Mostrando postagens com marcador Ligier. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ligier. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 23 de março de 2016

GP Memorável 74# - Brasil 1986



Os rigorosos testes de inverno haviam acabado com um acidente que poderia ter sido fatal para uma das principais figuras de todo o circo. O Ford Sierra alugado de Frank Williams não ficou totalmente destruído, mas o impacto foi forte o suficiente para lesionar gravemente o inglês que perdeu todos os seus movimentos a partir do pescoço. Fundador e chefe da equipe Williams, Frank não estaria presente no Brasil para o primeiro fim-de-semana de GP da temporada de 1986.

As intensa troca de cadeiras foi ainda mais forte entre 1985 e 1986. Niki Lauda havia se aposentado, Elio de Angelis não tinha mais o apoio da Lotus, Stefan Bellof havia morrido e a Ligier tinha perdido todo o carinho que tinha para Philippe Streiff. Na atual campeã do mundo, poucas mudanças no novo MP4/2C, com a contratação de Keke Rosberg sendo o grande destaque do time.

Warwick testa, em vão, pela Lotus...

Na Tyrrell, Philippe Streiff tem a chance de continuar com sua carreira a Fórmula 1, agora como companheiro definitivo de Martin Brundle. A Williams, que perdeu Rosberg para a McLaren, ganhou Nelson Piquet, pronto para voltar aos dias de glória nos tempos de Brabham, que por sua vez vinha com uma dupla renovada, formada pelo já conhecido Riccardo Patrese e por Elio de Angelis, que chegava à equipe com status de líder, pronto para levar o novo, e radical, projeto de Gordon Murray para frente.

A Lotus era incapaz de colocar dois carros na mesma condição, e Senna se viu num empasse antes de vetar Derek Warwick na equipe, deixando a vaga para o Barão Crichton-Stuart, mais conhecido como Johnny Dumfries. Continuando com apenas um carro, a Zakspeed manteve Jonathan Palmer para a temporada de 1986, com esperança de colher bons frutos plantados em 1985. A nova empreitada americana na categoria vinha com uma dupla de pré-aposentados, formada por Alan Jones e Patrick Tambay. O projeto do motor turbo da Ford Cosworth não era promissor, obrigando a equipe utilizar os antigos Hart L4 nas primeiras etapas.

Seria o imprevisível Rosberg um candidato ao título?

Pela terceira temporada seguida, a Arrows começava a época com Thierry Boutsen sendo um de seus pilotos, que agora voltava a ter a companhia de Marc Surer. Enquanto isso, Toleman era vendida à Benetton, que tinha finalmente uma equipe na Fórmula 1. A dupla era formada por Teodorico Fabi e pelo jovem Gerhard Berger, parecendo estar mais estável para sua terceira temporada.

A Osella trouxe de volta Piercarlo Ghinzani, agora como companheiro de Christian Danner, que substituiu Jonathan Palmer em algumas etapas da temporada de 1985. Já a rival de quintal italiano trazia uma dupla totalmente nacional, formada pelo estreante Alessandro Nannini e pelo grandioso Andrea de Cesaris, que havia saído da Ligier na metade do ano anterior. A Ligier, por sua vez, tinha uma dupla extremamente experiente.

Jacques Laffite e René Arnoux dividiram as atenções do time francês que se tornou esperançosa após os primeiros testes da pré-temporada. A Ferrari que havia demitido misteriosamente Arnoux ainda no início de 1985 era a única equipe grande que matinha a dupla do ano anterior, com Michele Alboreto e Stefan Johansson em seus bólidos.

Elio de Angelis em sua bela Brabham "skate"

No primeiro fim-de-semana oficial, é Nelson Piquet que acaba embatendo contra o muro, perdendo a chance de batalhar pela pole position com Ayrton Senna e Nigel Mansell. A Lotus comemorou o ótimo início, mas sabia que uma pole não representava muito num circuito como Jacarepaguá. Piquet e Mansell vinham logo atrás de Senna no grid de largada, sendo seguidos por Arnoux e Laffite que traziam ares de surpresa para a prova.

Michele Alboreto era apenas sexto, tendo Keke Rosberg entre ele seu companheiro de equipe Stefan Johansson. O atual campeão do mundo não teve nenhum desempenho agradável na qualificação, conquistando um mero décimo posto no grid, ao lado de Riccardo Patrese e sua Brabham "skate". Johnny Dumfries era o décimo primeiro com sua Lotus, tendo Teo Fabi, Patrick Tambay e Elio de Angelis logo atrás.

Fechando o grid estavam: Thierry Boutsen em décimo quinto, Gerhard Berger em décimo sexto, Martin Brundle em décimo sétimo, Philippe Streiff em décimo oitavo, Alan Jones em décimo nono, Marc Surer em vigésimo, Jonathan Palmer em vigésimo primeiro, Andrea de Cesaris em vigésimo segundo, Piercarlo Ghinzani em vigésimo terceiro, Christian Danner em vigésimo quarto e Alessandro Nannini na vigésima quinta e última colocação na sua prova de estreia.

Mansell largou bem, mas a sua combinação explosiva com Senna não foi
nada boa

No domingo, mais sol para esquentar as cabeças dos cariocas. Na partida, Nelson Piquet mais uma vez pula mal, perdendo a segunda posição para Nigel Mansell que ataca sem reconhecimento a liderança de Ayrton Senna. Logo, como nenhuma das duas bombas ambulantes podia andar uma perto da outra, o Leão acabou se perdendo na Curva Sul, batendo no guard-rail e abandonando.

René Arnoux agora era terceiro, seguido por Michele Alboreto, Keke Rosberg, Stefan Johansson e Riccardo Patrese, enquanto Jacques Laffite caíra para oitavo e Alain Prost não tinha pulado bem na partida, caindo para o décimo terceiro posto. Quando percebeu que tinha grandes chances de tomar a ponta de Senna, Piquet não desperdiçou-a e colocou-se na primeira colocação já na terceira volta.

Com Alboreto mostrando uma certa recuperação em relação ao péssimo fim de 1985, Arnoux perde a terceira posição para o italiano, enquanto, mais atrás, Prost supera Dumfries e Boutsen e de Cesaris conquista a posição de Gerhard Berger e Teo Fabi. A prova está movimentada, ocasionando nos primeiros abandonos. Jones e Rosberg já não passam da volta 7.

