terça-feira, 22 de março de 2016

Os não-campeões que já usaram o #1 em provas oficiais


Seria o número #1 uma exclusividade para os campeões no automobilismo? Atualmente podemos até considerar isso, mas nos tempos em que Grandes Prêmios eram eventos isolados e não necessariamente formavam um campeonato, era consideravelmente comum vermos nomes que jamais entraram no hall dos campeões do mundo correndo com o mais icônico de todos os números.

Para fazer a lista retirei as 500 Milhas de Indianapolis e provas não válidas para o campeonato, além de aceitar apenas pilotos que conseguiram participar das corridas.

Graham Whitehead
Você provavelmente jamais ouviu falar nesse nome, mas ele é o único, até hoje, a conseguir a façanha de participar de apenas uma corrida e curiosamente correr com o carro número #1. O britânico esteve presente no GP da Grã-Bretanha de 1952 com um Alta privado, conquistando um décimo segundo lugar ao fim das oitenta e cinco voltas.


Lance Macklin
Outro britânico que conseguiu tal feito em casa, na edição de 1953 do GP da Grã-Bretanha. Macklin tem como melhor resultado uma vitória num evento extra-campeonato realizado em 1952, no Silverstone. Um ano depois, no mesmo autódromo, lá estava Macklin largando na décimo segunda colocação, não conseguindo terminar a prova após seu HWM ter problemas.


José Froilán González
Agora a lista passa a ter respeito, com o grande argentino que alcançou grandes resultados mesmo não participando regularmente de toda a temporada. A única vez que sentiu o gosto de correr com o carro número #1 foi no GP da Alemanha de 1954, terminando em segundo após dividir sua Ferrari com Mike Hawthorn. O por que dele ter usado o número? Havia ganho o GP da Grã-Bretanha, etapa que antecedeu o GP alemão...


Stirling Moss
O piloto mais "segundão" de todos já teve seu momento de alegria com o #1. Usando o número em sua belíssima Vanwall, Moss teve sorte no GP da Holanda de 1958, conquistando uma importante vitória que o fez superar Luigi Musso na disputa pelo título. Infelizmente, o inglês falharia mais uma vez ao tentar conquistar o campeonato de pilotos...


Peter Collins
Já pensou em utilizar o número #1 na última corrida de sua carreira que não foi marcada por nenhum título mundial? Isso pode até parecer bom, mas para Peter Collins não foi. Mesmo vencendo o GP da Grã-Bretanha de 1958 com o #1 espantado em sua Ferrari, o inglês não teria muita felicidade na prova seguinte, realizada no Nürburgring e manchada pela sua morte...


Jean Behra
Depois de Stirling Moss, foi a vez de Jean Behra usar o número #1 no GP da Holanda, agora na edição de 1959. Meses antes de falecer em AVUS, o francês participou de uma de suas últimas provas pela Ferrari em Zandvoort, conquistando um mero quinto lugar na prova marcada pela única vitória de Joakim Bonnier.

É possível ver Ward na última colocação

Rodger Ward
A história é curiosa, e como não havia nenhum campeão no grid, decidiram dar o número #1 para o vencedor das 500 Milhas de Indianapolis, que por sua vez iria correr com um carro da Indy. Ward participou do GP dos EUA de 1959 numa carroça se comparada aos bólidos europeus. Seu Kurtis Kraft Offenhauser não era capaz de competir com Ferraris, Coopers e até mesmo com Tec-Mecs. Com isso, o norte-americano abandonou a prova na volta 20, com problemas na embreagem.


Chris Amon
Famoso pelo seu azar combinado com a cautela, Amon já participou de um GP com o carro #1. Em Spa-Francorchamps, na edição de 1967 do Grande Prêmio da Bélgica, o neozelandês teve a sua chance, fazendo uma boa prova ao completar no terceiro posto após 28 voltas.


Jean-Pierre Beltoise
O francês não conseguiu se qualificar para o GP de Mônaco de 1967 com o #1, mas seu retorno na edição de 1968 com o mesmo número em sua Matra foi mais feliz. Beltoise tinha grandes chances numa prova com tantos abandonos, porém, um erro acabou sendo fatal para os resultados finais. Na décima primeira volta, Jean-Pierre sofreu um acidente, danificou a suspensão e ficou incapaz de voltar à corrida.


Pedro Rodríguez
Como se não houvesse algo tão raro como utilizar o número #1 em sua única corrida largada, Pedro Rodríguez conseguiu a façanha de participar de duas provas seguidas utilizando o algarismo em seu carro. No GP da Bélgica, foi algo que ajudou o mexicano a alcançar sua última vitória, após assumir a ponta no giro cinco. Semanas depois, no triste GP da Holanda, Rodríguez não teve a mesma forte, sofrendo problemas que tiraram as chances de qualquer bom resultado.

Ronnie Peterson
O sueco nunca conquistou um título, mesmo sendo duas vezes vice-campeão e uma vez terceiro colocado. Idolatrados por tantos, é impossível esquecer a temporada de 1974 pela Lotus, na qual Peterson participou integralmente com o número #1 em seu bólido preto e dourado. Apesar das três vitórias, não foi possível se igualar com as McLarens e Ferraris, tendo de se contentar com um quinto lugar geral.


John Watson
A última vez que vimos um não-campeão usar o número #1 foi no GP da Europa de 1985, realizado em Brands Hatch. John Watson, um daqueles que sempre colocamos em listas dos melhores que nunca conquistaram títulos, substituía seu ex-companheiro Niki Lauda, que havia se machucado nos treinos do GP da Bélgica. Infelizmente, o desempenho do norte-irlandês não condisse com seu talento, terminando na sétima colocação após sofrer durante todo o fim-de-semana marcado pelo título de Alain Prost.

Antes mesmo de conquistarem títulos, alguns pilotos já haviam utilizado o #1 em seus bólidos, mas, sem dúvida, os casos mais marcantes são daqueles que jamais sentiram o prazer de serem campeões do mundo. Espero que tenham gostado do post.

Imagens tiradas do Google Imagens - GPExpert.com.br - F1-History.deviantart.com

2 comentários:

  1. Excelente post. Cheguei aqui por causa de um de meus pilotos preferidos, John Watson. Acredito que ele ter feito o seu derradeiro Grand Prix guiando um carro #1, foi num capricho do destino a presentear este piloto fantástico que infelizmente, nunca teve a chance de conquistar um título.

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    1. Muito obrigado! John Watson é realmente um grande piloto! Lutou de igual para igual com Lauda nos anos em que foram companheiros, e faltou desenvolvimento de seu McLaren de fibra de carbono para que ele conquistasse o título de 1982.

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