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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

GP Memorável 79# - San Marino 1986


Duas semanas depois de Jerez de la Frontera, o circo chegava a Itália para o Grande Prêmio de San Marino. Em sua sexta edição, a prova passou a ser um desafio para os pilotos e equipes, que enfrentaram graves problemas de combustível nos últimos dois anos e tinham ainda mais receio que isso se repetisse em 1986, graças ao novo regulamento que diminuía ainda mais o tamanho dos tanques.

Os mostradores de cada carro poderiam evitar outro vexame, mas estes ainda estavam pouco precisos e só haviam trazido problemas, especialmente para o campeão Alain Prost, que terminou o GP da Espanha com incríveis 18 litros de combustível após problema no indicador do carro. Agora, mais confiante, o francês e seu companheiro Keke Rosberg eram favoritos à vitória. Apesar disso, as coisas não andam tão bem dentro da equipe McLaren, com John Barnard criticando a postura do finlandês quando este recebia instruções - sempre de óculos escuro, Rosberg parecia não se preocupar com as palavras do projetista.

Inscrito para a prova, Mauro Baldi não esteve presente em Imola pelo fato de que a Ekström, equipe sueca que estrearia no GP de San Marino, não conseguiu finalizar seu projeto. Era o fim de algo que mal começou...


No fundo do pelotão, a Haas finalmente teria o novo motor turbo Ford Cosworth, inédito na categoria. Empolgado por ter sido escolhido como aquele que traria de volta o Cosworth à Fórmula 1, Alan Jones chegou a dizer que, com esse V6t, poderia conquistar o título de 1987, enquanto Mike Kranefuss era mais cauteloso, não apostando em grandes resultados em 1986. Quem não gostou nenhum pouco da escolha foi Patrick Tambay, sempre mais rápido do que o australiano em testes privados. "Teddy Mayer e Carl Haas deveriam ter pedido dois motores turbo, e não um", indagava o francês.

Felizmente, Tambay estrearia o Ford em Mônaco, sendo assim, esta seria a última prova do motor de Brian Hart, que ainda esperava clientes para a temporada de 1987.

Já as notícias de Frank Williams não são boas, com o inglês não conseguindo recuperar o movimento de seus quatro membros durante essa primeira fase de recuperação. Enquanto isso, sua esposa, Virginia, é quem comanda a equipe, mas quem acaba dirigindo as operações é Patrick Head.

Pela primeira vez, a Zakspeed preparou um segundo carro para o GP. Huub Rothengatter, graças ao seu manager Ben Pon, conseguiu dinheiro o suficiente para comprar uma vaga de volta no grid ao lado de Jonathan Palmer, que criticou a postura da equipe alemã que, segundo ele, só tinha condições de colocar um carro na pista.


Nelson Piquet e Stefan Johansson receberam um novo chassis para a prova, enquanto a Ligier finalmente conseguiu dois motores novos da Renault para Laffite e Arnoux, o que significava que a dupla francesa já teria uma economia de cerca de seis litros durante a corrida. Na Tyrrell, antes da estreia do 015, uma novidade vinda dos patrocinadores: a Kelémata trocou a Osella pelo time inglês.

O BT55 foi novamente revisado, com uma nova suspensão traseira, um novo capô para o motor e novos spoilers. A Benetton foi outra equipe a fazer mudanças na suspensão traseira. Enquanto isso, na Osella, as coisas iam de mal a pior com a chegada do novo FA1H ao circuito Enzo e Dino Ferrari. Detalhe: estava sem pintura e sem motor (!). Giuseppe Petrotta, engenheiro da equipe, não sabia sequer se o carro estaria com um V8t da Alfa Romeo ou um V6t da Motori Moderni. No fim, Enzo Osella foi obrigado a jogar ambos os pilotos, Ghinzani e Danner, novamente, nos carros de 1985, com o velho motor Alfa.