Os azares começaram cedo para o finlandês

Apesar do péssimo início do companheiro, Alain Prost faz prova de recuperação e já é sétimo após superar Jacques Laffite. Dez voltas depois, o francês já era o quarto colocado após ultrapassar Riccardo Patrese, Stefan Johansson e René Arnoux. Apesar da posição conquistada, o francês não era o homem que mais dava show em Jacarepaguá até aquele momento, já que Andrea de Cesaris passou por Elio de Angelis, Martin Brundle, Johnny Dumfries, Thierry Boutsen e Patrick Tambay para ser o nono colocado com sua pouca confiável Minardi.

Enquanto Berger tentava se recuperar, Fabi enfrentava problemas que o colocaram na última posição. Na décima primeira volta, Jacques Laffite ultrapassa Riccardo Patrese e se torna sétimo colocado, logo atrás de Johansson. Prost está tendo uma recuperação fenomenal, e após superar Alboreto no décimo sexto giro já parte para cima de Ayrton Senna. A prova ainda era intensa, e com o início das paradas tudo podia mudar.

Depois de parar, Stefan Johansson entregou a sexta posição para um surpreendente Andrea de Cesaris, que havia acabado de superar Patrese e Laffite. Infelizmente, o italiano abandonaria com problemas no turbo enquanto, algumas voltas depois, Piquet e Alboreto iam aos boxes. O brasileiro saiu sem problemas na terceira posição, mas o italiano acabou caindo para o décimo quarto posto, tirando todas suas chances de um bom resultado na prova de abertura.


As surpreendentes Ligiers de Arnoux e Laffite ainda se mantinham na pista quando Alain Prost assumiu a ponta de Ayrton Senna, que foi para a troca de pneus. Correndo na décima quarta posição, Elio de Angelis perde uma de suas rodas, já preparando-o para o duro ano que está por vir. Quem estava se beneficiando com as paradas e um carro consideravelmente estável era Tambay, sexto colocado antes de abandonar.

Johansson retomou a posição na qual estava antes de parar, mas teve pouco tempo para aproveita-la, já que os freios de sua Ferrari se tornaram incapacitados no calor do Rio de Janeiro. Até então sem muitas perspectivas, Boutsen, Dumfries, Brundle e Berger passam a ter boas chances de um top six logo no início da temporada.

Lá na frente, Piquet retoma a ponta, com Ayrton Senna em segundo e Alain Prost caindo para terceiro. No giro trinta, marcado pela parada de Laffite, o atual campeão do mundo começa a ter problemas em seu motor TAG-Porsche, sendo obrigado a abandonar na estreia do novo MP4/2C. Já com mais de 30 voltas completadas, Piquet é líder, Senna é segundo, Arnoux terceiro, Laffite quarto, Dumfries quinto e Alboreto sexto.

Dois anos depois de marcar seus primeiros pontos, Brundle finalmente
termina entre os seis primeiros com um carro turbo

O mais surpreendente era ver o companheiro de Ayrton Senna na zona de pontos, mesmo não tendo as mesmas condições do brasileiro, porém, logo em sua parada, ficou claro que a Lotus não tinha a qualidade de colocar dois carros do mesmo nível na pista. Dumfries fez sua parada na volta trinta e oito, sendo ela um verdadeiro desastre que tacou pontos importantes no lixo. O britânico retornou à pista na nona posição, quando apenas dez carros ainda corria.

Quem se beneficiava com os problemas de Dumfries e com o abandono de Alboreto era Berger, agora quinto colocado com sua Benetton. Sendo perseguido por Martin Brundle, logo perde a posição para o britânico, mantendo o ótimo sexto posto até o fim da prova. Lá na frente, as últimas trocas de pneus da prova acontecem sem muito alarde ou mudanças.


Nas últimas voltas, a prova passa a ser monótona, tendo como melhor momento a disputa entre Arnoux e Laffite pelo pódio. Poucos meses depois de Adelaide, a Ligier voltava a ter seus dois carros batalhando pelo top three, mas agora com menos nervosismo ao ver toda a experiência de seus pilotos entrar em jogo. No fim, foi o mais velho do grid que ganhou do companheiro.

Sem nenhuma mudança até a 61º e última volta, Nelson Piquet conquistou sua última vitória no GP do Brasil realizado em Jacarepaguá, com Ayrton Senna e Jacques Laffite fechando o pódio. René Arnoux ainda foi quarto no seu retorno à categoria, enquanto Martin Brundle marcou seus primeiros pontos com um carro turbo e Gerhard Berger começou o ano com mais cabeça do que nunca...


RESULTADOS:
  1. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - 1:39:32.583 - 9pts
  2. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - +34.827s - 6pts
  3. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - +59.759s - 4pts
  4. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - +1:28.429s - 3pts
  5. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - +1 Volta - 2pts
  6. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - +2 Voltas - 1pt
  7. 4 - FRA - Philippe Streiff - Tyrrell Renault - +2 Voltas
  8. 8 - ITA - Elio de Angelis - Brabham BMW - +3 Voltas
  9. 11 - GBR - Johnny Dumfries - Lotus Renault - +3 Voltas
  10. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - +5 Voltas
  11. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - Escapamento - OUT
  12. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Sistema de Combustível - OUT
  13. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - Motor - OUT
  14. 22 - ALE - Christian Danner - Osella Alfa Romeo - Motor - OUT
  15. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - Freios - OUT
  16. 16 - FRA - Patrick Tambay - Lola Hart - Bateria - OUT
  17. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - Vazamento de Água - OUT
  18. 14 - GBR - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing - Motor - OUT
  19. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows BMW - Motor - OUT
  20. 24 - ITA - Alessandro Nannini - Minardi Motori Moderni - Embreagem - OUT
  21. 23 - ITA - Andrea de Cesaris - Minardi Motori Moderni - Turbo - OUT
  22. 21 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - Motor - OUT
  23. 2 - FIN - Keke Rosberg - McLaren TAG-Porsche - Motor - OUT
  24. 15 - AUS - Alan Jones - Lola Hart - Injeção - OUT
  25. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - Rodada - OUT
Esses foram os pilotos que participaram da corrida
Volta Mais Rápida: Nelson Piquet - 1:33.546 - Volta 46


Curiosidades:
- 421º GP
- XV Grande Prêmio do Brasil
- Realizado no dia 23 de março de 1986, em Jacarepaguá
- 14º vitória de Nelson Piquet
- 10º pódio de Ayrton Senna
- 30º pódio de Nelson Piquet
- 1º GP de Alessandro Nannini
- 1º GP de Johnny Dumfries
- 23º vitória da Williams
- 1º GP da Benetton
- 8º vitória do motor Honda


  • MELHOR PILOTO: Nelson Piquet
  • SORTUDO: Gerhard Berger
  • AZARADO: Johnny Dumfries
  • SURPRESA: Andrea de Cesaris
Nelson Piquet deu uma aula de como se comportar numa prova marcada pelo intenso calor e os inúmeros problemas mecânicos, conquistando mais uma vitória sem enfrentar muitas dificuldades. Quem teve sorte em estar nas seis primeiras posições foi Gerhard Berger, que estava longe de ter chances de marcar pontos com sua Benetton, diferentemente de Johnny Dumfries, que viu a Lotus tacar todas as suas probabilidade de começar a carreira com o pé direito. Andrea de Cesaris surpreendeu, correu como louco até abandonar ainda no início da prova. Apesar do desempenho impressionante, creio que a pressão de seu turbo era superior ao dos outros bólidos.


