sábado, 5 de setembro de 2015

E se... - Jochen Rindt


Enquanto o post sobre Stefan Bellof não sai do forno, venho falar sobre o que poderia ter acontecido á Jochen Rindt depois do dia 5 de setembro de 1970, quando veio á falecer depois de se acidentar na Parabólica com sua bela Lotus vermelha, branca e dourada. Por sorte, o austríaco se tornou o único campeão póstumo depois de Fittipaldi superar Ickx em Watkins Glen, assegurando o título do ex-companheiro.

Então vamos para de enrolação. Até aquele fim-de-semana, Rindt tinha 6 vitórias, 13 pódios, 10 poles e 3 voltas mais rápidas. Número que cresceriam substancialmente caso ele não morresse em Monza:

Lembrando que tudo no post, a partir deste ponto, é fictício e foi feito á base de minha opinião no que poderia ter acontecido.


Temporada de 1970 - Jochen Rindt
Jochen Rindt - Gold Leaf Team Lotus - 6 Vitórias - 1 Título
No GP da Itália, Jochen Rindt não conseguiria batalhar com as Ferraris, que foram bem armadas para o GP caseira, deixando o austríaco sem nenhum ponto. Na corrida seguinte, em Mont-Tremblant, a Lotus novamente não teria um bom desempenho, vendo boa parte dos seus carros abandonarem por problemas mecânicos. Mas na próxima prova, em Watkins Glen, tudo mudaria. A diferença de 17 pontos para Ickx ainda era segura, mas tudo podia acontecer.

Rindt precisava de apenas um pontinho para se garantir como campeão do mundo, isso se o belga ainda vencesse a prova. As Lotus dos novatos Fittipaldi e Wisell surpreenderam a todos, enquanto o austríaco foi cauteloso em conquistar apenas um top 10. Na corrida, no meio de todos aqueles abandonos, surge os três carro do "Tio Colin" na ponta, mas isso por pouco tempo. A recuperação de Rodríguez foi fantástica, tomando as posições de Jochen e Reine, indo ao ataque de Emerson.

Quem vinha atrás de Rindt era Ickx, que por sua vez também foi cauteloso no momento de pegar a quarta colocação do rival, que mesmo assim comemorava o título... Ao fim de 108 voltas, Emerson Fittipaldi ergueu os braços para comemorar a primeira vitória, seguido por Rodríguez e Wisell, enquanto o ferrarista era o quarto e o Campeão era o quinto. Na última corrida do campeonato, nem precisou pontuar...


Temporada de 1971 - Jackie Stewart
Jochen Rindt - Gold Leaf Team Lotus - 6 Vitórias - 1 Título
Acreditava-se que o carro da temporada de 1971 poderia ser melhor, mas tudo isso era uma farsa. O carro se mostrou pouco confiável perto dos azulados de Ken Tyrrell. Ao lado de Emerson Fittipaldi e Reine Wisell, Jochen Rindt sofreu até finalmente terminar uma prova, quando conseguiu um merecido pódio em Zandvoort, a 4º etapa do campeonato, que tinha Stewart abrindo uma vantagem monstruosa.

Em Paul Ricard, Rindt faz sua parte novamente em subir ao pódio, mas atrás de ambas as Tyrrell. Os 33 pontos do escocês para os 10 do austríaco mostravam a situação do atual campeão. No GP britânico, Jochen é superado pelo brasileiro e conquista apenas três pontos, o que o tira da ótima 3º colocação no campeonato. Semanas depois, em casa, Rindt volta ao pódio além de empatar com Ickx na disputa pelo vice.

As últimas provas seriam decisivas. Em Monza, o caos reina, tirando Lotus e Tyrrells da disputa pela vitória, que ficaram com Gethin. Na prova seguinte, no Canadá, o austríaco conquistaria apenas outros dois pontos, seus últimos na temporada, que acabara em Watinks Glen, com ele não terminando.


