sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Fórmula 1 - 1984


A temporada de 1984 chegou ao final aqui no blog, e como havia feito no início do ano passado, vou repetir a espécie de retrospectiva de tudo aquilo que ocorreu na Fórmula 1 nesse fabuloso ano.

EXPECTATIVAS
Haviam mudanças preocupantes para a temporada de 1984, uma delas era a diminuição do tanque para 220 litros por corrida, sendo proibido os pits para reabastecimento. As equipes pequenas reclamaram, afirmando que as do pelotão da frente poderiam facilmente investir em métodos e soluções para evitar a falta de combustível no fim das provas.


Depois de se tornar bicampeão em 1983, Nelson Piquet se mantinha na equipe Brabham chefiada por Bernie Ecclestone com a evolução do vitorioso BT52B. Para ocupar a vaga deixada por Riccardo Patrese, a Parmalat gostaria de ter um italiano ou sul americano para acompanhar o brasileiro, e por isso negou o ótimo John Watson. Depois de testar Pierluigi Martini, Ayrton Senna, Roberto Guerrero, Johnny Cecotto, Mauro Baldi e Ivan Capelli, a Brabham finalmente escolheu seu segundo piloto: Teo Fabi. O milanês tinha compromissos nos EUA, e por isso desfalcaria a equipe em algumas ocasiões no meio da temporada, dando a Corrado Fabi, seu irmão, a chance de pilotar um carro de ponta.


A Tyrrell era a única equipe que manteria os motores Ford Cosworth aspirados durante toda a temporada, mostrando toda a resistência de Ken Tyrrell á revolução que ocorria na Fórmula 1 com os motores turbo, introduzidos pela Renault no final da década passada. Com o patrocínio da Benetton caindo fora junto com Michele Alboreto, além de Danny Sullivan voltar a IndyCar, a equipe se viu em apuros na escolha de seus pilotos para o ano que começava. A solução foi chamar uma dupla com nenhuma experiência na Fórmula 1, mas que era considera promissora com os talentosos Martin Brundle, vindo da F-3, e Stefan Bellof, vindo da F-2 e do WSC. A afirmação de Ken Tyrrell que Brundle era o novo Stewart e Bellof era o novo Rindt aumentaram as expectativas sobre a equipe.


A Williams pouco mudou em relação a temporada de 1983. Manteve a boa dupla formada pelo campeão de 1982, Keke Rosberg, e pelo velho e bom Jacques Laffite, além dos mesmos propulsores Honda vindos da Spirit que o forçaram a estrear o novo FW09 já em Kyalami. Ayrton Senna chegou a testas pela equipe de Frank Williams, mas não conseguiu vaga já que ambos os pilotos tinham contrato para 1984. A esperança é de um futuro melhor com os japoneses investindo bastante no V6t.


Com o novo MP4/2 criado por John Barnard, a McLaren chegara em 1984 com uma dupla arrasadora conquistada após a saída de John Watson e a demissão de Alain Prost por parte da Renault, deixando a equipe ainda mais forte misturando experiência com juventude. A TAG acabou desenvolvendo ainda mais o V6 turbo da Porsche, formando um dos pacotes mais bem sucedidos da história da Fórmula 1. Em Silverstone, a McLaren testou três dos mais promissores pilotos que estreavam naquele ano: Ayrton Senna, Martin Brundle e Stefan Bellof, com o brasileiro levando vantagem nos tempos.


Depois de um terrível 1983, a RAM estava de volta agora com melhor situação financeira após conseguir o patrocínio da Skoal Bandit. O novo carro, nomeado de 02, era apenas uma evolução do anterior e não se esperava muito do pessoal de Dave Kelly, que contratou um jovem francês vindo do WSC e da Fórmula 2, Philippe Alliot. Jonathan Palmer, que havia sido campeão da F-2 e que já havia corrido de Williams no fim do ano anterior, foi o motivo da equipe arrancar 250 mil libras do bolso para conseguir um segundo carro.

A combinação chassis-motor havia casado bem em 1983, porém faltava uma marca de pneus que conseguisse levar a equipe para frente, por isso, a Lotus trocou a fraca Pirelli pelos ótimos Goodyear. A equipe pouco mudara, com Gérard Ducarouge evoluindo o 94T e a ótima dupla de pilotos comandada por Elio de Angelis sendo mantida. John Watson chegou ameaçar a vaga de Nigel Mansell, porém a JPS acabou mantendo o Leão no time.


Enquanto a Lotus pegou os Goodyear e abandonou os Pirelli, a ATS fez o procedimento inverso em um processo, que chamo de, 'afundamento' da equipe alemã. Haviam grandes rumores de que a marca de rodas estaria preparando dois carros para a temporada, um para Manfred Winkelhock, já conhecido por todos, e outro para Johnny Cecotto ou Jonathan Palmer, mas os rumores não passaram disso e a equipe começou o ano apenas com Winkelhock.

Depois de demitir Alain Prost e Eddie Cheever pelo fracasso em 1983, a Renault foi até as portas de Maranello para pegar Patrick Tambay pro seu primeiro carro, o novíssimo RE50. O outro piloto veio da Grã-Bretanha, de uma sequência final estonteante da equipe Toleman conseguindo 9 pontos em apenas quatro provas, o jovem Derek Warwick. Uma dupla interessante, comandada por Tambay e que prometia incomodar os novos moradores da praia turbo.

Em 1983 a Arrows sofreu para conseguir um patrocínio fixo para seu carro, mas esse medo acabaria sumindo para 1984 com a confirmação de Barclay e Nordica estampando seus carros. A parceria com a BMW poderia dar ótimos frutos para a equipe britânica, mas para isso deveria ser desenvolvido um novo chassis, o A7, em substituição do A6, que correria as primeiras provas com o motor Ford. A mesma dupla do fim do ano anterior ainda estava na equipe: Marc Surer e Thierry Boutsen.


Depois de um final de 1983 fantástico, com resultados empolgadores com Derek Warwick, a Toleman chegava mais forte do que nunca para uma temporada da Fórmula 1. Após perder o seu melhor pupilo, até então, Ted Toleman mandou Bruno Giacomelli embora para contratar Johnny Ceccoto e um jovem promissor brasileiro, de nome Ayrton Senna. Ótimas escolhas da equipe Toleman levavam a equipe para seu melhor ano de sempre.


A Spirit havia perdido os motores Honda antes mesmo do fim de 1983, mesmo assim as forças da equipe se mantiveram e eles correriam em 1984, com um novo chassis, o 101. Apesar de uma combinação de motor/pneu/chassis nada animadora, havia algo que elevava o moral da equipe antes mesmo do início da temporada, nos testes no Rio de Janeiro. Emerson Fittipaldi era cotado para correr na fraquíssima Spirit, e chegou a andar no carro por alguns dias, não se comprometendo com algo que mais afundaria sua carreira do que levantaria.


Haveria também um segundo carro, inscrito para outro jovem promissor, o italiano Fulvio Ballabio, que, infelizmente, não conseguiu a superlicença para participar da temporada quase ao mesmo tempo que viu o pai morrer. Foi um baque para Ballabio, que tinha o patrocínio da Mondadori, distribuidora italiana das revistas da Disney, que havia estampado Mickey e Pateta no início do ano. O italiano decidiu se retirar da categoria, e acabou por não correr contra pilotos que havia tanto combatido no ano anterior, como Gartner, Alliot e Hesnault. A equipe com isso teve que arranjar Mauro Baldi, demitido da Alfa Romeo, para correr no único carro inscrito no início do ano.

Após demitir Andrea de Cesaris e Mauro Baldi, a Alfa Romeo arranjou dois pilotos de 'primeira-linha', vindos das duas principais equipes de 1983: Riccardo Patrese e Eddie Cheever, os concunhados. Depois de perder o patrocínio da Marlboro, a Alfa acabou encontrando uma Benetton sem Tyrrell pelo caminho e conseguiu o contrato para que o vermelho e branco fosse substituído pelo vermelho e verde. Além do mais, a equipe trocou a Michelin pela Goodyear.

A saudosa Osella faria sua estreia com os motores turbo da Alfa Romeo, e por isso foi necessário um novo chassis, que foi baseado no 183T da equipe fornecedora: o FA1F. Mais uma vez, o piloto que estaria à bordo do azulão italiano era Piercarlo Ghinzani, que sonhava em ter um companheiro de equipe logo em breve. Antes da metade do ano, a Osella conseguiu arranjar uma vaga para Jo Gartner, mostrando satisfação em colocar dois bons pilotos no grid.


A temporada de 1983 foi dramática para a Ligier, com resultados medíocres com Jean-Pierre Jarier e Raul Boesel, que foram demitidos. Fortes negociações com Carlos Reutemann e Alan Jones (Guy Ligier estava louco??) levavam a crer numa ótima dupla para a equipe francesa, mas como elas fracassaram, Andrea de Cesaris era o piloto mais viável para a equipe. François Hesnault conseguiu o segundo carro graças a suas conexões com a Elf. Depois de rivalizar com a Lotus pelo contrato da Michelin, o patriotismo francês conseguiu derrotar a invasão britânica para manter a fornecedora francesa em um carro francês com um piloto francês.


Entre a escolha de manter René Arnoux ou Patrick Tambay, a Scuderia Ferrari decidiu ficar com o francês que havia sido terceiro no campeonato passado, dando um italiano como companheiro. Vindo da Tyrrell, Michele Alboreto era a nova chama italiana em busca de um título que não vinha desde Alberto Ascari em 1953. Enzo Ferrari acreditava que alinharia um terceiro carro a partir da recuperação de Didier Pironi, mas isso não aconteceu...

Mapa do circuito em Fuengirola

Inicialmente, haviam 27 carros inscritos para a temporada de 1984 da Fórmula 1, que iniciaria novamente em Jacarepaguá no Rio de Janeiro, e dessa vez fecharia em um circuito totalmente novo, localizado em Malága na Espanha, o de Fuengirola. O ano também teria QUATRO provas norte-americanas, mas com a desistência de Long Beach e o abandono do projeto em Nova York, apenas Detroit e Dallas participaram do campeonato.


GRANDES PRÊMIOS

Grande Prêmio do Brasil - Jacarepaguá - 23, 24 e 25 de março de 1984
Pole position: Elio de Angelis - Lotus Renault
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
A abertura da temporada foi mais uma vez no Rio de Janeiro, agora com a Lotus surpreendendo e com uma Brabham que está no meio do pelotão, sem muitas chances de duelar com a nova força: a McLaren. A equipe de Alain Prost e Niki Lauda fizeram ótima prova e acabaram herdando a vitória após o abandono de Derek Warwick, que na estreia pela Renault já se mostrava mais forte do que Patrick Tambay. Martin Brundle foi quinto e Thierry Boutsen foi sexto.
Confira como foi o GP...


Grande Prêmio da África do Sul - Kyalami - 5, 6 e 7 de abril de 1984
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche
Depois de sediar a finalíssima de 1983, a África do Sul, que vivia os duros tempos do apartheid, recebeu os pilotos e as equipas para outra surpreendente prova em 1984. Pela primeira vez no ano, o 'papa-pole' Nelson Piquet largava na melhor colocação possível, mas como na última prova acabou abandonando por falta de sorte. Azar também atingiu Alain Prost, que largou na última colocação, mas que mesmo assim conseguiu um ótimo segundo lugar. Lauda venceu pela primeira vez no ano, com Warwick fechando o pódio. E Senna conquistou seu primeiro ponto.
Confira como foi o GP...