Campeonato de Pilotos:
  1. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - 9pts
  2. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - 6pts
  3. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - 4pts
  4. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - 3pts
  5. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - 2pts
  6. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - 1pt
Estreia com o pé direito

Campeonato de Construtores:
  1. Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW11 - MAN/PIQ - G - 9pts
  2. Équipe Ligier - Ligier Renault - JS27 - ARN/LAF - P - 7pts
  3. John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 98T - DUM/SEN - G - 6pts
  4. Data General Team Tyrrell - Tyrrell Renault - 014 - BRU/STR - G - 2pts
  5. Benetton Formula Ltd - Benetton BMW - B186 - FAB/BER - P - 1pt
Imagens tiradas do Google Imagens - GPExpert.com.br - F1-History.deviantart.com

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

GP Memorável 69# - Austrália 1985


Já se passaram décadas desde o primeiro GP da Austrália, e mesmo com o "boom" causado pela Tasman Series e pelo grande número de pilotos da Fórmula 1 correndo por lá em provas recentes, o país nunca havia sediado um grande prêmio oficial, válido para o campeonato da categoria, mas em 1985 a espera havia acabado, e o local escolhido era Adelaide, mais precisamente em suas largas ruas em comparação á Mônaco e Detroit.

Depois de boicotarem o GP da África do Sul, Ligier e Renault estavam de volta ao circo, o que levava Ivan Capelli de volta á Tyrrell e Philippe Streiff á Ligier. No grid, Niki Lauda, estaria fazendo sua última prova na Fórmula 1 após estrear no GP da Áustria de 1971, há "meros" 14 anos. Outras duas tristes despedidas que aconteciam naquele fim-de-semana eram as da Alfa Romeo e da Renault, com extremo destaque à saída dos franceses enquanto os italianos sumiram na sombra de sua terrível segunda passagem pela categoria, onde colecionaram fracassos.


Já na marca francesa, o clima triste e de pouca empolgação em uma equipe que havia introduzido o turbo na década de 70, sentia-se que havia um pouco de vexame ao não se tornarem campeões no período de 1977 até aquele dia. Mesmo assim, a Renault continuaria na categoria fornecendo motores para Lotus, Tyrrell e Ligier.

A Toleman também se despedia da Fórmula 1, só que, diferentemente das duas citadas, acabou sendo comprada por uma grande marca que faria nome: a Benetton. Com isso, Piercarlo Ghinzani teria ainda mais dificuldades de arranjar uma vaga pera 1986, com Teo Fabi já confirmado. Nas equipes grandes, Rosberg se juntava á McLaren depois da aposentadoria de Lauda e Piquet substituiria o finlandês na Williams.


Até agora, Ayrton Senna não tinha um companheiro confirmado na Lotus, enquanto na Brabham Bernie Ecclestone gostaria de ter Niki Lauda ao invés de Patrese, que retornava á equipe para correr ao lado de Elio de Angelis. Marc Surer ainda buscava uma vaga, com destino provável a Arrows, que ainda não havia assinado com Gerhard Berger, extremamente ameaçado de não correr em 1986.

Os pilotos acabaram aprovando o traçado de Adelaide, elogiando também seu asfalto, sua segurança e sua organização, que falhara em apenas um quesito: a quantidade de voltas. Em uma pista lenta como o circuito australiano, 82 giros era muita coisa, porém o número ficou mantido para que acontecesse uma corrida que beirasse, ou até ultrapassasse o limite de duas horas.


Com a aderência da pista melhorando a cada dia, Ayrton Senna cravou a pole position para a prova inaugural em Adelaide, enquanto Nigel Mansell ficava 0.704s artás do brasileiro, na segunda colocação. Keke Rosberg e Alain Prost formavam a segunda fila, com Michele Alboreto e Marc Surer logo atrás. Gerhard Berger, Patrick Tambay, Nelson Piquet e Elio de Angelis fechavam o top ten.

Thierry Boutsen era décimo primeiro com Derek Warwick e Eddie Cheever em sua volta, enquanto Riccardo Patrese era décimo quarto, ao lado do companheiro de equipe, e Stefan Johansson e Niki Lauda formavam a oitava fila. Martin Brundle era décimo sétimo, Philippe Streiff décimo oitavo, Alan Jones décimo nono, Jacques Laffite vigésimo e Piercarlo Ghinzani, Ivan Capelli, Pierluigi Martini, Teo Fabi e Huub Rothengatter fechavam o grid.


No domingo, o calor australiano estava presente no grid de Adelaide, possibilitando uma boa corrida, longa, com muitos erros e abandonos por causas mecânicas. Na partida, Nigel Mansell tomou a liderança de Ayrton Senna enquanto Rosberg pulou para terceiro com Gerhard Berger se tornando sexto depois de passar por Marc Surer. Correndo em casa, Alan Jones ficou no grid e teve de ser empurrado para voltar a corrida de maneira alucinante.

No meio da primeira volta, Ayrton Senna inicia suas loucuras do dia, jogando Nigel Mansell para fora da pista e deixando Keke Rosberg assumir a liderança da prova. O Leão tem de ir aos boxes, onde abandona com problemas na transmissão após cair para a sétima colocação. Lá na frente, Senna e Rosberg começam a abrir em relação aos outros pilotos, com Michele Alboreto liderando a briga entre ele, Alain Prost e Gerhard Berger.