Temporada de 1972 - Emerson Fittipaldi
Jochen Rindt - John Player Team Lotus - 11 Vitórias - 1 Título
A batalha contra Emerson Fittipaldi começara. A Lotus fez um ótimo carro que deixou ambos de seus piloto a disputar pelo título, que foi decidido nas últimas provas. Quem triunfa na Argentina é Rindt, mas semanas depois é a vez de Hulme, que por sua vez vê o austríaco vencer novamente em Jarama. O zero pontos do brasileiro deixavam-o numa posição difícil para o campeonato. Mas tudo mudaria depois de Mônaco.

Apesar dos problemas, Fittipaldi se reerguia aos poucos no Campeonato, que começava a ver Jochen a desabar por causa de problemas mecânicos. Mesmo assim, o austríaco ainda conseguiu outras duas vitórias consecutivas, o que o colocava em uma posição privilegiadas para as últimas três corridas. Em Monza, o brasileiro saiu vivo na briga pelo título, já que seu companheiro tivera problemas e abandonara.

No Canadá, Emerson repetiu o feito com Rindt á abandonar, levando a disputa pelo título para Watkins Glen. Lá, o austríaco faz uma corrida pífia enquanto o brasileiro consegue o pódio, que valeu o título mundial, que pela primeira vez era do Brasil!


Temporada de 1973 - Jochen Rindt
Jochen Rindt - John Player Team Lotus - 16 Vitórias - 2 Títulos
A promessa de um campeonato ainda mais disputado estava no ar em 1973. A Tyrrell vinha com um carro renovado, com Jackie Stewart e François Cevert como pilotos, enquanto a Lotus tinha três motoristas: Fittipaldi, Rindt, e um tal de Ronnie Peterson, que já havia chamado muita atenção até chegar na equipe preta e dourada.

A começo de temporada foi péssima para Peterson, que sofreu com os problemas de sua Lotus, situação semelhante a enfrentada por Cevert com sua Tyrrell. Enquanto isso, Rindt, Fittipaldi e Stewart começaram vencendo um cada uma das três primeiras corridas do ano. Logo o poder destruidor do austríaco estava de volta, com ele á vencer algumas provas em sequência até Anderstorp, onde tudo virou ao contrário.


O atual campeão começou uma péssima sequência de abandonos e problemas, enquanto Jochen Rindt se via sem conseguir superar Ronnie Peterson, que voava como nunca em busca de se recuperar. Já Stewart tentava ser o mais regular possível. Depois de finalmente vencer em casa, Rindt se mostrava forte novamente em disputar o título, enquanto Fittipaldi continuava na maré de azar.

Faltavam três provas para o fim, com três pilotos á disputar o título. O Super Sueco precisava pontuar em todas para ser campeão, enquanto Rindt precisava vencer pelo menos uma, ou torcer parar algum abandono do companheiro. Já Jackie Stewart tinha que se manter na pista, podendo até não pontuar em uma corrida.


Na Itália, Peterson domina ambos seus companheiros, conquistando uma vitória merecidissima, enquanto a rivalidade encontrada em 1972 surgia com força no fim da temporada, com Fittipaldi atrapalhando Rindt, que exigia uma ajuda de Chapman, que não fez nada para ajudar seu piloto que tentava se tornar bicampeão.

Em Mont-Tremblant, parecia que tudo se repetiria, mas o abandono de Peterson na corrida colocava Jochen na posição mais confortável possível, enquanto Stewart ainda era líder do Campeonato. Quem se aproximava da briga, mas, infelizmente, não podia fazer nada era Fittipaldi. Em Watkins Glen.... uma tragédia assola o automobilismo. François Cevert se acidenta nos treinos e morre, desfalcando a Tyrrell.

Abalado, o líder Stewart decide abdicar o título em respeito ao amigo morto... No domingo, no meio da tristeza, o sueco voador retorna a ponto e vence de forma fácil no Glen, mas nada era possível de ser feito, afinal, o pódio de Rindr já o dava seu segundo título...


