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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

GP Memorável 79# - San Marino 1986


Duas semanas depois de Jerez de la Frontera, o circo chegava a Itália para o Grande Prêmio de San Marino. Em sua sexta edição, a prova passou a ser um desafio para os pilotos e equipes, que enfrentaram graves problemas de combustível nos últimos dois anos e tinham ainda mais receio que isso se repetisse em 1986, graças ao novo regulamento que diminuía ainda mais o tamanho dos tanques.

Os mostradores de cada carro poderiam evitar outro vexame, mas estes ainda estavam pouco precisos e só haviam trazido problemas, especialmente para o campeão Alain Prost, que terminou o GP da Espanha com incríveis 18 litros de combustível após problema no indicador do carro. Agora, mais confiante, o francês e seu companheiro Keke Rosberg eram favoritos à vitória. Apesar disso, as coisas não andam tão bem dentro da equipe McLaren, com John Barnard criticando a postura do finlandês quando este recebia instruções - sempre de óculos escuro, Rosberg parecia não se preocupar com as palavras do projetista.

Inscrito para a prova, Mauro Baldi não esteve presente em Imola pelo fato de que a Ekström, equipe sueca que estrearia no GP de San Marino, não conseguiu finalizar seu projeto. Era o fim de algo que mal começou...


No fundo do pelotão, a Haas finalmente teria o novo motor turbo Ford Cosworth, inédito na categoria. Empolgado por ter sido escolhido como aquele que traria de volta o Cosworth à Fórmula 1, Alan Jones chegou a dizer que, com esse V6t, poderia conquistar o título de 1987, enquanto Mike Kranefuss era mais cauteloso, não apostando em grandes resultados em 1986. Quem não gostou nenhum pouco da escolha foi Patrick Tambay, sempre mais rápido do que o australiano em testes privados. "Teddy Mayer e Carl Haas deveriam ter pedido dois motores turbo, e não um", indagava o francês.

Felizmente, Tambay estrearia o Ford em Mônaco, sendo assim, esta seria a última prova do motor de Brian Hart, que ainda esperava clientes para a temporada de 1987.

Já as notícias de Frank Williams não são boas, com o inglês não conseguindo recuperar o movimento de seus quatro membros durante essa primeira fase de recuperação. Enquanto isso, sua esposa, Virginia, é quem comanda a equipe, mas quem acaba dirigindo as operações é Patrick Head.

Pela primeira vez, a Zakspeed preparou um segundo carro para o GP. Huub Rothengatter, graças ao seu manager Ben Pon, conseguiu dinheiro o suficiente para comprar uma vaga de volta no grid ao lado de Jonathan Palmer, que criticou a postura da equipe alemã que, segundo ele, só tinha condições de colocar um carro na pista.


Nelson Piquet e Stefan Johansson receberam um novo chassis para a prova, enquanto a Ligier finalmente conseguiu dois motores novos da Renault para Laffite e Arnoux, o que significava que a dupla francesa já teria uma economia de cerca de seis litros durante a corrida. Na Tyrrell, antes da estreia do 015, uma novidade vinda dos patrocinadores: a Kelémata trocou a Osella pelo time inglês.

O BT55 foi novamente revisado, com uma nova suspensão traseira, um novo capô para o motor e novos spoilers. A Benetton foi outra equipe a fazer mudanças na suspensão traseira. Enquanto isso, na Osella, as coisas iam de mal a pior com a chegada do novo FA1H ao circuito Enzo e Dino Ferrari. Detalhe: estava sem pintura e sem motor (!). Giuseppe Petrotta, engenheiro da equipe, não sabia sequer se o carro estaria com um V8t da Alfa Romeo ou um V6t da Motori Moderni. No fim, Enzo Osella foi obrigado a jogar ambos os pilotos, Ghinzani e Danner, novamente, nos carros de 1985, com o velho motor Alfa.

As disputas se estendem aos fornecedores de combustível e pneus, com a Goodyear preparando um novo composto enquanto a Pirelli está preocupada com o fato de sua principal equipe, a Brabham, estar tão mal. No momento, o foco é Benetton e Ligier, mas ambas não tem condições para testar todos os pneus disponíveis. E, diferentemente daquilo que se acreditava, os turbos estão ficando cada vez mais rápidos. Isso graças aos testes em laboratório das marcas BASF, AGIP, Mobil e Elf, que continuam a fornecer combustíveis cada vez melhores.


E pela décima vez em sua carreira, Ayrton Senna conquistou a pole position, com o tempo de 1:25.050, mais de meio segundo mais rápido do que Nelson Piquet, segundo colocado no grid. Mais uma vez, a legalidade do 98T estava em jogo, com faíscas saindo debaixo do carro onde o fundo plano deveria evitar. No fim, com a FISA investigando o caso, Gérard Ducarouge entregou o jogo, tendo usado um truque semelhante ao utilizado pela Brabham no BT49 de 1981, o que era perfeitamente legal.

Nigel Mansell era terceiro, com Alain Prost em quarto e um surpreendente Michele Alboreto em quinto. Keke Rosberg estava apenas na sexta posição, Stefan Johansson, com a outra Ferrari, era sétimo, René Arnoux oitavo, Gerhard Berger nono e Teo Fabi décimo. Mesmo com o motor Hart, Patrick Tambay levou sua Lola até o décimo primeiro posto, ficando ao lado da Arrows de Thierry Boutsen e a frente da Tyrrell de Martin Brundle.

Jacques Laffite tinha um decepcionante décimo quarto lugar, com Marc Surer em décimo quinto, Riccardo Patrese em décimo sexto, Johnny Dumfries em décimo sétimo, Alessandro Nannini com a ótima décima oitava posição, Elio de Angelis em décimo nono e Jonathan Palmer em vigésimo. Fechando o pelotão estava Alan Jones, Philippe Streiff, Andrea de Cesaris, Huub Rothengatter, Christian Danner e Piercarlo Ghinzani.


No Warm-Up, chuva. Jacques Laffite perde outro motor enquanto Martin Brundle roda e bate novamente com seu 015. O inglês deverá voltar com seu velho 014, com a estreia do novo chassis sendo adiado mais uma vez, agora para Mônaco. Apesar da chuva, a pista estaria seca para a largada.

Antes da volta de apresentação, Palmer enfrenta problemas e deve largar dos boxes.

Na partida, Senna mantém a ponta com Nelson Piquet em segundo, enquanto Nigel Mansell enfrenta problemas no motor e larga mal, perdendo posições para Prost e Rosberg. Antes mesmo da Villeneuve, Piquet força em cima de Ayrton Senna e toma a ponta. Mais atrás, Nannini trava as rodas, toca em Laffite e quebra a suspensão. É fim de prova para o jovem italiano.

