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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Um pouco de Pastor Maldonado


As pessoas estão divididas sobre a saída de Maldonado da Fórmula 1, mas o que todos devem concordar é que o venezuelano já foi um dos motivos de nós sorrirmos em corridas que ficaram marcadas por serem extremamente monótonas.

Lembro, brevemente, de duas provas da temporada passada, quando Pastor deixou todos boquiabertos com as suas peripécias na Áustria e seu hat-trick de punições na Hungria. É esse tipo de coisa que ranca gargalhadas dos fãs e criam uma simpatia que ele já tem no paddock, tendo uma personalidade autêntica e admirada pelos pilotos.

No enterro de Jules Bianchi, de todos os pilotos que choraram, quantidade mínima, Maldonado foi aquele que mais pranteou mostrando todo o amor que sente por aqueles que dividem a pista com ele. Um legítimo latino, alguém de sangue quente que não tem a mesma perícia de segurar suas emoções como os europeus.

Se bem que, emoções e perícia europeias lembram-me de um nome: Nigel Mansell, o Leão. O britânico que era alvo de críticas, até mesmo pelos conterrâneos e. ao mesmo tempo, entrega só de olhar em seu rosto, ser uma pessoa totalmente simpática e amistosa.


Algo que pouco é lembrando, é que Mansell não era dado como um top driver, e sim um 'Riccardo Patrese' da vida, um mero segundo piloto que poderia vencer uma ou duas provas. Esse exemplo poderia dar esperança para Maldonado, mas que possamos compara-lo com um piloto de um nível semelhante, vamos lembrar de outro nome.

Famoso pelo odiado apelido "Andrea de Crasheris", o mitológico italiano era alguém extremamente veloz e que tinha tudo para conquistar algo melhor do que conseguiu fazer ao fim de sua gigantesca carreira de 214 GPs. Seus fantásticos desempenhos na pista em que muitos dizem mostrar se um piloto é talentoso ou não, demonstram que de Cesaris tinha pelo menos um elemento para se tornar um grande piloto.

Mas o que faltou para Andrea alcançar a vitória? São muitos os elementos que faltaram, entre eles a sorte e uma mentalidade boa. Mentalidade que remete novamente á Mansell, e também á pilotos atuais como Romain Grosjean, que, diferentemente de seu ex-companheiro, evoluiu para se tornar um piloto com um grande potencial e com boas chances de se tornar campeão caso obtiver um carro do seu nível.

(Leão demorou doze anos, Prost cinco, Häkkinen sete e por aí vai).

Pastor Maldonado é um piloto que até hoje nunca evoluiu mentalmente para conhecer seus reais limites, e, com isso, uma reputação de batedor é criada em cima de alguém veloz e com espírito de vencedor, algo semelhante ao ocorrido com de Cesaris depois de sua passagem pela desleal McLaren de Ron Dennis.


Giancarlo Minardi, exímio descobridor de talentos, já elogiou Maldonado, e não se sentiu nada surpreendido quando viu o venezuelano vencer o GP da Espanha de 2012.

Subestimado, o venezuelano divide opiniões da mesma maneira de antigos pilotos, como os já citados Nigel Mansell e Andrea de Cesaris. E com o exemplo deles, Maldonado pode manter as esperanças de um futuro melhor...

Quando de Cesaris saiu da Ligier no meio de 1985, seu destino era incerto e também improvável, já que Brabham e Ferrari chegaram a conversar com o italiano antes dele ir para a Minardi e conseguir resultados milagrosos por mais cinco equipes totalmente diferentes, passando por Rial, Scuderia Italia, Jordan, Tyrrell e Sauber antes de se retirar.

No máximo, Pastor pode ainda ter esperanças de se tornar um Nigel Mansell caso as chances aparecerem, porém acredito que seja tarde demais para alguém com a alcunha de 'batedor' e 'destruidor de chassis', como foi para de Cesaris...


De qualquer forma, sentiremos sua falta, e mesmo se não retornares, sempre será lembrado, pelo menos por mim, de alguém que salvou duas equipes (como Humberto Corradi disse) e que alegrou nossas manhãs de domingo com suas malucas peripécias, afinal, o que a Fórmula 1 mais precisa é de alguém como ele: genuíno, veloz, simpático, determinado e mitológico.