Grande Prêmio da Bélgica - Zolder - 27, 28 e 29 de abril de 1984
Pole position: Michele Alboreto - Scuderia Ferrari
Vencedor: Michele Alboreto - Scuderia Ferrari
Na Bélgica, Spa-Francorchamps ainda sofria com um péssimo asfaltamento, o que levou a categoria máxima do automobilismo pela última vez a Zolder, palco dos GPs belgas da década de 70. Lá, os pneus Goodyear reinaram sobre os Michelin, e Michele Alboreto conquistou sua primeira vitória à bordo de uma Ferrari, para delírio dos italianos. Em boa prova, Bellof conquistou seu primeiro ponto.
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Grande Prêmio de San Marino - Ímola - 4, 5 e 6 de maio de 1984
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
A Osella finalmente trouxe um novo piloto para o grid, o jovem austríaco Jo Gartner, ainda com o modelo FA1E. Pela única vez em sua carreira, Ayrton Senna não se qualificou para a prova, tudo por causa da confusão que a Toleman arranjou com sua fornecedora de pneus, a Pirelli. Em ótima prova, Andrea de Cesaris superou as dificuldades de largar dos boxes para chegar perto de um pódio em casa, mas a falta de combustível evitou tal alegria para os italianos. Stefan Bellof teve seu melhor desempenho até então, terminando na belíssima quinta posição enquanto Alain Prost vencia pela segunda vez no ano.
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Grande Prêmio da França - Dijon-Prenois - 18, 19 e 20 de maio de 1984
Pole position: Patrick Tambay - Renault Elf
Vencedor: Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche
Na volta de Dijon-Prenois ao calendário após um ano de ausência, a Renault se mostrou forte concorrente a vitória após Patrick Tambay cravar a pole, porém foi a McLaren que acabou dominando a prova, com Alain Prost e Niki Lauda fazendo rápida recuperação até as primeiras posições. Enquanto a Ligier corria com Andrea de Cesaris no lugar de François Hesnault, a McLaren fazia Prost perder a vitória após errar nos boxes, dando a Lauda sua segunda conquista no ano.
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Grande Prêmio de Mônaco - Mônaco - 31 de maio, 1, 2 e 3 de junho
Pole position: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Numa das melhores provas da temporada, Ayrton Senna e Stefan Bellof mostram ao mundo todas as suas habilidades, fazendo uma grande prova nas ruas de Mônaco para se aproximarem de uma vitória surpreendente. Mal imaginava eles que, Jacky Ickx acabaria por parar a prova alegando falta de condições, dando a Prost uma vitória que valeu apenas 4,5 pontos, com Senna e Bellof seguindo-o no pódio. Isso sem falar na ótima prova de Nigel Mansell, que mais uma vez bateu por causa de seu ímpeto...
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Grande Prêmio do Canadá - Montreal - 15, 16 e 17 de junho
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Nelson Piquet - Brabham BMW
Pela primeira vez no ano, a Brabham deu a Nelson Piquet um carro capaz de chegar ao fim da corrida, e o brasileiro não decepcionou ao levar seu bólido branco e azul para a conquista em Montreal, vencendo de ponta-a-ponta ambas as McLarens. Outro ponto que podemos destacar nesse fim-de-semana foi o jogo de futebol entre os pilotos e os jornalistas, com direito á um trio fantástico de ataque, o MSB (Mansell, Senna e Bellof).
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Grande Prêmio do Leste dos Estados Unidos - Detroit - 22, 23 e 24 de junho
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Nelson Piquet - Brabham BMW
No medonho circuito de Detroit, a Fórmula 1 teve uma de suas melhores corridas em 1984, com as McLarens fraquejando perto das rivais e com Nelson Piquet repetindo o feito da última corrida. Porém houve algo a mais, o desempenho dos Tyrrell aspirados foi fantástico nas ruas da cidade americana, com Martin Brundle pressionando Piquet na última volta e Stefan Bellof quase chegado a outro pódio, parado na chicane que antecedia a reta dos boxes. Começara o escândalo com a Tyrell...
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Grande Prêmio de Dallas - Fair Park - 6, 7 e 8 de julho
Pole position: Nigel Mansell - Lotus Renault
Vencedor: Keke Rosberg - Williams Honda
Parece que o solo norte-americano produziu apenas ótimas corridas em 1984. Logo depois de Detroit, veio Dallas, com um sol infernal que derretia até mesmo o asfalto. Com as temperaturas na casa dos 40º C, a corrida viu Nigel Mansell largar na pole pela primeira vez, enquanto Rosberg fez ótima prova para vencer pela primeira vez com a parceria Williams Honda. Outro que foi fantástico nas ruas de Dallas foi René Arnoux, que veio da última posição para terminar em 2º.
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Grande Prêmio da Grã-Bretanha - Brands Hatch - 20, 21 e 22 de julho
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche
Com Brundle desfalcando a equipe Tyrrell, Stefan Johansson volta ao grid da Fórmula 1 com um time que estava sofrendo para se manter nele até o fim do ano. O escândalo da Tyrrell mexia com a categoria e poderia mudar até mesmo o campeonato caso a equipe fosse verdadeiramente excluída da temporada. O fim-de-semana começou mal para a Toleman, com Johnny Cecotto sofrendo grave acidente chegando até correr risco de perder a perna. Na corrida, outro passeio das McLarens, com Prost novamente tendo problemas para Lauda vencer. Senna fez grande prova para ser terceiro colocado, logo atrás de Warwick.
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Grande Prêmio da Alemanha - Hockenheimring - 3, 4 e 5 de agosto
Pole position: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Com a Tyrrell perdendo a confiança de Stefan Bellof, a equipe vê o alemão dar prioridade ao WSC ao invés da Fórmula 1, algo já esperado no início do ano. Por isso, Mike Thackwell tenta a sorte à bordo de um carro aspirado num circuito como o de Hockenheimring, falhando ao tentar se qualificar. Na corrida, Alain Prost volta a vencer, e com facilidade, sobre Niki Lauda e Derek Warwick, que sobe ao pódio pela última vez.
Confira como foi o GP...


Grande Prêmio da Áustria - Österreichring - 17, 18 e 19 de agosto
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche
Até 1984, Niki Lauda nunca havia vencido em casa, e naquele ano ele sentia que finalmente havia chegado a sua vez. Depois do abandono de Alain Prost, Lauda conseguiu levar sua McLaren até o fim para conquistar sua primeira e única vitória na Áustria, com Nelson Piquet terminando em segundo e Michele Alboreto em terceiro. Vale também citar os ótimos 5º e 6º lugares para as Arrows além da estreia de Gerhard Berger.
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Grande Prêmio da Holanda - Zandvoort - 24, 25 e 26 de agosto
Pole position: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Na última corrida da Tyrrell em 1984, Ayrton Senna assina secretamente com a Lotus e está prestes de receber uma dura punição na equipe Toleman. No dia da corrida, quase que uma tragédia mancha uma das últimas provas em Zandvoort, porém só houve feridos na queda de uma escada no paddock. Na corrida, as McLarens mais uma vez espantaram a concorrência para vencer, com Nigel Mansell fazendo bela prova para terminar em segundo.
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Grande Prêmio da Itália - Monza - 7, 8 e 9 de setembro
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche
Em outra prova fantástica de 1984, Alain Prost sofre mais uma quebra importante enquanto Niki Lauda vence e basicamente assegura um tricampeonato. Só que houve acontecimentos mais fantásticos nessa corrida, como um pódio com dois italianos em equipes italianas, e logo que realmente precisava de um incentivo a mais. Seguindo-os, Stefan Johansson fez bela prova para terminar em quarto, com Jo Gartner sendo quinto e Gerhard Berger o sexto. Se você gosta de zebras e fica alegre, como eu, em ver as nanicas indo a loucura com seus resultados, essa é 'a' corrida de 1984.
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Grande Prêmio da Europa - Nürburgring - 5, 6 e 7 de outubro
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Na volta de Nürburgring ao circo da Fórmula 1, Niki Lauda poderia se sagrar campeão no lugar que havia quase morrido na última vez que a categoria esteve por lá, em 1976, mas parecia que o azar sorriu para o austríaco que sofreu para arranjar um lugar no grid, tendo que fazer prova de recuperação para terminar em quarto enquanto Prost conquistou uma vitória fácil. Alboreto e Piquet, protagonizaram a cena da corrida no momento da chegada...
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Grande Prêmio de Portugal - Estoril - 19, 20 e 21 de outubro
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Numa das melhores decisões de títulos de todos os tempos, Niki Lauda vem lá de trás para terminar em segundo e assegurar o tricampeonato por 0,5 pontos de diferença para Alain Prost. Ayrton Senna conseguiu se assegurar no pódio mesmo após fazer uma prova sem muito brilho, segundo Michele Alboreto até a última reta. E, bem... Alain Prost mais uma vez era vice-campeão, mas agora cometendo pouquíssimos erros...
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EQUIPES

MRD International - Brabham BMW - BT53 - Michelin - Piquet / T Fabi / C Fabi / Winkelhock

Os campeões do mundo da Brabham acabaram sendo surpreendidos pelos carros da McLaren, mesmo assim não se abalaram em busca de um melhor desempenho para seu BT53 equipado com o motor BMW. Apesar de ter terminado atrás de Lotus e Ferrari, a equipe merece os créditos de ser a única a conseguir duelar com as poderosas McLarens de Lauda e Prost, especialmente com Nelson Piquet, que com suas 9 poles provam o quão bom era combinação chassis/motor da equipe.

Porém havia sempre algo que faltava para que a vitória fosse alcança, e essa coisa que faltava era a confiabilidade, mais diretamente do motor BMW. Apesar de potente, o próprio Paul Rosche admitiu que haviam problemas na qualidade do fantástico L4t de sua marca. Apesar disso, a Brabham poderia ter aprendido como suportar dois pilotos em condições iguais, coisa que não aconteceu. Piquet continuava muito superior aos irmãos Fabi, que sofriam sem a mesma qualidade do equipamento do companheiro. Mesmo assim, Teo se mostrou talentoso em certas ocasiões, como em Monza.

Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford - 012 - Goodyear - Brundle/Johansson/Bellof/Thackwell

Ken Tyrrell e seu estilo 'bate pé' atingiram seu pico em 1984, quando a sua equipe seria a única a correr durante a temporada inteira com um Ford Cosworth V8, falhando ao tentar um motor turbo da Ferrari. A escolha de pilotos foi uma unanimidade, porém havia sido muito bem feita. Martin Brundle e Stefan Bellfo dividiram ótimos resultados com um defasado 012 especialmente no início do ano, em circuitos de média e baixa velocidade.

Brundle havia marcado pontos no Brasil e chegou perto de uma vitória em Detroit, enquanto Bellof havia desfilado entre os seis primeiros na Bélgica e Ímola antes de finalmente conseguir o desempenho que o consagrou na Fórmula 1, em Mônaco, quando terminou na terceira posição. Porém, uma cartada ilegal da equipe foi descoberta após o ótimo desempenho nos EUA, e uma forte investigação foi iniciada.