Na segunda volta, Piquet começa a abrir, enquanto Senna é pressionado pelos McLaren de Prost e Rosberg. Em décimo sétimo, de Cesaris para nos boxes com problemas de motor, voltando na última posição. Depois de problemas na largada, Jonathan Palmer está de volta. Christian Danner é outro que enfrenta problemas e para nos boxes.


No giro seguinte, Mansell para. Os mecânicos tentam resolver o problema no motor Honda e devolvem o britânico à pista, na vigésima segunda posição. Na volta quatro, Prost supera Senna na Villeneuve, seguido por Rosberg, que força a ultrapassagem na Tosa. Agora o brasileiro da Lotus era o quarto colocado, enquanto o compatriota de Williams continuava a abrir para os rivais.

Depois de problemas na classificação e no warm-up, Jacques Laffite supera Johnny Dumfries e entra na briga pela décima primeira posição, com Patrese superando Boutsen. Na volta cinco, Fabi supera Tambay e é oitavo, enquanto, a frente, Rosberg passa Prost e assume o segundo lugar com Piquet tendo cinco segundos de vantagem.

Poucos minutos depois, a corrida do Lola Hart de Patrick Tambay chega ao fim. No sétimo giro, Teo Fabi assume o sétimo posto de Stefan Johansson, que, com problemas no freio, perde posições para Berger e Laffite, que agora era nono. Com o Ford turbo, Alan Jones continua a se recuperar, passando por Surer, Drumfries e Boutsen antes do conde escocês abandonar com problemas na roda.


Liderando com facilidade, Piquet mantém boa distância para Rosberg, que é pressionado por Prost. Perdendo espaço em relação aos McLaren, Ayrton Senna, que enfrenta problemas, começa a ser atacado por Michele Alboreto. Na vigésima posição, Huub Rothengatter também abandona antes de Nigel Mansell, na volta doze, vir aos boxes para se retirar da prova. É o fim para o britânico.

No mesmo giro, Alain Prost supera Keke Rosberg, enquanto Senna começa a andar lento com os mesmos problemas que tiraram seu companheiro da prova. Depois de Mansell, é a vez do brasileiro dar adeus, cedo, ao GP de San Marino. Na volta treze, Rosberg retoma o segundo lugar na mesma altura em que Arnoux vai aos boxes trocar os pneus, retornando na décima segunda posição.

Com problemas no turbo, Laffite abandona, enquanto Jones para com problemas na caixa de câmbio. Depois da parada, Arnoux volta forte, passa por Boutsen e Surer e já é nono na volta dezesseis. Nelson Piquet, na liderança, começa a diminuir a pressão do turbo e perder terreno para Keke Rosberg e Alain Prost. Na luta pela quinta posição, Gerhard Berger supera Teo Fabi na luta interna da Benetton.


Mesmo depois de sua parada, de Angelis estava na décima segunda posição antes de ser traído, novamente, pelo motor BMW de sua Brabham. O italiano mais uma vez abandona. Na mesma volta, Johansson para e volta atrás dos Arrows de Boutsen e Surer. Depois de passar por Patrese, Arnoux ganha o sexto posto de Fabi, que troca os pneus.

No giro vinte e seis, Alboreto para, marca 8.5s e volta ainda na quarta posição. Mais atrás, ambas as Arrows também fazem suas trocas. Liderando e a poucas voltas de sua parada, Nelson Piquet é fortemente pressionado por Keke Rosberg. Na penúltima posição, de Cesaris abandona com problemas no motor.

Na volta vinte e nove, Piquet para e volta na terceira colocação, com Rosberg e Prost assumindo as primeiras posições. No giro seguinte, é a vez do francês fazer sua parada. E, com espetaculares 8.6s de troca, o campeão do mundo retorna a frente da Williams do brasileiro. Lutando pelo sétimo posto, Riccardo Patrese supera Teo Fabi. Desempenho surpreendente da Brabham do italiano.


Na quinta posição, Gerhard Berger também para, mantendo o quinto posto. Liderando sozinho, Rosberg demora para vir aos boxes, e, quando vem, tem uma desastrosa parada de 14s. Alain Prost agora era líder, com o finlandês em segundo e Nelson Piquet apenas na terceira posição. O favoritismo das McLaren estava se confirmando...

Depois da ótima parada, Berger acabaria sendo superado por Arnoux e Patrese, caindo para o sétimo lugar antes de também ser ultrapassado por seu companheiro Teo Fabi. De quinto, o austríaco agora era apenas oitavo, correndo risco de perder mais uma posição para Stefan Johansson. Na última colocação, Jonathan Palmer para com problemas elétricos em seu Zakspeed, e, por incrível que pareça, ainda consegue voltar à prova.

Se recuperando, Johansson passa por ambos os Benetton e é sétimo. Fabi, que forçou demais o motor BMW de seu carro, abandona logo depois de ser superado pelo sueco. Outro abandono é o de Philippe Streiff, que era décimo segundo. Na volta quarenta e seis é a vez de René Arnoux parar logo depois da Tosa com problemas na roda: Riccardo Patrese era quinto! Depois de diversos problemas durante todo o fim-de-semana, Palmer perde o freio e acaba fora da pista e fora da prova.


Restando poucas voltas para o fim, os problemas começam a atrapalhar o desempenho dos pilotos na pista. Alain Prost consegue manter a boa diferença para Rosberg, enquanto Nelson Piquet resiste à pressão de Michele Alboreto. Pressionando Johansson, que tem graves problemas no freio, Berger, que não tem mais a embreagem, supera o escandinavo de forma incrível em ultrapassagem tripla (isso mesmo, o austríaco também passou Brundle e Ghinzani na manobra) e assume o sexto posto no giro cinquenta e quatro.

Com Rosberg economizando combustível, Nelson Piquet se aproxima do finlandês enquanto Michele Alboreto para nos boxes para abandonar com problemas no motor de sua Ferrari. Os tifosi, que tanto haviam comemorado durante a prova, agora se entristeciam com um abandono a quatro voltas do fim. Ainda havia Johansson...

No giro cinquenta e oito, Ghinzani para com problemas, enquanto Piquet ataca fortemente Keke Rosberg, que, sem combustível, para logo depois da Tosa na volta cinquenta e nove. Riccardo Patrese assume a terceira posição com a Brabham! É um resultado incrível para o italiano. Porém, o sonho logo se tornou pesadelo, com Gerhard Berger assumindo o último lugar do pódio e o BT55 lento na pista, sem combustível. Marc Surer também para.

