sábado, 21 de maio de 2016

TOP 10 - Pilotos mais velhos a vencer na F1


Muitos criticam o que a Fórmula 1 se tornou, em termos de idade de seus protagonistas, nos últimos anos. Já se foi a época na qual os pilotos tinham de passar por todos os degraus do automobilismo até chegar ao topo, ganhando anos e mais anos de suas vidas com experiência nas categorias de base. Apesar de ser vista, por muitos, como algo negativo, essa juventude que invadiu a F1 nas últimas décadas é um sinal de evolução.

Quando o campeonato foi criado, os únicos nomes que desfilavam nos autódromos pelo mundo eram de ex-consagrados dos tempos pré-Guerra, sendo eles os responsáveis por criar toda uma nova geração de pilotos oriundos de uma dura sobrevivência na II Guerra Mundial. Nas décadas seguintes criou-se um ciclo, na qual uma geração leva a outra na medida do envelhecimento dos ases.

O consequente aumento de velocidade dos carros, entre outros fatores, levaram os pilotos a se aposentarem mais cedo, e, assim, novas gerações conseguiram surgir com maior facilidade. Em cerca de vinte anos, a idade média de pilotos com sucesso a estrear na Fórmula 1 caiu substancialmente: Nigel Mansell começou aos 27, Stefan Bellof aos 26, Alain Prost e Ayrton Senna aos 24, enquanto Kimi Räikkönen e Jenson Button estrearam aos 20 anos de idade e Fernando Alonso aos 19. Entre eles, Michael Schumacher, que em 1991 tinha 22 anos.

Quando a barreira dos 18 anos parecia inquebrável, eis que a Toro Rosso anunciou a contratação de um menino de apenas 16 anos. Max Verstappen só estrearia em 2015, já aos 17, mais ainda muito criticado pela falta de experiência, tal como foi com Räikkönen em 2001.

Apenas um ano depois, o jovem holandês se tornaria o mais jovem piloto a vencer na Fórmula 1, com 18 anos, 7 meses e 15 dias...

Os tempo passou rápido, mas, mesmo com essa onda jovial que atinge a categoria, não devemos nos esquecer dos heróis do passado que fizeram a Fórmula 1 ser o que ela é. Sem nomes como Tazio Nuvolari, Jean-Pierre Wimille, Juan Manuel Fangio, Luigi Fagioli, Piero Taruffi, Felice Bonetto e Giuseppe Farina, ela não seria a mesma. E para lembrar dos "velhotes", que tal ver uma lista dos mais "experientes" pilotos a vencer na Fórmula 1?

10º lugar: Clay REGAZZONI - 39 anos, 10 meses e 9 dias
Quando o segundo piloto conquistou o direito do primeiro

Com 39 anos de idade, Clay Regazzoni ainda tentava se reerguer após sua cabisbaixa saída da Ferrari em 1976. Após passar por Ensign e Shadow, o suiço chegou a Williams com o status de segundo piloto, tendo a grande missão de ajudar Alan Jones a conquistar a primeira vitória do time britânico. No fim, foi ele próprio que acabou por dar essa alegria para Frank Williams, vencendo o GP da Grã-Bretanha de 1979 com 39 anos, 10 meses e 9 dias.

9º lugar: Graham HILL - 40 anos, 3 meses e 3 dias
Ah... o Mônaco...

Graham Hill ainda era o atual campeão quando conseguiu vencer o GP de Mônaco de 1969 com 40 anos, 3 meses e 3 dias. Após largar em quarto, o bicampeão precisaria apenas ultrapassar Jean-Pierre Beltoise, sendo o maior beneficiado dos abandonos de Chris Amon e Jackie Stewart. Ao fim das 80 voltas, Hill havia vencido pela quinta e última vez no principado. Haveria lugar melhor para o Mister Monaco conquistar sua última vitória?

8º lugar: Maurice TRINTIGNANT - 40 anos, 6 meses e 18 dias
Na base da experiência, Trintignant deu show em cima de Ferraris e Vanwalls

Após largar em quinto no GP de Mônaco de 1958, a vitória parecia distante do experiente francês, já com seus 40 anos. A bordo de seu revolucionário Cooper com motor traseiro, Maurice Trintignant resistiu aos inúmeros problemas, que sempre marcavam os GPs de Mônaco na época, na base da experiência. Num fim-de-semana na qual Bernie Ecclestone se tornou um PILOTO de F1, Trintignant escreveria seu nome na história após superar os poderosos bólidos da Ferrari e da Vanwall.

