domingo, 7 de fevereiro de 2016

35 Anos - A corrida que decidiu o título de 1981


Na época mais conturbada da guerra FISA x FOCA, o GP da África do Sul estava programado para abrir a temporada de 1981, coisa que realmente aconteceu no dia 7 de fevereiro, há 25 anos atrás... Com a FISA banindo as saias laterais, beneficiando as montadoras Ferrari, Alfa Romeo e Renault, as garagistas de Bernie Ecclestone contra-atacaram ao protestar sobre regra que tirava um domínio que já durava três temporadas.

Sem nenhum acordo firmado, o GP da África do Sul abriu o calendário da FOCA enquanto as equipes da FISA estariam apenas na Argentina para iniciar um calendário paralelo. Sem nenhuma montadora, o grid inteiro era constituído por equipes empurradas com motores Cosworth e, acima de tudo, com carros tendo saias laterais.


Com Brabham, Williams, Lotus, Fittipaldi, ATS, McLaren, Arrows, March, Theodore, Ensign e Tyrrell inscrevendo carros para a prova, Nelson Piquet conquistou a pole position com Carlos Reutemann em segundo, Alan Jones em terceiro, Keke Rosberg em quarto, Elio de Angelis em quinto, Riccardo Patrese em sexto, Ricardo Zunino em sétimo, Nigel Mansell em oitavo, Andrea de Cesaris em nono, Jan Lammers em décimo, Siegfried Stohr em décimo primeiro, Eddie Cheever em décimo segundo, Chico Serra em décimo terceiro, Marc Surer em décimo quarto, John Watson em décimo quinto, Desiré Wilson se tornando a última mulher à alinhar num grid (não-oficial), Derek Daly em décimo sétimo e Geoff Lees em último.


Embaixo de chuva, a largada foi dada com Piquet, de Angelis e um incrível Jan Lammers pulando para as três primeiras colocações. Carlos Reutemann inicia de maneira péssima, perdendo posições e não conseguindo acompanhar o ritmo dos ponteiros. O holandês da ATS ataca Elio de Angelis, mas em vão, abandonando por problemas nos freios enquanto Mansell assume a terceira posição.

Em recuperação fantástica, John Watson ataca ambas as Lotus, conseguindo ultrapassar Nigel Mansell depois do britânico tentar múltiplas vezes em cima do companheiro, falhando em todas. Embalado, o norte-irlandês também supera de Angelis. Recuperado, Carlos Reutemann também pressiona os pilotos da Lotus, conseguindo a ultrapassagem.


Com a pista secando, os pilotos pararam para trocar os pneus. Andrea de Cesaris acaba abrindo sua triste temporada cheia de acidentes com mais uma batida, enquanto Desiré Wilson também sai da pista de encontro ao muro. Alan Jones, o campeão, abandona com a saia de sua Williams quebrada, deixando ainda mais aberto o caminho para o rival argentino, que assume a ponta depois das paradas de Nelson Piquet e John Watson.

O ótimo trabalho da equipe Lotus beneficia Elio de Angelis, que termina na terceira colocação logo atrás de Reutemann, o vencedor, e Piquet. Keke Rosberg, com o antigo F8, conquistou uma fantástica quarta colocação, com John Watson sendo apenas o quinto e Riccardo Patrese fechando os lugares pontuáveis.


A vitória de Reutemann daria o título ao argentino no fim de 1981 caso fosse validado, já que a FISA de Jean-Marie Balestre não contou o GP da África do Sul como válido para o campeonato oficial, dando assim o título á Nelson Piquet. Outra pessoa que não se beneficiou foi Desiré Wilson, que, caso a prova fosse oficializada, se tornaria a última mulher à alinhar num grid.

Imagens tiradas do Google Imagens

2 comentários:

  1. Apenas equipes de motores FORD e carros fora da especificação da F1, participaram dessa corrida. Foi uma tentativa de dividir a F1 (mas desistiram). Igual houve com CART e IRL nos 90 (que durou vários anos). Todas as 3 equipes italianas (Alfa Romeo, Ferrari e Osella), as 2 francesas (Renault e Matra) e a Toleman que era inglesa mas sem motor FORD ficaram de fora. Não se faz um mundial incluindo-se apenas uma marca de motor e excluindo-se meio mundo. Nunca se esperou que essa corrida fosse parte do mundial de F1. Ela era da Formula Libre que nasceu e morreu logo ali.

    ResponderExcluir