Estou preparando uma série de publicações sobre o Campeonato Europeu de Automobilismo, que teve seu início em 1931 e foi até 1939, quando a II Guerra estourou. Vou mostrar á vocês uma "pequena" lista de grandes nomes do CEA (vamos chamar assim a partir de agora). Então sente-se na cadeira e leia com calma o nome de cada piloto, pois você sem dúvida voltará á ouvi-lo:
Hermann Paul Müller
Já contei a história de Paul Müller. Mas só vou dar uma rápida lembrada: Depois de uma carreira bem sucedida nas motocicletas alemãs, Hermann se tornou piloto da Auto Union, onde se mostrou como piloto consistente. Em 1939, enfim teve sua chance, conquistando uma vitória e assumindo a liderança do título, que ficou com ele. Mas, uma controvérsia, que dura até hoje, acabou dando o título á Lang, que conquistou mais pontos segundo o novo sistema de pontuação, que não foi oficializado...
Dick Seaman
O britânico chamou a atenção da Mercedes-Benz, que fez bom uso do piloto de Chichester. Na temporada de 1939, quando tudo parecia que daria certo para o piloto da península britânica, Dick acaba morrendo depois de sofrer um grave acidente no GP da Bélgica. Curiosamente, sua mulher, Erica Popp, era filha do CEO da BMW...
Rudolf Hasse
O caso de Rudolf Hasse era curioso. O alemão corria para uma equipe nazista, sendo que ele era socialista. Hasse não coleciona várias vitórias, sendo que tem apenas uma no Campeonato oficial, mesmo assim ele fez parte da importante história da rivalidade entre Auto Union e Mercedes-Benz. Morreu na frente de batalha russa, em 1942.
Carlo Maria Pintacuda
Vindo da Escola Florentina, Pintacuda nunca foi um piloto fenomenal na Europa, mas pelo menos deixou sua marca com duas vitórias em Mille Miglia e uma nas 24 Horas de Spa. Foi mais reconhecido na América do Sul, onde participava de corridas em São Paulo, na Gávea e em Buenos Aires, onde morreu aos 70 anos.
Manfred von Brauchitsch
O primeiro grande azarão que se tem registro é von Brauchitsch. Foi vice-campeão duas vezes, e é mais famoso pelo estouro de pneu no GP da Alemanha de 1935 e pelas chamas que se alastraram pelo seu corpo em Nürburgring, no ano de 1939. Mesmo assim, Manfred mantinha a confiança, vencendo provas oficiais e não oficiais, entre elas o GP de Mônaco. Morreu em 2003, aos 97 anos de idade.
Hermann Lang
Outra história de vida curiosa é de Hermann Lang, que era apaixonado por motos desde a infância. Começou como mecânico, mas seu sucesso como piloto amador chamou a atenção da Mercedes-Benz, que o contratou... para ser mecânico. De repente surgiu a ideia de coloca-lo num carro de corrida. Inicialmente parecia um absurdo, mas o que Lang conseguiu era considerado possível apenas para Rosemeyer e Nuvolari: Superar Rudi Caracciola. Hermann foi campeão. seguindo as novas regras, em 1939, e ainda foi o piloto que trouxe de volta ás conquistas das Flechas de Prata nos anos 50.
Hans Stuck
Stuck sempre fez parte do projeto da Auto Union, e por isso nunca deu muito certo quando a equipe se desfez por causa da II Guerra. Mesmo assim, sua marca já havia sido deixada: Um vice e um terceiro lugar, além de 1 vitória no calendário oficial...
Bernd Rosemeyer
Se apenas talento fosse o suficiente para vencer, Rosemeyer seria invicto. O piloto de Lingen também fazia parte do projeto da Auto Union, sendo o número um da equipe. Depois de ser campeão em 1936, ele buscava voltar ao topo com o novo carro de sua equipe, que por sua vez não correspondia tão bem. Em 1938, enquanto tentava recuperar o recorde de velocidade batido por Caracciola no mesmo dia, Bernd, misteriosamente, perdeu o controle de seu carro, que capotou várias vezes, jogando o corpo dele á metros de distância: Morte instantânea.
Paul Pietsch
Todo país precisa ter seu pioneiro na Fórmula 1. E o pioneiro alemão na categoria foi Paul Pietsch, que já havia corrido no CEA. Naquela época, sem ter chances, Paul sofreu com entradas privadas em carros defasados, mas, mesmo assim, conseguia belos resultados, á ponto de eu meu perguntar: Por quê ele nunca teve uma chance?
Robert Benoist
Quando a França ainda tinha nome no automobilismo, Benoist era o principal piloto, vencendo várias provas da Formula Libre, durante o fim da década de 20. Com o renascimento italiano e alemão, Robert foi pro fundo do pelotão, onde ficou até morrer em 1944, num campo de concentração nazista.
