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sexta-feira, 29 de julho de 2016

1959 - Quando o GP da Alemanha foi separado em duas baterias


O ano era 1959. Após a aposentadoria de Mike Hawthorn, a Fórmula 1 não tinha nenhum campeão em seu grid. Os carros de motor frontal começavam a se extinguir, e uma nova leva de pilotos chegavam. Um ano antes, no Nürburgring, o circo havia perdido um de seus personagens mais queridos e respeitados de todos os tempos: Peter Collins. A morte do inglês fez o Automóvel Clube Alemão transferir o palco do GP da Alemanha para AVUS, em Berlim.

O velho e monstruoso circuito de AVUS estava agora cortado ao meio, sendo metade da Alemanha Ocidental e a outra metade da Alemanha Oriental. O muro ainda não estava construído, e a Fórmula 1 não sofreu dificuldades para correr na configuração de quase 8Km e meio do circuito.


Após a vitória de Jack Brabham em Aintree, as coisas não estariam tão fáceis para os bólidos ingleses na Alemanha. Com apenas quatro curvas e duas longas retas, AVUS beneficiava a Ferrari com seus motores V6 equipados no campeão D246. Com isso, Tony Brooks, Cliff Alisson, Phil Hill e o jovem Dan Gurney eram os favoritos a vitória.

Jean Behra, que havia sido demitido da Scuderia semanas antes, se inscreveu com sua própria equipe, a Behra-Porsche, e participaria de uma prova preliminar antes da corrida. Um dia antes da prova, Behra perderia o controle de seu Porsche 718 na Curva da Morte, bateria num mastro e morreria na hora. Wolfgang von Trips abandonou a prova após a morte do companheiro.

No dia seguinte, o grid estava formado com uma primeira fila mista: a bravura de Brabham e Moss os colocaram ao lado de Brooks e Gurney. Logo atrás, Gregory, Hill e Bonnier formavam a segunda fila, com Harry Schell em oitavo, Bruce McLaren em nono, Graham Hill em décimo e Hans Herrmann em décimo primeiro. Fechando o grid estavam Trintignant, Ireland, Allison (que marcou o melhor tempo, mas foi penalizado) e Burgess.

A temida Norschleife, a Curva da Morte (Curva Norte)

Na partida, Tony Brooks pula na ponta com Stirling Moss em segundo, Masten Gregory em terceiro e Jack Brabham em quarto. Gurney e Hill perderam posições, mas logo recuperariam. No segundo giro, Moss abandonaria com problemas no câmbio, deixando para Gregory a missão de tomar a liderança. O norte-americano não tardaria para duelar contra as Ferrari de Brooks e Gurney, tomando a ponta na volta três.

Dan Gurney e Phil Hill já estavam de volta na disputa pela vitória, enquanto Allison abandonava. As voltas seguintes seriam de intensa batalha entre Brooks, Gurney e o sempre bravo Gregory, que abandonaria com problemas no motor quando liderava. Voltas antes, o líder do campeonato Jack Brabham já havia estacionado seu Cooper.

Na segunda bateria, Hans Herrmann escaparia da morte

A corrida ficaram na mão do trio ferrarista, enquanto McLaren, Bonnier e Trintignant tentavam se aproximar. A bandeira quadriculada sinalizou o fim da primeira bateria, com Brooks como vencedor, seguido pelo jovem Gurney e por Hill. A ideia de dividir a prova em dois compactos de trinta voltas veio da organização, que temia incidentes com o excessivo desgaste de pneu no banking de tijolos. Assim, todos os pilotos largariam com pneus novos na segunda bateria, que tinha o grid baseado na classificação final da primeira.

Na nova largada, Hill tomou a ponta com Joakim Bonnier surpreendendo Brooks e Gurney. No giro seguinte, Bruce McLaren entrou na briga, enquanto o sueco, sem equipamento adequado, perdia posições. Não demoraria muito para que o neozelandês também enfrentasse os mesmos problemas que atingiram o companheiro, sendo obrigado a abandonar a prova.

Na volta 36, o maior susto: o BRM de Hans Herrmann sofre uma falha nos freios na entrada da Curva Sul, bate nos fardos de palha e decola, capotando várias vezes e deixando o alemão no asfalto, atônito, acompanhando as últimas cambalhotas de seu carro. Herrmann saiu sem ferimentos graves.

O trio que dominou a prova: um futuro campeão, um garoto de 28 anos e um dentista

Lá na frente, Brooks travaria uma dura batalha contra seus dois companheiros para vencer o último GP da Alemanha realizado em AVUS. Phil Hill asseguraria o segundo lugar, com Dan Gurney terminando em terceiro e fechando a trinca da Ferrari no pódio. Maurice Trintignant e Jo Bonnier fecharam os lugares pontuáveis.

No próximo dia 2 de agosto se completarão 57 anos da realização da única prova de Fórmula 1 com duas baterias. A última de AVUS. A última vitória de Tony Brooks. E o primeiro pódio de Dan Gurney. Tudo que podia acontecer numa época que nem campeão a categoria tinha em seu grid...

Imagens tiradas do Google Imagens e F1-History.deviantart.com

terça-feira, 22 de março de 2016

Os não-campeões que já usaram o #1 em provas oficiais


Seria o número #1 uma exclusividade para os campeões no automobilismo? Atualmente podemos até considerar isso, mas nos tempos em que Grandes Prêmios eram eventos isolados e não necessariamente formavam um campeonato, era consideravelmente comum vermos nomes que jamais entraram no hall dos campeões do mundo correndo com o mais icônico de todos os números.