7º lugar: Nigel MANSELL - 41 anos, 3 meses e 5 dias
O último rugido do Leão

Pela primeira vez desde 1958, a Fórmula 1 não tinha nenhum campeão mundial no grid, e, para solucionar o problema, a Williams decidiu chamar um velho conhecido do público para melhorar a imagem da categoria: Nigel Mansell, campeão da temporada de 1992. O Leão, claramente, não tinha mais condições físicas para vencer uma corrida, mas não seria preciso muito para que o britânico voltasse a escrever seu nome na história. Quando Schumacher e Hill bateram, o caminho ficou livre para que Mansell vencesse o GP da Austrália de 1994.

6º lugar: Sam HANKS - 42 anos, 10 meses e 17 dias
Após tentar 12 vezes sem sucesso, a vitória finalmente veio em 1957

Existem suspeitas de que Hanks é um parente distante de Abraham Lincoln, e que ele ainda seja o único piloto a participar da Indy 500 antes de 1939, servir na II Guerra e voltar a correr nas 500 Milhas nas décadas de 40 e 50. Todo seu sacrífico de participar 13 vezes de uma das provas mais importantes do automobilismo foi recompensado na edição de 1957, quando, com 42 anos, 10 meses e 17 dias, venceu a prova. 

5º lugar: Jack BRABHAM - 43 anos, 11 meses e 5 dias
Nas últimas, Brabham teve uma participação meteórica em 1970

Já consagrado com três títulos na Fórmula 1, Jack Brabham não tinha muito mais para ganhar em 1970, já com seus 43 anos. Mesmo assim, quando seu novo bólido, o BT33, mostrou ser "bem-nascido", Black Jack não perdeu a chance de conquistar mais uma vitória que colocava seu nome no hall dos pilotos mais velhos a vencerem na categoria. Assim, Jack Brabham venceu o GP da África do Sul de 1970 com 43 anos, 11 meses e 5 dias, e quase melhorou seu recorde em Mônaco, quando perdeu, na última volta, a vitória para Jochen Rindt.

4º lugar: Piero TARUFFI - 45 anos, 7 meses e 6 dias
Tempos em que um Fórmula 1 era na verdade um Fórmula 2

Com cabelos claros, nada parecia parar Piero Taruffi. Depois de dividir o carro com Juan Manuel Fangio no GP da Itália de 1950 e se tornar um piloto da jovem Scuderia Ferrari, Taruffi atingiu o pico de sua carreira na abertura da temporada de 1952 da Fórmula 1. Em Bremgarten, a Raposa de Prata não tinha a presença de Alberto Ascari para se preocupar, tomando a ponta logo após o abandono de Giuseppe Farina e resistindo às perigosas 62 voltas da prova. Com 45 anos, 7 meses e 6 dias, Piero Taruffi venceu o GP da Suiça de 1952.

3º lugar: Juan Manuel FANGIO - 46 anos, 1 mês e 11 dias
O último show do Maestro

Quem disse que é impossível dar show aos 40? Juan Manuel Fangio provou o contrário em 1957, quando, com uma estupenda vitória em Nordschleife, conquistou seu quinto e último título. Com uma ousada estratégia de uma parada para reabastecimento e troca de pneus, o argentino era obrigado a tomar a ponta logo na largada, algo que acabou não conseguindo. Para piorar, Fangio perdeu três voltas atrás de Collins e Hawthorn. Quando parou, os mecânicos da Maserati trabalharam da maneira mais rápida possível, mas nada capaz de evitar que Fangio ficasse 45s atrás dos lideres.

Há 10 voltas do fim, o argentino iniciou a mais espetacular recuperação da história da Fórmula 1, tirando cerca de 10s por volta de Hawthorn e Collins e cravando voltas cerca de 8s mais rápidas do que seu tempo de pole. Restando apenas dois giros, os britânicos já estavam na alça de mira do argentino, que efetuou as ultrapassagens para seguir seu caminho até a vitória. Assim, Juan Manuel Fangio venceu o GP da Alemanha de 1957 com 46 anos.