Esse é Pastor Maldonado

Imagens tiradas do Google Imagens

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Coluna Semanal 27# - O Fim-de-Semana do Dia 5 de Outubro de 2014


Como muitos de vocês sabem, tenho 14 anos, e há exato "um inverno" eu estava ainda com meus 13. O dia? O mesmo de hoje, 5 de outubro, só que de 2014. Dia de corrida, o histórico Grande Prêmio do Japão iria começar, mais uma vez em Suzuka. Naquele fim-de-semana, Max Verstappen havia entrado para a história depois de participar do primeiro Treino Livre, se tornando o piloto mais jovem a participar de um fim-de-semana de GP, aos meros 17 anos e 3 dias.

A previsão de que o tufão Phanfone ainda não havia se concretizado durante todo o fim-de-semana, inclusive no sábado, onde as Flechas de Prata superaram as Williams que tinham boas esperanças para a rápida prova japonesa. Fernando Alonso conseguiu um ótimo quinto lugar, sendo seguido por Daniel Ricciardo, Kevin Magnussen, Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen. O mais importante personagem desse fim-de-semana largava em 20º...


Eu estava lá, acordado com a TV da sala ligada e assistindo com meu pai. O blog, estava parado há dias e dias, sem nenhum ânimo eu quase o abandonei, especialmente de alguns problemas que envolveram minha internet, que ficou off durante uma semana em meia, inclusive no fim-de-semana no GP japonês...

A chuva me lembrava muito aquela que caia há 20 anos na mesma Suzuka, que, segundo Taki Inoue, se assemelhava com pedras. Depois de duas voltas atrás do Safety Car, e com Marcus Ericsson conseguindo rodar, a direção de prova decidiu interromper a prova por causa do tufão que finalmente chegara. Minutos depois, a corrida foi reiniciada, mas ainda com o carro de segurança na pista.


Na 10º volta, finalmente os 22 carros estão cortando a reta dos boxes de Suzuka. Lá atrás, depois de parar, Jenson Button vinha tendo ótimo desempenho com os pneus intermediários, o que forçou todo o resto ir aos boxes para fazer a troca. Jules Bianchi vinha ganhando posição por posição, até aparecer no fantástico terceiro posto, que não foi assegurado até o fim da volta, já que Button faria a ultrapassagem. Depois de parar, o francês voltou para o fim do pelotão...

Ambas as Williams penaram, e já eram superadas por Jenson Button, Daniel Ricciardo e Sebastian Vettel. A disputa no meio do pelotão era intensa, com subidas e descidas bruscas ocasionadas por erros e paradas. Antes de ir pros boxes pela segunda vez, Jules ainda esteve na 12º colocação. No fim da 28º volta, Lewis Hamilton efetua a manobra que decide o futuro da corrida após passar por Nico Rosberg.


Após o termino da volta 40, a classificação era: Hamilton, Rosberg, Vettel, Button, Ricciardo, Hülkenberg, Bottas, Massa, Pérez, Vergne, Maldonado, Räikkönen, Kvyat, Magnussen, Gutierrez, Grosjean, Bianchi, Sutil, Ericsson, Chilton e Kobayashi. A chuva aumenta bruscamente, com os pilotos tendo sérias dificuldades de guiar seus carros.

Na 42º volta, as bandeiras amarelas são balançadas: Adrian Sutil havia rodado e batido com sua Sauber na bairreira de pneus. Um pequeno trator vai á pista retirar o carro do alemão num procedimento que era para ser normal... ERA.... Com a chuva cada vez mais forte, muitos pilotos vão para os boxes, mudando drasticamente as primeiras colocação (exceto Hamilton e Rosberg).


Uma volta depois, vejo a sigla "BIA" perder posições na pequena barra que fica na parte de baixo da tela. Penso: "Que pena, Jules rodou". Lembro que cheguei a falar isso para o meu pai na hora, mas nem sequer imaginava que o pior tinha acontecido. Eu tentava caçar o francês pela pista quando eles mudavam de câmeras, mas eu não achava nenhum sinal.

O Safety Car entra na pista, e junto dele o Medical Car, muito provavelmente para atender Adrian Sutil. Mas todos se perguntavam: Por quê o alemão necessitaria de atendimento já que saiu andando do carro? Logo, todos descobrem que a Marussia de Jules Bianchi havia sumido da pista, então onde ele estava? Inconsciente, o francês não responde aos rádios de sua equipe, mostrando que a situação era grave.