As disputas se estendem aos fornecedores de combustível e pneus, com a Goodyear preparando um novo composto enquanto a Pirelli está preocupada com o fato de sua principal equipe, a Brabham, estar tão mal. No momento, o foco é Benetton e Ligier, mas ambas não tem condições para testar todos os pneus disponíveis. E, diferentemente daquilo que se acreditava, os turbos estão ficando cada vez mais rápidos. Isso graças aos testes em laboratório das marcas BASF, AGIP, Mobil e Elf, que continuam a fornecer combustíveis cada vez melhores.


E pela décima vez em sua carreira, Ayrton Senna conquistou a pole position, com o tempo de 1:25.050, mais de meio segundo mais rápido do que Nelson Piquet, segundo colocado no grid. Mais uma vez, a legalidade do 98T estava em jogo, com faíscas saindo debaixo do carro onde o fundo plano deveria evitar. No fim, com a FISA investigando o caso, Gérard Ducarouge entregou o jogo, tendo usado um truque semelhante ao utilizado pela Brabham no BT49 de 1981, o que era perfeitamente legal.

Nigel Mansell era terceiro, com Alain Prost em quarto e um surpreendente Michele Alboreto em quinto. Keke Rosberg estava apenas na sexta posição, Stefan Johansson, com a outra Ferrari, era sétimo, René Arnoux oitavo, Gerhard Berger nono e Teo Fabi décimo. Mesmo com o motor Hart, Patrick Tambay levou sua Lola até o décimo primeiro posto, ficando ao lado da Arrows de Thierry Boutsen e a frente da Tyrrell de Martin Brundle.

Jacques Laffite tinha um decepcionante décimo quarto lugar, com Marc Surer em décimo quinto, Riccardo Patrese em décimo sexto, Johnny Dumfries em décimo sétimo, Alessandro Nannini com a ótima décima oitava posição, Elio de Angelis em décimo nono e Jonathan Palmer em vigésimo. Fechando o pelotão estava Alan Jones, Philippe Streiff, Andrea de Cesaris, Huub Rothengatter, Christian Danner e Piercarlo Ghinzani.


No Warm-Up, chuva. Jacques Laffite perde outro motor enquanto Martin Brundle roda e bate novamente com seu 015. O inglês deverá voltar com seu velho 014, com a estreia do novo chassis sendo adiado mais uma vez, agora para Mônaco. Apesar da chuva, a pista estaria seca para a largada.

Antes da volta de apresentação, Palmer enfrenta problemas e deve largar dos boxes.

Na partida, Senna mantém a ponta com Nelson Piquet em segundo, enquanto Nigel Mansell enfrenta problemas no motor e larga mal, perdendo posições para Prost e Rosberg. Antes mesmo da Villeneuve, Piquet força em cima de Ayrton Senna e toma a ponta. Mais atrás, Nannini trava as rodas, toca em Laffite e quebra a suspensão. É fim de prova para o jovem italiano.

Na segunda volta, Piquet começa a abrir, enquanto Senna é pressionado pelos McLaren de Prost e Rosberg. Em décimo sétimo, de Cesaris para nos boxes com problemas de motor, voltando na última posição. Depois de problemas na largada, Jonathan Palmer está de volta. Christian Danner é outro que enfrenta problemas e para nos boxes.


No giro seguinte, Mansell para. Os mecânicos tentam resolver o problema no motor Honda e devolvem o britânico à pista, na vigésima segunda posição. Na volta quatro, Prost supera Senna na Villeneuve, seguido por Rosberg, que força a ultrapassagem na Tosa. Agora o brasileiro da Lotus era o quarto colocado, enquanto o compatriota de Williams continuava a abrir para os rivais.

Depois de problemas na classificação e no warm-up, Jacques Laffite supera Johnny Dumfries e entra na briga pela décima primeira posição, com Patrese superando Boutsen. Na volta cinco, Fabi supera Tambay e é oitavo, enquanto, a frente, Rosberg passa Prost e assume o segundo lugar com Piquet tendo cinco segundos de vantagem.