2º lugar: Giuseppe FARINA - 46 anos, 9 meses e 3 dias
Farina conseguiu colocar mais de 1 minuto sobre Fangio

Quarenta e um inscritos com 34 pilotos partindo no momento da largada. O GP da Alemanha de 1953 é definitivamente um recordista em número de participantes, mas será que é só apenas nesse quesito que a prova se destaca? Já com uma mão na taça, Alberto Ascari enfrentou problemas quando era líder, dando ao jovem Mike Hawthorn a ponta enquanto Farina e Fangio batalhavam pelo segundo posto.

Tão talentoso quanto o argentino, Farina, mesmo alguns anos mais velho, surpreendentemente derrotou Fangio. E depois que Hawthorn enfrentou problemas, nada pode atrapalhar o "velhote" italiano de vencer aos 46 anos de idade, se tornando o mais velho piloto a vencer sozinho um Grande Prêmio de Fórmula 1. E tudo isso colocando mais de 1 minuto sobre Fangio...

1º lugar: Luigi FAGIOLI - 53 anos e 22 dias
Com o #8...

Fagioli é talvez o piloto que, com mais desgosto, conquistou a vitória de toda a nossa lista. Na terceira fila com seu sétimo posto conquistado nos treinos, Luigi tinha a dura missão de ajudar Fangio e Farina a superar os carros da Ferrari, sendo o piloto mais velho do trio mais experiente da história da Fórmula 1. Para piorar as coisas, Fagioli caiu para nono na largada, mas, com um equipamento superior, logo se recuperou.

Após Ascari quebrar, Juan Manuel Fangio assumiu a ponta, enquanto o experiente italiano pressionava José Froilán González na disputa pelo quarto lugar. Porém, o imprevisto aconteceu e Fangio começou a ter problemas em seu bólido de número #4, sendo obrigado a fazer uma parada de emergência. Mesmo com Farina na liderança, a Alfa Romeo não se contentou em ver Fagioli tomar o terceiro posto de González, e chamou o italiano para a parada.

Nos boxes, um inconformado e furioso italiano saia de seu carro número #8 para a entrada do Maestro. Luigi ainda poderia tomar o bólido do argentino, mas, enquanto o mesmo apresentasse problemas, não poderia ir para pista. Resultado? Fagioli voltou 20 voltas atrás do líder, na última posição.

E com o #4...

Se beneficiando dos problemas enfrentados pelos bólidos ferraristas e pelo companheiro Nino Farina, Juan Manuel Fangio conseguiu tomar a ponta e vencer a prova, assumindo a liderança do campeonato de pilotos. Enquanto isso, Fagioli terminaria a prova na 11º e última colocação, mais de 20 voltas atrás do argentino.

Mesmo furioso com o resultado, Luigi Fagioli havia entrado para a história como o piloto mais velho a vencer uma corrida de Fórmula 1, aos 53 anos e 22 dias...

O resistente italiano morreria pouco mais de um ano depois, após se acidentar num treino com carros de turismo.

Imagens tiradas do Google Imagens e F1-History.deviantart.com

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O GP de Mônaco está em risco.


Garanto que esta será a notícia mais absurda, idiota, mirabolante e escrota que você irá ler hoje: Novo projeto de revitalização da região do porto de Monte Carlo pode acabar com GP de Mônaco, alerta organizador.

Talvez não existam palavras para explicar tal projeto desenvolvido pelo Grupo Caroli, que, assim, destruiria de vez a existência de uma das principais provas do automobilismo mundial. O que restou foi alcunhar de "escrota" essa ideia maluca de transformar um dos lugares mais lindos do mundo em um gigantesco shopping onde as pessoas gastariam aquilo que perderam no luxuoso cassino de Monte Carlo.

Infelizmente, como é dito na matéria, a ACM (Automobile Club de Monaco) não tem influencia sobre decisões urbanas, econômicas e culturais do governo. Para exemplificar isso, vale lembrar que uma piscina foi construída sobre o traçado original, o que obrigou os organizadores a adaptarem uma chicane que recebeu o nome de "S da Piscina" e que, atualmente, é uma das curvas mais icônicas do circo.


Porém, diferentemente do ocorrido quarenta anos atrás, o novo projeto do Grupo Caroli pode destruir todo o traçado que rodeia o litoral monegasco. E qual seria a solução para isso? Nenhuma... O caminho mais natural, caso o projeto se concretize, seria dar um ponto final no GP de Mônaco, pelo menos da forma que o conhecemos.

