segunda-feira, 28 de setembro de 2015

35 Anos - Jones e Seu Controverso Título


Há exatos 35 anos acontecia o GP do Canadá de 1980, vencido por Alan Jones seguido por Carlos Reutemann e Didier Pironi. A prova acabou sendo marcante para uma das melhores temporadas da Fórmula 1 até então, afinal, foi nela que Alan Jones conquistou seu único título, em cima de Nelson Piquet. Tá, mas e a controvérsia?

Vamos começar revisando rapidamente a temporada de 1980. Depois de um ótimo fim de ano, a Williams era a favorita para o título, começando logo com o pé direito com a vitória de Alan Jones na Argentina. Semanas depois, no Brasil, é a vez da Renault contra-atacar, com Jabouille fazendo a pole e René Arnoux conquistando a vitória, que seria repetida em Kyalami.


Numa corrida confusa em Long Beach, Nelson Piquet surpreende e conquista sua primeira vitória, com Emerson Fittipaldi e Riccardo Patrese completando o pódio. Uma semana depois, os pilotos estavam na Bélgica, onde Didier Pironi conseguiu parar o poderio das Williams para entrar na briga pelo título, que além do francês tinha Arnoux, Piquet e Jones.

Sob pressão, Reutemann vence em Mônaco para se aproximar dos lideres. No fantástico Paul Ricard, Alan Jones sai vencedor mais uma vez, e semanas depois, em Silverstone, repete o feito para abrir seis pontos para Nelson Piquet. Arnoux e Pironi começam a perder fôlego. Depois do triste ocorrido com Patrick Depailler, a categoria vai de luto á Alemanha, onde Laffite vence em honra do amigo.


Na Áustria, Jabouille finalmente tem sorte para conquistar sua última vitória na categoria, enquanto Carlos Reutemann encosta em Nelson Piquet, que deixa Alan Jones escapar na frente do Campeonato de Pilotos. Depois de muitos meses, o brasileiro da Brabham volta a conquistar uma vitória, enquanto Jones abandona. A diferença agora era de 2 pontos.

Em Ímola, o GP da Itália é vencido por Nelson Piquet, com Jones e Reutemann completando o pódio. Para a comemoração brasileira, Nelson liderava pela primeira vez um Campeonato, ascendendo ainda mais as chances de um terceiro título brasileiro. Agora, o circo chegava á Montreal, para outro GP do Canadá, que podia ver o australiano campeão graças á regra dos descartes.


Nos treinos, Piquet marcou 1:27.328 para ser pole, enquanto Jones conseguiu um tempo de 1:28.164 para fechar a primeira fila. Seguindo-os estavam Didier Pironi, Bruno Giacomelli, Carlos Reutemann, Keke Rosberg, John Watson, Andrea de Cesaris, Jacques Laffite e Hector Rebaque. Depois que se apagaram as luzes, Alan conseguiu ficar lado-a-lado com o brasileiro, que não aliviou.

Na primeira curva, Jones joga Piquet para o muro, resultando em acidentes multíplos envolvendo, além do brasileiro, Jean-Pierre Jarier, Derek Daly, Emerson Fittipaldi, Keke Rosberg, Mario Andretti, Gilles Villeneuve e Jochen Mass. Piquet, Emmo, Gil e Mario conseguiram relargar com os carros reservas, mas isso era péssimo para o piloto da Brabham, que tinha um motor Cosworth de treinos em seu novo carro. As chances dele estourar eram altíssimas.


Na relargada, Nelson Piquet perde as duas primeiras colocações, mas logo recupera o segundo posto de Pironi. Na segunda volta, retoma a ponta depois de passar por Alan Jones. Tudo transcorria normalmente, mas com todos os envolvidos com a equipe Brabham apreensivos, para ver se o motor Ford resistiria. Infelizmente, na volta 23, Piquet abandonou depois do estouro de seu V8.

Duas voltas depois, com a quebra da suspensão, Jean-Pierre Jabouille sofre um terrível acidente frontal, quebrando sua perna. Mesmo assim a corrida continua, com Pironi assumindo a liderança em cima de Jones, que precisava de uma vitória para se tornar campeão. Por um momento, parecia que ainda existia um pingo de esperança, mas logo souberam que o francês teria que pagar uma punição de 1 minuto por queimar a largada.


Depois de dar show, Villeneuve consegue um pontinho em casa com um carro defasado, enquanto Didier Pironi vence, mas não leva. Para concretizar o domínio dos carros da Williams, Reutemann ainda consegue um segundo lugar, enquanto Jones, campeão, é o primeiro. Um clima estranho rodava pelo paddock, afinal, era a primeira vez que um título havia sido decidido, pelo menos indiretamente, por causa de um toque, que não foi motivo de punição da direção de prova.

Nelson Piquet ainda pareceu feliz ao dizer: "Não tenho o que reclamar. Venci três corridas, terminei vice-campeão e serei um forte candidato o ano que vem.". Depois do GP canadense, ainda tinha a prova de Watkins Glen, que acabaria sendo vencida por Alan Jones após Nelson Piquet rodar a abandonar. No ano seguinte, o australiano se tornaria elemento chave para a conquista do brasileiro, que curiosamente estava na Brabham, equipe do australiano Jack Brabham...


Assim acabou a temporada de 1980, com uma controvérsia que é pouco discutida atualmente. Para mim, nem Hill, nem Hawthorn e nem Phil Hill foram os piores campeões da história da categoria, e sim Alan Jones, que apesar de ser um piloto talentoso, teve uma equipe inteira trabalhando em pró dele que ainda tinha o melhor carro e ainda foi sujo na hora da decisão. De qualquer modo, como eu disse, acho o australiano um ótimo piloto, mas que merecia menos o título do que outros como Reutemann, Peterson, González, Villeneuve, Bellof...

Imagens tiradas do Google Imagens - GPExperts.com.br - F1-history.deviantart.com

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