Abrindo a última volta, Alain Prost passa lento na reta dos boxes, com Riccardo Patrese abandonando mais atrás. O trajeto seria feito sem maiores dificuldades para o francês, mas, logo após a Rivazza, seu McLaren começa a parar. Desesperado, o campeão do mundo começa a chacoalhar o carro de um lado para o outro, tentando pegar as últimas gotas de combustível. Em segundo, Nelson Piquet aperta, começa a se aproximar e coloca a vitória do francês em jogo.


Na última chicane, Prost ainda consegue alguma velocidade, mas, quando entra na reta, volta a perdê-la. Gerhard Berger se aproxima, diminuí e apenas segue o francês até a linha de chegada. Alain Prost, conquista uma espetacular vitória em Imola, com Nelson Piquet cruzando na segunda posição e Berger terminando num surpreendente pódio para a Benetton. Stefan Johansson ainda conseguiria fechar em quinto, conquistando os primeiros pontos da Ferrari em 1986, com Keke Rosberg sendo classificado em quinto e Riccardo Patrese (quem diria...) em sexto. Faltou pouco, mas Boutsen e Brundle quase roubaram as posições do finlandês e do italiano...

Depois da corrida, polêmicas. Guy Ligier disse que se os problemas por falta de combustível continuarem a Fórmula 1 estaria condenada. Gérard Crombac, renomado jornalista, ainda disse que a categoria é algo diferente do que correr às ordens de um computador. Jean-Marie Balestre também se pronunciaria, criticando Prost e dizendo que este poderia sair porque haviam outros quarenta pilotos querendo entrar na F1. Mesmo assim, o presidente da FISA entendeu que, para melhorar a segurança, não bastaria diminuir o tamanho dos tanques. Sendo assim, Balestre e Ecclestone começariam a revolucionar a Fórmula 1...

No campeonato de pilotos, Piquet e Senna agora estavam empatados na liderança com 15 pontos. Alain Prost era terceiro, Nigel Mansell o quarto, empatado com Gerhard Berger, Keke Rosberg sexto e Jacques Laffite sétimo. Arnoux e Johansson agora tinham o mesmo número de pontos em oitavo, com Fabi e Brundle em décimo e Riccardo Patrese na décima segunda posição.

Na tabela de construtores, Williams abria 3 pontos para a McLaren, que também tinha 3 pontos para a Lotus. Benetton superou a Ligier e agora era quarta colocada. Ferrari era apenas sexta, Tyrrell sétima e Brabham oitava.


O próximo palco seria Mônaco, nas estreitas ruas de Monte Carlo.

RESULTADOS
  1. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 1:32:28.408 - 9pts
  2. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - +7.645s - 6pts
  3. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - +1 Volta - 4pts
  4. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - +1 Volta - 3pts
  5. 2 - FIN - Keke Rosberg - McLaren TAG-Porsche - Falta de Combustível - 2pts
  6. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - Falta de Combustível - 1pt
  7. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - +2 Voltas
  8. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - +2 Voltas
  9. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows BMW - +3 Voltas
  10. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Turbo
  11. 21 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - Falta de Combustível - OUT
  12. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - Roda - OUT
  13. 4 - FRA - Philippe Streiff - Tyrrell Renault - Transmissão - OUT
  14. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - Motor - OUT
  15. 14 - GBR - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing - Freios - OUT
  16. 22 - ALE - Christian Danner - Osella Alfa Romeo - Elétrico - OUT
  17. 15 - AUS - Alan Jones - Lola Ford - Superaquecimento - OUT
  18. 23 - ITA - Andrea de Cesaris - Minardi Motori Moderni - Motor - OUT
  19. 8 - ITA - Elio de Angelis - Brabham BMW - Motor - OUT
  20. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - Transmissão - OUT
  21. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - Rolamento de Roda - OUT
  22. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - Motor - OUT
  23. 11 - GBR - Johnny Dumfries - Lotus Renault - Rolamento de Roda - OUT
  24. 29 - HOL - Huub Rothengatter - Zakspeed Racing - Turbo - OUT
  25. 16 - FRA - Patrick Tambay - Lola Hart - Motor - OUT
  26. 24 - ITA - Alessandro Nannini - Minardi Motori Moderni - Acidente - OUT
Esses foram os pilotos que participaram da corrida
Volta Mais Rápida: Nelson Piquet - 1:28.667 - Volta 57


Curiosidades:
- 423º GP
- VI Grande Prêmio de San Marino
- Realizado no dia 27 de abril, em Imola
- 22º vitória de Alain Prost
- 10º pole position de Ayrton Senna
- 1º pódio de Gerhard Berger
- 1º pódio da Benetton
- 49º vitória da McLaren
- 25º volta mais rápida da Williams
- 150º GP da Williams
- 144º e último GP do motor Hart 415T L4
- 1º GP do motor Ford-TEC V6t


  • MELHOR PILOTO: Nelson Piquet
  • SORTUDO: Alain Prost / Gerhard Berger
  • AZARADO: Riccardo Patrese
  • SURPRESA: Michele Alboreto / Stefan Johansson / Riccardo Patrese
Se na Espanha foi Senna, em Imola foi a vez de Nelson Piquet dar show. O brasileiro largou de forma espetacular, tomou a ponta e teve uma corrida fácil até sua parada, que custou a vitória. Prost e Berger tiveram sorte, enquanto o francês conseguiu chegar com as últimas gotas, o austríaco viu todos que estavam a sua frente abandonar para conquistar seu primeiro pódio. Quem vinha surpreendendo era Riccardo Patrese, que, quando estava entre os três melhores, abandonou por falta de combustível. Outro que surpreendeu foi Alboreto que, com sua defasada Ferrari, chegou a lutar pelas melhores posições antes de abandonar, coisa que não aconteceu com Johansson, que quase conquistou um surpreendente pódio.

Campeonato de pilotos:
  1. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - 15pts*
  2. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - 15pts*
  3. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 13pts
  4. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - 6pts
  5. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - 6pts
  6. 2 - FIN - Keke Rosberg - Mclaren TAG-Porsche - 5pts
  7. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - 4pts
  8. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - 3pts**
  9. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - 3pts**
  10. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - 2pts***
  11. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - 2pts***
  12. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - 1pt
* empatados
** empatados
*** empatados


Campeonato de construtores:
  1. GBR - Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW11 - MAN/PIQ - G - 21pts
  2. GBR - Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2C - PRO/ROS - G - 18pts
  3. GBR - John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 98T - DUM/SEN - G - 15pts
  4. GBR - Benetton Formula Ltd. - Benetton BMW - B186 - FAB/BER - P - 8pts
  5. FRA - Équipe Ligier - Ligier Renault - JS27 - ARN/LAF - P - 7pts
  6. ITA - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - F1/86 - ALB/JOH - G - 3pts
  7. GBR - Data General Team Tyrrell - Tyrrell Renault - 014 - BRU/STR - G - 2pts
  8. GBR - Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT55 - PAT/ANG - P - 1pt
Imagens tiradas do Google Imagens - GPExpert.com - F1-History.deviantart.com

quarta-feira, 1 de junho de 2016

30 anos - A morte de Jo Gartner


Típico exemplo de que idade nunca será documento no automobilismo, Jo Gartner teve talento suficiente para se tornar um dos mais famosos meteoros austríacos das décadas de 70 e 80.