O que nos resta é esperar para ver como a ACM irá pronunciar-se sobre isso, e como o Príncipe Albert II irá lidar com essa divergência de valores que está prestes a agitar o circo da Fórmula 1. Para mim, o mais plausível e, obviamente, correto a se fazer seria esquecer o projeto e manter o traçado atual intacto.


Talvez, Albert II terá em mente que poderá jogar um pedaço da história de seu país no lixo ao apostar em algo que tende a dar tão certo quanto o cassino de Monte Carlo. Se Mônaco já não tem muita simpatia com alguns fãs, vai passar a ser odiada por aqueles que ainda resistem na ideia de que ela seja fundamental para a existência da Fórmula 1. E é isso que mais me preocupa...

No mais, o Príncipe Albert II terá de resolver um enorme problema que envolve os dois maiores contrastes de seu principado: a história e a riqueza.

Algo me levar a crer que um baixinho de cabelos claros meterá o dedo nesta decisão...

Se não é o velho, são os próprios cidadãos culpados por mais um GP com um ponto final.

Vamos acompanhar melhor com o desenrolar deste ano...

Imagens tiradas do Google Imagens

Les Bleus


E já se passam vinte anos sem uma vitória francesa na Fórmula 1. Sendo o país precursor dos "Grand Prix", pioneiro na introdução do turbo na principal categoria do automobilismo, e casa da principal entidade do esporte, é de se espantar que a França não tenha mais condições de repetir um feito jamais visto nas últimas duas décadas.

A vitória de Olivier Panis em Mônaco veio da maneira mais estranha possível, quando ninguém mais teria condições de vencer naquele dia. Deve ser esclarecido que Panis não teve um caminho fácil para assumir a ponta, necessitando de muito talento para resistir à aquelas intermináveis 78 voltas...

Para começar, largar na décima quarta posição num GP de Mônaco é um atestado de suicídio. E quando o domingo amanheceu com o céu encoberto, Panis tinha mais chances de acabar no muro do que ver a bandeira quadriculado ao fim da prova. Mas o destino havia preparado algo surpreendente para aquele jovem francês no dia 19 de maio.

Para surpresa de todos, pilotos competentes em condições extremas abandonaram no início da prova, deixando a liderança para que um imprevisível Damon Hill vencesse pela primeira vez no principado. Era a realização de um sonho para a família Hill... Mas tudo acabaria na volta 41, quando o motor Renault de seu Williams o deixou na mão em plena saída do túnel.

Laffite havia sido o último piloto a vencer com a Ligier, quinze anos antes...

Naquele momento, Panis se beneficiava da estratégia para assumir uma impossível segunda colocação, logo atrás de Jean Alesi numa pista na qual restavam apenas onze carros. Demoraria cerca de vinte voltas para que o francês da Benetton enfrentasse problemas na suspensão, sendo obrigado a fazer uma parada de emergência que colocava Olivier Panis no caminho da vitória.

Há algumas voltas do fim, Panis tinha que apenas levar sua Ligier até a linha de chegada. Para colocar o GP na história da Fórmula 1, Luca Badoer e Jacques Villeneuve se estranharam na Merabeau, e Eddie Irvine protagonizaria a maior de suas burradas logo na frente de Salo e Häkkinen. Há minutos do fim, restavam apenas 4 carros.

Coulthard, com o capacete emprestado de Schumacher, ainda pressionava Panis na disputa pela vitória, mas, com a rápida chuva que começou a cair sobre Mônaco, não teria condições de superar o francês.

No fim da 75º volta, Olivier Panis entrou na história: venceu o GP de Mônaco á bordo de um Ligier, aos olhares atentos de um tal de Jacques Laffite que havia vencido, quinze anos antes, a última prova pela equipe. Nesses quinze anos entre Panis e Laffite, Prost conquistou 51 vitórias e 4 títulos, colocando o país de vez na história da Fórmula 1...

Agora, todas as esperanças de uma nação estão nos ombros de um homem...

