quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
A Fórmula 1 e a política
Desde os tempos de Jean-Marie Balestre a Fórmula 1 já se metia em confusões políticas causadas quase sempre pela busca desenfreada por dinheiro e pelo domínio da categoria. Lembremos da década de 70 quando a FISA e a FOCA entraram em choque para controlar o circo, com as montadoras de um lado e os garagistas de outro.
A Fórmula 1 não é um esporte somente para garagistas, e nem sequer só para montadores, é um esporte que une o que há de bom entre os dois para uma verdadeira batalha travada em diversos países do mundo. E por isso toda essa batalha entre ambas as federações chegou a um acordo de paz no início da década de 80, porém a categoria ainda tinha problemas a resolver.
Nos últimos dias contei sobre o GP da África do Sul de 1985, e toda a tensão criada em volta dela por causa do apartheid, que assolava o país desde 1948 e já havia sido motivo de banimento da África do Sul em eventos esportivos como as Olimpíadas, que acabou culminando numa grande polêmica que era: por que a Fórmula 1 ainda não havia saído de lá?
Depois de tanta pressão, Balestre finalmente acabou cedendo a um caso único na história. Mas há algo que difere o "caso Kyalami" de todos os outros que voltaram á tona: a injuria racial que estava presente no país. A política, caso não houvesse o apartheid, não seria um grande problema, quão menos a questão religiosa, como nos casos da atualidade, quando mulheres muçulmanas usam burcas para se vestirem de maneira adequada aos olhos de sua religião.
Quando as questões financeiras falam mais alto nada pode impedir grandes confederações e empresas de atingir seus objetivos, vide a Copa do Mundo que será realizada no Qatar em 2022 e as Olimpíadas de Pequim em 2008, que mostram que não é só a ganância de Bernie Ecclestone e Cia que está em locais sem democracia total.
Atualmente vemos um cenário considerado preocupante na Fórmula 1, com o calendário visitando oito países, sendo eles Cingapura, Malásia, México, China, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Azerbaijão, com regimes não democráticos ou parcialmente democráticos, enquanto, há quinze anos havia, apenas uma prova realizada sob regime não democrático.
Podemos lembrar também de quando a Fórmula 1 visitou a America do Sul em tempos árduos para Brasil e Argentina, que viviam em duros regimes militares que quase nunca colocaram as provas em risco. Então lhes pergunto, o que a Fórmula 1 tem haver com política? A não ser que se for dentro dela, nada... Esporte e política não se misturam, esta é minha ideia sobre os problemas que constantemente vemos quando a categoria está em lugares que não há democracia.
E na minha sincera opinião, a Fórmula 1 não precisa ficar se metendo nessas confusões políticas desnecessárias e menos ainda ser considerada algo que apoia um regime não democrático, isto é esporte, e ele ultrapassa as barreiras para atingir seu público. Lembram quando Pelé parou uma guerra? Pois bem, é o que esporte pode fazer. Não misturem ele com a política, isto apenas estraga as coisas.
E bem, é isto que o dinheiro pode fazer com os homens, e infelizmente continuará fazendo até o fim dos tempos. Dificilmente conseguiremos mudar isso...
Imagens tiradas do Google Imagens
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