Aos 18, Josef era um mero mecânico que havia acabado de se envolver com automobilismo. Poucos anos depois se tornou piloto de uma das categorias mais baratas e populares da Europa, a Fórmula Super Vee, na qual conquistou resultados satisfatórios que o colocaram na terceira posição ao final da temporada de 1977.

O austríaco já alçava objetivos mais desafiadores nos fórmulas superiores.

Sem nunca ter um equipamento decente, Gartner conseguia resultados pouco satisfatórios, mas que eram, ao menos, chamativos. O austríaco resistia ao tempo na Fórmula 2 com carros velhos e sem quaisquer chances de vitória.

Depois de um duro 1982, conquistando apenas um ponto pelo time de Arturo Merzario, Gartner ingressou na Emco, onde, em 1983, conquistaria uma das vitórias mais importantes de sua carreira.

No tradicional GP de Pau, o austríaco se beneficiou das desclassificações de Ferté e Bellof, sendo declarado o vencedor da prova. Com o surpreendente resultado, Gartner conseguiu o patrocínio da Milde Sorte, empresa de cigarros austríaca, que no ano seguinte ajudaria-o a conseguir uma vaga na Fórmula 1, pela Osella.

O austríaco surpreendeu o paddock em sua estreia.

Com um velho FA1E, de motor V8 aspirado da Alfa Romeo, o garoto que doze anos antes era apenas um mecânico estreava na categoria máxima do automobilismo.

Sua estreia acabaria por ser surpreendente. Naquela altura do campeonato, a Osella não parecia ter equipamento para combater a RAM, o que colocava a participação de Gartner na corrida em xeque, especialmente por este estar com o modelo de 1983. Mesmo assim, o austríaco acabou superando seu companheiro para conquistar um 26º lugar no grid de largada.

Para aumentar ainda mais a magnitude de seus feitos, o jovem austríaco andou boa parte da corrida duelando contra os RAM de Alliot e Palmer, chegando a estar a frente de ambos. Infelizmente, Gartner abandonaria na volta 46 com problemas em seu propulsor Alfa Romeo. Apesar do bom desempenho, Jo só voltaria a ter um carro no GP da Grã-Bretanha, em Brands Hatch, quando finalmente estrearia seu FA1F de motor turbo.

Um quinto lugar que não valeu...

Após bater na Inglaterra e abandonar na Alemanha, Gartner voltou a se apresentar no GP da Áustria, onde um ano antes quase havia feito sua estreia pela ATS. Em casa, Josef tinha um desempenho empolgante na promissora décima sétima colocação quando enfrentou novos problemas em seu Osella. Mal sabia ele que, semanas depois, conquistaria seu melhor resultado na Fórmula 1.

Depois de terminar sua primeira corrida, em Zandvoort, Jo Gartner tinha suas esperanças renovadas para Monza, um circuito onde os carros equipados com motor Alfa teriam seu melhor momento em todo o ano. Após largar em vigésimo quarto, o austríaco começou a ganhar várias posições com os diversos problemas que atingiram os ponteiros. Nas últimas voltas, tomou a sexta colocação que mais tarde se tornaria quinta com o abandono de Ghinzani.

Em sua última corrida na F1, Gartner superou Berger...

Estava feita a festa: Gartner terminou no fantástico quinto posto.

Infelizmente, por ter inscrito apenas um carro para a temporada de 1984, a Osella não teria o direito de marcar pontos com um segundo bólido, algo que Berger também sofreu na ATS naquela ocasião.

Jo Gartner terminaria a temporada com o desejo de ingressar na Arrows em 1985, disputando a vaga de Marc Surer com seu compatriota Gerhard Berger. Mesmo após supera-lo em Monza, e voltar a ter um desempenho superior no Estoril, Gartner viu a Arrows escolher seu conterrâneo, deixando-o sem rumo definido na Fórmula 1.

O austríaco ainda bateria na porta de Toleman e de Osella, tentando um retorno, porém estes prefeririam um piloto mais afortunado que fosse capaz de tira-los do sufoco financeiro que sofriam naquela época. Sem caminhos para seguir, Gartner viu no WSC a chance de mostrar que era capaz de competir em alto nível contra os melhores. No início de 1985, conseguiu um lugar na Fitzpatrick Racing.


Sua estreia, nos 1000Km de Monza, não foi tão surpreendente como havia feito na Fórmula 1, enfrentando problemas que o tiraram da prova. Semanas depois, em Silverstone, voltaria a abandonar antes de partir para La Sarthe. Com seu Porsche 516B, Gartner ficou apenas uma volta atrás do trio oficial da fábrica alemã, terminando na ótima quarta colocação ao lado de David Hobbs e Guy Edwards.

Em 1986, acabaria vencendo as 12 Horas de Sebring ao lado de Bob Akin e Hans-Joachim Stuck antes de conquistar um pódio nos 1000Km de Silverstone dividindo seu Porsche Kremer com Tiff Needell. Suas interessantes performances e ótimos resultados colocaram-o numa confortável posição em relação à 1987, quando poderia ingressar na Rothmans Porsche, equipe oficial da marca alemã. Quase um mês após terminar em terceiro no Silverstone, Jo Gartner estava de volta às 24 Horas de Le Mans com seu Porsche, agora da Kremer e ao lado de Sarel van der Merwe e Kunimiso Takahashi.


A largada havia sido dada no dia 31 de maio, e já estávamos em junho quando Jo Gartner entrou em seu 962C para mais algumas voltas. Após a troca com van der Merwe, nenhum problema foi detectado no bólido negro que rapidamente foi liberado para retornar à pista.

Poucos minutos depois, o paddock entraria em choque com a notícia de que o carro número #10 guiado por Gartner havia embatido fortemente contra o muro e um poste telefônico, sofrendo ainda um pequeno incêndio. Não tardaria para que todos soubessem que Josef Gartner havia morrido no local, após quebrar o pescoço no impacto.

Era madrugada quando a notícia de que Jo Gartner havia morrido se propagou no mundo do esporte a motor. Em sinal de luto, a equipe Kremer retirou seu segundo carro da prova, que acabaria sendo vencida pelo Rothmans Porsche de Bell, Stuck e Holbert, no bólido na qual o austríaco tanto aspirava para 1987...


