domingo, 1 de maio de 2016

Aquele fim-de-semana...


Todos nós passamos, pelo menos uma vez na vida, por alguma situação de aperto total, algo que possa nos magoar e entristecer de tal forma que jamais voltaremos a sentir o mesmo. Todos os brasileiros sentiam uma terrível dor quando aquele fim-de-semana do dia 1 de maio de 1994 acabou. O circo da Fórmula 1 voltara a sentir o gosto da morte, uma bebida pesada, batida violentamente para que aquele que irá bebe-la. As mudanças extremas que haviam ocorrido de um ano para outro haviam sido mal-formuladas. Não priorizaram a segurança, mas sim aquilo que julgavam fazer parte do "espetáculo".

Quando alguém morre sentimos sempre a mesma dor, às vezes ela pode ser mais forte, e essa foi uma dessas vezes. Muitas pessoas que conheço tinham a mesma idade que tenho hoje, e algumas delas recordam o tamanho da tristeza sentida naquele fim-de-semana.

Para começar, Rubens Barrichello simplesmente foi catapultado pela zebra, batendo quase que no alambrado. Os procedimentos de segurança estavam falhos desde aquele momento: como pode alguém descapotar um carro com um piloto parcialmente desacordado dentro dele? Imagine nas lesões que aquele movimento poderiam ser causadas na coluna do brasileiro...


Pelo menos, Rubinho estava bem, havia sobrevivido ao terrível impacto, mas não participaria da prova no domingo.

No sábado, quando o mesmo Barrichello já participava da transmissão da Rede Globo, eis que outro acidente acontece: é uma Simtek que se perdeu na Villeneuve e foi parar no meio da Tosa. O jovem austríaco Roland Ratzenberger estava desacordado dentro do carro, com medonhas manchas de sangue espalhadas pelo seu capacete. Para piorar, seu braço estava à vista do público na transmissão, sinalizando que o impacto não havia sido um dos mais fracos.

Quando o replay passou a ser mostrado diversas vezes, ficou claro que algo estava errado. Ratzenberger havia perdido parte da asa dianteira em plena reta, e, sem condições de contornar a Villeneuve, foi direto ao muro de concreto... A equipe do Dr. Sid Watkins retirou o austríaco do carro, e logo começaram o que todos temiam: massagem cardíaca.

For Roland

Foi um dos momentos mais terríveis e medonhos da história da Fórmula 1 - tudo acontecendo ali, ao vivo, em cores...

Poucas horas depois, a confirmação: o piloto do carro 32, Roland Ratzenberger, havia sucumbido as lesões sofridas no acidente.

Passado um dia de muita conversa entre os pilotos (polemicas e mais polemicas), a corrida iria tomar parte num belo dia de sol em Imola. Com expressões que desanimam até a pessoa mais empolgada, Ayrton Senna aguardava o início da prova...

Na partida, eis que Pedro Lamy vem como um foguete para atingir JJ Lehto. Pessoas haviam se ferido na arquibancada, e, enquanto o SC ia na frente do pelotão, a limpeza era efetuada.

BANDEIRA VERDE! A corrida finalmente começa com Senna e Schumacher abrindo para o resto do pelotão.

De repente, não havia mais Senna...

Na volta 7, Ayrton vai simplesmente reto para a barreira de proteção... o brasileiro parecia estar bem, porém ninguém imaginava que o mesmo não responderia com sinais de vida. A ambulância entrava em cena novamente, e agora era para uma desesperadora tentativa de salvação do piloto mais popular da categoria. Era tarde demais...

A corrida continuou, Schumacher venceu com direito ao primeiro e único pódio de Nicola Larini.

E tudo que não gostaríamos de ver novamente voltava a acontecer: Michele Alboreto perdeu uma roda no pit lane, atingindo diversos mecânicos; e Andrea de Cesaris carimbou o muro em seu rápido retorno pela Jordan. Felizmente, todos saíram do circuito sem maiores riscos de vida, enquanto, em Bolonha, Ayrton Senna batalhava pela dele. Em vão...

Quando a morte do maior herói brasileiro dos últimos anos foi confirmada...

Para muitos a Fórmula 1 acabou ali, enquanto para outros aquilo só serviu de um ponto de ligação entre duas Eras...


Aquele fim-de-semana...

Imagens tiradas do Google Imagens

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