Para fazer a lista retirei as 500 Milhas de Indianapolis e provas não válidas para o campeonato, além de aceitar apenas pilotos que conseguiram participar das corridas.

Graham Whitehead
Você provavelmente jamais ouviu falar nesse nome, mas ele é o único, até hoje, a conseguir a façanha de participar de apenas uma corrida e curiosamente correr com o carro número #1. O britânico esteve presente no GP da Grã-Bretanha de 1952 com um Alta privado, conquistando um décimo segundo lugar ao fim das oitenta e cinco voltas.


Lance Macklin
Outro britânico que conseguiu tal feito em casa, na edição de 1953 do GP da Grã-Bretanha. Macklin tem como melhor resultado uma vitória num evento extra-campeonato realizado em 1952, no Silverstone. Um ano depois, no mesmo autódromo, lá estava Macklin largando na décimo segunda colocação, não conseguindo terminar a prova após seu HWM ter problemas.


José Froilán González
Agora a lista passa a ter respeito, com o grande argentino que alcançou grandes resultados mesmo não participando regularmente de toda a temporada. A única vez que sentiu o gosto de correr com o carro número #1 foi no GP da Alemanha de 1954, terminando em segundo após dividir sua Ferrari com Mike Hawthorn. O por que dele ter usado o número? Havia ganho o GP da Grã-Bretanha, etapa que antecedeu o GP alemão...


Stirling Moss
O piloto mais "segundão" de todos já teve seu momento de alegria com o #1. Usando o número em sua belíssima Vanwall, Moss teve sorte no GP da Holanda de 1958, conquistando uma importante vitória que o fez superar Luigi Musso na disputa pelo título. Infelizmente, o inglês falharia mais uma vez ao tentar conquistar o campeonato de pilotos...


Peter Collins
Já pensou em utilizar o número #1 na última corrida de sua carreira que não foi marcada por nenhum título mundial? Isso pode até parecer bom, mas para Peter Collins não foi. Mesmo vencendo o GP da Grã-Bretanha de 1958 com o #1 espantado em sua Ferrari, o inglês não teria muita felicidade na prova seguinte, realizada no Nürburgring e manchada pela sua morte...


Jean Behra
Depois de Stirling Moss, foi a vez de Jean Behra usar o número #1 no GP da Holanda, agora na edição de 1959. Meses antes de falecer em AVUS, o francês participou de uma de suas últimas provas pela Ferrari em Zandvoort, conquistando um mero quinto lugar na prova marcada pela única vitória de Joakim Bonnier.

É possível ver Ward na última colocação

Rodger Ward
A história é curiosa, e como não havia nenhum campeão no grid, decidiram dar o número #1 para o vencedor das 500 Milhas de Indianapolis, que por sua vez iria correr com um carro da Indy. Ward participou do GP dos EUA de 1959 numa carroça se comparada aos bólidos europeus. Seu Kurtis Kraft Offenhauser não era capaz de competir com Ferraris, Coopers e até mesmo com Tec-Mecs. Com isso, o norte-americano abandonou a prova na volta 20, com problemas na embreagem.


Chris Amon
Famoso pelo seu azar combinado com a cautela, Amon já participou de um GP com o carro #1. Em Spa-Francorchamps, na edição de 1967 do Grande Prêmio da Bélgica, o neozelandês teve a sua chance, fazendo uma boa prova ao completar no terceiro posto após 28 voltas.


Jean-Pierre Beltoise
O francês não conseguiu se qualificar para o GP de Mônaco de 1967 com o #1, mas seu retorno na edição de 1968 com o mesmo número em sua Matra foi mais feliz. Beltoise tinha grandes chances numa prova com tantos abandonos, porém, um erro acabou sendo fatal para os resultados finais. Na décima primeira volta, Jean-Pierre sofreu um acidente, danificou a suspensão e ficou incapaz de voltar à corrida.


Pedro Rodríguez
Como se não houvesse algo tão raro como utilizar o número #1 em sua única corrida largada, Pedro Rodríguez conseguiu a façanha de participar de duas provas seguidas utilizando o algarismo em seu carro. No GP da Bélgica, foi algo que ajudou o mexicano a alcançar sua última vitória, após assumir a ponta no giro cinco. Semanas depois, no triste GP da Holanda, Rodríguez não teve a mesma forte, sofrendo problemas que tiraram as chances de qualquer bom resultado.

Ronnie Peterson
O sueco nunca conquistou um título, mesmo sendo duas vezes vice-campeão e uma vez terceiro colocado. Idolatrados por tantos, é impossível esquecer a temporada de 1974 pela Lotus, na qual Peterson participou integralmente com o número #1 em seu bólido preto e dourado. Apesar das três vitórias, não foi possível se igualar com as McLarens e Ferraris, tendo de se contentar com um quinto lugar geral.


John Watson
A última vez que vimos um não-campeão usar o número #1 foi no GP da Europa de 1985, realizado em Brands Hatch. John Watson, um daqueles que sempre colocamos em listas dos melhores que nunca conquistaram títulos, substituía seu ex-companheiro Niki Lauda, que havia se machucado nos treinos do GP da Bélgica. Infelizmente, o desempenho do norte-irlandês não condisse com seu talento, terminando na sétima colocação após sofrer durante todo o fim-de-semana marcado pelo título de Alain Prost.