Temporada de 1974 - Emerson Fittipaldi
Jochen Rindt - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - 21 Vitórias - 2 Títulos
A indecisão de escolher o primeiro piloto de Colin Chapman faz Emmo e Jochen saírem da equipe na qual foram campeões. Um escolheu a Ferrari e outro a McLaren, escolhas que até então nenhuma grande campeão da década de 70 havia tentado fazer. Mal imaginavam que voltariam a se enfrentar. A primeira vitória do austríaco foi apenas em Jarama, quando superou o jovem compatriota Lauda.

A segunda conquista só veio em Dijon-Prenois, enquanto Emerson Fittipaldi liderava o campeonato e ia em busca de seu segundo título. No meio de problemas do brasileiro, o austríaco ressurge na disputa após conquistar três belas vitórias consecutivas, inclusive um á segurar seus dois ex-companheiros, no mesmo Monza que havia começado toda essa rivalidade no ano anterior.

Rindt saiu da Itália como líder do campeonato de pilotos, com Emerson a disputar pela liderança, que logo foi retomada depois da etapa no Canadá, que viu, finalmente, Jochen parar sua Ferrari com problemas. Agora nos EUA, apenas uma vitória poderia dar o título ao austríaco, que fez de tudo até conseguir estragar seu cavalinho... No fim de tudo, Fittipaldi comemorou seu segundo título...


Temporada de 1975 - Niki Lauda
Jochen Rindt - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - 25 Vitórias - 2 Títulos
Agora o duelo seria interno, Niki Lauda amadureceu e estava disposto a conquistar seu primeiro título ao lado do compatriota, que queria ainda um tricampeonato. O começo da temporada foi ótima para Niki, enquanto para Rindt foi simplesmente um lixo, conquistando sua primeira vitória apenas em Anderstorp, na 7º prova do ano.

As outras vitórias aconteceriam na França, na Alemanha e na Itália, mas nada que se comparasse as 5 conquistas de Lauda além de sua regularidade. Pelo menos, ao fim da temporada, Jochen Rindt terminou na segunda colocação, superando seu antigo rival: Emerson Fittipaldi.


Temporada de 1976 - Jochen Rindt
Jochen Rindt - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - 31 Vitórias - 3 Títulos
Contra Lauda novamente, Rindt se via em mais apuros depois de ver mais um rival entrar na briga: James Hunt. O britânico não veio para bricandeira e já vinha se mostrando mais rápido do que o austríaco. Duas vitórias consecutivas, beneficiadas pelos problemas de Lauda e Hunt, colocaram Jochen em uma ótima posição na batalha pelo título.

Mas logo Niki Lauda retomou a primeira colocação, conquistando mais algumas vitórias até sofrer seu grave acidente em Nürburgring. Com isso, Rindt viu a chance de conquistar, talvez, seu último título mundial. Mas ele se esqueceu de James Hunt, que começou uma virada fantástica em busca do primeiro título.


O britânico venceu na Alemanha e na Holanda, o que o colocava na disputa pelo título enquanto Lauda não retornava, coisa que aconteceu em Monza, quando Jochen Rindt finalmente voltou ao pódio. Faltavam agora 3 provas, que decidiriam o campeão entre dois austríacos e um britânico. A Ferrari sabia que tinha que fazer alguma coisa.

Em Mosport, Rindt supera seus rivais e vence de maneira magistral. Semanas depois, em Watkins Glen, repete o feito e fica com mais de meio corpo perto de um tricampeonato. Na última prova, em Fuji, todos os olhares estavam para Niki Lauda, que ainda tinha chances de conquistar o título caso vencesse a prova e fosse beneficiado por problemas de seu conterrâneo. Enquanto isso, Hunt precisava de uma vitória enquanto Lauda não terminasse no pódio e Rindt não pontuasse.

Para acabar com a brincadeira, a corrida foi embaixo de muita chuva.... E para mostrar que era fantástico nessas condições, Jochen estraçalhou Lauda e Hunt, que mal conseguiam completar uma volta sem cometer um minimo deslize. Resultado final: Tricampeonato para Rindt...