Martin Brundle começa a se arrastar pela pista com problemas em sua Tyrrell, caindo para a última posição enquanto Alan Jones inicia uma estrondosa recuperação ao ultrapassar Martini e Rothengatter em apenas uma volta. A escolha dos pneus acabou sendo uma incógnita para as equipes, mas se sabia que cada piloto iria parar uma vez, o que inicia o trabalho nos boxes logo cedo, com Jacques Laffite entrando e voltando logo atrás de Rosberg e Senna, que ataca o finlandês.

Na sétima volta, Gerhard Berger assume a quarta colocação depois de ultrapassar Alain Prost, e Elio de Angelis passa ser sétimo após passar por Patrick Tambay, que havia cometido um erro. Mais atrás, Eddie Cheever se tornava a primeira Alfa Romeo a abandonar. Pressionado por Jones e Fabi, Streiff perde a décima quinta colocação na volta nove.


Berger e Fabi são os próximos a parar, voltando pertinhos após a Arrows fazer péssima parada. Disputando com Tambay a sétima colocação, Piquet só conseguiria passar o francês depois dele fazer sua parada nos boxes, deixando o brasileiro na sexta colocação após Michele Alboreto também trocar os pneus. Niki Lauda havia ultrapassado Derek Warwick na tentativa de fugir de Alan Jones, que já era o décimo.

Com boa parte do pelotão do meio fazendo suas trocas, além de Nelson Piquet terminar sua carreira na Brabham após ver seu bólido pegar fogo, Alan Jones assumiu a sétima colocação, e estava prestes a entrar nas posições pontuáveis quando Elio de Angelis tomou bandeira preta e foi desclassificado após largar na posição original depois de não partir na volta de apresentação.


A alegria dos australianos acabaria quando Jones foi aos boxes com problemas elétricos em seu Lola, abandonando a prova duas voltas depois. Thierry Boutsen, que também havia parado e voltado na frente de seu companheiro, já estava em décimo primeiro após ultrapassar Piercarlo Ghinzani, Ivan Capelli e Riccardo Patrese em apenas três giros.

Com problemas, Patrick Tambay abandona a prova e deixa Philippe Streiff na beira de conquistar seus primeiros pontos, porém o francês ainda não havia parado. Jacques Laffite, diferentemente do companheiro, já havia trocado os pneus e estava na décima terceira colocação após ultrapassar Teo Fabi, Piercarlo Ghinzani, Huub Rothengatter e Riccardo Patrese.


Tentando se manter na equipe para 1986, Ghinzani segura Teo Fabi para mostrar habilidade com o mesmo TG185. Na vigésima sexta volta, Derek Warwick já ultrapassa Ivan Capelli e é nono colocado, enquanto Jacques Laffite passa por Johansson e Berger. Lá na frente, Alain Prost retoma a terceira colocação perdida para Marc Surer voltas antes, mas logo abandona após estourar seu motor TAG-Porsche.

Infelizmente, para Ghinzani, sua Toleman para com problemas na embreagem, enquanto Fabi continua e ultrapassa Stefan Johansson na disputa pela décima segunda colocação. Sem muitas mudanças, Thierry Boutsen começou a ter problemas em sua Arrows na volta 33, abandonando após ser ultrapassado por Derek Warwick, Ivan Capelli e Jacques Laffite.


Outros que se arrastam na pista são Teo Fabi e Riccardo Patrese, que abandonam perto da volta 40. Philippe Streiff vai aos boxes e volta em nono, atrás de Capelli. Alucinado atrás de Rosberg, Ayrton Senna comete erros bobos em busca da liderança, culminando no toque quando o finlandês diminuía para entrar nos boxes, atrapalhando toda a aerodinâmica do brasileiro que dança fora e dentro da pista tentando dar uma volta antes de retornar á reta de chegada.

Cometendo mais erros, Senna dá um show para o público em Adelaide, errando a entrada dos boxes e tendo que dar mais uma volta no circuito, agora sem toda a asa dianteira. Mais atrás, Marc Surer abandona e Niki Lauda passa a ser terceiro colocado antes de assumir a segunda colocação quando Ayrton finalmente para e volta ainda inteiro na terceira colocação.


Porém parecia que Keke Rosberg estava com problemas, mesmo na liderança, mas tendo que voltar aos boxes na volta 52, deixando Ayrton Senna, que havia ultrapassado Niki Lauda, liderar a prova. Mas, de maneira inteligente, o austríaco retoma a posição do brasileiro e começa a abrir vantagem na primeira colocação em sua última corrida na Fórmula 1, parecia que Lauda conquistaria sua última vitória ali nas ruas de Adelaide, mas seu MP4/2B o traiu de novo, agora com a falha nos freios logo depois da Reta Brabham. Fim de prova e de carreira para o tricampeão.

Ayrton Senna está de novo na liderança com as últimas vinte voltas tendo sido malucas, a ponto de perdemos a ultrapassagem de Jacques Laffite em cima de Derek Warwick e Philippe Streiff em cima de Ivan Capelli. E com problemas na transmissão, o britânico selou o fim da Équipe Renault Elf na Fórmula 1, abandonando na mesma volta do acidente de Lauda.


Na 61º volta, quando se pensava que nada mais aconteceria, Ayrton Senna abandona com problemas em seu motor, ao mesmo tempo de Michele Alboreto, que entrega á Keke Rosberg a liderança da prova mesmo depois do finlandês parar pela terceira vez. Nesse momento, faltam vinte voltas para o fim da corrida, e há apenas nove carros na pista, com Martin Brundle nem sendo considerado classificado após enfrentar problemas no início da prova e retornar à pista muitas voltas atrás de Rosberg.

Mesmo assim, ainda haveria disputa na corrida, com Keke e Jacques Laffite diminuindo o ritmo na ponta e Philippe Streiff se aproximando do companheiro de equipe, tendo uma Ligier mais inteira e equilibrada. Mais atrás, Stefan Johansson ultrapassa Gerhard Berger que vai ao muro, mas consegue retornar para loucura de Enzo Osella que tem Huub Rothengatter na sétima colocação.


Naquele momento da prova, Galvão Bueno chega a exclamar o clássico "Eu, hein!" quando as coisas ficam bastante esquisitas, pois, para ter com jovem Streiff em terceiro, um 'batedor' Capelli em quarto, outro 'batedor' em sexto e dois milagrosos bólidos da Itália em sétimo e oitavo, a corrida tem que ser realmente fantástica.

Perto do fim, Philippe Streiff encosta em Jacques Laffite, só que o veterano gesticula que nem louco dentro de sua Ligier para o jovem francês não ultrapassa-lo, afinal, com esse resultado ele assumia a nona colocação afrente de Niki Lauda no campeonato de pilotos. Mas, persistente, Streiff tentou no fim da Reta Brabham, tocando em Laffite, que o fechou. Resultado? Suspensão quebrada e chances de Capelli terminar no pódio.