Antes mesmo de conquistarem títulos, alguns pilotos já haviam utilizado o #1 em seus bólidos, mas, sem dúvida, os casos mais marcantes são daqueles que jamais sentiram o prazer de serem campeões do mundo. Espero que tenham gostado do post.

Imagens tiradas do Google Imagens - GPExpert.com.br - F1-History.deviantart.com

sábado, 12 de dezembro de 2015

GP Memorável 62# - EUA 1959


Depois do cancelamento do GP do Marrocos, que seria realizado em outubro, a Fórmula 1 só retornou depois de quase três meses entre os GPs da Itália e dos EUA. O ano que acabaria se tornando o único a não ter nenhum campeão participando das provas, chegara a sua última etapa, em Sebring, na Flórida com três pilotos disputando o título, algo inédito até então.

Tony Brooks havia sofrido uma quebra em Monza, e por isso acabara perdendo a segunda colocação na tabela de pilotos para Stirling Moss, que era o mais próximo de ameaçar Jack Brabham na batalha pelo título nos EUA. Para ser campeão, o australiano precisava ser primeiro ou segundo com Moss atrás dele, sendo possível também uma terceira colocação, mas com a volta mais rápida (que valia pontos) enquanto o britânico era segundo. Caso abandonasse, Jack ainda poderia ser campeão com Brooks em segundo e Moss em terceiro.

Já o piloto de Rob Walker precisava de uma vitória, mas ainda com chances caso terminasse em segundo com Jack Brabham atrás dele e Brooks não marcando a volta mais rápida. Já para o britânico de Maranello, a situação era mais difícil, com ele precisando de uma vitória com a volta mais rápida e Brabham fora do segundo posto...


O sonho de Alec Ulmann se tornava realidade com 19 pilotos se inscrevendo para o primeiro Grande Prêmio dos Estados Unidos de Fórmula 1. Seis desses bravos homens eram estadunidenses, o que deixava Ulmann ainda mais orgulhoso do evento. Sem nenhum campeão na pista, o carro número acabou ficando para Rodger Ward, vencedor das 500 Milhas naquele ano, com seus Kurtis Kraft-Offy.

Existe uma historieta interessante sobre a entrada do estadunidense no GP. Ulmann, louco para chamar pilotos de casa para a corrida, ligou para o campeão e ofereceu uma vaga na prova e um pouco de dinheiro, algo inegável para alguém como Ward. Em sua autobiografia, John Cooper conta: Na noite anterior dos treinos livres, John Cooper e seus pilotos encontraram com Rodger no hotel, que disse que estava no GP para correr com um carro de pista de terra.

Jack Brabham perguntou atônito: "No Grande Prêmio?"

Ward respondeu: "Claro. E vocês terão uma surpresa os esperando! Porque, vou joga-los para fora da pista em todas as curvas!"

O estadunidense continuou: "... Eu sei que isso (seu carro) pode fazer uma curva mais rapidamente do que qualquer outro carro esporte que vocês tem na Europa. Vocês podem ser mais rápidos nas retas, mas quando se trata de curvas vocês não terão chance. Sebring tem várias curvas, não é?"


Para a surpresa dos europeus, o carro de Rodger estava dentro das especificações e iria correr, mas durante a primeira volta dos treinos, era visível a semelhante velocidade dos carros com motor traseiro da Cooper com o de motor dianteiro da Kurtis Kraft. Depois disso, Ward foi conversar com a equipe britânica: "Eu preciso falar a você. Esses buggies europeus sem dúvida fazem curvas rápidas!".

Com um carro fraco, Ward estaria ali apenas para fazer número, saindo da última colocação do grid. Lá na frente, Stirling Moss havia marcado a pole position com um tempo de 3:00.0, seguido por Jack Brabham e Tony Brooks numa configuração de grid 3-2-3. De uma hora para outra, o terceiro lugar foi herdade por Harry Schell, o que causou um grande furor nos boxes da Ferrari que reclamaram do feito do estadunidense que havia, misteriosamente, perdido seis segundos de seu tempo. O feito, mais tarde, foi descoberto ao saberem que Shell havia cortado a pista, herdando a primeira fila de maneira irregular.


Os protestos foram em vão, com Harry Schell e seu Cooper a saírem da primeira fila. Fechando o grid estavam Maurice Trintignant em quinto, Wolfgang von Trips em sexto, Cliff Allison em sétimo, Phil Hill em oitavo, Innes Ireland em nono, Bruce McLaren em décimo, Roi Salvadori em décimo primeiro, Alan Stacey em décimo segundo, Bob Said em décimo terceiro, Alessandro de Tomaso em décimo quarto, George Constantine em décimo quinto, Harry Blanchard em décimo sexto, Fritz d'Orey em décimo sétimo, Phil Cade em décimo oitavo e Rodger Ward em último.

Na largada, Moss e Brabham pulam na frente, com Schell caindo para o nono posto e Bruce McLaren, se beneficiando da confusão no acidente entre von Trips e Brooks, companheiros de Ferrari que se tocaram na primeira curva (o que afundava as chances de título do britânico), pulando para a terceira colocação.


Hill era quarto para a alegria dos norte-americanos, mas por pouco tempo, já que Ireland e Allison ultrapassariam-o. Lá atrás, Brooks agora tentaria remar a partir da décima quinta colocação para conquistar alguma posição honrosa mesmo sabendo que suas chances de título se esvaziaram. Ward havia assumido a décima quarta posição e vinha fazendo prova consistente. O único brasileiro na prova, Fritz d'Orey, era o décimo segundo.


