na terceira colocação, mas como não havia parado, retornou apenas na décima segunda colocação.

Quem vinha fazendo prova pífia era Kimi Räikkönen, perdido no meio do pelotão sem muita decisão se abriria caminho ou ficaria por ali mesmo, no final, ele decidiu que seria importante arrancar alguns pontinhos na casa da Ferrari. O finlandês começou ultrapassando Nakajima, logo depois foi a vez de Jenson Button e David Coulthard para ele assumir a misera 10º posição.

Kubica fez maravilhosa prova sendo beneficiado pela estratégia

Webber tentava pressionar Hamilton na disputa pela sétima colocação, mas o inglês, mais uma vez, fez dura manobra para cima do rival que reclamou. As últimas voltas se aproximam com Felipe Massa tentando alguma coisa para cima de Nick Heidfeld, que é duro para ceder a posição, enquanto Lewis Hamilton se aproximava ainda mais.

Räikkönen finalmente assumiu a nona posição depois de passar por Nelsinho Piquet, mas já não tendo muito o que fazer para chegar aos pontos. A Scuderia Toro Rosso, comandada por Gerhard Berger, ficava apreensiva vendo o mais jovem piloto da história da categoria cortando as retas de Monza em busca de uma inesperada vitória, e além do mais, sem cometer erros e nem ser ameaçado. Absoluto em Monza, Sebastian Vettel!


Mas é claro que David Coulthard tinha que aprontar mais uma, agora com Kazuki Nakajima em plena Parabólica, deixando destroços que botaram medo nos postulantes ao título que tiveram que passar por cima do obstáculo. Massa se mantinha na frente de Hamilton. Pilotos como Nico Rosberg, Timo Glock e Jarno Trulli, que estavam nas primeiras posições, viram os pontos sumirem rapidamente com a fraca estratégia de suas equipes.

E lá vinha o menino de 21 anos e 73 dias, contornando a Parabólica com toda a calma do mundo para chegar á reta dos boxes, onde toda a equipe Toro Rosso o aguarda ansiosamente para gritar, finalmente, "VENCEMOS UMA CORRIDA DE FÓRMULA 1!". Aquela que já foi chamada de Minardi, que um dia já foi amada e querida por todos, vencia uma corrida de Fórmula 1 em casa! Sebastian Vettel vence o GP da Itália de 2008! Para o delírio de todos os presentes em Monza!


O garoto chamado de "novo Schumacher" vencia com uma Minardi-Ferrari em Monza, para a loucura de todos os italianos fanáticos pela Fórmula 1, e ainda mais por todos os envolvidos na equipe Toro Rosso. Gerhard Berger e todos os engenheiros se sentiam orgulhosos pelo que haviam feito, tinham escrito um nome na história da categoria.

No pódio, outros garotos da nova geração da Fórmula 1, para que se formasse o "top três" mais jovem da história da categoria, com a média de 23 anos e 350 dias. Não haviam palavras para descrever aquele momento mágico em Monza, quando o mundo viu a primeira grande demonstração do menino Sebastian Vettel e a milagrosa e fantástica atuação da Toro Rosso naquele fim-de-semana molhado no quintal de casa...


RESULTADOS:

  1. 15 - ALE - Sebastian Vettel - Scuderia Toro Rosso Ferrari - 1:26:47.494 - 10pts
  2. 23 - FIN - Heikki Kovalainen - McLaren Mercedes - +12.512s - 8pts
  3. 4 - POL - Robert Kubica - BMW Sauber - +20.471s - 6pts
  4. 5 - ESP - Fernando Alonso - Renault F1 Team- +23.903s - 5pts
  5. 3 - ALE - Nick Heidfeld - BMW Sauber - +27.748s - 4pts
  6. 2 - BRA - Felipe Massa - Scuderia Ferrari - +28.816s - 3pts
  7. 22 - GBR - Lewis Hamilton - McLaren Mercedes - +29.912s - 2pts
  8. 10 - AUS - Mark Webber - Red Bull Racing Renault - +32.048s - 1pt
  9. 1 - FIN - Kimi Räikkönen - Scuderia Ferrari - +39.468s
  10. 6 - BRA - Nelson Piquet Jr - Renault F1 Team- +54.445s
  11. 12 - ALE - Timo Glock - Toyota Racing - +58.888s
  12. 8 - JAP - Kazuki Nakajima - Williams Toyota - +1:02.015s
  13. 11 - ITA - Jarno Trulli - Toyota Racing - +1:05.954s
  14. 7 - ALE - Nico Rosberg - Williams Toyota - +1:08.635s
  15. 16 - GBR - Jenson Button - Honda Racing - +1:13.370s
  16. 9 - GBR - David Coulthard - Red Bull Racing Renault - +1 Volta
  17. 17 - BRA - Rubens Barrichello - Honda Racing - +1 Volta
  18. 14 - FRA - Sébastien Bourdais - Scuderia Toro Rosso Ferrari - +1 Volta
  19. 20 - ALE - Adrian Sutil - Force India Ferrari - +2 Voltas
  20. 21 - ITA - Giancarlo Fisichella - Force India Ferrari - Acidente - OUT
Volta Mais Rápida: Kimi Räikkönen - 1:28.047 - Volta 53