Mas, e antes disso? E agora? Antes tínhamos Didier Pironi, René Arnoux, Jean-Pierre Jabouille, Jean-Pierre Wimille, Raymond Sommer, Patrick Depailler, Jean Behra, Philippe Étancelin, Aldo Gordini, Robert Benoist, entre outros grandiosos nomes... E agora temos apenas Romain Grosjean para representar os Les Bleus na Fórmula 1...

Que INvolução por parte das escolas francesas e italianas de pilotos...

domingo, 15 de maio de 2016

Os recordes e Max Verstappen


A semana que acabou de terminar foi uma das mais movimentadas dos últimos anos, pelo menos no circo da Fórmula 1, onde uma polêmica troca pode ter mudado todo o futuro da categoria. Após errar duas vezes de maneira suspeita, Daniil Kvyat recebeu uma triste e exagerada punição de seus superiores: o rebaixamento para a Toro Rosso. Muitos levantam hipóteses de que o time austríaco já tinha tudo isso (digo da troca) armado antes mesmo da prova russa, e que toda essa discussão entre Vettel e Kvyat seria uma maneira de acobertar qualquer movimentação, digamos, suspeita.

Max Verstappen é bem-visto pelos chefes de equipe desde que chegou á Fórmula 1, com status de promessa e ótimos resultados. Em contrapartida, já se mostrou um belo falador e que ainda necessita de um pouco mais de experiência para não repetir erros como aquele cometido em Mônaco.

Por causa de sua idade e de seu claro talento, Verstappen tem potencial para quebrar boa parte dos recordes impostos por lendas da categoria, como Michael Schumacher, Ayrton Senna e Jim Clark. Alguns recordes já foram batidos, como o de mais jovem piloto a participar e a marcar pontos numa corrida, e agora, na Red Bull, pode se tornar o mais jovem a subir ao pódio e a conquistar uma vitória.

Lammers em Long Beach

Nesse sábado, igualou a Jan Lammers com a melhor posição de largada de um piloto holandês, com o quarto lugar. No GP do Oeste dos EUA de 1980, Lammers conquistou um surpreendente quarto posto no grid de largada em sua ATS, e agora, com a Red Bull, Verstappen tem a chance de superar esse feito e ainda se tornar o primeiro holandês a vencer uma corrida.

Não quero ir muito mais longe, apostando exageradamente e precipitadamente no jovem, mas que Max Verstappen tem potencial isso ninguém nega...

Isso pode ser apenas o começo de um belo futuro na Fórmula 1, mas para se manter nela terá de mostrar que tem tanto talento quanto se fala.

No mais, uma boa sorte para a grande vitima e para o grande beneficiado de tudo isso...

Imagens tiradas do Google Imagens

sábado, 14 de maio de 2016

30 anos - A morte de Elio de Angelis


Elio de Angelis havia saído de maneira conturbada da Lotus, equipe na qual havia passado a maior e mais vitoriosa parte de sua carreira, vencendo duas corridas e conquistando nove pódios. O time inglês não tinha mais as condições de preparar dois carros em iguais para sua dupla de pilotos, sendo obrigada a fazer uma dura escolha: beneficiar o jovem e talentoso Ayrton Senna ou priorizar o experiente Elio de Angelis?

A situação era ainda mais difícil pelo fato do italiano estar na frente do brasileiro na tabela de pilotos, conquistando resultados mais consistentes do que o veloz Senna. Porém, Ayrton tinha uma carta na manga: estava sempre entre os primeiros, tendo performances dignas de um campeão. A Lotus teria de apostar entre o mais e o menos seguro, arriscando perder o terceiro lugar no campeonato de construtores para a crescente Williams.

Não é necessário sequer comentar sobre quem foi escolhido, apenas que a escolha seria determinante para o futuro de Elio de Angelis. Quase resignado, de Angelis tinha uma nova proposta encantadora: a Brabham precisava de um primeiro piloto. A ida de Nelson Piquet para a Williams mudaria drasticamente o mercado de pilotos, e a melhora súbita da equipe do brasileiro na parte final da temporada tornou a proposta inegável. Elio iria correr ao lado de Patrese em 1986.


O carro seria o BT55, um projeto ambicioso de Gordon Murray, que deixava o bólido com aspecto baixo e largo, belíssimo em comparação aos padrões altos e robustos da época. Apelidado de "carro-skate", o BT55 sofria grande falta de confiabilidade, sobretudo na zona mais crítica do carro: a traseira. O motor L4 da BMW não se encaixava corretamente no chassis por causa de sua altura, e a transmissão não colaborava nada.