Temporada de 1977 - Niki Lauda
Jochen Rindt - Scuderia Ferrari - SpA SEFAC - 37 Vitórias - 3 Títulos
O começo da temporada de 1977 para Niki Lauda não foi boa, mas para Jochen Rindt sim. A sua vitória no Brasil mostrava ao mundo que seu relacionamento dentro da Ferrari era ótimo, e que poderia batalhar até por um 4º título. Mas a idade já deixava-o mais vulnerável a erros, como o cometido em Long Beach.

Dessa vez, Lauda não parecia ser imbatível, já que estava muito mais cauteloso em suas decisões. Mesmo assim, o austríaco vinha para ser campeão graças a sua regularidade, enquanto Rindt sofria com problemas quando estava na ponta das corridas. Apenas na Alemanha, Jochen voltou a conquistar uma vitória, merecida depois de superar o conterrâneo.

Semanas depois, em Monza, iniciou uma série de três vitórias consecutivas, que passou por Watkins Glen e parou em Mosport. Nesse último fim-de-semana, Rindt teve a responsabilidade decorrer sozinho com sua Ferrari, já que Lauda, já bicampeão, decidiu sair da equipe por teimosia de Enzo Ferrari, que não acreditava que os carros asa da Lotus dariam certo...


Temporada de 1978 - Mario Andretti
Jochen Rindt - Scuderia Ferrari - SpA SEFAC - 38 Vitórias - 3 Títulos
1978 começava. Carlos Reutemann e Gilles Villeneuve haviam sido contratados pela Scuderia Ferrari, que decidiu readmitir Jochen Rindt depois de um forte acidente sofrido pelo canadense nos treinos do GP sueco. O prazo de recuperação era de alguns meses, o que tiraria Gilles de 4 corridas, e daria a chance á Rindt de erguer o braço pela última vez e comemorar.

Com seus 36 anos, o austríaco aproveitou muito bem a chance que teve. No GP da França conquistou um ótimo 6º lugar, e duas semanas depois, subiu ao pódio, com o 2º lugar conquistando no GP da Grã-Bretanha após batalhar com Niki Lauda. Ele estava voltando aos velhos tempos. Na Alemanha, Rindt se aproveita de abandonos até chegar a segunda colocação, pressionando o futuro campeão Andretti.

Na virada da 39º para a 40º volta, a torcida se ergue nas arquibancadas e começa a vibrar ao ver o carro vermelho ultrapassar o preto e dourado e assumir a ponta. Andretti tinha problemas no câmbio. Cinco voltas depois, Jochen Rindt cruza a linha de chegada em primeiro e conquista sua última vitória, e talvez, a mais emocionante das 38 que já havia conquistado.


Coincidentemente, sua última corrida seria no seu país, onde havia estreado 13 anos antes. Os holofotes se apagaram para as Lotus, e se ascenderam para Jochen Rindt. Embaixo da chuva, ele e Peterson eram monstruosos, e não seria nenhuma surpresa ver um dos dois disputando pela vitória. Andretti teve problemas, Lauda também e Reutemann tinha um carro irregular, com isso a disputa ficava apenas entre Jochen e Ronnie, como nos velhos tempos.

Embaixo da chuva torrencial que caia em Öesterreichring, Peterson duelou com Rindt até a última volta, quando o sueco cruzou a linha de chegada pra conquistar sua última vitória, enquanto o austríaco cruzava em segundo para comemorar seu último pódio...


Assim acabava a carreira de Jochen Rindt, que comemorou ao lado de seu grande rival Ronnie Peterson sua última vinda á uma corrida de Fórmula 1 para correr...

Infelizmente, semanas depois, Ronnie faleceria em Monza...

Jochen Rindt - Títulos: 3 - Vitórias: 38 - Equipes: Rob Walker, Cooper, Brabham, Lotus e Ferrari

Imagens tiradas do F1-History.deviantart.com

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