Este é um post de comentários sem ter, como objetivo principal, informar o público sobre determinados eventos.
O ano é 1982, a McLaren acabara de contratar um homem que já havia ido do céu ao inferno há poucos anos antes, e agora estava de volta para continuar em seu grande sonho. Niki Lauda, que havia passado incólume do auge da guerra FISA x FOCA, voltara para mais uma vez fazer história na Fórmula 1. A estreia estava marcada, e todos os pilotos já estavam em Kyalami.
No início daquele ano, Bernie Ecclestone havia anunciado um novo sistema de emissão de superlicenças para a Fórmula 1, coisa que fez o austríaco se rebelar atomicamente. A decisão poderia atrapalhar a carreira de pilotos que assinavam contratos por corrida ou que acabavam sendo obrigados a trocarem de equipes no meio da temporada. De maneira rápida e esperta, Lauda ligou para Pironi, presidente da GPDA, que comentou sobre o assunto dias antes da prova, no Comitê da FIA.
O clima era tenso dentro do hotel, com os pilotos acomodados em colchões enquanto Elio de Angelis tocava piano e Niki Lauda tentava quebrar o gelo com um stand-up. A greve dos pilotos já havia entrado para história quando, reza lenda, Teo Fabi pulou a janela do banheiro para escapar do hotel. Após uma nova negociação, os pilotos acabaram voltando para Kyalami, onde participaram do primeiro GP da temporada de 1982. O personagem mais importante, Lauda, terminou na ótima quarta colocação numa prova má transmitida pela TV sul-africana com a vitória de Alain Prost.
Os pilotos tem voz, mas falta algo para eles realmente se imporem. A mudança no regulamento se tornou algo tão normal que muitos reclamaram da falta de mudanças nos carros de 2016, e essa mudança constante também evidencia a falta de voz ativa dos pilotos da categoria, deixando aberto a brecha para que os dirigentes comandem totalmente a Fórmula 1.
Há meros 7 anos a Fórmula 1 teve uma revolução aerodinâmica; em 2012 vimos os degraus nascerem; em 2014 assistimos carros que tinham sexo definido; e em 2017 veremos uma nova revolução aerodinâmica... Para vocês terem uma ideia de onde quero chegar basta comparar as mudanças que houveram, também num período de oito anos, entre 1980 e 1988. Houve alguma mudança tão impactante além do banimento do efeito solo? Pelo que me lembre, não...
A complexidade das regras já foi comentada por mim há alguns dias, e agora falo a vocês que a falta de voz ativa dos pilotos pode ser um dos motivos disso. É a causa e a consequência! Algo que não havia comentado com vocês antes.
Não estou incentivando nenhuma nova greve, algo que seria horrível para os patrocinados etc, mas acredito que seja necessário algo tão impactante quanto para fazer os dirigentes acordarem e perceberem que não são eles quem fazem os espetáculo.
Críticas de Hamilton: grandepremio.uol.com.br
Críticas de Grosjean: br.motorsport.com
Imagens tiradas do Google Imagens
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