Porém, como eu disse, o persistente, Streiff se mantém na pista e vai em busca de seu primeiro pódio. Rosberg cruza linha de chegada na volta seguinte, conquistando sua última vitória em sua despedida da Williams, enquanto Laffite terminou em segundo e Streiff cruzou com apenas três rodas em terceiro. Capelli foi quarto, Johansson quinto e Berger em sexto, coroando a McLaren bicampeã de construtores.

No pódio, Jacques Laffite e Philippe Streiff mal seu olhavam enquanto Frank Williams subiu para receber o troféu de vencedor pela última vez em sua vida, antes de ficar tetraplégico no início de 1986...


RESULTADOS:
  1. 6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda - 2:00:40.473 - 9pts
  2. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - +43.130s - 6pts
  3. 25 - FRA - Philippe Streiff - Ligier Renault - +1:28.536s - 4pts
  4. 4 - ITA - Ivan Capelli - Tyrrell Renault - +1 Volta - 3pts
  5. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - +1 Volta - 2pts
  6. 17 - AUT - Gerhard Berger - Arrows BMW - +1 Volta - 1pt
  7. 24 - HOL - Huub Rothengatter - Osella Alfa Romeo - +4 Voltas
  8. 29 - ITA - Pierluigi Martini - Minardi Motori Moderni - +4 Voltas
  9. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - Motor - OUT
  10. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Transmissão - OUT
  11. 1 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - Freios - OUT
  12. 16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf - Transmissão - OUT
  13. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - NC
  14. 8 - SUI - Marc Surer - Brabham BMW - Motor - OUT
  15. 22 - ITA - Riccardo Patrese - Benetton Team Alfa Romeo - Escapamento - OUT
  16. 19 - ITA - Teo Fabi - Toleman Hart - Motor - OUT
  17. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - Vazamento de Óleo - OUT
  18. 20 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Toleman Hart - Embreagem - OUT
  19. 2 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - Motor - OUT
  20. 15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf - Transmissão - OUT
  21. 33 - AUS - Alan Jones - Team Haas (USA) Hart - Elétrico - OUT
  22. 11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault - DSQ
  23. 7 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW - Fogo - OUT
  24. 23 - EUA - Eddie Cheever - Benetton Team Alfa Romeo - Motor - OUT
  25. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - Transmissão - OUT
Volta Mais Rápida: Keke Rosberg - 1:23.758


Curiosidades:
- 420º GP
- L Australian Grand Prix
- Realizado no dia 3 de novembro de 1985
- 5º e última vitória de Keke Rosberg
- 1º e único pódio de Philippe Streiff
- 30º pódio de Jacques Laffite
- 3º e última melhor volta de Keke Rosberg
- Último GP de Keke Rosberg na Williams
- Último GP de Elio de Angelis na Lotus
- Último GP de Philippe Streiff na Ligier
- Último GP de Ivan Capelli na Tyrrell
- Último GP de Gerhard Berger na Arrows
- Último GP de Huub Rothengatter na Osella
- Último GP de Derek Warwick na Renault
- Último GP de Patrick Tambay na Renault
- Último GP de Piercarlo Ghinzani na Toleman
- Último GP de Nelson Piquet na Brabham
- Último GP de Marc Surer na Brabham
- 100º GP de Patrick Tambay
- 100º GP de Alan Jones
- 171º e último GP de Niki Lauda
- 22º vitória da Williams
- 40º pódio da Ligier
- 110º e último GP da Alfa Romeo
- 70º e último GP da Toleman
- 7º vitória do motor Honda
- McLaren TAG-Porsche é Campeã do Mundo

  • MELHOR PILOTO: Keke Rosberg
  • SORTUDO: Keke Rosberg
  • AZARADO: Niki Lauda / Alan Jones
  • SURPRESA: Niki Lauda / Jacques Laffite / Philippe Streiff / Ivan Capelli / Gerhard Berger
  • Prêmio Bônus - ALUCINOU: Ayrton Senna
Rosberg deu um verdadeiro show nas ruas de Adelaide, conquistando sua quinta e última vitória de maneira memorável ao superar seu grande rival na disputa de se tornar o melhor piloto da temporada. O finlandês também contou com a sorte, já que parou três vezes e com isso viu a liderança ficar com Lauda e Senna em certos momentos da prova. E quando o austríaco parecia caminhar para uma vitória em sua última corrida, os freios o atrapalham e jogam-o no muro. Apesar disso, Lauda surpreendeu ao aparecer entre os lideres de uma hora para outra, da mesma forma de Laffite, Streiff, Capelli e Berger, que arrancaram um "Eu, hein!" de Galvão Bueno na transmissão. Outro azarado foi Alan Jones, que vinha fazendo prova fantástica e sem dúvida lhe renderia alguns pontos, e quem sabe um pódio, caso seu Lola cooperasse. Enquanto isso, quem deu show foi Ayrton Senna com seus loucuras na Austrália, andando mais tempo fora da pista do que dentro dela e fazendo a alegria do público até abandonar...


Campeonato de Pilotos:
  1. 2 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 73pts
  2. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 53pts
  3. 6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda - 40pts
  4. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - 38pts
  5. 11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault - 33pts
  6. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - 31pts
  7. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - 27pts
  8. 7 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW - 21pts
  9. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - 16pts
  10. 1 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 14pts
  11. 15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf - 11pts
  12. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - 11pts
  13. 8 - SUI - Marc Surer - Brabham BMW - 5pts
  14. 16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf - 5pts
  15. 26 / 4 - FRA - Philippe Streiff - Ligier Renault / Tyrrell Renault - 4pts
  16. 4 / 3 - ALE - Stefan Bellof - Tyrrell Ford / Tyrrell Renault - 4pts
  17. 4 - ITA - Ivan Capelli - Tyrrell Renault - 3pts
  18. 28 - FRA - René Arnoux - Scuderia Ferrari - 3pts
  19. 17 - AUT - Gerhard Berger - Arrows BMW - 3pts
  20. 25 - ITA - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - 3pts

Campeonato de Construtores:
  1. Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - LAU/WAT/PRO -G- 90pts
  2. Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 156/85 - ALB/ARN/JOH - G - 82pts
  3. Canon Williams Honda - Williams Honda - FW10 - MAN/ROS - G - 71pts
  4. John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 97T - ANG/SEN - G - 71pts
  5. Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT54 - PIQ/HES/SUR - P - 26pts
  6. Équipe Ligier - Ligier Renault - JS25 - CES/STR/LAF - P - 23pts
  7. Équipe Renault Elf - Renault - RE60 / RE60B - HES/TAM/WAR - G - 16pts
  8. Barclay Arrows BMW - Arrows BMW - A8 - BER/BOU - G - 14pts
  9. Tyrrell Racing Organisation* - Tyrrell Ford - 012 - BRU/BEL/JOH - G - 4pts
  10. Tyrrell Racing Organisation* - Tyrrell Renault - 014 - BRU/BEL/CAP/STR - G - 3pts
*= A equipe Tyrrell Racing Organisation aparece duas vezes na tabela pois conquistou pontos com dois construtores diferentes.


