sábado, 30 de janeiro de 2016

Caracciola vs Williams - A primeira disputa nas ruas de Mônaco


Se vivo, Rudolf Caracciola estaria fazendo 115 anos hoje, e por isso decidi contar um pouco de quando o alemão quase se tornou o primeiro vencedor nas ruas de Mônaco, onde, anos depois, conquistaria uma de seus mais incríveis vitórias.

A ideia de fazer uma corrida nas ruas de um principado ao sul da França veio de um produtor de cigarros, de nome Anthony Noghes, o mesmo que ajudaria a criar o famoso Rallye de Monte Carlo e colocar ACM no mapa do automobilismo. A ideia foi aceita pelo Prince Louis II, então, no dia 14 de abril de 1929, 16 pilotos estavam prontos para a largada do primeiro Grand Prix de Monaco.

De maneira estranha, sem condições para uma sessão de qualificação, as posições do grid foram decididas a partir dos números dos veículos que iriam competir, deixando um dos favoritos, Rudolf Caracciola, largando apenas na 15º e penúltima colocação, enquanto alguns grandes nomes à bordo de Bugattis, como Etancelin e Williams largariam entre os seis primeiros.

O circuito, alguns poucos metros menor do que o atual, levava os carros a fazerem tempos de dois minutos e quinze segundos altos, diferentemente da atualidade, quando o recorde é de Michael Schumacher com 1:14.439.

Carro 34 de Caracciola no fundo do pelotão: 10 ultrapassagens em uma volta...

Na largada, Marcel Lehoux pula na ponta, sendo seguido por Philippe Etancelin e William Grover-Williams. Rudolf Caracciola faz recuperação monstruosa com sua Mercedes SSK, efetuando uma das melhores primeiras voltas da história ao ultrapassar dez pilotos e já assumir a sexta colocação. Problemas com outros competidores iam beneficiando o alemão que, ao fim de dez giros, estava em segundo logo atrás de Williams.

Perseguindo o líder, Caracciola finalmente ultrapassa William Grover-Williams, que mesmo assim trabalha e retoma a liderança na volta 36, indo aos boxes na 49º, retornando sem problemas após uma parada de 1:30s. Tentando se segurar na pista com pneus desgastados, Rudi é obrigado a parar na volta 51. Para desespero do alemão, a parada é um desastre, com a equipe enfrentando problemas tentando levantar o carro, além de quebrarem o cabo do martelo para troca de pneus...

Williams (12) e Caracciola (34)

Depois de 4:30s, Caracciola estava de volta à pista e na quarta colocação, trinta segundos atrás do terceiro colocado e voltas atrasado em relação á William Grover-Williams. Agora Rudi tenta de todas as formas recuperar terreno perdido, mas o carro já não rende da forma desejável o que resulta em apenas uma posição ganha, a terceira, de Philippe de Rothschild.

Com Georges Bouriano minutos afrente, Rudolf Caracciola se conforma com a terceira colocação e vê William Grover-Williams se tornar o primeiro vencedor do Grand Prix de Monaco, que se tornaria uma das três principais provas do automobilismo. A conquista de Williams entra para história, mostrando que não é só um show de pilotagem que pode determinar uma vitória, mas sim um conjunto de fatores tais qual sorte e resistência.


Vinte pilotos foram convidados, dezesseis largaram e apenas seis terminaram, isto era um Grand Prix...

Rudolf não teria muito para se preocupar, já que anos depois conquistaria uma das vitória mais fantásticas da história do automobilismo nas mesmas ruas de Monte Carlo, porém sob forte chuva e um número maior de adversários no mesmo nível de equipamento, talento e competência.

Imagens tiradas do Google Imagens

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