Poucos minutos depois, a corrida do Lola Hart de Patrick Tambay chega ao fim. No sétimo giro, Teo Fabi assume o sétimo posto de Stefan Johansson, que, com problemas no freio, perde posições para Berger e Laffite, que agora era nono. Com o Ford turbo, Alan Jones continua a se recuperar, passando por Surer, Drumfries e Boutsen antes do conde escocês abandonar com problemas na roda.


Liderando com facilidade, Piquet mantém boa distância para Rosberg, que é pressionado por Prost. Perdendo espaço em relação aos McLaren, Ayrton Senna, que enfrenta problemas, começa a ser atacado por Michele Alboreto. Na vigésima posição, Huub Rothengatter também abandona antes de Nigel Mansell, na volta doze, vir aos boxes para se retirar da prova. É o fim para o britânico.

No mesmo giro, Alain Prost supera Keke Rosberg, enquanto Senna começa a andar lento com os mesmos problemas que tiraram seu companheiro da prova. Depois de Mansell, é a vez do brasileiro dar adeus, cedo, ao GP de San Marino. Na volta treze, Rosberg retoma o segundo lugar na mesma altura em que Arnoux vai aos boxes trocar os pneus, retornando na décima segunda posição.

Com problemas no turbo, Laffite abandona, enquanto Jones para com problemas na caixa de câmbio. Depois da parada, Arnoux volta forte, passa por Boutsen e Surer e já é nono na volta dezesseis. Nelson Piquet, na liderança, começa a diminuir a pressão do turbo e perder terreno para Keke Rosberg e Alain Prost. Na luta pela quinta posição, Gerhard Berger supera Teo Fabi na luta interna da Benetton.


Mesmo depois de sua parada, de Angelis estava na décima segunda posição antes de ser traído, novamente, pelo motor BMW de sua Brabham. O italiano mais uma vez abandona. Na mesma volta, Johansson para e volta atrás dos Arrows de Boutsen e Surer. Depois de passar por Patrese, Arnoux ganha o sexto posto de Fabi, que troca os pneus.

No giro vinte e seis, Alboreto para, marca 8.5s e volta ainda na quarta posição. Mais atrás, ambas as Arrows também fazem suas trocas. Liderando e a poucas voltas de sua parada, Nelson Piquet é fortemente pressionado por Keke Rosberg. Na penúltima posição, de Cesaris abandona com problemas no motor.

Na volta vinte e nove, Piquet para e volta na terceira colocação, com Rosberg e Prost assumindo as primeiras posições. No giro seguinte, é a vez do francês fazer sua parada. E, com espetaculares 8.6s de troca, o campeão do mundo retorna a frente da Williams do brasileiro. Lutando pelo sétimo posto, Riccardo Patrese supera Teo Fabi. Desempenho surpreendente da Brabham do italiano.


Na quinta posição, Gerhard Berger também para, mantendo o quinto posto. Liderando sozinho, Rosberg demora para vir aos boxes, e, quando vem, tem uma desastrosa parada de 14s. Alain Prost agora era líder, com o finlandês em segundo e Nelson Piquet apenas na terceira posição. O favoritismo das McLaren estava se confirmando...

Depois da ótima parada, Berger acabaria sendo superado por Arnoux e Patrese, caindo para o sétimo lugar antes de também ser ultrapassado por seu companheiro Teo Fabi. De quinto, o austríaco agora era apenas oitavo, correndo risco de perder mais uma posição para Stefan Johansson. Na última colocação, Jonathan Palmer para com problemas elétricos em seu Zakspeed, e, por incrível que pareça, ainda consegue voltar à prova.

Se recuperando, Johansson passa por ambos os Benetton e é sétimo. Fabi, que forçou demais o motor BMW de seu carro, abandona logo depois de ser superado pelo sueco. Outro abandono é o de Philippe Streiff, que era décimo segundo. Na volta quarenta e seis é a vez de René Arnoux parar logo depois da Tosa com problemas na roda: Riccardo Patrese era quinto! Depois de diversos problemas durante todo o fim-de-semana, Palmer perde o freio e acaba fora da pista e fora da prova.