A Tyrrell chegou a recorrer ao caso, ficando no grid até o GP da Holanda, mas acabou sendo excluída sem piedade do campeonato. Para muitos, a punição foi dura demais em relação a irregularidade que haviam cometido, pois, não bastava simplesmente desclassificar Bellof e Brundle dos primeiros GPs e deixa-los participar do resto, já de maneira regular? Há quem diga que foi uma cartada da FISA para forçar Ken Tyrrell a usar motores turbo, pois depois do ocorrido ele acabou finalmente cedendo a nova moda...

Ainda no meio das investigações, Martin Brundle sofreu grave acidente em Dallas, desfalcando a equipe nas últimas provas participadas por ela no ano. Stefan Johansson, que havia corrido pela Spirit em 1983, foi chamado para o lugar do britânico, conseguindo desempenhos satisfatórios ao andar na frente de Stefan Bellof em certas ocasiões. Mas deve-se saber que o alemão estava disputando o título no WSC, a ponto de se ausentar na prova em casa, sendo substituído por Mike Thackwell, que não se qualificou.

Williams Grand Prix Engineering - Williams Honda - FW09/FW09B - Goodyear - Laffite / Rosberg

Uma combinação quase improvável, mas que aconteceu ao fim de 1983 foi ver a Williams ser equipada com motores V6 turbo da Honda. O motor era potente, e prometia para os próximos anos caso o desenvolvimento fosse correto, mas havia problemas na confiabilidade, deixando a desejar em algumas provas importantes. O que mesmo tirava todas as chances de Rosberg e Laffite na temporada era o péssimo chassis desenhado por Patrick Head.

O carro não tinha nenhum equilíbrio, saia de traseira e tinha uma péssima aceleração nas curvas, o que dificultava ainda mais o trabalho de seus pilotos. Enquanto Laffite fez uma temporada pífia, empolgando apenas em Kyalami, quando chegou perto de um pódio, Rosberg deu tudo de si por um projeto que não daria certo com ele anos depois. A sua vitória em Dallas mostra o espírito guerreiro do subestimado campeão finlandês.

Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2 - Michelin - Prost / Lauda

Pela primeira vez, a McLaren teve um ano perfeito na categoria. Antes, nunca havia tido uma sinergia tão boa numa equipe de Fórmula 1 que combinasse pilotos, chassis, motor, pneus entre outros. Ron Dennis soube controlar uma equipe que poderia estourar no meio da época (coisa que aconteceria anos depois com um brasileiro e um francês na equipe) com Lauda e Prost duelando pelo título, porém ambos souberam trabalhar juntos para, ao invés de um superar o outro, simplesmente fazer o carro melhorar a cada corrida.

O motor TAG-Porsche superava a compatriota BMW por um simples motivo, a confiabilidade, já estando do mesmo nível de potência da rival que equipava os carros da Brabham, que foram os únicos que realmente assustaram as McLarens em 1984. Os pneus Michelin também aumentaram qualidade do conjunto, sendo quase sempre superiores aos Goodyears usados pela Lotus e Ferrari.

Skoal Bandit Formula 1 Team - RAM Hart - 01 / 02 - Pirelli - Alliot / Palmer / Thackwell

De longe era a pior equipe de todo o grid, apesar de ter conseguido patrocínio e dois carros para seus dois rápidos pilotos. Faltava qualidade no equipamento, desde o 01, que foi simplesmente evoluído para o 02, que era sofrível de ser mantido em linha reta no traçado. Jonathan Palmer e Philippe Alliot deveriam ser considerados heróis para não atrapalharem os lideres, mas de vez em quando eles sempre estavam lá para atrapalhar Lauda ou Prost.

Alguns cúmulos do absurdo era ver a equipe não conseguir uma tampa para o motor até o meio da temporada, e ainda ser superada com extrema facilidade pela equipe mais próxima, a Spirit, isso quando eles tinham Mauro Baldi, pois o desempenho sofrível de Huub Rothengatter ainda dava esperanças para a equipe de John MacDonald.

John Player Team Lotus - Lotus Renault - 95T - Goodyear - de Angelis / Mansell

Depois de um fraco 1983, Gérard Ducarouge melhorou o chassis 94T para que o 95T da-se chances a Elio de Angelis e Nigel Mansell de bons resultados. Com um bom pacote, e um motor que rendia bem apesar da falta de potencia em relação aos alemães, a Lotus conseguiu voltar ao pelotão da frente depois de anos agonizando no meio de equipes médias.

O desempenho de Nigel Mansell em Mônaco e em Dallas deram esperanças á equipe de uma vitória em 1984, mas o ímpeto do Leão sempre falou mais alto, fazendo tudo se perder em poucos segundos. Já de Angelis havia dado a última vitória para a Lotus, em 1982, mas não demonstrava que voltaria a levar a equipe a conquista agora em 1984, porém foi extremamente regular, até mesmo melhor do que as McLarens, para terminar na ótima terceira posição.


Team ATS - ATS BMW - D7 - Pirelli - Winkelhock / Berger

Um dos sinônimos de bagunça e desordem passou a ser ATS após o fim da temporada. O jeito que Gunther Schmidt deixou a equipe a partir da metade do ano era absurdamente desorganizado, com pessoal indo e vindo num passe de mágica, que ao invés de ajudar, apenas piorava a situação da equipe. Winkelhock, que já estava lá fazia dois anos, foi mandado embora depois de não aguentar mais a confusão que era estar na ATS.

O carro se demonstrou rápido, com um motor potente faltava apenas um jogo de pneus que também rendesse algo a mais, porém a equipe sempre sofria alguma quebra pela metade da corrida, deixando Manfred Winkelhock a pé em ocasiões que pontos eram caso de apenas chegar ao fim da prova, como em Zolder. Berger se arriscou, mas se deu bem ao levar a equipe para seu melhor resultado em anos: 6º em Monza.

Équipe Renault Elf - Renault - RE50 - Michelin - Tambay / Warwick / Streiff

Os vice-campeões de 1983 entraram como favoritos em 1984, da mesma forma da Brabham, porém não tiveram um ano muito animador, se bem que pode ser considerado desastroso. Uma dupla ótima, com Patrick Tambay vindo da Ferrari e Derek Warwick da Toleman, parecia que finalmente levaria a equipe para seu primeiro título, mas faltou equipamento para os dois.

Apesar da ótima estreia de Warwick, o RE50 quase sempre deixava a desejar ao seus rivais, superando a Brabham em apenas um quesito, a confiabilidade. Mesmo assim, o carro não era lá essas maravilhas para terminar corridas, basta ver o péssimo desempenho da equipe na segunda metade do campeonato, especialmente de Derek Warwick, que até a Alemanha estava batalhando pelo terceiro posto.

Outra coisa que amedrontou os pilotos foi a segurança do chassis, com Derek Warwick e Patrick Tambay machucando a perna em Dijon-Prenois e Mônaco, algo inadmissível para uma equipe que havia batalhado por títulos no ano anterior. E pela primeira vez desde 1978, a Renault não conquistou vitórias durante toda a temporada, agora a praia não era mais dominada por ela, e sim pelos alemães da TAG-Porsche da BMW.

Barclay Nordica Arrows BMW - Arrows Ford / Arrows BMW - A6 / A7 -Goodyear- Surer/Boutsen

A Arrows foi uma das últimas equipes do grid a conseguir um motor turbo, mas pelo menos havia sido dos campeões do ano anterior, o BMW. Porém, com o passar da temporada, foi percebido a falta de confiabilidade do L4t da marca alemã, o que dificultou ainda mais o trabalho de Thierry Boutsen e Marc Surer. A equipe trabalhou duro para fazer o motor se encaixar no novo A7, mas a combinação foi uma das piores do ano.

O chassis, que tecnicamente era para ser melhor do que seu antecessor, ao A6, era na verdadeira muito pior, com problemas graves na sobreviragem. Boutsen foi o melhor homem da equipe, conseguindo pontos até mesmo com o fraco Ford Cosworth, enquanto Surer sofreu e foi desanimando a cada prova que passava.

Toleman Group Motorsport - Toleman Hart - TG183B / TG184 - Pirelli / Michelin - Senna/Johansson/Cecotto/Martini

Depois de um fim de ano estrondoso com Derek Warwick em 1983, a Toleman chegou em 1984 com esperanças de repetir os feitos de seu ex-piloto, mas agora com alguém que tinha ainda mais potencial, o brasileiro Ayrton Senna. Ainda com TG183B, Senna conquistou seu primeiro ponto em Kyalami, porém, semanas depois, viu seu único fracasso ao se colocar no grid de uma corrida, tudo por causa da briga entre Toleman e Pirelli.

Depois de mudar os pneus de Pirelli para Michelin, a Toleman deu um grande salto de rendimento que elevou a moral da equipe. O TG184 se mostrou ainda mais bem desenvolvido, e o talento de Senna amadurecia a cada prova que passava. Embaixo de chuva, no Mônaco, o brasileiro deu show com o novo bólido da equipe, terminando no pódio pela primeira vez. No seco, o carro não deixava a desejar, com Ayrton também tendo ótimos desempenhos até seu carro quebrar ou cometer um erro, como em Dallas.

Cecotto sofreu terrível acidente em Brands Hatch, e a equipe estava em busca de um substituto para o segundo carro quando uma notícia abalou todos aqueles que trabalhavam na Toleman; Ayrton Senna assinara com a Lotus para 1984, secretamente. A equipe se vingou do brasileiro e o deixou de fora do GP da Itália, dando á Stefan Johansson sua primeira grande chance de demostrar sua habilidade, terminando em quarto. O sueco se mostrou um piloto combatente para Senna, enquanto o substituto interino, Pierluigi Martini, foi vergonho em Monza...

Spirit Racing - Spirit Hart / Spirit Ford - 101B / 101C - Pirelli - Baldi / Rothengatter

Depois de desfilar com dois pilotos na pré-temporada (Emerson Fittipaldi e Fulvio Ballabio), a Spirit teve que correr para Mauro Baldi depois de não conseguir contratar Fittipaldi e ter a superlicença negada para Ballabio. A Honda abandonou aqueles que o acolheram, num duro golpe apelidado de 'facada nas costas' em cima da Spirit. Mesmo assim, a equipe ainda batalhou para estar no grid em 1984.

O 101 mostrou ser um chassis extremamente interessante, rápido, porém pouco confiável. Quando Baldi estava à bordo do carro, a equipe conseguia sorrir para seus problemas vendo seu piloto conseguir bons resultados que beiravam os pontos, mas quando Huub Rothengatter forçou a entrada na equipe, graças aos patrocínios que eles tanto queriam, os resultados demoraram para vir.

A situação financeira da Spirit era tão ruim, que, além deles terem que correr com um piloto pagante no meio da temporada, tiveram que colocar um Ford Cosworth para empurrar o 101C feito para o turbo Hart, algo que conseguiram fazer para Rothengatter correr nas ruas norte-americanas. De qualquer maneira, ainda superaram os rivais da RAM que tinham até patrocínio máster...