Todos passam a saber o que poderia ter acontecido: Jules bateu no trator. Quando a ambulância chega, a corrida é paralisada, um sinal que a situação do jovem francês não era nada boa. Depois de saber que Bianchi havia passado por baixo do trator e havia destruído seu santântonio, Charlie Whiting encerra a prova, que tinha Hamilton em primeiro, Rosberg em segundo e Ricciardo em terceiro, mas, como a volta 44º foi a última a ser completada por todos, ela passou a ditar os resultados, que colocaram Vettel no pódio e Hülkenberg de volta aos pontos.

Eu estava sentado no sofá, quieto, vendo todos os pilotos sendo informados sobre o terrível que havia acontecido. No pódio, Hamilton tenta dar um sorriso mais amarelado, mas mal conseguia. A Globo, por sua vez transmitiu até a entrevista do pódio, que na ocasião foi feita por Nigel Mansell, tudo por causa da busca de notícias sobre o estado de Jules, que já havia sido levado ao hospital.


Foi difícil dormir, mas consegui dar uma cochilada para acordar na manhã de eleições em busca de informações que sem dúvida seriam dadas no Esporte Espetacular. Foi naquela manhã que soube da lesão cerebral que Bianchi havia sofrido. O francês também havia passado por uma operação na cabeça, que foi bem-sucedida. Eu nunca havia sentido tanta tristeza assistindo a Fórmula 1...

Como eu disse, estava sem internet, o que dificultava E MUITO. Eu simplesmente esperava pelo amanhã, para saber sobre novas notícias. Na segunda-feira, fui para escola cabisbaixo, sem nenhum animo, sabendo que poderia ter visto o meu primeiro acidente fatal na Fórmula 1. No almoço, meu pai chega do trabalho e conta sobre o vídeo que havia sido divulgado do acidente, vídeo que é transmitido pelo Globo Esporte...


Depois de ver o vídeo fico ainda mais preocupado. A Marussia literalmente havia entrado embaixo do trator como se fosse um foguete, com Jules batendo a cabeça no pesado veículo. Como eu tinha um trabalho escolar para fazer na casa de um amigo, aproveitei para pedir á ele se podia ver o vídeo do acidente mais uma vez.

Vejo várias e várias vezes, tendo descobrir o que causou aquele terrível impacto que nove meses depois mataria um de meus 5 pilotos preferidos da atualidade. Depois que desisto de ver aquele vídeo, rolo a página um pouco mais para baixo, e rapidamente leio a manchete que noticiava: "Morreu Andrea de Cesaris".

Como eu deveria fazer o trabalho, nem cliquei, mas, sinceramente, aquilo foi mais um baque naquele fim-de-semana do dia 5 de outubro. Quando minha internet voltou, li melhor sobre os ocorridos, e talvez, pela primeira vez em meus vários anos na qual acompanho a Fórmula 1, senti a vontade de chorar...


É claro que esse fim-de-semana não deve ser comparado ao de Ímola, porém, para mim, ele foi o pior na qual vivi acompanhando a Fórmula 1, e espero nunca mais sofrer da mesma forma que sofri naquela época... A morte do MITO era ainda mais difícil de acreditar, ainda mais acompanhada do acidente de Jules e da lenta recuperação de Michael Schumacher.

Mais tarde, escrevo sobre Andrea... Mas antes, vou falar o que voltei a sentir na noite da morte de Jules... eu estava prestes a dormir quando meu primo, que dificilmente acompanha a Fórmula 1, me chamou por uma rede social e disse que Jules Bianchi havia morrido. Eu respondi que não, mas logo depois ele disse que havia passado no jornal... Isso me fez correr para a internet, onde vejo a confirmação, que na hora já me arrepia e acelera meus batimentos cardíacos.


Parece meio estranho, mas nunca senti vontade de chorar tanto por causa da morte de alguém, especialmente sem sequer conhecer a pessoa. Eu, sendo religioso, orei pela família e pelos amigos, sabendo que o sofrimento havia chegado perto do final....

Infelizmente, nas duas veze na qual meu computador ou minha internet teve problemas, fui recebido com péssimas notícias. Primeiro, a morte de Jack Brabham, e depois, a morte de Andrea de Cesaris... É a vida, ela segue, não podemos esquecer quem eles foram, mas temos que pensar no futuro, para que o que aconteceu não volte a se repetir...