Imagens tiradas do Formula 1 HIGH RES photos - GPExpert.com.br - F1-History.deviantart.com

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

GP Memorável 56# - Holanda 1985


Apenas uma semana depois do GP da Áustria, a Fórmula 1 voltava á correr no belo circuito de Zandvoort, na Holanda, que, infelizmente, sediaria o último grande prêmio holandês. De qualquer maneira essa corrida seria especial, afinal, Ken Tyrrell conseguiu arrumar dois motores turbo antes do GP da Itália. Com isso, a categoria viu pela primeira vez um GP totalmente turbo.

Apesar da potência, muitos criticavam que o motor de treino era extremamente potente enquanto na corrida o outro motor não era, o que dava aos espectadores uma sensação irreal de velocidade e tempo na sexta e no sábado comparados com domingo. Nos treinos, Nélson Piquet surpreendeu a todos depois de fazer a pole position colocando meio segundo em cima de Keke Rosberg, segundo colocado.


Alain Prost era o terceiro, com Ayrton Senna se recuperando da péssima classificação em Öesterreichring. Teodorico Fabi fez, mais uma vez, um ótimo trabalho com a Tolema para coloca-la na quinta colocação, tendo Patrick Tambay ao seu lado. Nigel Mansell era sétimo, Thierry Boutsen o oitavo, Marc Surer nono e, fechando o top ten, Niki Lauda com seu potente McLaren TAG-Porsche.

O décimo primeiro lugar era de Elio de Angelis, com Derek Warwick ao seu lado, seguidos por Jacques Laffite e Gerhard Berger. Na melhor chance de sua carreira, Piercarlo Ghinzani mais uma vez vai mal nos treinos comparado com seu companheiro, saindo da 15º colocação. O carro da Ferrari começou a perder rendimento depois do GP da Alemanha, o que era mal presságio para o concorrente ao título, Michele Alboreto, que largava na décima sexta colocação.

poeticsofspeed.com

Stefan Johansson estava logo atrás do companheiro, para escolta-lo. Andrea de Cesaris aparecia por ali, por incrível que pareça, já que havia sido demitido por Guy Ligier, que correu atrás dele de volta, já que Philippe Streiff ainda não estava disponível. Com os péssimos Alfa, Riccardo Patrese e Eddie Cheever ficaram com a 19º e a 20º colocação.

Fechando o grid, Martin Brundle conseguiu se classificar na frente de Bellof na sua volta aos turbos. Na 23º colocação, Jonathan Palmer, com Pierluigi Martini, Philippe Alliot e Huub Rothengatter, fechando o grid, já que Kenny Acheson não conseguiu se classificar. O motivo de alguns embaralhamentos? Um forte chuva caiu no sábado, o que impossibilitou a melhora dos tempos. Quase todos os pilotos já haviam aprendido a lição de Nürburgring, mas outros não, como no caso de Niki Lauda, Stefan Bellof, Elio de Angelis e Gerhard Berger...


No domingo, Patrick Tambay acabou batendo na volta de apresentação, e correu para pegar o carro reserva, que estava prontinho para o francês. Na largada, Piquet fica, da mesma forma de Thierry Boutsen, enquanto Rosberg e Senna pulam para as primeiras colocação. Alain Prost não consegue manter o último lugar do pódio, que agora é de Teo Fabi. Mais atrás, Lauda ganhou cinco posições, enquanto, em apenas uma volta, Tambay já recuperou seis colocações.

Outros pilotos que fizeram uma primeira volta de invejar foram Michele Alboreto (de 16º para 12º), Stefan Johansson (de 17º para 11º), Stefan Bellof (22º para 24º) e Martin Brundle (21º para 15º). Logo, Ayrton Senna perdeu terreno para Keke Rosberg, sendo pressionado por Teo Fabi, que não resistiu muito tempo na prova, já que sua Toleman começou a enfrentar problemas.


Alain Prost agora era o terceiro, enquanto Elio de Angelis tomava o 8º lugar de Marc Surer e ia em busca do sétimo posto que era ocupado por Derek Warwick, que por sua vez ataca Nigel Mansell. Mais atrás, Michele Alboreto e Stefan Johansson invertem as posições, colocando o italiano na décima colocação. Stefan Bellof fazia pressão em cima de Gerhard Berger, que deixou espaço para o alemão fazer a manobra e ir ao ataque de Jacques Laffite.

Jonathan Palmer segurou muito bem Patrick Tambay, que só depois de três voltas conseguiu passar o britânico. Lá no fundão, Nélson Piquet efetua sua primeira ultrapassagem, em cima de Huub Rothengatter, que foi para os boxes, com problemas em sua Osella. Agora Lauda passa por Teo Fabi e vai em busca do companheiro de equipe.


Antes de tudo isso, ainda na primeira volta, Pierluigi Martini acabou se acidentando e Eddie Cheever e Riccardo Patrese tiveram problemas no turbo de seus péssimos motores Alfa Romeo. Stefan Johansson estoura seu motor, colocando Stefan Bellof na ótima 11º colocação, já que o alemão já havia passado por Jacques Laffite. Mais atrás, Patrick Tambay já tomara as posições de Brundle e Berger e ia para cima da Ligier do experiente compatriota.

Um erro de Ayrton Senna fez que as McLarens tomassem sua segunda colocação. Na 20º volta, o Honda de Keke Rosberg não resiste e estoura. Imediatamente, Niki Lauda vai para os boxes, dando a segunda colocação para o brasileiro da Lotus. Com mais uma abandono, o de Fabi, e depois de finalmente passar por Mansell, Derek Warwick era o 3º, uma posição jamais esperada no meio de tantos problemas na equipe francesa.