O motivo do despiste de Gartner se mantém um mistério até hoje. Alguns acreditam na teoria de que um animal atravessou a pista no momento em que o austríaco passava, enquanto a possibilidade de que as rodas traseiras travaram é a mais aceita. O fato do câmbio estar travado entre a quarta e a quinta marcha apontam para um provável travão dos pneus traseiros.

Jo Gartner caiu no esquecimento do público, muito provavelmente pela falta de uma "performance de campeão" que marcasse sua carreira. Mas seu talento ainda se mantém vivo na memória daqueles que um dia acompanharam aquele garoto austríaco que viveu os altos e baixos de uma vida: começou como mecânico, sofreu nas pequenas categorias, chegou à Fórmula 1 e se tornou vítima dela, achando no endurance um lugar na qual economia nenhuma poderia atrapalha-lo...


Além de fazer parte da famosa geração perdida de pilotos austríacos, Gartner é uma das primeiras vítimas dos altos custos da Fórmula 1. Sem espaço nela, Josef só tinha uma chance para se manter no cenário mundial com sucesso: tinha que vencer no WSC. Lá, o austríaco encontrou o caminho do sucesso, se tornando um jovem promissor e quase alcançando o mais sonhado cockpit da época.

A vida pode ter sido injusta com Jo Gartner, mas, se olharmos de outro ponto de vista, podemos dizer que o austríaco fez tudo que é sonhado por um amante do automobilismo, e, o melhor, sem deixar a desejar em nenhum momento de sua carreira.

Adeus, Josef.

Imagens

terça-feira, 10 de maio de 2016

10 anos - Schumacher vence na última prova em Imola


A abertura da temporada europeia, mais uma vez, era em Imola, palco de grandes alegria para a Ferrari. A escuderia italiana tinha o intuito de voltar a vencer após as três primeiras etapas serem dominadas pela Renault, e, para isso, eles precisavam desestabilizar a equipe francesa desde o treino que definiria as posições no grid.

Michael Schumacher voltou a ser o poleman com o tempo de 1:22.795, seguido de perto pelos dois carros da Honda, com Jenson Button em segundo e Rubens Barrichello em terceiro. Por apenas 0.007s, Felipe Massa conseguiu uma vaga na segunda fila, deixando Fernando Alonso na quinta posição, ao lado de Ralf Schumacher. Fechando o top ten estavam Juan Pablo Montoya, Kimi Räikkönen, Jarno Trulli e Mark Webber.


Giancarlo Fisichella conseguiu apenas o décimo primeiro posto, seguido por Jacques Villeneuve e Nico Rosberg, com David Coulthard em décimo quarto, Nick Heidfeld em décimo quinto e Vitantonio Liuzzi em décimo quinto. Na parte final do grid estavam Christian Klien, Scott Speed, Tiago Monteiro, Christijan Albers, Takuma Sato e Yuji Ide, com um tempo, assustadoramente, de quase 2s mais lento do que o companheiro.

O domingo é de sol em Imola, e a partida é feita sem nenhum contratempo, com Schumacher tomando a ponta seguido por Button, enquanto Barrichello perde a posição para Massa e Alonso, Mais atrás, Räikkönen é ultrapassado por Trulli e Webber, enquanto Villeneuve supera Fisichella. Num circuito tão travado como o de Enzo e Dino Ferrari, uma boa largada era essencial.


Ainda na primeira volta, na parte inferior do pelotão, Yuji Ide comete mais um de seus erros bizarros, agora colocando em extremo risco a vida de outro competidor. O japonês conseguiu capotar Christijan Albers em plena "Villeneuve". Por sorte, o holandês saiu ileso do acidente, visivelmente irritado com a manobra de Ide, que foi aos boxes.

O Safety Car entrou na pista, e, após mais um ótimo trabalho dos fiscais italianos, a prova foi reiniciada na terceira volta. Com problemas na direção, Jarno Trulli vai ao box para abandonar, enquanto, mais atrás, Liuzzi perde o décimo sexto posto para Speed e Klien depois de rodar. Sem nenhuma mudança, a prova passa a ser monótona, faltando poucos instantes para a primeira rodada de paradas.

Na volta 14, Rubens Barrichello é o primeiro dos ponteiros a ir aos boxes, fazendo uma parada problemática que custaria um lugar na zona de pontos. No giro seguinte Button faz sua troca, retornando sem problemas na oitava posição. Os próximos a parar seriam Massa, Schumacher e Montoya, deixando Alonso na liderança momentânea da prova.

Barrichello perdeu a chance de conquistar bons pontos em Imola

O espanhol iria aos boxes no vigésimo quinto giro, superando Felipe Massa e Jenson Button para assumir a importante segunda colocação, iniciando uma perseguição a Schumacher. O único carro da Honda que ainda tinha esperanças de conquistar um resultado decente enfrentaria problemas em sua segunda parada. O "mecânico-do-pirulito" ergueu demasiado cedo a placa, fazendo com que Button saísse com parte da mangueira de combustível. O britânico ainda retornaria, mas apenas na oitava posição.

Pressionando Schumacher, Alonso tenta a sorte e para mais cedo, voltando logo atrás de Montoya. Na volta seguinte, o alemão também faria sua parada, conseguindo a façanha de retornar a frente do espanhol da Renault. Quem se deu mal com sua segunda ida aos boxes foi Massa, que parou cedo demais e viu Juan Pablo Montoya assumir o terceiro posto.


Nas últimas 10 voltas, a emoção da prova seria a mesma da edição de 2005: perseguição pela vitória. Agora Alonso estava no lugar de Schumacher, e Schumacher no lugar de Alonso. No fim, o alemão venceu mais uma, mas nada que melhorasse o quadro na tabela de classificação. Montoya fechou o pódio, enquanto Felipe Massa, Kimi Räikkönen, Mark Webber, Jenson Button e Giancarlo Fisichella finalizaram nos pontos.

Na classificação de pilotos, Alonso continuava com uma grande vantagem, agora com 36 pontos, enquanto Schumacher tem apenas 21. O terceiro colocado é Räikkönen, com 18, enquanto Fisichella e Montoya estão empatados com 15. Já a tabela de construtores continua com Renault em seu topo, com 51 pontos comparados aos 33 e 30 de McLaren e Ferrari, respectivamente.

Imagens tiradas do F1-Fansite.com

domingo, 1 de maio de 2016

Aquele fim-de-semana...