Benetton Team Alfa Romeo - Alfa Romeo - 184T - Goodyear - Patrese / Cheever

("Ai meu motor...") Apesar de ter dois pilotos de primeira linha, uma equipe grande e com experiência na categoria e um patrocínio que deixava os carros mais lindos do que os Marlboros anteriores, a Alfa Romeo poderia ter tido uma receita de sucesso caso não fosse seu motor V8t. Problemas de consumo e de confiabilidade rondaram a marca italiana durante todo o ano, com Cheever sendo o principal prejudicado ao terminar apenas a primeira e a última prova da temporada, além de perder um pódio em Monza.

Riccardo Patrese por sua vez tinha um desempenho pior do que o de seu companheiro, mas pelo menos chegava ao fim dos grandes prêmios e ainda conseguiu arrancar alguns pontos nas últimas etapas do ano. As únicas alegrias da Alfa Romeo foram no início do ano, com ótimas posições no Rio e em Kyalami, e com o pódio em Monza, o último da equipe bicampeã na Fórmula 1.

Osella Squadra Corse - Osella Alfa Romeo - FA1E / FA1F - Pirelli - Ghinzani / Gartner

("Ai meu motor...") A melhor temporada da Osella deu uma grande animação para a equipe, com Piercarlo Ghinzani em grande forma e o promissor Jo Gartner fazendo ótimo trabalho em provas como em Monza. Depois de aposentar o FA1E, usado apenas pelo austríaco em Ímola, a Osella se baseou no 183T, de 1983, da Alfa Romeo, para fazer um dos chassis mais reciclados da história da Fórmula 1: o FA1F, usado até o fim de 1986.

Apesar dos problemas de consumo e confiabilidade, o carro parecia ser tão bom quanto um Alfa Romeo em certas ocasiões, com Ghinzani dando show na parte de trás do grid a partir do meio da temporada. Em Dallas, o italiano conseguiu seus únicos pontos, e também únicos da equipe, com um quinto lugar louvável, isso ainda porque havia tido um furo no meio da prova... Em Monza parecia que um pódio ainda era possível, mas um quarto posto já estava de bom tamanho, que também foi perdido por falta de combustível...

Gartner conseguiu um quinto lugar na Itália, mas não recebeu os pontos de sua melhor atuação num carro de Fórmula 1. No fim, a Osella viveu uma de seus melhores temporadas, senão a melhor, se baseando numa compatriota e conseguindo resultados dignos de equipes médias, como a Arrows. Além do mais, Enzo Osella conseguiu espantar a reputação de construtor de chassis pouco seguros após o acidente de Ghinzani em Kyalami, quando o cockpit resistiu ao impacto e deixou o piloto sem nenhum marca provocada ao não ser por si mesmo (Piercarlo queimou as mãos após tirar as luvas no meio do fogo).

Ligier Loto - Ligier Renault - JS23 / JS23B - Michelin - Hesnault / de Cesaris

Depois de um péssimo 1983, a Ligier tomou providências para se recuperar em 1984, contratou um piloto rápido, conseguiu um bom motor e a melhor distribuidora de pneus, graças a política. Porém, de Cesaris e Hesnault enfrentaram um carro que não era nenhuma maravilha, não conseguindo combater outras equipes que também usavam motor Renault, como a Lotus.

O absurdo era ver, ou melhor, não ver, Guy Ligier nos paddoks das últimas corridas da temporada por vergonha, já que a Osella havia ultrapassado a equipe em pontos e, apenas graças a desclassificação da Tyrrell, conseguiram ultrapassar os rivais italianos. Outro ponto que deve ser destacado é a demora no lançamento do novo carro, o JS23B, há duas provas do fim, que o que tinha de beleza não era correspondido em eficiência.

Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 126C4 - Goodyear - Alboreto / Arnoux

A Ferrari tinha dois pilotos fortes o suficiente para batalharem pelo título, e com o começo animador até o GP da Bélgica dava até para sonhar com um brilho de Michele Alboreto, porém os azares começaram na Itália, em Ímola. A partir do GP de San Marino, a Ferrari caiu em desempenho, colecionando fracassos até mesmo no meio do pelotão.

Alboreto, depois de vencer em Zolder, não teve mais nenhum bom momento até a metade do ano, enquanto Arnoux conseguiu alguns pontos graças a sua calma e sorte que o colocaram no pódio em ocasiões como Dallas. Na segunda metade da temporada, tudo se inverte, com Alboreto tendo melhores resultados enquanto Arnoux decai a ponto de terminar atrás do companheiro na tabela de pilotos. Graças a fraca temporada de Tambay e as 'manseadas' de Nigel Mansell, conseguiram um segundo lugar no campeonato de construtores.

PILOTOS


1 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW
Uma dura temporada para o bicampeão que, mais uma vez, não teve condições para defender o título. Os estouros do motor BMW deixaram Piquet sem pontos nas seis primeiras provas do ano, e só a partir do GP do Canadá, sétimo GP de 1984, o brasileiro voltou a terminar uma prova, e em primeiro, mostrando o que realmente faltava para as vitórias virem.

Depois de vencer em Detroit também, a McLaren teve de ligar seu sinal de alerta para o brasileiro, mas por pouco tempo, já que os problemas voltaram e Piquet não teve mais chances de conquistar vitórias. Apesar da dura temporada, o brasileiro terminou na quinta colocação, mantendo um sorriso no rosto e uma 'cabeça pra frente', esperando dias melhores na Brabham.

1984: Nelson Piquet mostrou porque é um dos melhores pilotos de todos, fez de tudo para conseguir o impossível com um carro potente, porém problemático. Havia apenas dois homens para conquistar o título além dos da McLaren, Piquet era um. 


2 - ITA - Teo Fabi - Brabham BMW
Sua decisão de correr na CART e na Fórmula 1 foi talvez a pior de sua carreira, se afundando ainda mais numa equipe que não conseguia colocar dois carros em mesmas condições na pista. Fabi se mostrou um piloto combatente, rápido e arisco quando, rapidamente, se acostumou com a F-1 depois de abandonar a CART após o GP de Dallas.

Em Monza, quase venceu após duelar com pilotos de respeito, incluindo o futuro campeão da temporada, Niki Lauda. Para piorar, o carro ainda era pouco confiável, conferindo pouquíssimos pontos para Fabi durante o ano, apenas nove, menos até do que Ayrton Senna, que conquistou, em sua maior parte, pontos graças aos seus três pódios. Pódios, que Teo não conseguiu...

1984: Mostrou ser um piloto rápido, porém a escolha de participar de duas categorias ao mesmo tempo destruiu ainda mais suas chances de mostrar que era talentoso o suficiente para assumir o lugar de primeiro piloto em alguma equipe de ponta.


2 - ITA - Corrado Fabi - Brabham BMW
Graças ao irmão, Corrado teve sua última, e maior chance, na Fórmula 1 em 1984, com a atual campeã Brabham BMW. Enfrentou os mesmos problemas que o irmão enfrentou, mas de maneira pior, já que participou de apenas três GPs. Depois de dois abandonos seguidos, Fabi conseguiu finalmente terminar um prova, em Dallas, porém sem brilho com seu pífio 7º lugar. Também como Teo, sofreu no fim-de-semana do GP de Portugal, quando foi pego de surpresa com a morte de seu pai...

1984: Não teve um desempenho nem comparável ao de seu irmão, parecendo ser um piloto fraco apesar de ter conquistado o título da F2 em 1982. Seria os problemas na Osella, em 1983, que tiraram o ânimo de Fabi?


3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Ford
Martin Brundle se mostrou um jovem rápido e promissor para uma Inglaterra que não conquistava um título desde 1976, sendo companheiro de outro fantástico piloto que estava se destacando até mesmo fora da Fórmula 1. Mesmo assim, Brundle não se intimidou, marcou mais pontos do que Bellof e teve desempenhos memoráveis da mesma forma de Senna.

Correndo à bordo de um Tyrrell aspirado, Martin Brundle conseguiu marcar pontos logo na estreia, além de quase vencer em Detroit, quando terminou em segundo pressionando Nelson Piquet. Outra coisa que marcou o britânico em 1984 foi seus dois grandes acidentes, primeiro na Tabac, em Mônaco, quando conseguiu capotar um 012 que deixa até os ombros do piloto exposto. Não conseguiu participar da corrida. Já em Dallas, depois do escândalo em Detroit, Brundle acaba seu ano depois da forte pancada num dos muros de Fair Park.

1984: Estreando, Brundle foi uma das vítimas da peripécia de Ken Tyrrell em 1984, mesmo assim merece os parabéns por belos resultados, seus oito pontos e por combater sem perder em nada para o campeão do WSC e do DRM, Stefan Bellof.


3 / 19 / 20 - SUE - Stefan Johansson - Tyrrell Ford / Toleman Hart
Stefan Johansson fez o possível para andar bem em 1984, tendo mais sorte do que Bellof e Brundle, sendo substituto do último, o sueco conseguiu arranjar uma vaga na Toleman para o lugar de Johnny Cecotto ao mesmo tempo que a Tyrrell era banida do campeonato. Na nova equipe, Johansson teve sua maior chance até então correndo como primeiro piloto em Monza, satisfazendo a equipe que viu o piloto disputar pelo pódio até as últimas voltas, quando problemas ainda não evitaram o fantástico quarto posto.

Nas prova seguinte, Johansson não ficou muito atrás em relação a Senna da mesma forma de Cecotto, porém conseguia ter um desempenho ainda mais satisfatório do que em Monza, como no Estoril, quando segurou o campeão Niki Lauda até o austríaco quebrar o seu bico e tacar suas chances de bons pontos no lixo.

1984: Seu desempenho garantiu um lugar na evoluída Toleman para 1985, mas acabou tendo que voltar a Ken Tyrrell no início do ano para substituir seu xará. Johasson mostrou habilidade em circuitos rápidos e pode ser uma boa aposta para o futuro.


4 - ALE - Stefan Bellof - Tyrrell Ford
Pilotando um aspirado, Bellof demonstrou que podia ir bem tanto nos sportscars quanto nos monopostos, conseguindo resultados interessantes com performances mais fantásticas do que seus dois principais 'rookies rivals'. Dividindo o tempo com o WSC e com o DRM, o alemão ainda conseguia ir tão bem na Fórmula 1 quanto Teo Fabi, o que rendeu a ele a alcunha de promessa.

Apesar de péssimos desempenhos nos treinos, Stefan Bellof compensava com pilotagem agressiva e surpreendente na corrida, conquistando pontos em duas ocasiões seguidas, no Zolder e em Ímola. Mas sua melhor performance estava por vim, em Mônaco, onde largou em último e fez uma corrida fantástica para ir em busca de sua primeira vitória, algo que seria inédito na F-1: um piloto largar em último e vencer. Depois da controvérsia da Tyrrell, caiu muito e focou nas competições e sportscar, se tornando campeão em ambas que participava.

1984: Piloto rápido, promissor e monstruoso na maneira de guiar, Bellof era um clássico batedor (seja de recordes, seja de muros), conseguindo resultados da mesma estirpe de seu companheiro. Infelizmente, foi a segunda vítima da cagad* de Ken Tyrrell. Pelo menos teve dois títulos para compensar...