Stirling Moss abria muito em relação á Jack Brabham, mas na volta cinco viu seu câmbio quebrar e suas chances de título mais uma vez acabarem. Brooks foi para o nono posto depois de passar por d'Orey, Schell, Constantine, Ward e de Tomaso. Lá na frente, o ferrarista Cliff Allison tomava a terceiro colocação sendo fortemente ameaçado por Wolfgang von Trips e Maurice Trintignant.

Com problemas no clutch, o britânico começa a perder desempenho caindo para a quinta colocação. Tony Brooks, que também já havia passado por Roi Salvadori, agora tinha na mira seu companheiro de equipe, que não dificultou a passagem do compatriota. von Trips batalhava bravamente para se manter na terceira colocação, mas a superioridade dos carros de motor traseiro da Cooper colocaram o experiente Trintignant no pódio.


Jack Brabham começa a ter problemas mecânicos em seu Cooper, mas seu leal companheiro Bruce McLaren se mantém como escudeiro na segunda colocação. Depois da grande burrada que havia feito, Wolfgang von Trips se via na frente de Tony Brooks, que pouco tinha chances de superar o companheiro a não ser que um problema o assolasse, coisa que aconteceu. Brooks quarto.

Há um pouco mais de 500 metros da linha de chegada, na última volta, Jack Brabham vê seu Cooper começar a parar, sem combustível, o que faz a equipe se contorcer de dor depois de ter avisado o australiano que deveria ter enchido mais o tanque. Companheiro, escudeiro e amigo fiel, Bruce McLaren começa a diminuir também para tentar ajudar Brabham, que sinaliza como louco, balançando os braços e a cabeça para que McLaren voltasse a acelerar para vencer a prova.

"And there comes the CHAMPION!!"

Trintignant estava muito próximo do jovem Bruce, que conseguiu se safar e terminar na primeira colocação há meros 0.6s do francês. Mesmo cansado, Jack pula de seu Cooper e começa a empurra-lo para a linha de chegada, mas antes perdendo o pódio para Brooks que se safou por cerca de 1 minuto e 57 segundos em relação ao australiano que conseguiu o quarto lugar de maneira fantástica.

E depois de 23 anos, o mundo voltava a ver um carro com motor traseiro ganhando um campeonato, agora com o Cooper de Jack Brabham depois da Auto Union de Bernd Rosemyer. A alegria era enorme nos boxes de John Cooper, que acreditou no projeto ao lado de seus dois pilotos que fizeram uma fantástica temporada.

Brabham foi campeão, mas o vencedor da prova foi Bruce McLaren, o mais jovem piloto da história da categoria a vencer uma prova oficial, aos 22 anos e 104 dias, feito que só foi superado duas vezes, uma por Alonso em 2003 e outra por Vettel em 2008. O neozelandês, mesmo recebendo uma coroa de laranjas, tinha o que comemorar ao beijar a Miss Sebring...


RESULTADOS:

  1. 9 - NZE - Bruce McLaren - Cooper Car Company- Cooper Climax - 2:12:35.7 - 8pts
  2. 6 - FRA - Maurice Trintignant - Rob Walker Racing Team - Cooper Climax - +06s - 7pts
  3. 2 - GBR - Tony Brooks - Scuderia Ferrari - Ferrari - +3:00.9s - 4pts
  4. 8 - AUS - Jack Brabham - Cooper Car Company - Cooper Climax - +4:57.3s - 3pts
  5. 10 - GBR - Innes Ireland - Team Lotus - Lotus Climax - +3 Voltas - 2pts
  6. 4 - ALE - Wolfgang von Trips - Scuderia Ferrari - Ferrari - Motor
  7. 17 - EUA - Harry Blanchard - Blanchard Automobile Co. - Porsche - 4 Voltas
  8. 3 - GBR - Cliff Allison - Scuderia Ferrari - Ferrari - Embreagem - OUT
  9. 12 - GBR - Roi Salvadori - High Efficiency Motors - Cooper Maserati - Transmissão - OUT
  10. 1 - EUA - Rodger Ward - Leader Cards Inc. - Kurtis Kraft Offenhauser - Embreagem - OUT
  11. 14 - ARG - Alejandro de Tomaso - OSCA Automobili - Cooper OSCA - Freios - OUT
  12. 5 - EUA - Phil Hill - Scuderia Ferrari - Ferrari - Embreagem - OUT
  13. 15 - BRA - Fritz d'Orey - Camoradi USA - Tec-Mec Maserati - Vazamento de Óleo - OUT
  14. 7 - GBR - Stirling Moss - Rob Walker Racing Team - Cooper Climax - Transmissão - OUT
  15. 19 - EUA - Harry Schell - Ecurie Bleue - Cooper Climax - Embreagem - OUT
  16. 16- EUA- George Constantine - Taylor-Crawley Racing Team - Cooper Borgward - Superaquecimento-OUT
  17. 11 - GBR - Alan Stacey - Team Lotus - Lotus Climax - Embreagem - OUT
  18. 18 - EUA - Bob Said - Connaught Cars-Paul Emery - Connaught Alta - Acidente - OUT
  19. 22 - EUA - Phil Cade - Phil Cade - Maserati - DNS
Volta Mais Rápida: Maurice Trintignant - 3:05.0 - Volta 39