Todos nós passamos, pelo menos uma vez na vida, por alguma situação de aperto total, algo que possa nos magoar e entristecer de tal forma que jamais voltaremos a sentir o mesmo. Todos os brasileiros sentiam uma terrível dor quando aquele fim-de-semana do dia 1 de maio de 1994 acabou. O circo da Fórmula 1 voltara a sentir o gosto da morte, uma bebida pesada, batida violentamente para que aquele que irá bebe-la. As mudanças extremas que haviam ocorrido de um ano para outro haviam sido mal-formuladas. Não priorizaram a segurança, mas sim aquilo que julgavam fazer parte do "espetáculo".

Quando alguém morre sentimos sempre a mesma dor, às vezes ela pode ser mais forte, e essa foi uma dessas vezes. Muitas pessoas que conheço tinham a mesma idade que tenho hoje, e algumas delas recordam o tamanho da tristeza sentida naquele fim-de-semana.

Para começar, Rubens Barrichello simplesmente foi catapultado pela zebra, batendo quase que no alambrado. Os procedimentos de segurança estavam falhos desde aquele momento: como pode alguém descapotar um carro com um piloto parcialmente desacordado dentro dele? Imagine nas lesões que aquele movimento poderiam ser causadas na coluna do brasileiro...


Pelo menos, Rubinho estava bem, havia sobrevivido ao terrível impacto, mas não participaria da prova no domingo.

No sábado, quando o mesmo Barrichello já participava da transmissão da Rede Globo, eis que outro acidente acontece: é uma Simtek que se perdeu na Villeneuve e foi parar no meio da Tosa. O jovem austríaco Roland Ratzenberger estava desacordado dentro do carro, com medonhas manchas de sangue espalhadas pelo seu capacete. Para piorar, seu braço estava à vista do público na transmissão, sinalizando que o impacto não havia sido um dos mais fracos.

Quando o replay passou a ser mostrado diversas vezes, ficou claro que algo estava errado. Ratzenberger havia perdido parte da asa dianteira em plena reta, e, sem condições de contornar a Villeneuve, foi direto ao muro de concreto... A equipe do Dr. Sid Watkins retirou o austríaco do carro, e logo começaram o que todos temiam: massagem cardíaca.

For Roland

Foi um dos momentos mais terríveis e medonhos da história da Fórmula 1 - tudo acontecendo ali, ao vivo, em cores...

Poucas horas depois, a confirmação: o piloto do carro 32, Roland Ratzenberger, havia sucumbido as lesões sofridas no acidente.

Passado um dia de muita conversa entre os pilotos (polemicas e mais polemicas), a corrida iria tomar parte num belo dia de sol em Imola. Com expressões que desanimam até a pessoa mais empolgada, Ayrton Senna aguardava o início da prova...

Na partida, eis que Pedro Lamy vem como um foguete para atingir JJ Lehto. Pessoas haviam se ferido na arquibancada, e, enquanto o SC ia na frente do pelotão, a limpeza era efetuada.

BANDEIRA VERDE! A corrida finalmente começa com Senna e Schumacher abrindo para o resto do pelotão.

De repente, não havia mais Senna...

Na volta 7, Ayrton vai simplesmente reto para a barreira de proteção... o brasileiro parecia estar bem, porém ninguém imaginava que o mesmo não responderia com sinais de vida. A ambulância entrava em cena novamente, e agora era para uma desesperadora tentativa de salvação do piloto mais popular da categoria. Era tarde demais...

A corrida continuou, Schumacher venceu com direito ao primeiro e único pódio de Nicola Larini.

E tudo que não gostaríamos de ver novamente voltava a acontecer: Michele Alboreto perdeu uma roda no pit lane, atingindo diversos mecânicos; e Andrea de Cesaris carimbou o muro em seu rápido retorno pela Jordan. Felizmente, todos saíram do circuito sem maiores riscos de vida, enquanto, em Bolonha, Ayrton Senna batalhava pela dele. Em vão...

Quando a morte do maior herói brasileiro dos últimos anos foi confirmada...

Para muitos a Fórmula 1 acabou ali, enquanto para outros aquilo só serviu de um ponto de ligação entre duas Eras...


Aquele fim-de-semana...

Imagens tiradas do Google Imagens

quarta-feira, 9 de março de 2016

Lugares que a Fórmula 1 bem que poderia visitar...


No dia em que o COTA confirma que estará no calendário desta temporada que se aproxima, vejo também que o velho e bom circuito de Watkins Glen fez um belo trabalho de repavimentamento, arrancando elogios do delegado de seguranças da FIA, Charlie Whiting: "Eu acho que seria um circuito absolutamente maravilhoso para carros de F1 correrem - mas todos nós sabemos que não é tão simples assim. [...]"

Com isso, tive a ideia de apresentar um post com circuitos que poderiam integrar o calendário da categoria num futuro próximo, esquecendo, pelo menos agora, de qualquer questão financeira, política ou técnica que possa afetar sua integração no calendário oficial.

WATKINS GLEN
Começamos com o motivo do post: The Glen. O belo circuito nova-iorquino que abrigou a Fórmula 1 por tantas e tantas temporadas até ficar obsoleto sempre foi um lugar amado pelos fãs, sediando provas também da IndyCar e da NASCAR. Infelizmente, parece estar longe de um retorno à categoria, deixando o circuito de Austin tomar conta do GP dos EUA.


KYALAMI
Palco de uma das mortes mais bizarras e terríveis da história, Kyalami passou por uma recente reforma para voltar ao âmbito internacional com o objetivo, primeiramente, de sediar o WEC, já que o grande bancador de tudo isso foi o mandante da Porsche na África do Sul. O circuito perto de uma das maiores cidades da África também é marcado por uma das maiores controvérsias da história do esporte, perdendo, consequentemente, parte de sua essência de pista rápida e dinâmica.


ZANDVOORT
O circuito holandês estava presente no calendário desde os primórdios da Fórmula 1, mas quando a qualidade de um autódromo seguro e eficiente passou a ser sua maior deficiência, houve um corte em suas participações passando de prova tradicional para o esquecimento do público. Local de grandes disputas e momentos, já chegou a ser estudado um retorno ao calendário especialmente com a chegada do promissor Max Verstappen. Veremos...


JARAMA
Outra localidade clássica da categoria, onde fotos lindas eram tiradas dos ases que iam desde Lauda até Ertl. O próprio austríaco tem boas lembranças do lugar, apesar de correr com as costelas quebradas em 1976, já que conquistou sua primeira vitória na edição de 1974 da prova. Até hoje não me lembro de nenhum grande rumor, mas seria algo interessante ver o circuito espanhol de volta a categoria.


PAUL RICARD
O famoso circuito de testes para todos e para tudo. Paul Ricard não recebe um GP desde 1990, algo que para mim é vergonhoso pelo fato do traçado, apesar de ser um pouco entediante, ter muita história para contar. Provas históricas e emocionantes aconteceram naquela quente região francesa, o que engradece a sua importância. A última vez que a categoria esteve por lá foi no início de 2016, para testes dos pneus Pirelli.