Restando poucas voltas para o fim, os problemas começam a atrapalhar o desempenho dos pilotos na pista. Alain Prost consegue manter a boa diferença para Rosberg, enquanto Nelson Piquet resiste à pressão de Michele Alboreto. Pressionando Johansson, que tem graves problemas no freio, Berger, que não tem mais a embreagem, supera o escandinavo de forma incrível em ultrapassagem tripla (isso mesmo, o austríaco também passou Brundle e Ghinzani na manobra) e assume o sexto posto no giro cinquenta e quatro.

Com Rosberg economizando combustível, Nelson Piquet se aproxima do finlandês enquanto Michele Alboreto para nos boxes para abandonar com problemas no motor de sua Ferrari. Os tifosi, que tanto haviam comemorado durante a prova, agora se entristeciam com um abandono a quatro voltas do fim. Ainda havia Johansson...

No giro cinquenta e oito, Ghinzani para com problemas, enquanto Piquet ataca fortemente Keke Rosberg, que, sem combustível, para logo depois da Tosa na volta cinquenta e nove. Riccardo Patrese assume a terceira posição com a Brabham! É um resultado incrível para o italiano. Porém, o sonho logo se tornou pesadelo, com Gerhard Berger assumindo o último lugar do pódio e o BT55 lento na pista, sem combustível. Marc Surer também para.

Abrindo a última volta, Alain Prost passa lento na reta dos boxes, com Riccardo Patrese abandonando mais atrás. O trajeto seria feito sem maiores dificuldades para o francês, mas, logo após a Rivazza, seu McLaren começa a parar. Desesperado, o campeão do mundo começa a chacoalhar o carro de um lado para o outro, tentando pegar as últimas gotas de combustível. Em segundo, Nelson Piquet aperta, começa a se aproximar e coloca a vitória do francês em jogo.


Na última chicane, Prost ainda consegue alguma velocidade, mas, quando entra na reta, volta a perdê-la. Gerhard Berger se aproxima, diminuí e apenas segue o francês até a linha de chegada. Alain Prost, conquista uma espetacular vitória em Imola, com Nelson Piquet cruzando na segunda posição e Berger terminando num surpreendente pódio para a Benetton. Stefan Johansson ainda conseguiria fechar em quinto, conquistando os primeiros pontos da Ferrari em 1986, com Keke Rosberg sendo classificado em quinto e Riccardo Patrese (quem diria...) em sexto. Faltou pouco, mas Boutsen e Brundle quase roubaram as posições do finlandês e do italiano...

Depois da corrida, polêmicas. Guy Ligier disse que se os problemas por falta de combustível continuarem a Fórmula 1 estaria condenada. Gérard Crombac, renomado jornalista, ainda disse que a categoria é algo diferente do que correr às ordens de um computador. Jean-Marie Balestre também se pronunciaria, criticando Prost e dizendo que este poderia sair porque haviam outros quarenta pilotos querendo entrar na F1. Mesmo assim, o presidente da FISA entendeu que, para melhorar a segurança, não bastaria diminuir o tamanho dos tanques. Sendo assim, Balestre e Ecclestone começariam a revolucionar a Fórmula 1...

No campeonato de pilotos, Piquet e Senna agora estavam empatados na liderança com 15 pontos. Alain Prost era terceiro, Nigel Mansell o quarto, empatado com Gerhard Berger, Keke Rosberg sexto e Jacques Laffite sétimo. Arnoux e Johansson agora tinham o mesmo número de pontos em oitavo, com Fabi e Brundle em décimo e Riccardo Patrese na décima segunda posição.

Na tabela de construtores, Williams abria 3 pontos para a McLaren, que também tinha 3 pontos para a Lotus. Benetton superou a Ligier e agora era quarta colocada. Ferrari era apenas sexta, Tyrrell sétima e Brabham oitava.