5 - FRA - Jacques Laffite - Williams Honda
Talvez o piloto mais desanimado do grid, apesar das promessas de um ano melhor do que 1983, Laffite sofreu com péssimos resultados causados pela sua própria maneira de pilotar. Já com 41 anos de idade, parecia que o francês não queria mais tomar riscos desnecessários em sua carreira, fazendo provas pífias até quando ganhou seus únicos pontos: foi último em Detroit, e se beneficiou de um problemático GP de Dallas, com Winkelhock e Fabi se arrastando na pista e um Mansell e Ghinzani com problemas chegando logo atrás.

Porém, no paddock, Laffite ainda era visto como uma pessoa alegre e brincalhona, fazendo a alegria de sua equipe quando não estava no cockpit. Depois da Ligier ver que fez uma péssima escolha com Hesnault, com um velho filho sem muitas alegrias sendo demitido da Williams, Jacques arranjou um emprego para 1985...

1984: O velho e bom Laffite teve apenas uma alegria em 1984, quando andou em terceiro em Kyalami antes de perder a roda perto do fim da prova. Além disso, seu estilo de pilotagem fez ele pagar seus pecados em estar numa Williams que apostava em um novíssimo projeto: o Williams Honda.


6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda
Rosberg, talvez, nunca foi tão rosberg antes, mas o que ele fez em 1984 tentando colocar a Williams num patamar superior foi incrível. Diferentemente de Laffite, que ficou se apodrecendo no fundo do pelotão, Keke queria compensar a equipe arriscando tudo que podia, fazendo voltas de qualificação explosivas e tendo desempenhos monstruosos nas corridas.

Quando ganhou em Dallas, Rosberg pode se sentir realizado em 1984, com todo seu trabalho sendo recompensado com uma dura vitória no inferno norte-americano. Porém, Keke não parou de fazer o impossível com o problemático FW09, basta ver sua largada em Estoril e seu desempenho nas primeiras voltas, segundo um Alain Prost à bordo do melhor carro da temporada.

1984: Se Piquet era um dos homens que poderiam disputar o título além dos da McLaren, Rosberg era o outro que poderia parar a duplar Lauda e Prost, com seu estilo explosivo que enche os olhos de ver, especialmente quando fica lado-a-lado com Nigel Mansell. Faltou carro...


7 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Depois de cometer erros que culminaram na perca do título em 1982 e 1983, Alain Prost se demonstrou mais frio e calculista em 1984, errando muito menos do que nos anos anteriores. Ao lado de Niki Lauda, o francês provavelmente aprendeu muito, podemos perceber isso em sua fisionomia após perder o campeonato por apenas 0,5 pontos.

Prost conquistou sete fantásticas vitórias durante a temporada, mas enquanto Lauda era regular, ele acaba colecionando abandonos quando não vencia ou terminava no pódio, seja, na sua maior parte, por causa de problemas de sua McLaren, seja por erros próprios, como na Áustria, quando para muitos perdeu o título ao rodar no óleo deixado por Elio de Angelis.

1984: Em um ano fantástico de Alain Prost, o francês parece que aprendeu com os erros de 1982 e 1983, e talvez se sentiu realizado de batalhar pelo título até a última prova e perde-lo apenas por 0,5 pontos, graças, em sua maior parte, por problemas no carro e não por erros.


8 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche
Com Alain Prost ao lado, Niki Lauda parecia não ter chances contra o jovial francês que já se mostrava potencial campeão fazia anos, porém, numa temporada marcada por ser em sua maior parte composta por carros turbo, o austríaco sobre se beneficiar de prévios problemas que apareceriam durante a temporada. Enquanto o companheiro vencia várias provas, o austríaco era frio em simplesmente terminar quando não tinha problemas.

Vencer Prost em algumas ocasiões mostraram que Lauda não seria um campeão desmerecedor, só conquistando um título pela sorte de ver o companheiro abandonar em várias ocasiões. Lauda cometeu erros, porém eles foram menos fatais do que os de Prost. Lauda teve problemas, porém eles foram menos do que os de Prost, principalmente no final do ano, momento crítico de toda temporada da Fórmula 1.

1984: Lauda mostrou porque é um dos dez melhores de sempre, trabalhando friamente num ano marcado pelos problemas e a falta de confiabilidade de outras equipes, que tecnicamente eram superiores á McLaren em 1983. Ganhou o campeonato com méritos.


9 - FRA - Philippe Alliot - RAM Hart
Sempre quando se é o primeiro piloto da equipe há um cobrança maior em cima do piloto, especialmente se é um novato. Alliot trouxe patrocínio para a RAM, porém quase sempre não repetia os feitos de Jonathan Palmer, seu companheiro. Ficou marcado pelos vários acidentes em que se envolveu, especialmente quando, em Dallas, não conseguiu largar por causa de um.

1984: Na estreia, Philippe Alliot já demonstrou que era um piloto que mais batia do que completava uma corrida, porém sempre se beneficiava de ser o primeiro piloto de uma equipe que dava todas as atualizações a ele, antes de irem para o mais rápido, Palmer.


10 - GBR - Jonathan Palmer - RAM Hart
Com o pior carro do grid, Jonathan Palmer batalhou para fazer apenas uma coisa: não atrapalhar os lideres. Quase sempre superando Philippe Alliot, o britânico ainda era o segundo piloto de uma fraca equipe RAM que só afundou sua carreira até então vitoriosa, com um título na Fórmula 2 no ano anterior, quando conquistou seis vitórias em doze corridas.

1984: Primeiro ano de um azarado como Jonathan Palmer. Talento, mas falta de propostas, fizeram o inglês desanimar a cada ano que passava sendo um piloto medíocre em equipes que não conseguiam dar um carro ao seu nível.


10 / 4 - NZL - Mike Thackwell - RAM Hart / Tyrrell Ford
Dominando o campeonato de Fórmula 2, Thackwell voltou a ter chances num carro de Fórmula 1 em 1984, quando Jonathan Palmer ficou fora do GP do Canadá por causa das 24 Horas de Le Mans. O neozelandês não decepcionou, superou Philippe Alliot com facilidade e estava afrente do francês até abandonar. A performance agradou Ken Tyrrell, que colocou ele como substituto de Bellof em Hockenheimring.

Thackwell tentou, mas não conseguiu se classificar para veloz GP alemão, especialmente por causa de seu motor aspirado. Mesmo assim, em apenas uma corrida participada, Mike chamou a atenção o suficiente para Ken Tyrrell ter em seus planos como piloto em 1985, caso Stefan Bellof saísse da equipe até lá.

1984: O rápido jovem da Nova Zelândia teve apenas duas chances de mostrar suas habilidades, e não decepcionou em nenhuma.


11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault
O rápido italiano mostrou ser um piloto melhor do que seu companheiro Nigel Mansell, tendo performances tranquilas em sem muito brilho para terminar na zona de pontos numa época que problemas entre os grandes ainda eram frequentes. de Angelis parecia que tinha momentos de certa agressividade e outros de completo conservadorismo, como a pole conquistada no Brasil.

Elio repetiu um desempenho agressivo apenas na Alemanha, depois da pole em Jacarepaguá, liderando a prova até abandonar com um estouro em seu motor Renault. Na parte final da temporada, teve poucos momentos como os da Alemanha, mesmo assim o que ele fez em Nürburgring foi o suficiente para mostrar que era talentoso das duas maneiras em que guiava. Terceiro lugar no campeonato merecido pelo que fez durante um ano dominado por McLarens.

1984: Um ano interessante de um piloto que sempre colecionou abandonos por problemas de sua Lotus. 1984 foi a melhor temporada de de Angelis, que conseguiu resultados animadores, em tempos dominados por McLarens, marcando pontos em quase todas as provas até o GP da Alemanha, quando finalmente abandonou uma corrida.


12 - GBR - Nigel Mansell - Lotus Renault
Candidato a novo rosberg, Nigel Mansell ainda era um jovem showman em 1984, colecionando performances superiores aos de Elio de Angelis, mas quase nunca terminando na frente do companheiro. Mansell conquistou apenas dois pódios numa temporada na qual poderia ter vencido duas vezes se não fosse a teimosia e seu estilo de pilotagem.

Em Mônaco, superou Alain Prost e caminhava para uma vitória fácil quando rodou sozinho e bateu na subida do casino, abandonando por destruir a suspensão traseira. Em Dallas, depois de marcar a primeira pole position, segurou Rosberg de todos os jeitos a ponto de quase tirar ambos da prova. Depois de errar, Mansell ainda quis empurrar seu Lotus até o fim do 'Inferno de Dallas', terminando em sexto após desmaiar em pleno asfalto de mais de 50º C.

1984: Sua bravura e estilo de pilotagem fizeram assegurar uma vaga na Williams em 1985, mas o que marcou em 1984 foram seus erros em Mônaco e em Dallas além do desmaio no inferno norte-americano. Mansell sendo Mansell...


14 / 2 - ALE - Manfred Winkelhock - ATS BMW / Brabham BMW
Winkelhock sofreu ainda mais em 1984, correndo em uma equipe sem um pingo de organização, o alemão teve ainda que ver Gunther Schmidt inscrever dois carros a partir do GP da Áustria, sendo que ele mal conseguia fazer um funcionar direito. Seu desempenho em Zolder foi o ponto mais alto da temporada, batalhando com equipes grandes como McLaren, Williams e Lotus antes de abandonar.

Sua ida para Brabham foi de uma das maneiras mais trágicas, para substituir Fabi que havia perdido o pai no início do fim-de-semana de Estoril. Sem se esforçar, Manfred fez uma corrida calma que culminou na 10º posição ao fim do GP. Parecia não se interessar mais na Fórmula 1, especialmente ao conquistar alguns bons resultados no WSC...

1984: O duro ano de Manfred Winkelhock mostra que até pilotos perdem a paciência fora da pista, não aguentando mais a falta de organização da equipe ATS, o alemão simplesmente pulou fora e abandonou tudo que havia conquistado na sua ex-equipe: dois pontinhos.


31 / 14 - AUT - Gerhard Berger - ATS BMW
O jovem talento austríaco entrou, talvez, na pior equipe daquele momento na Fórmula 1. Mesmo assim, Berger conseguiu se consolidar na equipe como primeiro piloto, afundando ainda mais o ânimo de Manfred Winkelhock que foi embora após os problemas de Monza, onde também viu seu ex-companheiro conquistar um memorável sexto lugar.

1984: Apesar de bater em Nürburgring, Gerhard Berger não se preocupou com o que aconteceram em 1984, correndo numa equipe má organizada ele simplesmente quis terminar a temporada para ir embora e nunca mais voltar a entrar em uma confusão como aquelas. Pelo menos foi bom para adquirir um pouco de experiência.


15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf
Famoso pelos suas escolhas erradas na Fórmula 1, a sua ida para a Renault é apenas mais um dos erros cometidos por Patrick Tambay. Com uma equipe decadente, com pouco ânimo para superar os novos rivais que aderiram a seu tipo de motorização, Tambay se afundou na temporada de 1984, colecionando fracassos do início ao fim do ano.