Adeus, Andrea

Adeus, Jules

Ciao Jules - Ciao Andrea
Curtam: Memória F-1

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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

GP Memorável 55# - Áustria 1985


Semanas depois do GP da Alemanha, a Fórmula 1 estava em outro templo do automobilismo, o Öesterreichring. Infelizmente a categoria estava de luto por perder mais um piloto, mas dessa vez fora dela, no mundial de marcas. Esse piloto era Manfred Winkelhock, que faleceu no último dia 12. John McDonald agora buscava um substituto.

Os nomes mais sonhados eram o de René Arnoux e John Watson, mas o dinheiro não permitiria tal coisa, por isso era mais provável a contratação de François Hesnault ou Corrado Fabi. No fim de tudo, quem apareceu foi Kenny Acheson, que já havia se aventurado com a equipe em 1983, se classificando para apenas 1 das 7 provas que disputou.


Aproveitando tudo isso, Niki Lauda anunciou sua aposentadoria da F-1, agora definitivamente. Com isso vários rumores ressurgiram com força após  a declaração de que Keke Rosberg estaria á caminho da McLaren. No seu lugar na Williams, Nelson Piquet era o mais cotado. Na Brabham, no lugar do brasileiro, Elio de Angelis surgia com força pela falta de interesse da Lotus em mante-lo.

Por último ainda poderia haver uma vaga na Lotus, que iria para Derek Warwick, o que poderia balançar a equipe de um lado para outro. Havia outros péssimos rumores que rondavam Zeltweg, e esses eram que Renault e Alfa Romeo se retirariam da categoria ao fim do ano, coisa que, infelizmente, aconteceu, com a marca italiana jamais retornando e a francesa conquistando um bicampeonato mais de 20 anos depois dessa decisão.


Piercarlo Ghinzani finalmente chegou na Toleman, enquanto a Tyrrell ainda tinha apenas um carro com motor turbo, que ficara com Stefan Bellof. Nos treinos, Alain Prost ficou com a pole sendo meio segundo mais rápido do Nigel Mansell. Na segunda fila, Niki Lauda e Keke Rosberg, com Nelson Piquet em 5º e Teodorico Fabi novamente voando com a Toleman para o 6º posto. Fechando o top ten, Elio de Angelis, Patrick Tambay, Michele Alboreto e Riccardo Patrese.

Marc Surer conseguiu o 11º lugar, com Stefan Johansson e Derek Warwick logo atrás. Ayrton Senna era apenas o 14º colocado. Jacques Laffite era 15º, Thierry Boutsen o 16º e Gerhard Berger era 17º. Andrea de Cesaris tinha Piercarlo Ghinzani, Eddie Cheever e Philippe Alliot logo atrás. Stefan Bellof com seu Tyrrell turbo era o 22º, com o restante do grid logo atrás. Kennt Acheson, Huub Rothengatter, Jonathan Palmer e Pierluigi Martini.

poeticsofspeed.com

Martin Brundle, com o único carro aspirado do grid, não conseguiu se classificar para a corrida. No domingo, mesmo depois de chover durante a manhã inteira, a pista estava seca para a corrida. Na primeira largada, Teo e Elio ficam no grid, bloqueando a passagem de quem vinha atrás, causando um congestionamento e abandonos de Michele Alboreto e Gerhard Berger.

Para a alegria da Ferrari, e tristeza da McLaren, a prova foi paralisada por causa do acidente, o que deixou furiosa a dupla da Renault, que estava agora nos pontos. Na relargada, Mansell sai mal mais uma vez, com Prost mantendo a liderança e Rosberg ultrapassando Lauda. Ao fim da primeira volta, Ayrton Senna ganhou quatro posições e já era o 10º.


A pressão feita por Keke em cima de Prost era fantástica, com o finlandês usando todo o poder de seu motor Honda. Isso até a 4º volta, quando ele começa a ter problemas com a pressão do óleo, fazendo Rosberg abandonar mais uma vez. Duas voltas depois, Teodorico Fabi se tonar o 6º após passar por Tambay, que logo depois furaria o pneu enquanto Ayrton Senna passa por Michele Alboreto.