BUGATTI
Apenas um GP foi sediado lá, o francês de 1967, e nunca mais se cogitou um retorno apesar da importância de todo aquele complexo para o mundo do esporte à motor. O circuito Bugatti ainda recebe provas da MotoGP, além de fazer parte do clássico La Sarthe, mas duvido muito de que uma prova possa acontecer por lá (pelo menos a curto-médio prazo).


BRANDS HATCH
Se há alguma palavra que defina Brands Hatch é: clássico. Com um traçado simples e ao mesmo tempo desafiador, o circuito inglês também está cravado na história da categoria por suas provas emocionantes e pela sua importância. Infelizmente, é quase impossível que a Fórmula 1 retorne ao autódromo, que resiste ainda tendo uma das melhores organizações do mundo.


IMOLA
Cogitado quando muito se fala da saída de Monza do calendário, Imola é lembrado por muitos pelas mortes de Ratzenberger e Senna, porém acredito que não deveríamos lembrar de tal forma de um circuito tão belo como este. Apesar da mutilação ocorrida depois dos tristes eventos de 1994, seria ótimo ver novamente os pilotos contornando a Tamburello e a Villeneuve...


ISTAMBUL
Talvez o melhor circuito projetado por Hermann Tilke esteja fadado a uma morte lenta como tantos outros 'elefantes brancos' de Bernie Ecclestone. Local das incríveis performances de Felipe Massa e da afobação de um jovem Sebastian Vettel, o Istambul Park já teve seu nome no meio de rumores para um possível retorno, mas isso não passa de mera especulação.

Caso queriam, posso preparar uma parte 2 com circuitos que jamais integraram o calendário. Espero que tenham gostado.

Imagens tiradas do GPExpert.com.br - Google Imagens - F1-History.deviantart.com

quinta-feira, 7 de maio de 2015

GP Memorável 43# - San Marino 1984


Havia passado apenas 7 dias depois do GP da Bélgica. E nesses dias os ânimos na Itália aumentaram, já que Michele Alboreto havia vencido a última corrida, e era um dos favoritos ao título daquela temporada que ainda prometia ser boa. Havia também mais mudanças para a prova em Imola, começando com Marc Surer, que se mantinha na Arrows, que dava a ele a chance de guiar o A7 com motor BMW turbo. A outra mudança era na Osella, que inscreveu mais um carro para a corrida, esse o de número 30, do jovem e promissor austríaco Jo Gartner.

Nos treinos, um dia com pista seca e outro com molhada, nada que iria mudar muito o grid de domingo. A Toleman acabou se envolvendo em uma briga com a Pirelli, fazendo que os carros britânicos não participassem do Q1 feito embaixo de chuva. No Q2 a equipe de Cecotto e Senna conseguiu andar, conseguindo a 19º colocação para o venezuelano, enquanto o brasileiro tivera problemas.


A equipe tentou solucionar de várias formas o problema no carro 19, enquanto Ayrton esperava a chance de sair dos boxes e marcar seu tempo, coisa que ele conseguiu fazer, mas com um carro que fez o penúltimo tempo na qualificação, e dando o brasileiro o último lugar na classificação, já que Ghinzani havia feito um tempo melhor na chuva do que Ayrton conseguiu fazer no seco. Essa foi a única vez que o brasileiro não conseguiu se classificar....

Agora voltando para o normal, Nelson Piquet marcou mais uma pole com sua Brabham BMW com o tempo de 1:28.517, mais de 100 milésimos mais rápido do que Alain Prost, o outro que alinhava na primeira fila. Logo depois vinha Keke Rosberg, que colocara mais uma vez sua Williams de motor Honda na segunda fila. A Renault de Derek Warwick era o 4º colocado, enquanto o 5º e o 6º eram Niki Lauda e René Arnoux.


Fechando o TOP TEN estavam Manfred Winkelhock, mais uma vez surpreendendo com a ATS, Eddie Cheever com a Alfa, Teo Fabi com a Brabham e Riccardo Patrese com a outra Alfa. Três pilotos de linha de frente havia feito um mau treino, eram Elio de Angelis, que largava em 11º, Michele Alboreto, largava em 13º, e Patrick Tambay que largava em 14º. Entre eles estava Andrea de Cesaris, que no domingo faria uma maravilhosa apresentação.

Nigel Mansell colocou sua Lotus numa posição muito ruim, entre Hesnault e Cecotto, na 18º colocação. Jacques Laffite era o 15º e Marc Surer era 16º. Atrás do companheiro de Ayrton estavam Thierry Boutsen e Stefan Bellof, que colocara mais de meio-segundo entre ele e Martin Brundle, o 22º colocado. Alliot, Baldi, Palmer e Gartner fechavam o grid, que não teria Ghinzani e nem Senna, que tomaram, respectivamente, 12.273s e 13.068s de Piquet.


Havia ameaça de chuva para o meio da corrida, ameaça que não se consolidou enquanto a prova estava acontecendo. Andrea de Cesaris, infelizmente, teve problemas em sua Ligier e não iria largar no grid, mas dos boxes. Quando as luzes ficaram verdes, Keke Rosberg mais uma vez largou mau, da mesma forma de Niki Lauda. Enquanto isso Alain Prost fez uma ótima largada e passou Piquet na Tamburello.

Michele Alboreto fez uma incrível largada, saindo de 12º para em poucas voltas estra grudado em Winkelhock. Prost era o primeiro, Piquet o segundo, Warwick o terceiro, Arnoux o quarto e Manfred o quinto. Rapidamente o italiano da Ferrari passou pela ATS e foi em busca da quarta colocação que era de seu companheiro René Arnoux. Quando começou a pressionar Arnoux, Alboreto começou a perder tempo sem conseguir passa-lo.


Com isso, Niki Lauda veio lá de trás, tirando uma diferença absurda a cada volta, até chegar em Albo, que chegou resistir, mas logo cedeu ao ataque do austríaco que tinha como próximo alvo René, que nem chegou a disputar posição. Agora Lauda ia para o ataque em cima de Derek Warwick, mas o piloto da Renault conseguiu segurar a pressão por uma boa quantidade de voltas, quando Niki Lauda estourou seu motor.

Até aquele momento da corrida, François Hesnault já havia batido, da mesma forma de Patrick Tambay bateu na Tosa. Keke Rosberg teve problemas elétricos, Nigel Mansell rodou, Riccardo Patrese teve problemas elétricos e Jacques Laffite estourou seu motor. Quase dez voltas depois do abandono de Lauda, foi a vez de Michele Alboreto parar com problemas no escapamento de sua Ferrari.


