Como muitos de vocês sabem, tenho 14 anos, e há exato "um inverno" eu estava ainda com meus 13. O dia? O mesmo de hoje, 5 de outubro, só que de 2014. Dia de corrida, o histórico Grande Prêmio do Japão iria começar, mais uma vez em Suzuka. Naquele fim-de-semana, Max Verstappen havia entrado para a história depois de participar do primeiro Treino Livre, se tornando o piloto mais jovem a participar de um fim-de-semana de GP, aos meros 17 anos e 3 dias.
A previsão de que o tufão Phanfone ainda não havia se concretizado durante todo o fim-de-semana, inclusive no sábado, onde as Flechas de Prata superaram as Williams que tinham boas esperanças para a rápida prova japonesa. Fernando Alonso conseguiu um ótimo quinto lugar, sendo seguido por Daniel Ricciardo, Kevin Magnussen, Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen. O mais importante personagem desse fim-de-semana largava em 20º...
A chuva me lembrava muito aquela que caia há 20 anos na mesma Suzuka, que, segundo Taki Inoue, se assemelhava com pedras. Depois de duas voltas atrás do Safety Car, e com Marcus Ericsson conseguindo rodar, a direção de prova decidiu interromper a prova por causa do tufão que finalmente chegara. Minutos depois, a corrida foi reiniciada, mas ainda com o carro de segurança na pista.
Ambas as Williams penaram, e já eram superadas por Jenson Button, Daniel Ricciardo e Sebastian Vettel. A disputa no meio do pelotão era intensa, com subidas e descidas bruscas ocasionadas por erros e paradas. Antes de ir pros boxes pela segunda vez, Jules ainda esteve na 12º colocação. No fim da 28º volta, Lewis Hamilton efetua a manobra que decide o futuro da corrida após passar por Nico Rosberg.
Na 42º volta, as bandeiras amarelas são balançadas: Adrian Sutil havia rodado e batido com sua Sauber na bairreira de pneus. Um pequeno trator vai á pista retirar o carro do alemão num procedimento que era para ser normal... ERA.... Com a chuva cada vez mais forte, muitos pilotos vão para os boxes, mudando drasticamente as primeiras colocação (exceto Hamilton e Rosberg).
O Safety Car entra na pista, e junto dele o Medical Car, muito provavelmente para atender Adrian Sutil. Mas todos se perguntavam: Por quê o alemão necessitaria de atendimento já que saiu andando do carro? Logo, todos descobrem que a Marussia de Jules Bianchi havia sumido da pista, então onde ele estava? Inconsciente, o francês não responde aos rádios de sua equipe, mostrando que a situação era grave.
Eu estava sentado no sofá, quieto, vendo todos os pilotos sendo informados sobre o terrível que havia acontecido. No pódio, Hamilton tenta dar um sorriso mais amarelado, mas mal conseguia. A Globo, por sua vez transmitiu até a entrevista do pódio, que na ocasião foi feita por Nigel Mansell, tudo por causa da busca de notícias sobre o estado de Jules, que já havia sido levado ao hospital.
Como eu disse, estava sem internet, o que dificultava E MUITO. Eu simplesmente esperava pelo amanhã, para saber sobre novas notícias. Na segunda-feira, fui para escola cabisbaixo, sem nenhum animo, sabendo que poderia ter visto o meu primeiro acidente fatal na Fórmula 1. No almoço, meu pai chega do trabalho e conta sobre o vídeo que havia sido divulgado do acidente, vídeo que é transmitido pelo Globo Esporte...
Vejo várias e várias vezes, tendo descobrir o que causou aquele terrível impacto que nove meses depois mataria um de meus 5 pilotos preferidos da atualidade. Depois que desisto de ver aquele vídeo, rolo a página um pouco mais para baixo, e rapidamente leio a manchete que noticiava: "Morreu Andrea de Cesaris".
Como eu deveria fazer o trabalho, nem cliquei, mas, sinceramente, aquilo foi mais um baque naquele fim-de-semana do dia 5 de outubro. Quando minha internet voltou, li melhor sobre os ocorridos, e talvez, pela primeira vez em meus vários anos na qual acompanho a Fórmula 1, senti a vontade de chorar...
Mais tarde, escrevo sobre Andrea... Mas antes, vou falar o que voltei a sentir na noite da morte de Jules... eu estava prestes a dormir quando meu primo, que dificilmente acompanha a Fórmula 1, me chamou por uma rede social e disse que Jules Bianchi havia morrido. Eu respondi que não, mas logo depois ele disse que havia passado no jornal... Isso me fez correr para a internet, onde vejo a confirmação, que na hora já me arrepia e acelera meus batimentos cardíacos.
Infelizmente, nas duas veze na qual meu computador ou minha internet teve problemas, fui recebido com péssimas notícias. Primeiro, a morte de Jack Brabham, e depois, a morte de Andrea de Cesaris... É a vida, ela segue, não podemos esquecer quem eles foram, mas temos que pensar no futuro, para que o que aconteceu não volte a se repetir...
Adeus, Andrea |
Adeus, Jules |
Ciao Jules - Ciao Andrea
Curtam: Memória F-1
Imagens tiradas do Google Imagens - GPExperts.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário