sábado, 9 de abril de 2016
Um pouco de Jacques Villeneuve...
Obviamente, por ser filho de nada mais nada menos do que Gilles Villeneuve, Jacques Villeneuve enfrentou uma pressão ainda maior logo quando estreou na Fórmula 1 em 1996, como se não bastasse a de estar numa das três equipes de ponta. Mesmo assim, vindo de dois ótimos anos na CART, o jovem canadense não se sentiu incomodado por toda aquela gente apreensiva pelo nascimento do novo "Gilles Villeneuve", algo que, com o passar dos anos, não se confirmou.
Jacques nunca gostou de comentar muito sobre o pai, mas a comparação era inevitável, e mesmo que ele tenha levado o título da temporada de 1997 da Fórmula 1, muitos creditam à Gilles uma soberba superioridade técnica sobre o filho. Além do mais, por quase perder o campeonato de pilotos daquele ano para uma defasada Ferrari de Michael Schumacher, Villeneuve se tornou mal-visto pelo público em geral.
Aquilo que muitos queriam para confirmar toda a fraqueza de Jacques veio em 1998 e 1999, quando o canadense foi incapaz de desenvolver um fraco FW20 e preferiu uma bolada de milhões vindas da BAT ao invés de ficar mais tempo num time que sem dúvida daria condições para que ele voltasse aos dias de glória.
Em apenas duas temporadas, Villeneuve conquistou 11 vitórias, número superior, por exemplo, ao de Lewis Hamilton no mesmo período. O canadense havia demonstrado todo seu potencial de maneira arrojada nas categorias de base, chegando à CART em 1994, onde se tornou campeão e entrou no hall dos vencedores das 500 Milhas de Indianapolis antes de estrear na Fórmula 1 com estilo na equipe Williams. Onde Jacques errou para adquirir tanta antipatia entre o público?
Depois de um duro 1999 pela BAR, Villeneuve conquistou resultados interessantes em 2000 para uma equipe que havia terminado atrás de Arrows e Minardi na temporada anterior. A evolução era perceptível, mas até onde ela chegaria? Após confuso GP da Alemanha de 2001, lá estava Jacques no pódio, naquele que, sem ninguém imaginar, seria a última vez de um canadense entre os três primeiros.
A partir de 2002 os resultados começaram a ficar cada vez mais distantes da realidade de um campeão do mundo, e mesmo após superar com tranquilidade nomes como Ricardo Zonta e Olivier Panis, Villeneuve não conseguiu parar um promissor Jenson Button em 2003, quando sequer participou da última etapa em Suzuka, sendo substituído por Takuma Sato.
A carreira do campeão de 1997 estava no fim, e caso ele não mostrasse nem uma ponta do brilho que teve em seus dois primeiros anos, a porta da aposentadoria já estaria aberta. Mesmo assim, o canadense teve outras chances na Renault, na Sauber e na BMW, nunca conseguindo resultados que condizem para um vencedor da Indy 500 e um campeão mundial.
Sua demissão na segunda metade de 2006 pôs o ponto final para sua carreira na Fórmula 1, e se tornou mais uma deixa pra que os críticos passassem a considerar Jacques Villeneuve o pior campeão de todos os tempos. O canadense ainda tentou retornar nos anos seguintes, mas essas histórias são tão apagadas a ponto daquilo que realmente nos preocupa é o que Jacques se tornou.
Um piloto nômade que compete uma corrida aqui, duas ali e três noutro lugar, nunca conseguindo mostrar algum grande resultado sequer desde 2008. Essa falta de consistência tira um pouco daquilo que um dia ele foi.
O simples motivo de vencer uma 500 Milhas de Indianapolis já engrandece o respeito de um piloto, e junto ao título de Fórmula 1, seja como foi, deveríamos saber respeitar um Villeneuve que fez escolhas erradas da mesma forma de nomes tão idolatrados, como Jean Alesi.
Quando se assiste uma corrida com Jacques Villeneuve, o show muito provavelmente já está marcado. Lembram de sua participação na primeira etapa da Stock Car em 2015? Todos nós deliramos com seu estilo arrojado e maluco de pilotagem.
Mesmo não tendo todo talento que seu pai tinha, acredito que Jacques deveria ser respeitado por aquilo que fez na década de 90. A vida é marcada por erros e acertos, e o grande erro do canadense foi trocar a chance de um bicampeonato por milhões vindos de uma tabagista. Basicamente, podemos dizer que Villeneuve se vendeu para ser taxado como algo que ele não é.
Por último, meu feliz aniversário ao único campeão do Canadá: Parabéns Jacques!
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Que artigo terrível, só falou besteiras... isso não reflete a opinião do público nem de longe, Jacques é um grande campeão.
ResponderExcluirUm baita piloto na f- Indy (quem não acreditar, veja a primeira vitória na Indy, 200 milhas de Elkhart Lake, 94) e bom piloto na f-1. Na época fiquei com a sensação de certo estrelismo, muito por conta da excessiva bajulação da imprensa. Mais ou menos o que aconteceu com o Kimi Raikkonen. Uma pena.
ResponderExcluirO Jacques foi um grande piloto, o currículo dele é muito pesado e merece o nosso total respeito, apesar das escolhas erradas tomadas.
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