O próximo palco seria Mônaco, nas estreitas ruas de Monte Carlo.

RESULTADOS
  1. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 1:32:28.408 - 9pts
  2. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - +7.645s - 6pts
  3. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - +1 Volta - 4pts
  4. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - +1 Volta - 3pts
  5. 2 - FIN - Keke Rosberg - McLaren TAG-Porsche - Falta de Combustível - 2pts
  6. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - Falta de Combustível - 1pt
  7. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - +2 Voltas
  8. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - +2 Voltas
  9. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows BMW - +3 Voltas
  10. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Turbo
  11. 21 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - Falta de Combustível - OUT
  12. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - Roda - OUT
  13. 4 - FRA - Philippe Streiff - Tyrrell Renault - Transmissão - OUT
  14. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - Motor - OUT
  15. 14 - GBR - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing - Freios - OUT
  16. 22 - ALE - Christian Danner - Osella Alfa Romeo - Elétrico - OUT
  17. 15 - AUS - Alan Jones - Lola Ford - Superaquecimento - OUT
  18. 23 - ITA - Andrea de Cesaris - Minardi Motori Moderni - Motor - OUT
  19. 8 - ITA - Elio de Angelis - Brabham BMW - Motor - OUT
  20. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - Transmissão - OUT
  21. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - Rolamento de Roda - OUT
  22. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - Motor - OUT
  23. 11 - GBR - Johnny Dumfries - Lotus Renault - Rolamento de Roda - OUT
  24. 29 - HOL - Huub Rothengatter - Zakspeed Racing - Turbo - OUT
  25. 16 - FRA - Patrick Tambay - Lola Hart - Motor - OUT
  26. 24 - ITA - Alessandro Nannini - Minardi Motori Moderni - Acidente - OUT
Esses foram os pilotos que participaram da corrida
Volta Mais Rápida: Nelson Piquet - 1:28.667 - Volta 57


Curiosidades:
- 423º GP
- VI Grande Prêmio de San Marino
- Realizado no dia 27 de abril, em Imola
- 22º vitória de Alain Prost
- 10º pole position de Ayrton Senna
- 1º pódio de Gerhard Berger
- 1º pódio da Benetton
- 49º vitória da McLaren
- 25º volta mais rápida da Williams
- 150º GP da Williams
- 144º e último GP do motor Hart 415T L4
- 1º GP do motor Ford-TEC V6t


  • MELHOR PILOTO: Nelson Piquet
  • SORTUDO: Alain Prost / Gerhard Berger
  • AZARADO: Riccardo Patrese
  • SURPRESA: Michele Alboreto / Stefan Johansson / Riccardo Patrese
Se na Espanha foi Senna, em Imola foi a vez de Nelson Piquet dar show. O brasileiro largou de forma espetacular, tomou a ponta e teve uma corrida fácil até sua parada, que custou a vitória. Prost e Berger tiveram sorte, enquanto o francês conseguiu chegar com as últimas gotas, o austríaco viu todos que estavam a sua frente abandonar para conquistar seu primeiro pódio. Quem vinha surpreendendo era Riccardo Patrese, que, quando estava entre os três melhores, abandonou por falta de combustível. Outro que surpreendeu foi Alboreto que, com sua defasada Ferrari, chegou a lutar pelas melhores posições antes de abandonar, coisa que não aconteceu com Johansson, que quase conquistou um surpreendente pódio.