Quando duelou com as McLarens e conseguiu um pódio em Dijon-Prenois, parecia que tudo havia começado a melhorar, mas apenas parecia, pois, em Mônaco, o francês acabou machucando a perna depois de bater na primeira volta. Se já estava atrás de Warwick na disputa, agora as dificuldades aumentaram mais ainda com o carro tendo problemas de confiabilidade até o fim do campeonato.

1984: Parecia que seria o ano de Patrick Tambay, uma equipe de ponta com ele sendo o piloto número para guia-los para vitórias e título, mas tudo logo virou um pesadelo, com o francês levando uma surra do companheiro Warwick e terminando atrás mesmo de um estreante.


16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf
Vindo de uma crescente equipe Toleman, Derek Warwick era um garoto promissor quando havia chegado á Renault ao lado de Patrick Tambay, mas logo demonstrou ser o 'homem da casa', liderando a equipe á suas maiores conquistas em 1984. O começo meteórico no Rio de Janeiro colocou ele no patamar dos grandes, quase vencendo se não fosse um toque com Niki Lauda. Nas provas seguintes, manteve-se firme na zona de pontos antes dos problemas da Renault começarem a lhe afetar.

Depois de cinco abandonos seguidos, Warwick perdeu a segunda posição no campeonato, mas voltou sentir o gostinho de briga em casa, quando terminou em segundo em Brands Hatch e, semanas depois na Alemanha, terminou no pódio. Parecia que havia iniciado uma recuperação, mas os problemas voltaram e Warwick terminou apenas na fraca 7º posição.

1984: Foi o melhor ano de Derek Warwick, mas pela equipe em que estava se esperava mais do jovem inglês que sofreu da mesma forma de Tambay com os problemas da Renault. Seus quatro pódios foram todos conquistados em 1984, mostrando que a falta de equipamento acabou destruindo sua carreira.


33 - FRA - Philippe Streiff - Renault Elf
Philippe Streiff teve sua primeira chance competindo num carro de Fórmula 1 no último GP da temporada, quando a Renault tinha seu contrato prestes a acabar com o francês. Streiff havia trabalhado bem desde que havia chegado, mas nunca havia tido a chance de participar de um grande prêmio, e quanto teve não conseguiu ir bem. No Estoril, Streiff tentou, mas não teve chances de nem sequer batalhar pelos pontos, desempenho que não agradou nenhum chefe de equipe, e com isso, o francês ficou sem emprego para 1985.

1984: Poderia ter tido uma chance com a RAM no Canadá, mas preferiu correr nas 24 Horas de Le Mans, e quando teve sua única oportunidade de mostrar velocidade, falhou em terminar no GP de Portugal. Resultado? Desempregado em 1985.


17 - SUI - Marc Surer - Arrows Ford / Arrows BMW
Marc Surer também entra na lista dos pilotos mais desanimados do ano. Depois de um 1983 na qual liderou a equipe Arrows, o suiço não conseguiu se adaptar as novas exigências de um carro turbo, não desenvolvendo-o da mesma maneira de Thierry Boutsen além de apanhar do companheiro belga. Os problemas mecânicos do A7 serviram apenas para baixar ainda mais seu moral, conquistando apenas um ponto durante toda a temporada.

1984: Sem alegrias em competir na Fórmula 1, Surer viu sua Arrows BMW cair muito em confiabilidade ao anterior com motor Ford, e como os resultados não viam da mesma maneira que iam para Boutsen, o suiço teve que se despedir da categoria por um tempo.


18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows Ford / Arrows BMW
Depois de estrear no fim de 1983, essa temporada pode ser considerada a primeira do jovem belga, que demonstrou extrema maturidade, mesmo sem ter experiência, com um carro problemático e um motor que pecava ainda mais. Thierry Boutsen teve um desenvolvimento melhor do que o de Marc Surer, e por isso passou a ser o primeiro piloto da equipe, conseguindo bons resultados como o sexto posto em Jacarepaguá, ainda com o A6.

1984: Um ano duro para um jovem piloto, porém Thierry Boutsen teve muito de bom para tirar em 1984, se tornando um piloto cada vez mais experiente ao seu estilo de pilotagem, conseguindo mesmo assim resultados interessantes durante o ano.


19 - BRA - Ayrton Senna - Toleman Hart
Vindo da Fórmula 3, Ayrton Senna logo demonstrou não ser como os outros pilotos, dando tudo de si até mesmo quando não tinha condicionamento físico nem de terminar uma corrida, como em Kyalami. Superou o experiente Johnny Cecotto sem facilidades, e derrotou Stefan Johansson quando parecia que havia algum adversário do mesmo nível na Toleman.

Correndo com o novo TG184 ao lado da combinação dos pneus Michelin, Senna deu show em várias corridas, especialmente em Mônaco quando era segundo antes da paralisação. O brasileiro evoluia a cada corrida, conseguindo resultados melhores até o último GP da temporada, no Estoril, quando fez parte do pelotão da frente durante todo o fim-de-semana. Sua ida para Lotus foi provavelmente uma de suas melhores escolhas na carreira, pois quem garante que não estaria na Benetton em 1986?

1984: O 'rookie of the year' deu show em várias provas, e, como todo estreante, também cometeu erros, tanto no Mônaco tanto em Nürburgring. Mesmo assim Ayrton Senna conseguiu aprender com a temporada de estreia, como por exemplo a importância de um preparo físico para uma corrida feita embaixo de um sol escaldante com um carro problemático.


20 - VEN - Johnny Cecotto - Toleman Hart
De revelação da temporada de 1983, Johnny Cecotto passou a ser um simples segundo piloto em 1984, sem receber suporte com Ayrton Senna crescendo cada vez mais na equipe. O venezuelano não tinha chances com o brasileiro, e ainda parecia que ele havia perdido seu brilho como piloto. Infelizmente, em Brands Hatch, sua rápida passagem na Fórmula 1 acabou quando ele acabou encontrando um dos muros do circuito inglês após perder os freios. Cecotto quebrou as pernas e chegou a correr risco de amputar uma delas...

1984: Parece que nem quando se é a revelação do ano anterior um piloto consegue chamar a atenção de sua equipe, mesmo sendo média e com um companheiro estreante. Cecotto acabou sua carreira na F-1 de maneira triste e melancólica, da mesma maneira que foi seu ano...


20 - ITA - Pierluigi Martini - Toleman Hart
Martini havia testado pela Brabham na virada de 1984, mas foi na Toleman que teve sua primeira chance na Fórmula 1. Com Ayrton Senna sendo punido pela 'facada nas costas' na equipe, Pierluigi Martini foi chamado para substituir o brasileiro em Monza, mas seu desempenho acabou estragando uma promissora carreira fora da Minardi. Sem se qualificar, podemos classificar esse desempenho como comparação ao de Roberto Moreno em 1982 e de Jean-Louis Schlesser em 1988.

1984: Seria melhor nem ter aceitado a proposta...


21 - ITA - Mauro Baldi - Spirit Hart
Mauro Baldi ainda tentava carregar a Spirit no início de 1984, mas como a equipe precisava de dinheiro e não de apenas resultados, foi substituído por Huub Rothengatter. Apenas nas duas últimas provas do ano o italiano conseguiu arranjar patrocínio para correr e voltar a conseguir bons resultados com um dos piores carros do grid. Seu estilo conservador e calmo de pilotagem beneficiaram a Spirit, que viu Baldi conquistar três 8º lugares em quatro corridas terminadas.

1984: Batalhador com um carro inferior, Baldi viveu seus últimas dias na Fórmula 1 guiando um carro que não dava ele o mínimo de condições para seu talento, nem que fosse muito.


21 - HOL - Huub Rothengatter - Spirit Hart / Spirit Ford
Com um nome monstruoso e com uma aparência pouco amável, Huub Rothengatter se tornou uma figura sorridente no paddock da Fórmula 1. O holandês não tinha o brilho de Mauro Baldi, mas tentava pelo menos repetir os feitos do antigo piloto da Spirit, dificultados pelos vários problemas que o 101 apresentava durante algumas coias. Suas três não classificações mostram a dificuldade de guiar um carro como aquele.

Mesmo assim, Rothengatter virou uma figura agradável nos boxes, mesmo sendo um 'pay driver'. A maneira que os holandeses receberam ele mostram a alegria e ver um piloto de seu país participando de uma corrida independentemente das condições de equipamento que dispunha.

1984: Em seu primeiro ano, Huub conseguiu um 8º e um 9º lugar dignos de prêmio depois da não qualificação em Detroit, quando usou um motor Ford ao invés do Hart, e das não classificações no Canadá, na Grã-Bretanha e na Áustria.


22 - ITA - Riccardo Patrese - Alfa Romeo
O italiano teve uma primeira temporada na Alfa Romeo difícil, sendo muitas vezes superado pelo seu companheiro Eddie Cheever e quase nunca tendo um desempenho arrasador. A dupla tinha suas particularidades, como eram concunhados, mas também suas adversidades como a disputa entre si no meio do campeonato, que dificultaram ainda mais as coisas para a Alfa.

No fim, foi Patrese que levou a melhor para cima de Cheever, conquistando melhores resultados do que o companheiro graças a uma pilotagem sem brilho e com os abandonos da concorrência que, por exemplo, colocaram-o no pódio em Monza e nos pontos em Nürburgring. Agora é ver até quando a problemática Alfa Romeo conseguirá manter um dupla que troca farpas como Cheever e Patrese.

1984: Ano fraco do italiano vindo da Brabham, mas que pelo menos conseguiu melhor resultados do que o companheiro num carro cheio de problemas com seu motor. Seu pódio foi a única alegria de toda a temporada para a equipe, mas não teria sido conquistado caso não houvesse demasiados problemas com os adversários em Monza.


23 - EUA - Eddie Cheever - Alfa Romeo
Eddie Cheever tinha tudo para terminar na frente de Riccardo Patrese, mas vendo apenas duas vezes a bandeirada de chegada fica quase impossível superar o companheiro. O americano foi muito mais bravo em relação ao único piloto na qual ele podia se comparar, já que a Alfa Romeo não tinha chances de se igualar com a rival Ferrari e nem de piorar como a Osella. Um dos pontos mais negativos da temporada foi ver Cheever abandonando o GP da Itália quando um pódio era quase inevitável.

1984: Os problemas de combustível e de motor destruíram o ano de Eddie Cheever, que poderia ter sido um dos melhores de sua pequena carreira até então. Parecia que depois de sua demissão da Renault, era disso para pior...


24 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo
Depois da dura temporada de 1983, Piercarlo Ghinzani tinha que ter cabeça pra frente em 1984, e o que ele deparou-se foi uma equipe muito melhor com um equipamento que o dava mais chances do que nunca. Com o FA1F, Ghinzani conseguiu os melhores resultados de sua carreira, mesmo com um carro sem muita confiabilidade e menos ainda condições de pontuar.

Seus fantásticos feitos em Dallas, quando pontuou, e em Monza, quando estava em quarto até abandonar, mostraram que o FA1F era um chassis rápido, porém, com um motor como o V8t da Alfa Romeo, não se poderia esperar muito. Quando Jo Gartner chegou a equipe, eu, pelo menos, esperava que o italiano tomaria uma bela surra do austríaco, mas foi ele que surpreendeu ao fazer boa parte das corridas a frente do novo companheiro.