No momento: Prost é o líder, Lauda o segundo, Piquet em terceiro, de Angelis, sendo pressionado por Mansell, em quarto e na última colocação pontuável Teo Fabi, com Ayrton Senna já se aproximando. O Toleman número 19 estava rendendo surpreendentemente muito bem nas retas da pista austríaca, perseguindo carros com motores Renault e Honda enquanto ele estava equipado com um Hart.


Na 14º volta... o MITO SUPREMO, Andrea de Cesaris atinge seu "auge" em relação á grandes mitagens, ao perder o controle na saída da Texaco, sair de lado na grama molha que estava disposta verticalmente, proporcionando para nós capotagens fantásticas, que pareciam nunca acabar. O italiano saiu do carro com o capacete e o macacão todo sujo, mas inteiro, para espanto de quem viu o acidente. Ao ver mais uma de seu piloto, Guy Ligier disse: "Eu não posso mais dar serviço para esse jovem piloto", ou seja, era um ultimato para de Cesaris...


Na volta seguinte, Ayrton passa por Fabi e assume a sexta colocação. Voltas depois, Mansell finalmente passa por de Angelis, enquanto Alliot abandona com problemas no turbo. Uma volta depois, outro motor vai pelos ares, agora o Zakspeed de Jonathan Palmer. Começa agora a agonia de Teo Fabi, que enfrenta problemas com sua Toleman, mas retorna a pista mesmo contra a vontade após parar.

Na 23º volta, Ayrton Senna passa pelo companheiro e se torna o quinto colocado. Mais na frente, Nigel Mansell passa pelo seu futuro companheiro, cujo Brabham começa a ter problemas no motor. Sendo pressionado pelo companheiro, Alain Prost decide parar para trocar os pneus, voltando ainda em segundo. Nesse exato momento, o Leão também tem problemas no seu motor e abandona.


Teo Fabi já era o última colocado depois de tanto parar, enquanto Stefan Bellof fazia sua troca, perdendo a posição para ambas as Arrows, seus principais rivais durante a prova. Na 31º volta, Elio de Angelis não resiste aos ataques ferraristas e cede para Alboreto e Johansson. Depois de Kenny Acheson e Derek Warwick, foi a vez de Berger abandonar, por causa de seu turbo BMW.

Com Prost tirando quase dois segundos por volta de Lauda, era de se esperar ver o austríaco parando para trocar os pneus, mas infelizmente ele parou para abandonar a prova após o estouro de seu motor TAG-Porsche, um triste fim para sua última corrida em casa. Uma volta depois, Pierluigi Martini tem problemas na suspensão e abandona, enquanto Tambay passa por Laffite.


Na disputa pelo nono posto, Stefan Bellof acompanha de perto Thierry Boutsen. Na 43º volta, Jacques Laffite também bate e acaba com os sonhos de Guy Ligier na Áustria. Voltas depois, Patrick Tambay estoura o motor e abandona ao mesmo tempo que Bellof consegue passar por Boutsen, que começa a se arrastar na pista.

No fim de tudo, Alain Prost volta a comemorar uma vitória, com Ayrton Senna fazendo uma grande prova e terminando em 2º seguido por Michele Alboreto. Fechando os lugares pontuáveis estavam Stefan Johansson, Elio de Angelis e Marc Surer. Em sua última volta, Stefan Bellof fica sem combustível, e por sorte não perde a 7º colocação para Boutsen, que cruzou depois dos lideres...


RESULTADOS:

  1. 2 - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 1:20:12.583 - 9pts
  2. 12 - Ayrton Senna - Lotus Renault - +30.002s - 6pts
  3. 27 - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - +34.356s - 4pts
  4. 28 - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - +39.073s - 3pts
  5. 11 - Elio de Angelis - Lotus Renault - +1:22.092s - 2pts
  6. 8 - Marc Surer - Brabham BMW - +1 Volta - 1pt
  7. 3 - Stefan Bellof - Tyrrell Renault - Falta de Combustível
  8. 18 - Thierry Boutsen - Arrows BMW - +3 Voltas
  9. 24 - Huub Rothengatter - Osella Alfa Romeo - +4 Voltas
  10. 15 - Patrick Tambay - Renault Elf - Motor
  11. 26 - Jacques Laffite - Ligier Renault - Acidente - OUT
  12. 29 - Pierluigi Martini - Minardi Motori Moderni - Suspensão - OUT
  13. 1 - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - Motor - OUT
  14. 17 - Gerhard Berger - Arrows BMW - Turbo - OUT
  15. 19 - Teodorico Fabi - Toleman Hart - Elétrico - OUT
  16. 16 - Derek Warwick - Renault Elf - Motor - OUT
  17. 10 - Kenny Acheson - RAM Hart - Motor - OUT
  18. 7 - Nelson Piquet - Brabham BMW - Escapamento - OUT
  19. 5 - Nigel Mansell - Williams Honda - Motor - OUT
  20. 22 - Riccardo Patrese - Benetton Alfa Romeo - Motor - OUT
  21. 30 - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing - Motor - OUT
  22. 9 - Philippe Alliot - RAM Hart - Turbo - OUT
  23. 25 - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - Acidente - OUT
  24. 23 - Eddie Cheever - Benetton Alfa Romeo - Turbo - OUT
  25. 6 - Keke Rosberg - Williams Honda - Pressão do Óleo - OUT
  26. 20 - Piercarlo Ghinzani - Toleman Hart - DNS
  27. 4 - Martin Brundle - Tyrrell Ford - DNQ
Esses foram os pilotos que se inscreveram para a corrida
Volta Mais Rápida: Alain Prost - 1:29.241 - Volta 39


Curiosidades:
- 414º GP
- 20º Vitória de Alain Prost
- 46º Vitória da McLaren
- 16º Vitória do Motor TAG-Porsche
- 25º Pódio do Motor TAG-Porsche


  • MELHOR PILOTO: Ayrton Senna
  • SORTUDO: Ayrton Senna / Alain Prost / Stefan Bellof
  • AZARADO: Michele Alboreto
  • SURPRESA: N/H
  • Prêmio Bônus - MITO DA CORRIDA: Andrea de Cesaris
Ayrton Senna deu show, foi o melhor piloto no domingo, não se afobando nas ultrapassagens e tendo sorte em não ter problemas. Alain Prost teve sorte também por causa do abandono da Lauda, pois se não fosse aquilo sua tarefa de vencer na Áustria seria mais difícil. Já Bellof conseguiu assegurar um merecido 7º posto. Alboreto poderia ter feito uma corrida melhor se não tivesse que pegar o carro reserva. E o MITO que MITOU...


Campeonato de Pilotos:
  1. 2 - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - G - 50pts
  2. 27 - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 156/85 - G - 50pts
  3. 11 - Elio de Angelis - Lotus Renault - 97T - G - 28pts
  4. 28 - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - 156/85 - G - 19pts
  5. 6 - Keke Rosberg - Williams Honda - FW10 - G - 18pts
  6. 12 - Ayrton Senna - Lotus Renault - 97T - G - 15pts
  7. 7 - Nelson Piquet - Brabham BMW - BT54 - P - 13pts
  8. 15 - Patrick Tambay - Renault Elf - RE60/RE60B - G - 11pts
  9. 26 - Jacques Laffite - Ligier Renault - JS25 - P - 10pts
  10. 18 - Thierry Boutsen - Arrows BMW - A8 - G - 9pts
  11. 5 - Nigel Mansell - Williams Honda - FW10 - G - 6pts
  12. 1 - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - G - 5pts
  13. 16 - Derek Warwick - Renault Elf - RE60/RE60B - G - 4pts
  14. 4/3 - Stefan Bellof - Tyrrell Ford/Renault - 012/014 - G - 4pts
  15. 25 - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - JS25 - P - 3pts
  16. 28 - René Arnoux - Scuderia Ferrari - 156/85 - G - 3pts
  17. 8 - Marc Surer - Brabham BMW - BT54 - P - 2pts

Campeonato de Construtores:
  1. Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 156/85 - ALB/ARN/JOH - G - 72pts
  2. Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - LAU/PRO - G - 55pts
  3. John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 97T - ANG/SEN - G - 43pts
  4. Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW10 - MAN/ROS - G - 24pts
  5. Équipe Renault Elf - Renault - RE60/RE60B - HES/TAM/WAR - G - 15pts
  6. Motor Racing Devempoments - Brabham BMW - BT54 - PIQ/HES/SUR - P - 15pts
  7. Équipe Ligier - Ligier Renault - JS25 - CES/LAF - P - 13pts
  8. Barclay Arrows BMW - Arrows BMW - A8 - BER/BOU - G - 9pts
  9. Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford/Renault - 012/014 - BRU/JOH/BEL - 4pts

Imagens tiradas do Google Imagens - GPExperts - F1-History.deviantart - http://poeticsofspeed.com/

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A Primeira Mitagem...