Rudolf Caracciola
O maior vencedor da Era das Flechas de Prata foi Rudi Caracciola, o primeiro grande Raimaster. Rudolf era fantástico, e depois de sofrer um forte acidente pela Alfa decidiu que jamais largaria a Mercedes-Benz (apenas se a marca alemã não o quisesse mais). Resultado disso? Um tricampeonato e o apelido de Schumacher dos anos 30... ou Schummy seria o Caracciola do novo milênio?
Luigi Fagioli
Sua época de CEA não foi aquelas coisas, da mesma forma de sua passagem pela Fórmula 1. Mesmo assim, o italiano movimentou o mercado de pilotos, conseguindo a proeza de correr na Mercedes-Benz e na Auto Union em anos seguidos.
Ferdinando Minoia
Caso estivesse vivo, Minoia teria 100 anos para ver Bellof e Senna darem show em Monte Carlo. Mas voltando para o que interessa, Ferdinando nunca foi um piloto fantástico no Campeonato Europeu, afinal, já tinha mais de 40 anos. Mas, mesmo assim, conquistou o título do primeiro Campeonato realizado, em 1931.
Giuseppe Campari
O melhor italiano de sua época. Campari era o favorito ao título de 1931, mas, numa controvérsia, perdeu o título para Minoia. Mesmo assim, ele ainda era o favoritíssimo para o ano seguinte, quando ele não durou nem duas provas. Mesmo assim, continuava a correr, mas sem tanto alarde como antes. No GP de Monza de 1933, Giuseppe perdeu o controle de seu carro, bateu e veio á falecer imediatamente.
|
Baconin, Enzo e Tazio |
Baconin Borzacchini
Talvez o único italiano que podia para Tazio Nuvolari. Borzacchini era outro que prometia muito para sua próspera carreira, que já havia começado com o pé direito, terminando em 3º na temporada de 1931 e em 2º no ano de 1932. No GP de Monza de 1933, quando viu o acidente falta de Campari, Baconin tentou desviar, mas sem sucesso, levantando voo para a morte...
Achille Varzi
Varzi era outro promissor jovem italiano. Parecia que sua chance havia chegado quando foi para a Auto Union, mas lá acabou sendo conhecido como o azarado de Chemnitz. Mesmo assim, Achille tem uma coleção de vitórias memoráveis, vindas desde a época da Formula Libre. Sua última conquista foi em Turin, em 1946, dois anos antes de sua morte.
Louis Chiron
O melhor piloto monegasco que o Mundo já viu teve suas chances no Campeonato Europeu, mas nunca aproveitara. Mesmo assim, ele botava medo em vários competidores, que temiam alguma surpresa de Chiron, que já conseguiu vencer as Flechas de Prata quando parecia impossível. Competiu na Fórmula 1 durante algumas temporadas, se tornando o piloto mais velho á participar de um GP. Morreu em 1979.
Tazio Nuvolari
O melhor de todos os pilotos que já passaram pelo esporte á motor foi Tazio Nuvolari, que, com seus feitos, fazia muitos imaginarem que ele tinha um pacto com ****. Sendo verdade ou não, pelo que sabemos Nivola era um piloto fantástico, que mesmo sem ser muito vitorioso, botava medo em qualquer outro piloto. Seu maior feito foi calar o Terceiro Reich em 1935...
Jean-Pierre Wimille
Dito como o provável primeiro campeão da história da F-1, Wimille havia passado sem sucesso pelo Campeonato Europeu, graças ás suas negações de pedidos da Mercedes-Benz e da Auto Union. Foi preso por espionagem na II Guerra, mas escapou vivo, voltando para dominar o automobilismo até sua misteriosa morte, em 1949, na Argentina.
William Grover-Williams
Sua carreira no meio da década de 30 é pouco conhecida. Não se sabe muito o que ele fez da vida na primeira época de ouro do automobilismo. Mesmo assim, o francês havia feito história, após vencer o primeiro GP de Mônaco, realizado em 1929. Foi executado pelo exército nazi em 1945...
Per-Victor Widengren
O sueco Victor vinha de uma família rica, e por isso não teve muita dificuldade para se tornar piloto. Participou de várias corridas no gelo no início da década de 30, atingindo seu melhor momento em 1935, quando venceu 3 das 4 corridas do gelo na qual participou.
Eugen Bjørnstad
O norueguês é famoso pelo seu estilo agressivo e sua carreira mais vitoriosa do que a de Widengren. Eugen venceu várias corridas entre as temporadas de 1936 e 1937, sendo considerado um dos melhores pilotos que pouco participaram dos Grand Prix.
Karl Ebb
Ebb, como Widengren, era um homem de negócios, que se deu muito bem nos esportes. Ele foi o primeiro finlandês á correr internacionalmente, chegando a vencer uma corrida que tinha Rudolf Caracciola! Karl também competia no atletismo, no ciclismo, na natação e no ski...
Este foi o post de hoje, espero que tenham gostado de saber um pouco mais sobre os grandes nomes do Campeonato Europeu...
Imagens sofridamentes arrancadas do Google Imagens