A estreia em Jacarepaguá foi um desastre, com uma roda perdida e um 11º lugar ao fim da prova, três giros atrás do vencedor Nelson Piquet. Semanas depois, em Jerez, a caixa de câmbio deixaria o italiano á pé pela primeira vez no ano. Para agravar a crise que se instaurava na Brabham, de Angelis abandonaria em Imola e Monte Carlo por causa de problemas no motor.

A situação era nada boa no campeonato, e para tentar mudar isso a Brabham se inscreveu numa sessão de testes em Paul Ricard, marcada para o dia 14 maio, apenas algumas horas após o GP de Mônaco. Outras equipes como McLaren e Williams também participariam dos testes no circuito de Le Castellet.


Inicialmente, a ideia era levar Riccardo Patrese, no entanto, de maneira estranha, Elio de Angelis se prontificou a participar dos testes, alegando que sua performance desapontadora em Mônaco jamais deveria se repetir. O fato mais surreal de tudo isso é que o italiano nunca gostou de participar de sessões de testes...

Quando foi à pista com seu BT55, de Angelis se perdeu nos esses da Verrière após sofrer uma grave falha na asa traseira, capotando várias vezes antes de saltar o guard-rail direito da pista, vindo a parar capotado, 91 metros de distância do embate inicial, e sem condições de se livrar das ferragens. Elio estava preso debaixo de seu carro...

Até hoje, existem apenas duas testemunhas do acidente, ambas mecânicos da Benetton que estavam verificando a velocidade atingida pelo carro da equipe. O que estava ocorrendo era absurdo: de Angelis ficou 10 minutos preso embaixo do carro, com esse tendo um principio de incêndio.

A primeira pessoa a aparecer foi nada menos nada mais do que Alan Jones, que mais tarde comentou: "Não havia nada que eu pudesse fazer, eu só fiquei lá com minhas mãos no ar.". Logo, Alain Prost e Nigel Mansell também apareceram para ajudar, tentando retirar Elio das ferragens, mas em vão, com o calor intenso que impossibilitava qualquer trabalho dos pilotos.


Um fiscal vestindo shorts e camiseta se apresentou para socorrer o italiano, tentando apagar as labaredas que afligiam o BT55. Logo, Jones percebeu que a maior parte do pó havia atingido a cabine do piloto e não o incêndio que estava no motor, o que estava fazendo um mal ainda maior á saúde de Elio, que só seria extraído 10 minutos após o acidente.

Mostrando a total falta de organização nas sessões de testes da época, não havia um helicóptero de emergência no autódromo, e a espera seria dolorosa: meia-hora até que de Angelis fosse levado para o hospital de Marselha.

O acidente tinha sido violentíssimo, mas o BT55 havia resistido muito bem ao impacto, o que se apresentou como verdade após de Angelis chegar ao hospital com "apenas" a clavícula quebrada e queimaduras nas costas, o que exalta o ótimo trabalho do projetista Gordon Murray. Porém, o incêndio havia privado Elio de todo gás oxigênio necessário para a sobrevivência de um ser humano...

Na noite do dia 14, Dr. Sid Watkins foi chamado por um cirurgião do hospital de Marselha, sendo informado que o italiano havia sofrido extensos danos cerebrais e que a situação era quasse irreversível. Vinte e nove horas depois, já na quinta-feira do dia 15, a morte de Elio de Angelis foi confirmada, com a causa oficial sendo graves ferimentos na cabeça e no peito.


Logo após a morte do carismático e querido italiano, Jean-Marie Balestre veio a público introduzir uma série de mudanças, entre elas a redução de potência dos motores turbo a partir de 1987 (culminando em seu banimento em 1988) e o novo traçado de Paul Ricard para as provas de Fórmula 1, sem os esses da Verrière e apenas com parte da Reta Mistral.

As mudanças foram vistas como exageradas, especialmente pelo fato de que o traçado não contribuiu em nenhum momento para a fatalidade que levou a vida de de Angelis.

Para mostrar que Balestre errou ao mutilar Paul Ricard na Fórmula 1, lembro do que o ocorreu semanas depois no GP da França, quando Philippe Streiff estourou o motor de seu Tyrrell e foi necessária a presença de um caminhão dos bombeiros para que o fogo se extinguisse. Esse mesmo caminhão que acabou andando na contra-mão em pleno pit lane e sujando a pista...