Curiosidades:
- 799º GP
- 1º GP da Itália Com Chuva
- 1º Vitória de Sebastian Vettel
- Vencedor Mais Jovem da História: 21 anos e 73 dias
- 1º Pole Position de Sebastian Vettel
- Poleman Mais Jovem da História: 21 anos e 72 dias
- 1º Pódio de Sebastian Vettel
- Piloto Mais Jovem a Subir ao Pódio: Sebastian Vettel com 21 anos e 73 dias
- 4º E Último Pódio de Heikki Kovalainen
- Pódio Mais Jovem da História: Média de 23 anos e 350 dias
- 1º Vitória da Toro Rosso
- 1º Pole Position da Toro Rosso
- 1º Pódio da Toro Rosso
- Toro Rosso Se Tornou a 5º Equipe Italiana a Vencer na F-1
- Toro Rosso Se Tornou a 2º Equipe Italiana, Não Montadora, a Vencer na F-1
- 209º Vitória do Motor Ferrari


  • MELHOR PILOTO: Sebastian Vettel / Lewis Hamilton
  • SORTUDO: Felipe Massa
  • AZARADO: Lewis Hamilton / Sébastien Bourdais
  • SURPRESA: Sebastian Vettel
Vettel e Hamilton deram show na molhada corrida de Monza, com o alemão fazendo uma prova consistente sem cometer erros para conquistar sua primeira vitória, e com o britânico dando show de ultrapassagens sendo agressivo a ponto de, certas vezes, exagerar para cima dos outros pilotos. Felipe Massa teve sorte que a previsão de chuva estava errada, caso contrário, Lewis Hamilton o superaria facilmente com a estratégia. Bourdais tinha tudo para fazer a italianada da Toro Rosso ainda mais feliz, mas acabou tendo azar em ficar no grid no início da prova. O jovem alemão surpreendeu a todos ao vencer sem nenhum erro sobre carros da McLaren e BMW...


Campeonato de Pilotos
  1. 22 - GBR - Lewis Hamilton - McLaren Mercedes - 78pts
  2. 2 - BRA - Felipe Massa - Scuderia Ferrari - 77pts
  3. 4 - POL - Robert Kubica - BMW Sauber - 64pts
  4. 1 - FIN - Kimi Räikkönen - Scuderia Ferrari - 57pts
  5. 3 - ALE - Nick Heidfeld - BMW Sauber - 53pts
  6. 23 - FIN - Heikki Kovalainen - McLaren Mercedes - 51pts
  7. 5 - ESP - Fernando Alonso - Renault F1 Team - 28pts
  8. 11 - ITA - Jarno Trulli - Toyota Racing - 26pts
  9. 15 - ALE - Sebastian Vettel - Scuderia Toro Rosso Ferrari - 23pts
  10. 10 - AUS - Mark Webber - Red Bull Racing Renault - 20pts
  11. 12 - ALE - Timo Glock - Toyota Racing - 15pts
  12. 6 - BRA - Nelson Piquet Jr - Renault F1 Team - 13pts
  13. 17 - BRA - Rubens Barrichello - Honda Racing - 11pts
  14. 7 - ALE - Nico Rosberg - Williams Toyota - 9pts
  15. 8 - JAP - Kazuki Nakajima - Williams Toyota - 8pts
  16. 9 - GBR - David Coulthard - Red Bull Racing Renault - 6pts
  17. 14 - FRA - Sébastien Bourdais - Scuderia Toro Rosso Ferrari - 4pts
  18. 16 - GBR - Jenson Button - Honda Racing - 3pts

Campeonato de Construtores:
  1. ITA - Scuderia Ferrari Marlboro - Ferrari - F2008 - RAI/MAS - 134pts
  2. GBR - Vodafone McLaren Mercedes - McLaren Mercedes - MP4/23 - HAM/KOV - 129pts
  3. ALE - BMW Sauber F1 Team - BMW Sauber - F1.08 - HEI/KUB - 117pts
  4. JAP - Panasonic Toyota Racing - Toyota - TF108 - TRU/GLO - 41pts
  5. FRA - ING Renault F1 Team - Renault - R28 - ALO/PIQ - 41pts
  6. ITA - Scuderia Toro Rosso - Toro Rosso Ferrari - STR2B/STR3 - BOU/VET - 27pts
  7. AUT - Red Bull Racing - Red Bull Renault - RB4 - COU/WEB - 26pts
  8. GBR - AT&T Williams - Williams Toyota - FW30 - ROS/NAK - 17pts
  9. JAP - Honda Racing F1 Team - Honda - RA108 - BUT/BAR - 14pts
Imagens tiradas do GPExperts.com.br - Google Imagens - F1-fansite