Se toda temporada fosse baseada na sua primeira etapa, sem dúvida teríamos um belo campeonato pela frente, especialmente se comparado ao do ano passado. Mas como isso não acontece, vamos ter de viver uma corrida por vez das 20 que faltam até o fim do ano. Até lá, muita coisa promete acontecer, e após o GP da Austrália finalmente pudemos ver o real potencial das equipes.
Começarei comentando o novo formato de qualificação, na qual já critiquei e voltarei a criticar pelo simples fato da única coisa diferente entre ele e a antiga forma ficar apenas nos momentos mais emocionantes: antes, o começo era monótono e o fim era empolgante; agora, o começo é empolgante e o fim é monótono. Desde a primeira parte do treino ficou óbvio que esse formato não daria muito certo, pelo menos para mim.
Logo que ficou claro a grande burrada feita, houve uma reunião de emergência que destituiu o novo formato, tornando obsoleto pelo menos até as próximas semanas. Até lá, deveremos acompanhar afinco todo o futuro dos treinos de sábado.
A Renault nunca foi exaltada durante os períodos de testes, especialmente graças aos objetivos inicias impostos pela marca, e por isso fez ótimo trabalho ao colocar os carro na frente das pequenas equipes. Enquanto a equipe francesa caminhava para começar a espantar os fantasmas de sua última passagem na Era Turbo, a superestimada Haas não teve um desempenho agradável para muitos.
Eu nunca acreditei muito no desempenho da equipe, mesmo com as animadores afirmações de todos os chefes, e por isso não me surpreendi com o resultado dos treinos. A Manor acabou fechando o grid como sempre faz desde muito tempo, mas houve algo que abriu um enorme sorriso num certo país da Ásia: Rio Haryanto foi mais rápido do que Pascal Wehrlein.
No domingo, Daniil Kvyat não conseguiu largar pelo segundo ano consecutivo, mostrando todo seu azar depois de ótimos tempos marcados por Daniel Ricciardo. A Mercedes viu mais uma vez seus dois pilotos largarem mal, sobretudo Lewis Hamilton, que ainda foi atrapalhado por Rosberg antes de ser superado por Verstappen e Massa. Enquanto isso, a dupla ferrarista pulou sem problemas na ponta da corrida, não tendo nenhuma grande ameaça vindo dos carros prateados.
Já com uma característica de falastrão, que me remete à Nelson Piquet, Max Verstappen se tornaria a personalidade da corrida com suas reclamações, mas até lá algo mudaria todo o resultado da prova. Esteban Gutiérrez e Fernando Alonso se envolveram num terrível acidente na "Sports Centre" (mais conhecido como curva 3), causando a interrupção da prova.
Como já havíamos visto em outras ocasiões, o acidente foi extremamente forte, com o espanhol levantando voo de maneira assustadora. Curiosamente, Brundle, Villeneuve e Coulthard já tiveram a sensação de voar naquele mesmo trecho, ocasionando até mesmo numa fatalidade em 2001, quando um bombeiro acabou morrendo.
Quando a prova foi reiniciada, ficou óbvio que aquilo mudara o destino da corrida, já que os pilotos tiveram a chance de trocar os pneus no pit lane. O maior beneficiado nisso tudo foi Romain Grosjean, que pulou de 19º para 9º, tendo grandes chances de ganhar mais posições com as subsequentes paradas dos pilotos em sua frente.
Jolyon Palmer foi osso duro de roer para a dupla da Toro Rosso |
Misteriosamente, Räikkönen mais uma vez enfrentou problemas em sua Ferrari, forçando um abandono inesperado, enquanto Hamilton sofria para superar ambas as Toro Rosso que agradeceram à interrupção da prova. Logo, a dupla teve de parar, com o holandês tendo a preferência. Surpreendentemente, o espanhol foi o primeiro a parar, retornando na frente do companheiro enfurecido com a péssima parada.
O jovem espanhol mostrou ser osso duro de roer, além de que ninguém deve ser subestimado. Max Verstappen vem sendo aclamado desde que entrou na Fórmula 1, e seus belos resultados como dois 4] lugares reforçaram a tese de ser um futuro campeão, mas será que isso não atingiu níveis extremamente elevados, digo, e se o holandês não conquistar o título? Vão critica-lo até tacarem toda sua reputação no lixo.
Infelizmente, as duas sensações da corrida não conquistaram as posições que mereciam após tal performance.
Quem realmente dificultava a manobra do holandês sobre o espanhol estava na sexta colocação, alcançado algo que eu considerava impossível, ainda mais depois do péssimo resultado nos treinos. Romain Grosjean fez ótimo trabalho, se tornou o piloto do dia para os fãs e fechou no sexto posto, algo comparado à uma vitória pelo próprio francês.
Assim 2016 iniciou como 2015 acabou, com ambas as Mercedes na frente. Porém a promessa de uma melhora da Ferrari foi cumprida, a Red Bull e a Toro Rosso passaram a ameaçar a Williams enquanto Force India acompanha por fora toda essa movimentação. McLaren vem se recuperando, agora sendo acompanhada pela Renault, enquanto Haas, Sauber e Manor deverão seguir na parte de trás do pelotão...
No fim, gostaria de pedir para que todos parasse tem subestimar ou superestimar alguém. São todos humanos, cometem erros, tem defeitos e são maiores do que qualquer dificuldade...
Imagens tiradas do motorsport.com
Ótimo texto, Vítor!
ResponderExcluir"Misteriosamente" Kimi enfrenta problemas, hein?! Rsrsrs. Quanto a Verstappen, fazendo uso de clichês, tenho que se trata de um diamante, mas que ainda precisa de muita lapidação. Seu arrojo encanta, mas seus erros desencantam na mesma proporção... E Sainz está muito comedido...
Até a próxima!
Obrigado, Diego!
ResponderExcluirA dupla da Toro Rosso talvez seja uma das mais promissores que já ingressou na Fórmula 1. Agora só devemos esperar se vão conseguir decolar a carreira na categoria.