Campeonato de pilotos:
  1. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - 15pts*
  2. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - 15pts*
  3. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 13pts
  4. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - 6pts
  5. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - 6pts
  6. 2 - FIN - Keke Rosberg - Mclaren TAG-Porsche - 5pts
  7. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - 4pts
  8. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - 3pts**
  9. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - 3pts**
  10. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - 2pts***
  11. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - 2pts***
  12. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - 1pt
* empatados
** empatados
*** empatados


Campeonato de construtores:
  1. GBR - Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW11 - MAN/PIQ - G - 21pts
  2. GBR - Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2C - PRO/ROS - G - 18pts
  3. GBR - John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 98T - DUM/SEN - G - 15pts
  4. GBR - Benetton Formula Ltd. - Benetton BMW - B186 - FAB/BER - P - 8pts
  5. FRA - Équipe Ligier - Ligier Renault - JS27 - ARN/LAF - P - 7pts
  6. ITA - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - F1/86 - ALB/JOH - G - 3pts
  7. GBR - Data General Team Tyrrell - Tyrrell Renault - 014 - BRU/STR - G - 2pts
  8. GBR - Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT55 - PAT/ANG - P - 1pt
Imagens tiradas do Google Imagens - GPExpert.com - F1-History.deviantart.com

domingo, 1 de maio de 2016

Aquele fim-de-semana...


Todos nós passamos, pelo menos uma vez na vida, por alguma situação de aperto total, algo que possa nos magoar e entristecer de tal forma que jamais voltaremos a sentir o mesmo. Todos os brasileiros sentiam uma terrível dor quando aquele fim-de-semana do dia 1 de maio de 1994 acabou. O circo da Fórmula 1 voltara a sentir o gosto da morte, uma bebida pesada, batida violentamente para que aquele que irá bebe-la. As mudanças extremas que haviam ocorrido de um ano para outro haviam sido mal-formuladas. Não priorizaram a segurança, mas sim aquilo que julgavam fazer parte do "espetáculo".

Quando alguém morre sentimos sempre a mesma dor, às vezes ela pode ser mais forte, e essa foi uma dessas vezes. Muitas pessoas que conheço tinham a mesma idade que tenho hoje, e algumas delas recordam o tamanho da tristeza sentida naquele fim-de-semana.

Para começar, Rubens Barrichello simplesmente foi catapultado pela zebra, batendo quase que no alambrado. Os procedimentos de segurança estavam falhos desde aquele momento: como pode alguém descapotar um carro com um piloto parcialmente desacordado dentro dele? Imagine nas lesões que aquele movimento poderiam ser causadas na coluna do brasileiro...


Pelo menos, Rubinho estava bem, havia sobrevivido ao terrível impacto, mas não participaria da prova no domingo.

No sábado, quando o mesmo Barrichello já participava da transmissão da Rede Globo, eis que outro acidente acontece: é uma Simtek que se perdeu na Villeneuve e foi parar no meio da Tosa. O jovem austríaco Roland Ratzenberger estava desacordado dentro do carro, com medonhas manchas de sangue espalhadas pelo seu capacete. Para piorar, seu braço estava à vista do público na transmissão, sinalizando que o impacto não havia sido um dos mais fracos.

Quando o replay passou a ser mostrado diversas vezes, ficou claro que algo estava errado. Ratzenberger havia perdido parte da asa dianteira em plena reta, e, sem condições de contornar a Villeneuve, foi direto ao muro de concreto... A equipe do Dr. Sid Watkins retirou o austríaco do carro, e logo começaram o que todos temiam: massagem cardíaca.

For Roland

Foi um dos momentos mais terríveis e medonhos da história da Fórmula 1 - tudo acontecendo ali, ao vivo, em cores...

Poucas horas depois, a confirmação: o piloto do carro 32, Roland Ratzenberger, havia sucumbido as lesões sofridas no acidente.

Passado um dia de muita conversa entre os pilotos (polemicas e mais polemicas), a corrida iria tomar parte num belo dia de sol em Imola. Com expressões que desanimam até a pessoa mais empolgada, Ayrton Senna aguardava o início da prova...

Na partida, eis que Pedro Lamy vem como um foguete para atingir JJ Lehto. Pessoas haviam se ferido na arquibancada, e, enquanto o SC ia na frente do pelotão, a limpeza era efetuada.

BANDEIRA VERDE! A corrida finalmente começa com Senna e Schumacher abrindo para o resto do pelotão.