Curiosidades: 
- 84º GP
- 1º Vitória de Bruce McLaren
- Vitória Mais Jovem da História
- 1º e Única Melhor Volta de Maurice Trintignant
- 7º Vitória da Cooper
- 7º Vitória do Motor Climax
- 1º Título de Jack Brabham
- Última Corrida Até o GP de Mônaco de 1994 Sem Nenhum Campeão


  • MELHOR PILOTO: Bruce McLaren / Tony Brooks
  • SORTUDO: Jack Brabham
  • AZARADO: Stirling Moss / Tony Brooks
  • A HONRA: Bruce McLaren
Brooks foi o melhor piloto e poderia ter levado o título caso não tivesse o azar de ser atingido por von Trips, enquanto Moss novamente perdeu a chance de ser campeão, agora por problemas em seu próprio carro. Brabham teve sorte em ver seus dois rivais terem problemas, pois, quem sabe, poderia ter perdido o título por falta de combustível. E por último, o mais honroso dos prêmios vai para Bruce McLaren, que mostrou como os mais jovens respeitavam os mais velhos antigamente, sendo fiel ao seu companheiro de equipe.


Campeonato de Pilotos:
  1. AUS - Jack Brabham - Cooper Car Company - Cooper Climax - 31 pontos (34 pontos)
  2. GBR - Tony Brooks - Scuderia Ferrari - Ferrari - 27 pontos
  3. GBR - Stirling Moss - Rob Walker Racing Team - Cooper Climax - 25,5 pontos
  4. EUA - Phil Hill - Scuderia Ferrari - Ferrari - 20 pontos
  5. FRA - Maurice Trintignant - Rob Walker Racing Team - Cooper Climax - 19 pontos
Campeonato de Construtores:
  1. Cooper Climax - 40 pontos (53 pontos)
  2. Ferrari - 32 pontos (40 pontos)
  3. BRM - 18 pontos
  4. Lotus Climax - 5 pontos
Imagens tiradas do GPExperts.com - Google Imagens

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Le Mans, 1955


Dia 11 de junho de 1955, todos estavam no circuito de La Sarthe, apreensivos para o início da maior e mais difícil prova do mundo: as 24 Horas de Le Mans. Como sempre há, os favoritos eram as Mercedes e os Jaguares, que traziam uma rivalidade imensa vinda da II Guerra. Diferentemente das 500 Milhas de Indianapolis, a Fórmula 1 não contava as 24h como uma corrida em seu calendário, algo que não evitava a presença de estrelas da categoria.

Nesse ano, a corrida contaria com 46 pilotos britânicos, 35 franceses, 11 italianos, 9 norte-americanos, 6 pilotos alemães, 4 belgas, 3 suiços, 2 pilotos argentinos, inclusive Fangio, 1 do Brasil e outro da Guatemala. O "desbravador" brasileiro daquela edição era Hermano da Silva Ramos.


As grandes marcas marcavam sua presença com suas equipes oficiais: a Porsche, a Jaguar, a Aston Martin, a Mercedes, a Maserati e a Ferrari colocaram três carros cada uma, "equipados" com os pilotos, respectivamente: Helmut Polensky, Richard von Frankenberger, Helmut Glöckler, Jaroslav Juhan, Auguste Veuillet e Zora Arkus Duntov. Mike Hawthorn, Ivor Bueb, Tony Rolt, Duncan Hamilton, Ron Beauman e Norman Dewis. Peter Collins, Pau Frère, Roy Salvadori, Peter Walker, Tony Brooks e John Riseley-Pritchard. Juan Manuel Fangio, Stirling Moss, Karl Kling, André Simon, Pierre Levegh e John Fitch. Luigi Musso, Gino Valenzano, Carlo Tomasi, Francesco Giardini, Roberto Mières e Cesare Perdisa. Maurice Trintignant, Harry Schell, Umberto Maglioli, Phill Hill, Eugenio Castelotti e Paolo Marzotto.


Só desse citados, nos lembramos mais de Fangio, Moss, Hawthorn, Collins, Rolt, Perdisa, Kling, Brooks, Frère, Salvadori, Musso, Hill, Trintignant, Schell, Maglioli e Castelotti. Mas ainda tinhamos outros nomes conhecidos como o de Hermano da Silva Ramos, Reg Parnell, Peter e Graham Whitehead, Masten Gregory, Yves Giraud-Cabantous e Ron Flockhart.

Para os grandes fãs da equipe preta e dourada, Colin Chapman esteve nessa edição, não apenas como um chefe de equipe, mas também como piloto, ao lado de Ron Flockhart, pilotando um Lotus Mark IX. Haviam outros nomes de equipes na qual nos lembramos muito, como MG, Cooper, Gordini e até mesmo a Bristol Aeroplane Company, que tem sua tradição e história construída nos aviões...


Depois de todas essas informações, para muitos desnecessárias, vamos para o que interessa, a corrida e o acontecimento. Pelo menos o início da prova seria feita em céu aberto, às três horas da tarde. A disputa, como todos previam, foi da Mercedes de Fangio e Moss com o Jaguar de Hawthorn e Bueb, que ainda se mantinha na frente enquanto a corrida já estava a todo vapor, mas sendo ferozmente perseguidos pela dupla da equipe alemã.