A partir dai a prova começaria a ficar chata, sem muitas disputas Alain Prost erraria sozinho e rodaria, mas nada que o comprometesse. Quem estava fazendo boa prova era de Cesaris que já colocou sua Ligier num lugar pontuável. Winkelhock e Surer seriam os próximos a abandonar após estourarem seus turbos, e na volta 46 foi a vez do estreante Gartner perder o seu motor Alfa.

Nelson Piquet mantinha a segunda colocação após segurar René Arnoux, mas infelizmente estouraria o turbo na volta 48, mesma volta em que Teo Fabi também pararia sua Brabham com o mesmo problema. Agora René Arnoux era segundo e Warwick, que estava perdendo rendimento, era o terceiro. Stefan Bellof, com isso, estava a beira de um lugar pontuável.


O MITO ainda passaria por Derek Warwick para assumir a terceira colocação. O piloto da Ligier estava há voltas de conseguir mais um pódio, mas seu carro começaria a parar com falta de combustível na volta 58, mesma volta na qual Eddie Cheever também parou com o mesmo problema. Quem estava pontuando agora era Bellof com seu quinto posto, enquanto Boutsen era o 6º e se encaminhava para marcar seus primeiros pontos.

de Angelis havia passado Warwick, e era o último piloto que estava na mesma volta de Alain Prost, que cruzou a linha de chegada em primeira, enquanto o italiano parou sua Lotus sem combustível, mas Derek Warwick não conseguiu passar por ele, ficando com um 4º lugar. Arnoux foi o segundo, Stefan Bellof o 5º e Thierry Boutsen o 6º, de Cesaris ainda ficou com o 7º posto.


RESULTADOS:

  1. Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 1:36:53.679 - 9pts
  2. René Arnoux - Scuderia Ferrari - +13.416 - 6pts
  3. Elio de Angelis - Lotus Renault - Falta de Combustível - 4pts
  4. Derek Warwick - Renault Elf - +1 Volta - 3pts
  5. Stefan Bellof - Tyrrell Ford - +1 Volta - 2pts*
  6. Thierry Boutsen - Arrows Ford - +1 Volta - 1pt**
  7. Andrea de Cesaris - Ligier Renault - Falta de Combustível**
  8. Eddie Cheever - Alfa Romeo - Falta de Combustível***
  9. Mauro Baldi - Spirit Hart - +2 Voltas
  10. Jonathan Palmer - RAM Hart - +3 Voltas
  11. Martin Brundle - Tyrrell Ford - Pressão de Combustível*
  12. Philippe Alliot - RAM Hart - Turbo - OUT
  13. Johnny Cecotto - Toleman Hart - NC
  14. Nelson Piquet - Brabham BMW - Turbo - OUT
  15. Teodorico Fabi - Brabham BMW - Turbo - OUT
  16. Jo Gartner - Osella Alfa Romemo - Motor - OUT
  17. Marc Surer - Arrows BMW - Turbo - OUT
  18. Manfred Winkelhock - ATS BMW - Turbo - OUT
  19. Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Escapamento - OUT
  20. Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - Motor - OUT
  21. Jacques Laffite - Williams Honda - Motor - OUT
  22. Riccardo Patrese - Alfa Romeo - Elétrico - OUT
  23. Nigel Mansell - Lotus Renault - Rodada - OUT
  24. Keke Rosberg - Williams Honda - Elétrico - OUT
  25. Patrick Tambay - Renault Elf - Colisão - OUT
  26. François Hesnault - Ligier Renault - Colisão - OUT
  27. Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - DNQ
  28. Ayrton Senna - Toleman Hart - DNQ
Esses foram os pilotos que estavam inscritos para a corrida
Volta Mais Rápida: Nelson Piquet - 1:33.275 - Volta 48


Curiosidades:
- 392º GP
- 11º Vitória Para Alain Prost
- 10º Pole Position de Nelson Piquet
- 10º Melhor Volta de Nelson Piquet
- 20º Pódio de Alain Prost
- 20º Pódio de René Arnoux
- 1º GP de Jo Gartner
- 50º GP de Andrea de Cesaris
- 100º GP de Riccardo Patrese
- 33º Vitória da McLaren
- 40º Melhor Volta da Brabham
- 140º Pódio da Lotus
- 3º Vitória do Motor TAG-Porsche

  • MELHOR PILOTO: Andrea de Cesaris
  • SORTUDO: Elio de Angelis
  • AZARADO: Niki Lauda
  • SURPRESA: Ayrton Senna
Andrea de Cesaris MITOU mais uma vez, agora no GP de San Marino, após largar dos boxes e mesmo assim chegar a estar em 3º, infelizmente acabou abandonando nas últimas voltas. Elio de Angelis herdou o pódio de de Cesaris e ainda faltou combustível para completar a última volta, mas viu Derek Warwick não passar por Prost, deixando ele na 3º colocação. Lauda vinha alucinado no inicio da prova, tinha tudo para fazer uma corrida espetacular e disputar com Prost, mas teve problemas no seu motor. Surpresa foi ver Ayrton Senna fora da corrida, coisa que aconteceu apenas uma vez em sua carreira.


Campeonato de Pilotos***:
  1. Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 24pts
  2. Derek Warwick - Renault Elf - 13pts
  3. René Arnoux - Scuderia Ferrari - 10pts
  4. Elio de Angelis - Lotus Renault - 10pts
  5. Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 9pts
  6. Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 9pts
  7. Keke Rosberg - Williams Honda - 9pts
  8. Riccardo Patrese - Alfa Romeo - 3pts
  9. Eddie Cheever - Alfa Romeo - 3pts
  10. Stefan Bellof - Tyrrell Ford - 3pts
  11. Andrea de Cesaris - Ligier Renault - 2pts/3pts****
  12. Martin Brundle - Tyrrell Ford - 2pts
  13. Patrick Tambay - Renault Elf - 1pt/3pts****
  14. Ayrton Senna - Toleman Hart - 1pt/2pts****
  15. Thierry Boutsen - Arrows Ford - 1pt/2pts****

Campeonato de Construtores***:
  1. McLaren TAG-Porsche - 33pts
  2. Scuderia Ferrari - 19pts
  3. Renault Elf - 14pts/17pts****
  4. Lotus Renault - 10pts
  5. Williams Honda - 9pts
  6. Alfa Romeo - 6pts
  7. Tyrrell Ford - 5pts
  8. Ligier Renault - 2pts/3pts****
  9. Toleman Hart - 1pt/2pts****
  10. Arrows Ford - 1pt/2pts****
*Foi DSQ
**Pontuou Com a DSQ de Stefan Bellof
***Contando com a Tyrrell
****Pontuou Com a DSQ da Tyrrell

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