De repente, não havia mais Senna...

Na volta 7, Ayrton vai simplesmente reto para a barreira de proteção... o brasileiro parecia estar bem, porém ninguém imaginava que o mesmo não responderia com sinais de vida. A ambulância entrava em cena novamente, e agora era para uma desesperadora tentativa de salvação do piloto mais popular da categoria. Era tarde demais...

A corrida continuou, Schumacher venceu com direito ao primeiro e único pódio de Nicola Larini.

E tudo que não gostaríamos de ver novamente voltava a acontecer: Michele Alboreto perdeu uma roda no pit lane, atingindo diversos mecânicos; e Andrea de Cesaris carimbou o muro em seu rápido retorno pela Jordan. Felizmente, todos saíram do circuito sem maiores riscos de vida, enquanto, em Bolonha, Ayrton Senna batalhava pela dele. Em vão...

Quando a morte do maior herói brasileiro dos últimos anos foi confirmada...

Para muitos a Fórmula 1 acabou ali, enquanto para outros aquilo só serviu de um ponto de ligação entre duas Eras...


Aquele fim-de-semana...

Imagens tiradas do Google Imagens

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Um Pouco Sobre o 1º de Maio de 1994


Uma imagem tão rara que fez eu colocar no maior tamanho possível para melhor visualização. Ás 13:40 do dia 1/5/94, foi anunciado a morte de Ayrton Senna da Silva, um dos maiores, senão o maior, ídolo brasileiro. Acredito eu, que a morte dele já havia acontecido na pista, como aconteceu com Ratzenberger, que também mexeu várias vezes a cabeça até a chegada dos médicos, que da mesma forma de Ayrton, não tinham o que fazer. Infelizmente, o acidente de Senna foi uma fatalidade, por causa da forma que ele morreu, uma maneira que muito dificilmente acontecerá novamente, e caso aconteça, o capacete fará seu trabalho.


A morte dele fez a F-1 mudar seu olhar, a ponto de exagerar em certas coisas á pró da segurança, e aqui no Brasil... a categoria acabou para muitos, que são aquele tipo de pessoa que só acompanha futebol, e só assiste a F-1 caso houver um brasileiro vencendo ou com chance de título. Para nós, gearheads, o primeiro de maio começou a ser o "Dia Que Ayrton Senna Morreu", e não o "Dia do Trabalhador".

Depois desse dia, a F-1 perdera seu último campeão, e para "suprir" essa necessidade, a Williams contratou Nigel Mansell para fazer algumas provas, de maneira discreta, mas pelo menos participando. E talvez seja certo mesmo dizer, que a F-1 não foi mais a mesma depois daquele dia, mas eu sempre estendo isso para o dia 26 de outubro de 1997, quando o último elo com uma das melhores, ou a melhor, época da F-1 acabou, com a aposentadoria de Berger.


Ayrton é um dos meus pilotos preferidos, mas há um lado negativo quando penso nele, a maneira que muitos o tratam, certo, você pode falar bem dele, que ele era um grande piloto, fantástico e coisas assim, mas já li coisas muito terríveis sobre ele, e no quesito terríveis eu quero dizer exageradas, falando que ele era anjo, que sabia que morreria e se matou... isso para mim é bobeira, tão bobeira quanto falar que Prost é um ladrão, trapaceiro, pois ele não é, ele é na verdade um dos poucos pilotos que combatiam Ayrton de igual para igual, e deve ser respeitado, e também exaltado...

Mas é isso que quero falar hoje, sobre Ayrton Senna, que hoje faz 21 anos de sua morte no fantástico circuito de Imola. Eu quero só adicionar o que eu disse ontem sobre Roland, eu fiz esse post com a música "Show Must Go On" na minha cabeça, lembrando que o show deve continuar, independentemente do que acontecer, e de quem assistir...

Vá com Deus, Ayrton
Imagens tiradas do Google Imagens