Já era fim da tarde, e os pilotos estavam prestes a fazer suas paradas. Mesmo assim, alguns batalhadores ainda se mantinham atrás de seus gigantescos volantes, entre eles Mike e Juan Manuel, que colocavam voltas em cima de seus adversários adversários. O próximo retardatário seria Levegh, com a outra Mercedes, tentando se recuperar na corrida.


Percebendo a falta de combustível, Mike Hawthorn passa rapidamente por Pierre Levegh e Lance Macklin, indo a caminho do pit lane, que na época era aberto. Com isso, o britânico freou, e como a Jaguar usava freios a disco, a freada foi muito mais brusca do que Macklin esperava, causando um travão inesperado para se desviar do bólido de Hawthorn. Infelizmente, o britânico acabou entrando na frente de Levegh, que instantes antes sinalizou para Fangio, que vinha logo atrás, passar por ele. O francês salvou a vida do companheiro, mas não a sua...

Pierre morto no asfalto

A Mercedes levantou voo depois de tocar no carro da equipe Macklin. Depois de capotar várias vezes, o Mercedes se dividiu ao meio, jogando estilhaços em cima do público e matando Levegh instantaneamente. O bloco do motor rolou por cima dos espectadores, que ainda tiveram que enfrentar as fortes chamas que vinham do carro prateado.


Pessoas foram decapitadas, perderam membros, causando óbito de boa parte do público presente na arquibancada principal, que ainda teve de enfrentar a fumaça do carro de Pierre, que estava no asfalto, "estirado" no chão e com partes de seu corpo queimadas. O público viu suas vidas mudarem para sempre, seja para aqueles que sobreviveram e perderam familiares, seja para os pilotos que estavam nos boxes vendo toda aquela tragédia.


A noite caia, e a única forma de impedir mais mortes foi não interromper a corrida, para que os espectadores não congestionassem as estradas. John Fitch era companheiro de Pierre Levegh, e agora sem carro não correria mais, se tornando uma figura importante para toda a história. O norte-americano morreu aos 95 anos em 2012, mas em seu aniversário de 92 anos fez um vídeo explicando a decisão alemã de se retirar da prova:

John Fitch, Pierre Levegh e Alfred Neubauer

"Quando eu estava no telefone, um jornalista que eu conhecia estava falando com um jornal e disse que as informações indicavam que 65 pessoas estavam mortas. Fiquei chocado, pois não sabíamos, estávamos nos boxes. Falei com Rudolph Uhlenhaut, diretor da Mercedes, e falei o que tinha acontecido. Disse: 'Rudy, talvez não seja a minha área, mas pensando no que aconteceu na guerra, a Mercedes não deve ganhar essa corrida em cima dos corpos de não importa quantos franceses. Não é bom para as relações, não é bom para a Mercedes, não é bom para ninguém'. Ele foi ligar para a cúpula, voltou e disse que os diretores ficaram horrorizados. E então disse que ficou decidido que eles iam se retirar. Moss ficou furioso comigo, pois ele e Fangio estavam na liderança e ele achava que eles iam vencer. Mas superou, hoje somos amigos."


Mal haviam se passado 10 anos do fim da II Guerra, e as relações dos países europeus com a Alemanha ainda eram com um "mau-olhado", e, para não piorar isso, a Mercedes decidiu se retirar, quando a lua já tomara conta do céu francês. Ainda haviam pessoas feridas, que mais tarde faleceriam, para se juntarem ao terrível número de 84 mortos...

A temporada de 1955 foi modificada em grandes proporções, a começar pela Fórmula 1, que tinha um grande calendário programado para aquele ano, mas que, depois do ocorrido, acabou perdendo os GPs da Alemanha, da França, da Espanha e da Suiça. Para que as corridas de automóveis voltassem a ser realizadas, os governos exigiram reformas em pró da segurança. Aos poucos as corridas voltaram a acontecer em várias países, que haviam aderido á esse tipo de "greve".


Mas a Suiça... Mesmo não sendo disputada lá, as 24 Horas de Le Mans de 1955 marcou toda a sua história, já que nunca mais foi disputada uma corrida novamente no país. Além disso, a tragédia mudou a trajetória e a história da Fórmula 1: a saída da Mercedes-Benz do automobilismo, que se deu no fim da temporada de 1955, com seu segundo título mundial. A volta da equipe alemã aconteceu apenas em 1989, quando o nazismo não era mais uma preocupação...

Uma das mais tristes cenas da história do automobilismo

E a corrida? Ela continuou! A Mercedes ainda chamou a Jaguar a retirar-se também da prova, em sinal de protesto e também de luto, mas a rivalidade falou mais alto, e os britânicos continuaram em sua busca incessante pela vitória, que chegou no dia seguinte, embaixo de chuva, talvez representando a tristeza de todos com o acontecimento daquele fatídico dia 11 de junho.


Mike Hawthorn e Ivor Bueb venceram a corrida, e o mais incrível, comemoraram com champagne. A Aston Martin de Peter Collins e Paul Frère terminou em segundo, 5 voltas atrás dos compatriotas. Fechando o TOP 3 esteve a equipe Ecurie Francorchamps, que usava os mesmos carros da Jaguar, e tinha Johnny Claes e Jacques Swarters como pilotos.

Isso tudo mudou a história do automobilismo, e ao mesmo tempo o destruiu em certos países, manchando o esporte que infelizmente sempre foi assim: "Loucos que correm em círculos em busca de um prêmio que vale mais do que a vida, se arriscando em altas velocidades, querendo provar ser o melhor...."

