Desde o início dessa temporada, eu já mantenho uma opinião consideravelmente negativa sobre o novo pacote de mudanças, nunca pensei em comenta-la. Dias atrás, Toto Wolff afirmou que a categoria não necessita mais do novo regulamento para 2017, se baseando nas ótimas três primeiras etapas desse ano. Caso não houvesse mudanças, a Mercedes provavelmente se manteria como o melhor time do grid, o que explica, em parte, a afirmação do chefe da equipe.
Porém, algo bem observado por muitos (quero destacar Paulo Alexandre Teixeira do Continental Circus), mostra que uma mudança nesse ponto da nova Era Turbo pode ser mais negativa do que positiva. Obviamente, os carros se tornarão mais rápidos, mais belos e mais difíceis de serem guiados, mas será que essa mudança não será feita tarde demais?
A Fórmula 1 tem um gigantesco histórico de mudanças extremas que culminaram em grandes domínios, especialmente nos últimos anos, quando Red Bull e Mercedes conseguiram conquistar títulos sem nenhuma ameaça. Apesar disso, a categoria deveria relembrar tempos em que as mudanças não eram tão frequentes, possibilitando, assim, uma disputa mais igual entre as equipes antes de qualquer grande revolução.
O pico da evolução do carro-asa da Lotus ocorreu em 1978, quando o time de Colin Chapman dominou o campeonato de pilotos e de construtores. Felizmente, todas as equipes já tinham começado seus programas envolvendo o efeito solo, o que nos deu uma temporada de 1979 espetacular, com três carros estando no topo em três diferentes momentos do campeonato.
Vale lembrar também o que aconteceu na década de 1980, dita como a mais competitiva da história:
Apesar dos domínios de McLaren e Williams, houveram apenas duas grandes mudanças no regulamento, e nenhuma delas afetava diretamente a equipe que estava no topo: o banimento do efeito solo e do motor turbo. Em ambos os casos, o time de Woking conseguiu sair na frente do resto do pelotão, mantendo o posto de grande potência por, no mínimo, duas temporadas.
Mesmo com a dominação de McLaren e de Williams, também vimos momentos de brilho da Brabham, da Renault e da Ferrari, com equipes médias conquistando resultados incríveis para seu real potencial naquela década como Lotus, Toleman e Benetton. O que quero dizer é que, mesmo com domínio de uma equipe, tínhamos pelo menos outros dois carros com boas chances de vitória. E não é isso que estamos perto de voltar a ver?
No último GP da China, acompanhamos um grande espetáculo por parte dos pilotos de ambas as equipes (Ferrari e Red Bull), superando, entre tantos outros nomes, Lewis Hamilton. O britânico estava sofrendo problemas, mas acredito que esses não eram tão graves a ponto de incapacitar o tricampeão de superar Felipe Massa a bordo de uma Williams tão criticada.
A evolução, aparentemente rápida, dos carros italianos e austríacos já começam a preocupar a Mercedes, que em pouco tempo poderá enfrentar problemas em segura-los. Outros pontos que fazem eu acreditar numa explosão de competitividade A PARTIR de 2017 são as tão aclamadas promessas da Williams (será possível só prometer e não entregar nada por tanto tempo?), o programa de desenvolvimento da Renault que, apesar de ter começado com o pé esquerdo, tem muito a evoluir e o crescimento da parceria entre McLaren e Honda.
Mas, quero dizer que minha opinião ainda não está tão bem formada, podendo mudar de acordo com os eventos dessa temporada. Infelizmente, caso formos apostar numa evolução de Red Bull e Ferrari, devemos reivindicar rapidamente o cancelamento das novas regras para 2017, caso contrário, haverá mais chances de vermos apenas um carro dominando do que três disputando. Para mim, esse assunto deveria ser tratado com extrema urgência.
Red Bull e Ferrari poderão alcançar a Mercedes? Caso consigam, não há problemas em esquecer o pacote de mudanças...
A melhor solução, por agora, seria adia-lo.
A Fórmula 1 precisa de estabilidade no regulamento, e a falta disso vem enfraquecendo a categoria desde a virada do século, e essa temporada de 2016 poderá abrir os olhos de muitos, inclusive dos dirigentes, sobre o assunto...
E você, o que acha sobre isso?
Obrigado por ler!
Imagens tiradas do Google Imagens
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