Outro que aproveitou para parar nos boxes foi Stefan Bellof, que fez Nélson Piquet e Elio de Angelis, que já havia parado, subirem de posição. Mansell também para, colocando Brundle numa ótima posição para a Tyrrell, mas por pouco tempo, já que o número 11 da Lotus acabaria tomando sua oitava colocação. Pressionando o companheiro, Tambay vê a sua frente um pódio inimaginável, que se tornar impossível após seu triste abandono depois de uma prova tão fantástica...

Quem tinha que mostrar serviço agora era Piquet, que estava preso atrás da RAM de Philippe Alliot. Apenas Prost e Alboreto, dos ponteiros não haviam parado até a volta 31, quando o italiano, que fazia linda prova, foi aos boxes. Duas voltas depois, o francês para, perde muito tempo na troca dos pneus e volta na terceira colocação. Infelizmente, Derek Warwick já havia deixado a disputa na volta 27.


Stefan Bellof e Michele Alboreto começariam a retomar as posições conquistadas antes das paradas. Primeiro, o alemão passa por Martin Brundle e Thierry Boutsen, assumindo a nona colocação e indo em busca de Gerhard Berger. Depois, o italiano ferrarista deixa Mansell e Surer para trás, correndo agora para pressionar Elio de Angelis, que era o quarto. O péssimo desempenho durante os treinos estava compensando o ótimo no final da prova.

Na 39º volta, Bellof passa por Berger e assume uma fantástica 8º colocação, que estava prestes a se tornar 7º com os problemas de Surer, e até um 6º com Mansell tendo péssimo rendimento. Infelizmente, o alemão parou sua Tyrrell e abandonou com problemas no motor Renault. Esse foi o fim de Stefan Bellof na Fórmula 1...


Brundle ainda teria uma missão mais difícil, com Nigel Mansell voltando a andar bem e o jovem britânico tendo que segurar a sexta colocação do Leão, que recebeu de bandeja esses pontos, para a loucura de Ken Tyrrell nos boxes, que viu seu piloto dificultar a ultrapassagem de Senna, e facilitar de Prost e Mansell...

Na 45º volta, Michele Alboreto assume a quarta colocação após passar por Elio de Angelis, enquanto mais atrás Nélson Piquet finalmente conseguia passar por Philippe Alliot. Na volta 46, Ayrton Senna não resiste aos ataques de Prost e cede o segundo lugar. Com o abandono de Boutsen, os problemas de Marc Surer, e a ultrapassagem sob Alliot, Piquet era 9º agora.


A partir daí, nada mudaria na corrida, apenas outra ultrapassagem, que foi feita pelo bicampeão da Brabham em cima de Berger. Lá na frente, uma linda disputa nas últimas voltas, com Alain Prost colocando roda para fora da pista em busca de mais uma vitória em Zandvoort. Bravamente, Niki Lauda segura a posição diante de tantos ataques do francês, que aumentaram na última volta.

No fim de tudo, Prost chega 0.232s atrás de Niki Lauda, que vence pela última vez. Michele Alboreto tirava três segundos por volta para Senna, que fantasticamente ainda segurou o pódio, enquanto Elio de Angelis e Nigel Mansell fechavam os lugares pontuáveis, com Martin Brundle batendo na trave de conquistar seus primeiros pontos na temporada.


RESULTADO:
  1. 1 - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 1:32:29.263 - 9pts
  2. 2 - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - +0.232s - 6pts
  3. 12 - Ayrton Senna - Lotus Renault - +48.491s - 4pts
  4. 27 - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - +48.837s - 3pts
  5. 11 - Elio de Angelis - Lotus Renault - +1 Volta - 2pts
  6. 5 - Nigel Mansell - Williams Honda - +1 Volta - 1pt
  7. 3 - Martin Brundle - Tyrrell Renault - +1 Volta
  8. 7 - Nelson Piquet - Brabham BMW - +1 Volta
  9. 17 - Gerhard Berger - Arrows BMW - +2 Voltas
  10. 8 - Marc Surer - Brabham BMW - Escapamento
  11. 24 - Huub Rothengatter - Osella Alfa Romeo - NC
  12. 18 - Thierry Boutsen - Arrows BMW - Suspensão - OUT
  13. 9 - Philippe Alliot - RAM Hart - Motor - OUT
  14. 4 - Stefan Bellof - Tyrrell Renault - Motor - OUT
  15. 16 - Derek Warwick - Renault Elf - Caixa de Câmbio - OUT
  16. 25 - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - Turbo - OUT
  17. 15 - Patrick Tambay - Renault Elf - Transmissão - OUT
  18. 6 - Keke Rosberg - Williams Honda - Motor - OUT
  19. 19 - Teodorico Fabi - Toleman Hart - Roda - OUT
  20. 26 - Jacques Laffite - Ligier Renault - Elétrico - OUT
  21. 30 - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing - Pressão de Óleo - OUT
  22. 20 - Piercarlo Ghinzani - Toleman Hart - Motor - OUT
  23. 28 - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - Motor - OUT
  24. 29 - Pierluigi Martini - Minardi Motori Moderni - Acidente - OUT
  25. 23 - Eddie Cheever - Benetton Team Alfa Romeo - Turbo - OUT
  26. 22 - Riccardo Patrese - Benetton Team Alfa Romeo - Turbo - OUT
  27. 9 - Kenny Acheson - RAM Hart - DNQ
Esses eram os pilotos inscritos para a corrida
Volta Mais Rápida: Alain Prost - 1:16.538 - Volta 57

poeticsofspeed.com

Curiosidades:
- 415º GP
- 25º E Última Vitória de Niki Lauda
- 54º E Último Pódio de Niki Lauda
- 47º Vitória da McLaren
- 150º Pódio da Lotus
- 150º GP da Ligier
- 21º E Último GP de Stefan Bellof
- 1º GP Totalmente Turbo

poeticsofspeed.com

  • MELHOR PILOTO: Patrick Tambay / Michele Alboreto
  • SORTUDO: Niki Lauda
  • AZARADO: Patrick Tambay / Alain Prost
  • SURPRESA: N/H
  • Prêmio Bônus - ADEUS: Stefan Bellof / Zandvoort
  • Prêmio Bônus - CORRER? ATÉ MESMO DEMITIDO - Andrea de Cesaris
  • Prêmio Bônus - ALELUIA: Tyrrell
Tambay e Alboreto fizeram corridas fantásticas, com o francês largando dos boxes e já estando nos pontos na volta 22, enquanto o italiano, mesmo com uma Ferrari ruim fazendo pressão em Ayrton Senna e quase conseguindo um pódio. Lauda viu Prost ter um péssimo pit stop e voltar em terceiro, o que beneficiou o austríaco ter sua última vitória. Infelizmente, essa foi a última vez que vimos Stefan Bellof e Zandvoort na Fórmula 1... enquanto o MITO MITAVA correndo mesmo demitido da Ligier, já que Philippe Streiff não estava apto para participar da prova. Com a Tyrrell aceitado a "Era Turbo", a Fórmula 1 finalmente viu um GP totalmente turbo...