1984: Depois de já ter conquistado títulos nas categorias de base, mas nunca ter demonstrado velocidade na Fórmula 1, Ghinzani finalmente desencantou em 1984 ao fazer uma belíssima temporada com um carro que mal lhe dava um top 20. Porém, até mesmo pontos vieram.


30 - AUT - Jo Gartner - Osella Alfa Romeo
A Osella teria dois pilotos em 1984, mas a falta de um segundo carro turbo fez Jo Gartner estrear com um velho V12 da Alfa em Imola, não decepcionando ao se qualificar, mesmo que fosse graças aos problemas dos adversários. Seu talento não foi totalmente explorado pela equipe, porém o austríaco conseguia ter algumas performances similares aos de Piercarlo Ghinzani, e quando conquistou o quinto posto em Monza, ele finalmente igualou o italiano.

1984: Injustiçado pela regra de que equipes que haviam apenas um carro no início da temporada não ganhariam pontos caso tivesse um segundo carro inscrito, Jo Gartner conseguiu demonstrar um pouco de talento, mas nada comparado ao que podia fazer no WSC, por isso acabou abandonando a Fórmula 1 depois de perder a vaga na Toleman. Teria sido uma boa...


25 - FRA - François Hesnault - Ligier Renault
Quem é François Hesnault? De onde veio este jovem francês? Bem, fruto da política da Ligier para conseguir uma parceria com a Elf, já que François era um dos pilotos patrocinadores pela marca. Quando ele chegou a Fórmula 1, poucos o conheciam, e as expectativas sobre eles se confirmaram com o passar da temporada. Sem ter desempenhos marcantes, Hesnault só pode se orgulhar de acompanhar o ritmo de de Cesaris em apenas uma corrida.

1984: Ainda me pergunto, como ele conseguiu uma vaga na Brabham para 1985? Não demonstrou ser um grande piloto desde quando chegou a Fórmula 1, e isso piorou ao pegar um carro cheio de problemas como o JS23.


26 - ITA - Andrea de Cesaris - Ligier Renault
Sem escolhas, de Cesaris teve de ir para a Ligier que tentava se reerguer do terrível ano de 1983 que haviam tido. À bordo de um carro sem muito de bom a oferecer, Andrea de Cesaris teve um desempenho louvável em Imola, quando largou no pit lane e chegou a andar em terceiro antes de abandonar a prova por falta de combustível. O desenvolvimento lento do carro desanimaram ainda mais de Cesaris, que se conformou em correr no meio do pelotão até o fim da temporada.

1984: Além do desempenho em Imola, foi um ano de horrores para de Cesaris na Ligier.


27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari
A volta de um piloto italiano à bordo de uma Ferrari sem dúvida deveria ter sido melhor, porém a crise que se instalou na Scuderia em 1984 foi forte o bastante para desestabilizar seus dois pilotos. Depois de um começo empolgante, e com uma vitória em Zolder, parecia que Michele Alboreto tinha mesmo o ímpeto de ser campeão em cima dos pilotos da McLaren, porém os problemas de confiabilidade de sua Ferrari destruíram tudo.

A dura primeira metade do ano foi recompensada com uma reta final mais calma, com dois pódios seguidos na Itália e na Alemanha, o que deixou Alboreto próximo de uma briga que até então parecia distante: a de terceiro colocado na tabela de pilotos. É claro que o italiano não conseguiu, especialmente quando não superou Ayrton Senna no Estoril na batalha pelo pódio, mas a quarta colocação já o suficiente de aplausos pela temporada difícil que teve.

1984: Pressionado, Alboreto conseguiu driblar os medos de pilotar pela Ferrari no início do ano, mas parece que os problemas afetaram muito mais o italiano do que Arnoux no meio da temporada. Pelo menos ele teve uma boa arrancada no fim do ano que o rendeu o quarto posto, logo atrás de de Angelis.


28 - FRA - René Arnoux - Scuderia Ferrari
Depois de dois retiros no Rio e em Kyalami, Arnoux parecia não ser um homem preparado para disputar com Michele Alboreto, mas a partir de Zolder tudo mudou. Enquanto o italiano sofria com falta de sorte, René Arnoux conseguia uma média de pontos muito boa para uma época de tantos problemas, e quando deu show embaixo do calor de Dallas, parecia que o velho e bom francês estava de volta aos dias de glória.

Porém tudo virou de cabeça para baixo depois da época americana, e Arnoux passou a ter os problemas que Alboreto tinha. O fraco desempenho na última prova em Estoril mostram também que o ânimo do francês havia acabado, e que não havia muito o que fazer sobre isso. De terceiro, René terminou apenas na sexta colocação no campeonato.

1984: Com resultados similares aos de Elio de Angelis, Arnoux até que ensaiou uma perseguição ás McLarens depois do desempenho em Dallas, mas os problemas e o desanimo de correr numa equipe em crise destruíram a carreira do francês na Ferrari.

SOBRE 1984

"No último ano de ditadura militar no Brasil, vimos uma nova esperança de títulos surgir na categoria máxima do automobilismo, como já não bastasse ter um piloto de ponto que já era bicampeão. Brabham e Renault estavam no topo da Fórmula 1, mas aquilo que havia colocado eles lá passou a ser forma de outras equipes também chegarem e tomarem o poder: o turbo. A revolução na categoria mudara tudo, e agora a maior parte das equipes estavam usando os propulsores turbinados.

Algumas equipes tiveram mais tempo de desenvolvimento do que outras, e algumas enfrentaram problemas seja no chassis seja no motor, que na verdade mais pecavam do que ajudavam. A Tyrrell por sua vez decidiu se manter com os motores aspirados da Ford, decisão que engrandeceria performance de seus pilotos, mas que destruiriam a reputação deles quando a grande farsa das bolinhas de chumbo fossem descobertas.

A McLaren soube conter uma dupla forte e que estava disputando pelo título entre si, mas que merece os créditos desse controle não é Ron Dennis nem qualquer um de seus associados, e sem os pilotos, que se respeitavam dentro e fora das pistas, fazendo uma espetáculo ainda mais a cada prova que passava. A tentativa de alcança-los deixou o campeonato ainda mais acirrado.

Lotus, Renault, Ferrari e Brabham dividiram curva a curva para se tornarem a segunda maior força do ano, com alguns pilotos com estilo distintos aos de seus companheiros, como a dupla da Lotus. Nelson Piquet e Keke Rosberg eram os únicos homens que tinha a coragem e valentia para alcançar a McLaren, porém o equipamento dado a eles pecava muito.

No pelotão médio, a pequena Toleman cresce e coloca para o mundo um jovem chamado Ayrton Senna, que espanta a todos em performances dignas de um campeão, mas quando quebra o contrato nas costas da equipe, ele acaba pagando pelo ato iniciando a 'Maldição de Monza', onde o mundo volta a se espantar com o desempenho de outros jovens pilotos: Stefan Johansson, Jo Gartner e Gerhard Berger.

Equipes como Alfa Romeo, Arrows e Ligier não conseguiam acompanhar os lideres, mas também eram raramente vistos entre as piores equipes. A Osella, por sua vez, teve um grande salto com seu melhor modelo criado até então, e com um piloto que sempre foi muito fiel a seu escudo, marcando os únicos pontos da equipe. A ATS estava quebrada, perdeu seu principal nome a noção de organização, culminando em seu fim.

RAM e Spirit batalhavam para não serem a última colocada, mas a equipe que tinha menos condições financeiras acabou vencendo mesmo colocando apenas um carro em todos os GPs, e ainda revezando pilotos por causa de patrocinador. De qualquer maneira, o mico não foi da RAM, e sim da Tyrrell, que foi excluída do campeonato ao usar um combustível irregular nas corridas.

No fim, Niki Lauda se sagrou tricampeão numa temporada que teve grandes provas, especialmente em Monza, no Estoril e em Dallas, provas que realmente testaram a paciência e a força dos pilotos para superarem seus limites, como quando Keke Rosberg venceu no inferno estadunidense e quando Ayrton Senna conquistou seus primeiros pontos em Kyalami, quase morto de exaustão.

Prost tinha muito o que tirar de aprendizado, e a partir de agora estaria mais forte do que nunca para superar os rivais, enquanto gente como Derek Warwick, que finalmente esteve numa equipe de ponta, se desapontava com o que estaria pela frente. Escolhas erradas podem ter destruído carreiras, o azar pode ter colocado pilotos batalhadores ainda mais em desanimação, o que é fatal para uma Fórmula 1 em constante mudança.

Vimos pilotos showmans, vimos pilotos frios e calculistas, vimos pilotos estreantes espantarem pelo talento, vimos pilotos estreantes espantarem pela falta dele, vimos tristeza, vimos alegria vimos dor, vimos vibração, vimos fantásticos grande prêmios, vimos monótonos grande prêmios, vimos pilotos pagantes, vimos loucuras e acima de tudo, vimos sonhos se tornar realidade. Esta é a Fórmula 1. Esta foi a temporada de 1984 da maior e mais espetacular categoria do mundo."

PRÊMIOS DO MEMÓRIA F-1


MELHORES PILOTOS DA TEMPORADA:
1) Nelson Piquet
2) Niki Lauda
3) Alain Prost

MELHORES EQUIPES DA TEMPORADA:
1) Marlboro McLaren International
2) Toleman Group Motorsport
3) John Player Team Lotus

