Todos nós passamos, pelo menos uma vez na vida, por alguma situação de aperto total, algo que possa nos magoar e entristecer de tal forma que jamais voltaremos a sentir o mesmo. Todos os brasileiros sentiam uma terrível dor quando aquele fim-de-semana do dia 1 de maio de 1994 acabou. O circo da Fórmula 1 voltara a sentir o gosto da morte, uma bebida pesada, batida violentamente para que aquele que irá bebe-la. As mudanças extremas que haviam ocorrido de um ano para outro haviam sido mal-formuladas. Não priorizaram a segurança, mas sim aquilo que julgavam fazer parte do "espetáculo".
Quando alguém morre sentimos sempre a mesma dor, às vezes ela pode ser mais forte, e essa foi uma dessas vezes. Muitas pessoas que conheço tinham a mesma idade que tenho hoje, e algumas delas recordam o tamanho da tristeza sentida naquele fim-de-semana.
Para começar, Rubens Barrichello simplesmente foi catapultado pela zebra, batendo quase que no alambrado. Os procedimentos de segurança estavam falhos desde aquele momento: como pode alguém descapotar um carro com um piloto parcialmente desacordado dentro dele? Imagine nas lesões que aquele movimento poderiam ser causadas na coluna do brasileiro...
No sábado, quando o mesmo Barrichello já participava da transmissão da Rede Globo, eis que outro acidente acontece: é uma Simtek que se perdeu na Villeneuve e foi parar no meio da Tosa. O jovem austríaco Roland Ratzenberger estava desacordado dentro do carro, com medonhas manchas de sangue espalhadas pelo seu capacete. Para piorar, seu braço estava à vista do público na transmissão, sinalizando que o impacto não havia sido um dos mais fracos.
For Roland |
Foi um dos momentos mais terríveis e medonhos da história da Fórmula 1 - tudo acontecendo ali, ao vivo, em cores...
Poucas horas depois, a confirmação: o piloto do carro 32, Roland Ratzenberger, havia sucumbido as lesões sofridas no acidente.
Passado um dia de muita conversa entre os pilotos (polemicas e mais polemicas), a corrida iria tomar parte num belo dia de sol em Imola. Com expressões que desanimam até a pessoa mais empolgada, Ayrton Senna aguardava o início da prova...
Na partida, eis que Pedro Lamy vem como um foguete para atingir JJ Lehto. Pessoas haviam se ferido na arquibancada, e, enquanto o SC ia na frente do pelotão, a limpeza era efetuada.
BANDEIRA VERDE! A corrida finalmente começa com Senna e Schumacher abrindo para o resto do pelotão.
De repente, não havia mais Senna... |
Na volta 7, Ayrton vai simplesmente reto para a barreira de proteção... o brasileiro parecia estar bem, porém ninguém imaginava que o mesmo não responderia com sinais de vida. A ambulância entrava em cena novamente, e agora era para uma desesperadora tentativa de salvação do piloto mais popular da categoria. Era tarde demais...
A corrida continuou, Schumacher venceu com direito ao primeiro e único pódio de Nicola Larini.
E tudo que não gostaríamos de ver novamente voltava a acontecer: Michele Alboreto perdeu uma roda no pit lane, atingindo diversos mecânicos; e Andrea de Cesaris carimbou o muro em seu rápido retorno pela Jordan. Felizmente, todos saíram do circuito sem maiores riscos de vida, enquanto, em Bolonha, Ayrton Senna batalhava pela dele. Em vão...
Quando a morte do maior herói brasileiro dos últimos anos foi confirmada...
Para muitos a Fórmula 1 acabou ali, enquanto para outros aquilo só serviu de um ponto de ligação entre duas Eras...
Aquele fim-de-semana...
Imagens tiradas do Google Imagens
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