Muitos sabem que gosto de chamar o grande Andrea de Cesaris de MITO. Mas poucos sabem quem ele teve com um antecessor, alguém que podemos considerar como o seu preparador, seu mestre antes dele chegar ao topo das "mitagens". Sabendo que Pastor Maldonado é o discípulo mais bem-sucedido de de Cesaris, conheça agora aquele que o antecedeu: Vittorio Brambilla

Agora, também sabendo que essa "linhagem" principal dos Mitos tem apenas duas vitórias e muita história para contar, saiba como foi a única vitória do Gorila de Monza. À bordo de seu belo March, Vittorio sofria com a falta de confiabilidade de seu carro, que chegou a dar á ele uma pole em Anderstorp. Em duas, das três provas completadas até 11º etapa, Brambilla tinha ganhando pontos, o que mostrava que ele tinha um certo talento difícil de se encontrar.


As equipes e os pilotos chegavam ao lindo Öesterreichring para mais uma corrida da temporada de 1975, mas acabaram se chocando após o terrível acidente de Mark Donohue, que acabaria falecendo dias depois por causa de um traumatismo craniano, que, de certo, foi mal tratado. Depois dessa tragédia o fim-de-semana continuou com certa normalidade, com Lauda fazendo a pole e James Hunt surpreendendo com o 2º posto.

No domingo, dia 17 de agosto de 1975, uma chuva torrencial caia na Áustria, o que deixava a prova ainda mais emocionante. Embaixo de toda aquela água poderíamos ver quem era verdadeiramente talentoso em pista escorregadia. Brambilla era oitavo, mas tudo era possível. Na largada, Depailler pega a terceira colocação de Fittipaldi, enquanto Lauda e Hunt se mantem na mesma posição.


Nas primeiras voltas, Mass, Scheckter e Pryce começariam a voar na pista austríaca, sendo que um largou mal, um rodou e outro veio lá de trás (respectivamente). Já Vittorio não cometeu erros, superou Emerson e Hans-Joachim, o que já colocava-o na fantástica 4º colocação, com Patrick Depailler logo a frente, enquanto Niki Lauda se arrastava segurando James Hunt.

No fim da 14º volta, com Brambilla já na frente de Depailler, James Hunt decide ir para cima de Lauda ao ver o Gorila de Monza logo atrás. A chuva tinha diminuído, mas a tempestade ainda estava por chegar. Na mesma volta, o futuro campeão de 1975 perdeu as duas primeiras colocações, com Vittorio indo rapidamente ao encontro de Hunt, que agora ainda teria tráfego na frente.


Com seu companheiro logo a frente, era provável que o britânico se livrasse logo dele para que disparasse na frente de Brambilla, mas o que aconteceu foi ao contrário disso tudo, com o italiano tomando a ponta. Mais atrás, Niki Lauda perdia muitas posições, agora para Jochen Mass e Tom Pryce, que davam show na corrida.

Depois de rodar, Scheckter tinha minimas chances de pontuar, mesmo assim era outro que surpreendia embaixo da chuva que voltava a ser forte. Na 27º volta, Pryce supera a McLaren de Mass e toma a terceira colocação, uma conquista fantástica para alguém com um Shadow. A tempestade veio, e a direção de prova decidiu dar como encerrada a corrida, dando á vitória para Vittorio Brambilla, que, infelizmente conquistou a metade dos pontos.


Mas não foi só isso... Depois de cruzar a linha de chegada o Gorila de Monza comemorou tão euforicamente á ponto de esquecer de controlar o carro e rodar em plena reta, o que chocou o público presente no Öesterreichring. Com isso começava a Era dos Mitos... com Brambilla conseguindo fazer uma proeza jamais vista, e talvez jamais seja repetida, na história da Fórmula 1...

Vittorio ainda correu mais 5 temporadas na Fórmula 1, nunca tendo um carro ao seu nível de talento. Infelizmente, da mesma forma de de Cesaris, ele já nos deixou, no dia 26 de maio de 2001 com 63 anos por causa de um ataque cardíaco...

Imagens tiradas do Google Imagens