PERSONALIDADE DO ANO:
Nigel Mansell

ROOKIE OF THE YEAR:
1) Ayrton Senna
2) Martin Brundle
3) Stefan Bellof

MELHOR GP:
Grande Prêmio da Itália

MELHOR PERFORMANCE:
Ayrton Senna e Stefan Bellof - GP de Mônaco

O SORTUDO: 
Riccardo Patrese

O AZARADO:
Alain Prost

O ESFORÇADO: 
Keke Rosberg

PIOR PILOTO DA TEMPORADA:
Philippe Alliot

PIOR EQUIPE DA TEMPORADA:
Skoal Bandit Formula 1 Team

MICO DO ANO:
Tyrrell Racing Organisation

CLASSIFICAÇÃO GERAL*


*= Sem a equipe Tyrrell
Campeonato de Pilotos: POS / Nº / País / Piloto / Construtora / Pontos
  1. 8 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 72 pontos
  2. 7 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 71,5 pontos
  3. 11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault - 34 pontos
  4. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 30,5 pontos
  5. 1 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW - 29 pontos
  6. 28 - FRA - René Arnoux - Scuderia Ferrari - 27 pontos
  7. 16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf - 23 pontos
  8. 6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda - 20,5 pontos
  9. 19 - BRA - Ayrton Senna - Toleman Hart - 13 pontos
  10. 12 - GBR - Nigel Mansell - Lotus Renault - 13 pontos
  11. 15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf - 11 pontos
  12. 2 - ITA - Teo Fabi - Brabham BMW - 9 pontos
  13. 22 - ITA - Riccardo Patrese - Benetton Team Alfa Romeo - 8 pontos
  14. 5 - FRA - Jacques Laffite - Williams Honda - 5 pontos
  15. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows Ford / Arrows BMW - 5 pontos
  16. 23 - EUA - Eddie Cheever - Benetton Team Alfa Romeo - 3 pontos
  17. 3 / 19 / 20 - SUE - Stefan Johansson - Tyrrell Ford / Toleman Hart - 3 pontos
  18. 26 - ITA - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - 3 pontos
  19. 24 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - 2 pontos
  20. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows Ford / Arrows BMW - 1 ponto
  21. 30 - AUT - Jo Gartner - Osella Alfa Romeo - 0 pontos
  22. 31 / 14 - AUT - Gerhard Berger - ATS BMW - 0 pontos
  23. 25 - FRA - François Hesnault - Ligier Renault - 0 pontos
  24. 2 - ITA - Corrado Fabi - Brabham BMW - 0 pontos
  25. 21 - ITA - Mauro Baldi - Spirit Hart - 0 pontos
  26. 14 / 2 - ALE - Manfred Winkelhock - ATS BMW / Brabham BMW - 0 pontos
  27. 10 - GBR - Jonathan Palmer - RAM Hart - 0 pontos
  28. 21 - HOL - Huub Rothengatter - Spirit Hart / Spirit Ford - 0 pontos
  29. 20 - VEN - Johnny Cecotto - Toleman Hart - 0 pontos
  30. 9 - FRA - Philippe Alliot - RAM Hart - 0 pontos
  31. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Ford - 0 pontos
  32. 4 - ALE - Stefan Bellof - Tyrrell Ford - 0 pontos
  33. 33 - FRA - Philippe Streiff - Renault Elf - 0 pontos
  34. 10 / 4 - NVZ - Mike Thackwell - RAM Hart / Tyrrell Ford - 0 pontos
  35. 20 - ITA - Pierluigi Martini - Toleman Hart - 0 pontos
Campeonato de Construtores: POS / País / Equipe / Construtora / Carros / Pilotos / Pneu / Pontos
  1. GBR - Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche -MP4/2-PRO/LAU-M- 143,5pts
  2. ITA - Scuderia Ferrari - Ferrari - 126C4 - ALB/ARN - G - 57,5pts
  3. GBR - John Player Team Lotus - Lotus Renault - 95T - ANG/MAN - G - 47pts
  4. GBR - MRD International - Brabham BMW - BT53 - PIQ/TFA/CFA/WIN - M - 38pts
  5. FRA - Équipe Renault Elf - Renault - RE50 - TAM/WAR/STR - M - 34pts
  6. GBR - Williams Grand Prix Engineering - Williams Honda - FW09 / FW09B - LAF/ROS - G - 25,5pts
  7. GBR-Toleman Group Motorsport-Toleman Hart -TG183B/TG184-SEN/JOH/CEC/MAR-P/M-16pts
  8. ITA - Benetton Team Alfa Romeo - Alfa Romeo - 184T - PAT/CHE - G - 11pts
  9. FRA - Ligier Loto - Ligier Renault - JS23 / JS23B - HES/CES - M - 3pts
  10. GBR - Barclay Nordica Arrows BMW*** - Arrows Ford - A6 - SUR/BOU - G - 3pts
  11. GBR - Barclay Nordica Arrows BMW*** - Arrows BMW - A7 - SUR/BOU - G - 3pts
  12. ITA - Osella Squadra Corse - Osella Alfa Romeo - FA1F / FA1E - GHI/GAR - P - 2pts
  13. ALE - Team ATS - ATS BMW - D7 - WIN/BER - P - 0pts
  14. GBR - Spirit Racing*** - Spirit Hart - 101B / 101C - BAL/ROT - P - 0pts
  15. GBR - Skoal Bandit Formula 1 Team - RAM Hart - 01 / 02 - ALL/PAL/THA - P - 0pts
  16. GBR - Spirit Racing*** - Spirit Ford - 101C - ROT - P - 0pts
  17. GBR - Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford - 012 - BRU/JOH/BEL/THA - G - 0pts
***= As equipes Barclay Nordica Arrows BMW e Spirit Racing aparecem duas vezes na tabela por participarem de GPs com dois construtores diferentes.

CLASSIFICAÇÃO GERAL**


**= Contando com a equipe Tyrrell e o caso de Jo Gartner e Gerhard Berger
Campeonato de Pilotos: POS / Nº / País / Piloto / Construtora / Pontos
  1. 8 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 72 pontos
  2. 7 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 70,5 pontos
  3. 11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault - 31,5 pontos
  4. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 30 pontos
  5. 1 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW - 29 pontos
  6. 28 - FRA - René Arnoux - Scuderia Ferrari - 26,5 pontos
  7. 16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf - 23 pontos
  8. 6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda - 20 pontos
  9. 12 - GBR - Nigel Mansell - Lotus Renault - 13 pontos
  10. 19 - BRA - Ayrton Senna - Toleman Hart - 12 pontos
  11. 15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf - 10 pontos
  12. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Ford - 8 pontos
  13. 2 - ITA - Teo Fabi - Brabham BMW - 8 pontos
  14. 22 - ITA - Riccardo Patrese - Benetton Team Alfa Romeo - 8 pontos
  15. 4 - ALE - Stefan Bellof - Tyrrell Ford - 5 pontos
  16. 5 - FRA - Jacques Laffite - Williams Honda - 4 pontos
  17. 23 - EUA - Eddie Cheever - Benetton Team Alfa Romeo - 3 pontos
  18. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows Ford / Arrows BMW - 3 pontos
  19. 3 / 19 / 20 - SUE - Stefan Johansson - Tyrrell Ford / Toleman Hart - 3 pontos
  20. 26 - ITA - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - 2 pontos
  21. 24 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - 2 pontos
  22. 30 - AUT - Jo Gartner - Osella Alfa Romeo - 2 pontos
  23. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows Ford / Arrows BMW - 1 ponto
  24. 31 - AUT - Gerhard Berger - ATS BMW - 1 ponto
  25. 25 - FRA - François Hesnault - Ligier Renault - 0 pontos
  26. 2 - ITA - Corrado Fabi - Brabham BMW - 0 pontos
  27. 21 - ITA - Mauro Baldi - Spirit Hart - 0 pontos
  28. 14 / 2 - ALE - Manfred Winkelhock - ATS BMW / Brabham BMW - 0 pontos
  29. 10 - GBR - Jonathan Palmer - RAM Hart - 0 pontos
  30. 21 - HOL - Huub Rothengatter - Spirit Hart / Spirit Ford - 0 pontos
  31. 20 - VEN - Johnny Cecotto - Toleman Hart - 0 pontos
  32. 9 - FRA - Philippe Alliot - RAM Hart - 0 pontos
  33. 33 - FRA - Philippe Streiff - Renault Elf - 0 pontos
  34. 10 / 4 - NVZ - Mike Thackwell - RAM Hart / Tyrrell Ford - 0 pontos
  35. 20 - ITA - Pierluigi Martini - Toleman Hart - 0 pontos
Campeonato de Construtores:
  1. GBR - Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche -MP4/2-PRO/LAU-M- 142,5pts
  2. ITA - Scuderia Ferrari - Ferrari - 126C4 - ALB/ARN - G - 56,5pts
  3. GBR - John Player Team Lotus - Lotus Renault - 95T - ANG/MAN - G - 44,5pts
  4. GBR - MRD International - Brabham BMW - BT53 - PIQ/TFA/CFA/WIN - M - 37pts
  5. FRA - Équipe Renault Elf - Renault - RE50 - TAM/WAR/STR - M - 33pts
  6. GBR - Williams Grand Prix Engineering - Williams Honda - FW09 / FW09B - LAF/ROS - G - 24pts
  7. GBR-Toleman Group Motorsport-Toleman Hart -TG183B/TG184-SEN/JOH/CEC/MAR-P/M-15pts
  8. GBR - Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford - 012 - BRU/JOH/BEL/THA - G - 8pts
  9. ITA - Benetton Team Alfa Romeo - Alfa Romeo - 184T - PAT/CHE - G - 11pts
  10. ITA - Osella Squadra Corse - Osella Alfa Romeo - FA1F / FA1E - GHI/GAR - P - 4pts
  11. GBR - Barclay Nordica Arrows BMW*** - Arrows BMW - A7 - SUR/BOU - G - 3pts
  12. FRA - Ligier Loto - Ligier Renault - JS23 / JS23B - HES/CES - M - 2pts
  13. GBR - Barclay Nordica Arrows BMW*** - Arrows Ford - A6 - SUR/BOU - G - 1pt
  14. ALE - Team ATS - ATS BMW - D7 - WIN/BER - P - 1pt
  15. GBR - Spirit Racing*** - Spirit Hart - 101B / 101C - BAL/ROT - P - 0pts
  16. GBR - Skoal Bandit Formula 1 Team - RAM Hart - 01 / 02 - ALL/PAL/THA - P - 0pts
  17. GBR - Spirit Racing*** - Spirit Ford - 101C - ROT - P - 0pts
***= As equipes Barclay Nordica Arrows BMW e Spirit Racing aparecem duas vezes na tabela por participarem de GPs com dois construtores diferentes.

OUTRAS CLASSIFICAÇÕES*


*= Sem a equipe Tyrrell
Voltas lideradas por pilotos:
  1. 7 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 345 voltas
  2. 1 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW - 241 voltas
  3. 8 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 168 voltas
  4. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 81 pontos
  5. 15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf - 74 voltas
  6. 12 - GBR - Nigel Mansell - Lotus Renault - 40 voltas
  7. 6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda - 33 voltas
  8. 16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf - 12 voltas
  9. 11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault - 7 voltas
Voltas lideradas por construtores:
  1. GBR - McLaren TAG-Porsche - 513 voltas
  2. GBR - Brabham BMW - 241 voltas
  3. FRA - Renault Elf - 86 voltas
  4. ITA - Scuderia Ferrari - 81 voltas
  5. GBR - Lotus Renault - 47 voltas
  6. GBR - Williams Honda - 33 voltas
Campeonato de Motores:
  1. ALE - TAG-Porsche - 143,5 pontos
  2. FRA - Renault - 84 pontos
  3. ITA - Ferrari - 57,5 pontos
  4. ALE - BMW - 41 pontos
  5. JAP - Honda - 25,5 pontos
  6. GBR - Hart - 16 pontos
  7. ITA - Alfa Romeo - 13 pontos
  8. GBR - Cosworth - 3 pontos
Campeonato de Pneus:
  1. FRA - Michelin - 198,5 pontos
  2. EUA - Goodyear - 145 pontos
  3. ITA - Pirelli - 4 pontos
Campeonato de Países:
  1. França - 114,5 pontos
  2. Itália - 86,5 pontos
  3. Áustria - 72 pontos
  4. Brasil - 42 pontos
  5. Grã-Bretanha - 36 pontos
  6. Finlândia - 20,5 pontos
  7. Bélgica - 5 pontos
  8. EUA - 3 pontos
  9. Suécia - 3 pontos
  10. Suiça - 1 ponto
Imagens tiradas do Google Imagens - F-1.history.deviantart.com - GPExpert.com.br

2 comentários:

  1. Porquê a Tyrrel foi desclassificada? Qual foi o motivo técnico?

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    1. Utilizar bolinhas de chumbo no combustível, o que melhorava a octanagem, além de deixar o carro no peso mínimo ao fim da corrida.

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