sábado, 28 de novembro de 2015

Porsche e Endurance


Ás vezes fico me perguntando qual deve ser a combinação categoria-equipe mais perfeita... Ultimamente, essa pergunta que não tinha uma resposta única e fixa, veio mudando drasticamente, especialmente pelo que vejo acontecer no endurance, um dos tipos de corrida que mais gosto. Nos mais famosos campeonatos de resistência, o WSC e o WEC, a Porsche sempre se viu bem acompanhada de rivais como Mercedes-Benz, Ferrari e Ford, mas quase sempre, superando-os.

Depois de passar algumas temporadas batalhando contra Aston Martin e Ferrari, a Porsche finalmente sentiu o gosto de ser campeã em alguma das categoria do campeonato máximo de endurance na época, o International Championship for GT Manufacters. Depois de superar com facilidade a Alfa Romeo, a Porsche foi a melhor equipe na temporada de 1962 da categoria GT 2.0.


Aos poucos, a marca de Stuttgart foi se tornando a mais poderosa equipe da segunda divisão, superando cada vez mais a equipe do trevo. Em meados da década de 60, a Porsche passou a se inscrever na categoria de protótipos, onde estava conseguindo relativo sucesso, mas nunca sendo campeã. Todos percebiam a gradativa evolução da Porsche, mas ninguém imaginava a maneira que eles dominaram o enduro...

Em 1968, mesmo tendo participado de todas as provas, a equipe alemã se viu misteriosamente superada pela Ford, que levou o título. Esse resultado fez a Porsche investir ainda mais em seus pilotos e em seus carros, o que finalmente trouxe o campeonato máximo do endurance para a Alemanha depois de 14 anos de jejum.


O que eles fizeram em 1969 foi um abuso, comparando-se ao que a Ferrari impôs no fim da década de 50, quando a Mercedes-Benz se retirou do automobilismo. Durante três temporadas (1969, 1970 e 1971), a Porsche conquistou os mais importantes títulos do endurance: três vezes campeã de marcas e três da categoria GT. Sem dúvida conquistas incríveis dos alemães...

Infelizmente, para o pessoal de Stuttgart, os anos que seguiram não foram de tantas conquistas em frente as rivais Ferrari e Matra, que os superaram com facilidade depois da morte de Jo Siffert e Pedro Rodríguez, os principais pilotos da equipe. Mesmo assim, a Porsche continuou a ganhar títulos, mas apenas no GT, superando, com extrema facilidade, os carros de Maranello.


Entre 1976 e 1979, voltam a sentir o gosto do título no campeonato de marcas, superando de maneira ainda mais fácil as Ferraris. A cada ano que se passava, a Porsche ficava ainda mais forte, distanciando de sua principal rival que por sua vez começava a ser substituída pela Lancia, que conseguiu parar a sequência de títulos alemã.

Com a introdução do campeonato de pilotos, o WSC fica ainda mais disputado. A equipe dos sonhos da Porsche é formado com nomes como Jacky Ickx, Derek Bell, Jochen Mass, e um jovem piloto alemão que surpreende ao fazer a volta recorde de Nürburgring Nordschleife: Stefan Bellof. No duelo interno, na melhor equipe de todo o grid, o campeão acaba sendo o belga, que supera Bell que abandonou os 1000Km de Nürburgring quando Bellof acabou batendo, coisa que foi fatal para o título de Ickx.


Em 1984 foi a vez do jovem alemão brilhar na categoria, assombrando o mundo ao conquistar facilmente o título em cima de seus fantásticos companheiros. No ano seguinte, uma mudança no regulamento tira o Campeonato de Construtores e impõe o Campeonato de Equipes, o que pouco atrapalha a Porsche, que volta conquistar o título com Derek Bell e Hans-Joachim Stuck.

Nos anos que se seguiram, a equipe de Stuttgart conquistaria apenas um título até o fim do WSC, em 1986, com Bell. Depois disso, Jaguar e Sauber Mercedes passam a superar com facilidade a Porsche, que não tem mais forças para se defender...

Se passaram 23 anos até que a Porsche voltasse a competir no principal campeonato de endurance do mundo, agora rebatizado de WEC. Em seu retorno no ano de 2014, os alemães demoraram até a última etapa da temporada em Interlagos, para voltarem a vencer. Um resultado bastante comemorado para uma equipe que sofreu para desenvolver seu carro.


Timo Bernhard, Mark Webber e Brendon Hartley haviam feito uma temporada pífia em 2014, mas em 2015 vieram com todas as forças para superar a Audi e a Toyota. Depois de um começo avassalador dos rivais conterrâneos, a Porsche começou sua virada a partir das 24 Horas de Le Mans, que foi surpreendentemente vencida por um novo trio: Nico Hülkenberg, Nick Tandy e Earl Bamber.

O que seguiu Le Mans foi um domínio que lembrou os bons tempos da década de 80... Quatro vitórias seguidas do carro número 17 de Webber, Bernhard e Hartley, que chegaram na última etapa lutando pelo título de pilotos. As 6 Horas do Bahrein acabou sendo, talvez, a prova mais emocionante do WEC de 2015, com os lideres tendo problemas entregando o título para a Audi, que por sua vez também tiveram problemas em seu principal carro, o que devolveu a liderança para o #17.


No fim, a Porsche voltava a conquistar o título máximo do endurance... Depois de 30 anos de espera, eles eram campeões dos campeonatos de construtores e de pilotos.

Se o título da LMP1 não era o suficiente, Richard Lietz levou seu carro branco a conquista do campeonato GT...

Agora é esperar com 2016: Será que a Porsche manterá esse domínio? Ou será que Audi e Toyota vão se reaproximar?

Imagens tiradas do Google Imagens e porsche.com

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