Os restos da Mercedes de Levegh

Imagens tiradas do Google Imagens

sexta-feira, 5 de junho de 2015

A História de Nürburgring - Parte 4 - A Fórmula 1


Depois de contar como foi o período da II Guerra, agora chegamos á um novo período, o da Fórmula 1 em Nürburgring, categoria, que infelizmente, destruiria a tradição do circuito. falei como foi a corrida de 1951, agora vou falar como foram as provas da década de 1950 e 1960. A primeira década da F-1 seria dominada por italianos e argentinos, além da volta da Mercedes...

Na edição de 1952, incríveis 34 pilotos participaram da corrida, inclusive um brasileiro com sua equipe também brasileira, Gino Bianco correu ao lado do uruguaio Eitel Cantoni, na Escuderia Bandeirantes. Com a Maserati, Gino conquistou um 16º lugar no grid, mais de 20s atrás de Ascari, enquanto Cantoni foi apenas 26º.

A corrida teve 18 voltas, e uma duração de mais de 3 horas, pena que Bianco nem sequer completou uma volta, já que teve problemas no motor. Lá na frente, as 3 Ferraris dominavam a corrida ao lado de seus "clientes", já que houve equipes que compraram um carro da marca italiana. O domínio de Alberto Ascari e Nino Farina foi incontestável, com ambos no pódio ao lado de Rudi Fischer, que havia comprado um carro do "Tio Enzo".

Farina, o mais velho vencedor de todos os tempos

A verdade é que a Ferrari não tinha mais nenhuma rival á seu nível, já que a Alfa Romeo havia saído da competição e os carros alemães não estavam prontos para correr. Em 1953, surge um novo desafio, a Maserati, que tinha Juan Manuel Fangio. O GP da Alemanha daquele ano deixaria sua marca na história. No ano anterior, "apenas" 30 carros largaram, já que um teve problemas antes da largada e outros três não quiseram largar. Com isso, a edição de 1953 marcou a história por ser a corrida com o maior número de participantes largando ao mesmo tempo, 34 carros. Esse é recorde é em âmbito da Fórmula 1.

Outro recorde acabou acontecendo ao fim de 3:02:05.0s, quando Nino Farina cruzou a linha de chegada e se tornou o vencedor mais velho de um GP na F-1, com seus joviais 46 anos. A corrida mostrou ao mundo que a Ferrari tinha alguém para se preocupar, a Maserati fez uma grande corrida, com Fangio terminando em 2º, Felice Boneto em 4º e Toulo de Graffenried em 5º.


Em 1954 o circo da F-1 se espantou. A Mercedes voltou, e voltou dominando, com seus grandes pilotos, incluindo Juan Manuel Fangio. A corrida mais uma vez seria marcada na história, graças a sua duração, de 3 horas, 45 minutos, 45 segundos e 8 milésimos, que só foi superado no GP do Canadá de 2011. Fangio dominou a prova com sua flecha de prata, mas ele não viu seus companheiros alemães terem a mesma sorte, Kling foi apenas o 4º, Lang rodou e Herrmann teve problemas.


No ano seguinte, um desastre marca para sempre o automobilismo. As 24 Horas de Le Mans viu um terrível acidente, que vitimou, além do piloto, mais de 80 pessoas que assistiam a corrida. Depois desse acidente, a Mercedes anunciou sua retirada do automobilismo, retirada que durou mais de três décadas. Além disso, os GPs da França, da Alemanha, da Espanha e da Suiça foram cancelados, deixando a temporada com apenas 7 corridas.


A Mercedes havia ido embora, agora os italianos poderiam ficar na deles, e dominarem mais uma vez o esporte. Para você ter uma ideia desse domínio, apenas a Gordini era uma equipe fora da Itália a participar do GP da Alemanha de 1956, e ainda por cima, todos os seus carros abandonaram. Fangio foi o único ferrarista a terminar a corrida, mas pelo menos foi em uma bela posição, a 1º. Mal imaginava ele, e nem o mundo, que a edição de 1957 entraria para a história.

Para muitos o GP da Alemanha de 1935 foi o melhor da história, para outros o GP da Alemanha de 1957 foi melhor ainda, resta á você decidir. Nos treinos, Fangio conseguiu marcar o melhor tempo, seguido por Hawthorn, Behra e Collins. O argentino sabia que os carros da Maserati eram piores do que os da Ferrari, equipe que ele havia abandonado após perceber que Enzo Ferrari estava em busca de pilotos britânicos, e até mesmo favorecendo-os em cima de Juan. Aquilo era uma estratégia do italiano, para aumentar a venda de seus carros no Reino Unido.


A estratégia de Fangio era fazer uma parada, encher meio tanque para, na metade da corrida, trocar os pneus e reabastecer. A largada era um elemento importante nessa estratégia, e ela acabou dando errado. Os dois carros da Ferrari pularam para ponta, com Fangio logo atrás, querendo ultrapassar-los o mais rápido possível. A demora foi grande, apenas na 3º volta o argentino se encontrava na ponta, agora tentando ir o mais rápido possível, para conseguir abrir uma vantagem o suficiente para voltar colado depois da parada.


Acabou não dando certo. Juan parou seu Maserati, que começou a ser "servido" pelos mecânicos, que tentavam ser o mais rápido possível. No fim da parada, Fangio estava 45s atrás dos lideres ferraristas, e para muitos acabara a chance de vitória do argentino, que começou a voar na floresta alemã. A diferença estava caindo igual ao dilúvio do GP português de 1985. Todos os espectadores alemães estavam atônitos, da mesma forma que estavam 22 anos antes.