Campeonato de Pilotos:
  1. 2 - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - 56pts
  2. 27 - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 156/85 - 53pts
  3. 11 - Elio de Angelis - Lotus Renault - 97T - 30pts
  4. 28 - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - 156/85 - 19pts
  5. 12 - Ayrton Senna - Lotus Renault - 97T - 19pts
  6. 6 - Keke Rosberg - Williams Honda - FW10 - 18pts
  7. 1 - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - 14pts
  8. 7 - Nelson Piquet - Brabham BMW - BT54 - 13pts
  9. 15 - Patrick Tambay - Renault Elf - RE60/RE60B - 11pts
  10. 26 - Jacques Laffite - Ligier Renault - JS25 - 10pts
  11. 18 - Thierry Boutsen - Arrows BMW - A8 - 9pts
  12. 5 - Nigel Mansell - Williams Honda - FW10 - 7pts
  13. 16 - Derek Warwick - Renault Elf - RE60/RE60B - 4pts
  14. 4/3 - Stefan Bellof - Tyrrell Ford/Renault - 012/014 - 4pts
  15. 25 - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - JS25 - 3pts
  16. 28 - René Arnoux - Scuderia Ferrari - 156/85 - 3pts
  17. 8 - Marc Surer - Brabham BMW - BT54 - 2pts


Campeonato de Construtores:
  1. Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 156/85 - ALB/ARN/JOH - G - 75pts
  2. Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - LAU/PRO - G - 70pts
  3. John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 97T - ANG/SEN - G - 49pts
  4. Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW10 - MAN/ROS - G - 25pts
  5. Équipe Renault Elf - Renault - RE60/RE60B - HES/TAM/WAR - G - 15pts
  6. Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT54 - PIQ/HES/SUR - P - 15pts
  7. Équipe Ligier - Ligier Renault - JS25 - CES/LAF - P - 13pts
  8. Barclay Arrows BMW - Arrows BMW - A8 - BER/BOU - G - 9pts
  9. Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford/Renault - 012/014 - BRU/JOH/BEL - G - 4pts
Imagens tiradas do Google Imagens - GPExperts.com.br - F1-History.Deviantart.com - http://poeticsofspeed.com/

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Adeus, Guy Ligier


Eu falei no facebook que esse domingo foi "O Domingo Les Blues", seja na alegria, seja na tristeza. Para começar, ontem fez 28 anos da morte de Didier Pironi, um dos melhores franceses a jamais terem ganhado um título. Depois, vimos Romain Grosjean dar um belo show e conquistar um pódio na Bélgica (onde uma das línguas faladas é o francês) com a Lotus, que já foi, e por voltar a ser Renault, enquanto Charles Pic entra com uma ação contra a equipe de Enstone. E por último, veio a pior notícia (envolvendo Fórmula 1) do dia, Guy Ligier havia morrido aos 85 anos de idade.


Com isso deixo essa imagem de um teste realizado no antigo Magny-Cours no ano de 1979, com Guy Ligier (isso mesmo) dando umas voltas do JS11 de Jacques Laffite, que não pode comparecer ao teste (pelo que eu saiba). Ao fim do dia, estamos todos preocupados com a situação crítica de Justin Wilson, e ao mesmo tempo muito tristes com a perca de alguém como Guy Ligier.


Vamos conhecer um pouco da história da Ligier, que teve início em 1976 na Fórmula 1, conquistando bons resultados e já sendo considerada equipe média. No ano seguinte, Jacques Laffite conquista a primeira vitória da equipe francesa, que cresce mais ainda até atingir o pico entre 1979 e 1980, tendo um ótimo começo de temporada em 79, e um ótimo final de temporada em 80. Com isso, a equipe conquistou seus melhores resultados no Campeonato de Construtores, 3º e 2º, respectivamente, em 1979 e 1980.

Jacques Laffite (O Homem Ligier) e Guy Ligier (O Senhor Ligier

Os anos que se seguiam seriam de dificuldades, com um carro pouco confiável chegando a passar uma temporada inteira sem pontos. Em 1985 a equipe volta a subir ao pódio. No ano seguinte, parecia que a vez da equipe finalmente havia chegado, com ela andando no mesmo nível de carros da Lotus e da McLaren, mas sem conquistar nenhuma vitória além de perder Jacques Laffite...

A Ligier é tão mitológica que até o MITO já passou por ela...

Mesmo com pilotos da estirpe de René Arnoux, Stefan Johansson e Thierry Boutsen, a equipe passou anos sem conseguir pontuar, e só conseguindo alguma coisa quando a prova tinha muitos abandonos. Em 1992 a alegria retornou, mesmo tímida, com Érik Comas pontuando em algumas provas no meio da temporada.

Em 1993 a equipe volta a ter um carro competitivo, que chegava, muitas vezes, a duelar com as McLarens e Benettons. No ano seguinte, as dificuldades retornam, mas Olivier Panis mostra seu talento ao lado de Bernard para conseguir um ótimo pódio na Alemanha. No ano de 1995, com Brundle e Panis, a equipe tem uma de seus duplas mais rápidas, que sempre conseguiam pontos quando possível.


Há anos a Ligier não era mais de Guy Ligier, mesmo assim o mítico nome da equipe francesa ainda estava no grid, mas com dias contados. O ano de 1996 viu Olivier Panis fazer ótimas provas, mas bater na trave em muitas por falta de rendimento, mas... em Mônaco, o mundo se chocou ao ver a Ligier voltar a vencer na Fórmula 1 com o francês, depois de 15 anos...

Essa acabou sendo a trajetória da Équipe Ligier na Fórmula 1, uma equipe que deixou saudade por onde passou, especialmente na categoria máxima do automobilismo, onde colecionou fãs e lindos carros pintados com as cores da França...

Vá com Deus, Guy

Imagens tiradas do Google Imagens