Fangio tirava monstruosos 10s por volta, a ponto de cravar um tempo 8.2s mais rápidos do que sua própria pole. O argentino estava tirando leite de pedra, e agora tinha as Ferraris no visual. Collins e Hawthorn ainda tentavam aumentar a diferença, mas o espetáculo que o Maestro Fangio estava dando era superior. Na 20º volta, lá se foram os carro vermelhos da Scuderia, o Juan Manuel já se tornava líder, para não perder mais.


A vitória ainda foi suada, Peter Collins perdeu o ritmo, mas Mike Hawthorn ainda se manteve colado atrás de Fangio, querendo passar e não dando espaço para erros, que não aconteceram. O argentino comemorou pela última vez a vitória na F-1, o resultado era fantástico para a Maserati, que se tornaria campeã com seu piloto preferido, o Maestro Juan Manuel Fangio, que foi carregado pelos seus mecânicos e pela torcida alemã, que havia comparecido em peso.

As 200 mil pessoas viram a melhor corrida de toda a carreira do argentino, que afirmou, mais tarde, que ele dirigiu tão rápido do que ele nunca seria capaz de dirigir novamente. Acabara o GP alemão de 1957, um dos melhores de todos os tempos, uma causa para mim considerar Fangio como o melhor piloto de todos os tempos (pelo menos até agora).


A corrida do ano seguinte não contou com Fangio, mas pelo menos a Alemanha tinha alguém para torcer, Wolfgang von Trips entrou para a equipe da Ferrari, e tinha boas chances de vencer a corrida, coisa que não aconteceu. Começava o domínio britânico, com suas equipes garagistas. Mika Hawthorn largou na pole, mas teve problemas há voltas do fim da corrida. Apenas um carro da Scuderia terminou a corrida, e esse carro era o de von Trips, o 4º colocado, mais de 6 minutos atrás de Tony Brooks, que venceu pela primeira vez na Alemanha.

No ano seguinte, Nürburgring foi substituído por AVUS, que viu Tony Brooks vencer mais uma vez. Em 1960, o GP da Alemanha seria realizado mias uma vez no circuito de Berlim, que por sua vez foi boicotado pelos pilotos, que afirmaram falta de segurança do circuito alemão. A corrida que aconteceu no circuito de Nürbrugring foi de F-2, realizado apenas no Sudschleife...


A corrida, para muitos, foi muito chata, falta de disputas de posições e de velocidade. A visão dos espectadores ficou prejudicada, já que a chuva e a densa neblina tomaram contra do Suds, que viu Jo Bonnier vencer a corrida, com um Porsche. Acabara a década de 1950, e as fatalidades continuaram existindo, as mais famosas foram a de Onofre Marimón e Peter Collins, mas devemos lembrar dos outros guerreiros automobilistas que perderam suas vidas fazendo o que amam: Josef Hackenberg, Paul Kresser, Onofre Marimón, Ricardo Galvagni, Rudi Godin, Viktor Springler, Bernhard Thiel, Erwin Bauer, Peter Collins, Fausto Meyrat e Gustav Baumm...


Moss deu um show para cima das Ferraris

Em 1961, o GP da Alemanha voltava a ser disputado em Nürburgring, depois da F-1 destruir todo o legado de AVUS. A esperança de ver um alemão vencendo era grande novamente, Wolfgang von Trips liderava o campeonato, e estava a poucos passos de se tornar o primeiro alemão campeão do mundo. Ele largou em 5º, enquanto Phil Hill foi pole, mas na corrida nenhum deles ganhou. Stirling Moss mostrou que ainda tem forças para ser um campeão, e venceu a corrida, seguido por von Trips, que conseguiu superar Hill.

Moss havia dado um show em 1961, mas ele não participaria da corrida em 1962, que foi dominada por um jovem chamado Graham Hill, com sua BRM. Depois dessa vitória, Graham era líder do campeonato, e estava á caminho de seu primeiro título. A única alegria alemã naquele dia foi ver Dan Gurney terminar em terceiro com seu Porsche.

Hill voando até sua vitória em 1962

A edição de 1963 seria marcante na história da F-1. Com sua Lotus, Jim Clark largou na pole, e se imaginava uma vitória do escocês, coisa que não veio. O seu segundo lugar ficou marcado por ser seu único em toda a sua carreira. John Surtees conseguiu supera-lo com uma Ferrari, enquanto os alemães tiveram de ser orgulhar em ver Gerhard Mitter terminar em 4º com seu Porsche.

No ano seguinte, John Surtees não deixa espaço para erros novamente, e vence de forma soberana em cima de Graham Hill e Lorenzo Bandini. Apesar de sua vitória, o fim-de-semana foi marcado por uma tragédia, havia morrido Carel Godin de Beaufort, que se acidentou nos treinos livres com seu Porsche. O circuito e Nordschleife sempre se mostrou perigoso, e na década de 1960 estava mostrando isso mais ainda, já que os carros aumentavam sua velocidade...

Surtees e sua misteriosa técnica de pilotar...
Nos próximos dias veremos como foi a segunda parte da década de 1960 em Nürburgring, e também a década de 1970, até o acidente de Niki lauda. Espero que estejam gostando, e obrigado por ler, qualquer erro de concordância ou palavras erradas, me avise...


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