No mais, o que ocorreu com Elio de Angelis foi uma fatalidade da mesma magnitude daquela ocorrida com Ayrton Senna, e suas soluções foram tão importantes para o futuro da categoria quanto as mesmas que aconteceram após as mortes de Ratzenberger e Ayrton em 1994...

Adeus, Elio...

Imagens tiradas do Google Imagens

sexta-feira, 13 de maio de 2016

66 anos - O campeonato mundial de Fórmula 1


Cinco anos após o fim da II Guerra Mundial, um novo campeonato de automobilismo estava prestes a ser formado: a chamada Fórmula 1. A categoria já estava no cenário mundial desde 1946, mas apenas em 1950 tomaria um real formato de competição, dando ao vencedor a recompensa de ser aclamado "Campeão do Mundo"...

E cá estamos...

Há exatos 66 anos, o GP da Grã-Bretanha de 1950 acontecia num antigo aeroporto sobrevivente da Grande Guerra, chamado de Silverstone. Para confirmar a superioridade dos carros vermelhos, a Alfa Romeo levou quatro bólidos para Inglaterra, com três deles finalizando a prova nas três primeiras colocações.

O velho Giuseppe Farina escrevera seu nome na história, havia vencido a primeira corrida do campeonato mundial de Fórmula 1, superando Luigi Fagioli e Reg Parnell, que fecharam o pódio.

Vale deixar algumas curiosidades rápidas dessa marcante prova:

- Chamado de GP da Grã-Bretanha, a edição de 1950 da prova tinha um segundo nome: GP da Europa

- Woodcote era a primeira curva do traçado

- 120 mil pessoas compareceram, entre elas o Rei George VI, a Rainha Elizabeth e a Princesa Margaret.

- Um monarca tailandês (Prince Bira) e um barão suiço (Emmanuel de Graffenried) participaram da prova.

- Reg Parnell atropelou uma lebre durante a corrida.

- A idade média do grid era de 39 anos.

- Um músico de jazz (Johnny Claes) participou e terminou a corrida (11º lugar).


Preparei algumas fotos para mostrar a evolução da Fórmula 1 durante esses 66 anos. Espero que gostem:
Gordini até que tentou...
O meteoro chamado Mercedes-Benz
Início da guerra: Montadoras vs Garagistas
O início do período mais puro da categoria

Monocoques, capacetes fechados e asas...
O período mais romântico da Fórmula 1...

O efeito solo...
Para combater o carro-asa, que tal um turbo?
O carro que revolucionou a Fórmula 1 na década de 80...
O Lado B passou a ter destaque entre os anos 80 e 90
É melhor nem tirar a mão do volante...
Abaixa, levanta, abaixa e levanta de novo...

Novos pneus, novos carros e novos pilotos...
Monopólio da Ferrari
Combate da Renault...
Degrau nos bicos...
A volta dos turbos
Imagens tiradas do Google Imagens

terça-feira, 10 de maio de 2016

10 anos - Schumacher vence na última prova em Imola


A abertura da temporada europeia, mais uma vez, era em Imola, palco de grandes alegria para a Ferrari. A escuderia italiana tinha o intuito de voltar a vencer após as três primeiras etapas serem dominadas pela Renault, e, para isso, eles precisavam desestabilizar a equipe francesa desde o treino que definiria as posições no grid.

Michael Schumacher voltou a ser o poleman com o tempo de 1:22.795, seguido de perto pelos dois carros da Honda, com Jenson Button em segundo e Rubens Barrichello em terceiro. Por apenas 0.007s, Felipe Massa conseguiu uma vaga na segunda fila, deixando Fernando Alonso na quinta posição, ao lado de Ralf Schumacher. Fechando o top ten estavam Juan Pablo Montoya, Kimi Räikkönen, Jarno Trulli e Mark Webber.


Giancarlo Fisichella conseguiu apenas o décimo primeiro posto, seguido por Jacques Villeneuve e Nico Rosberg, com David Coulthard em décimo quarto, Nick Heidfeld em décimo quinto e Vitantonio Liuzzi em décimo quinto. Na parte final do grid estavam Christian Klien, Scott Speed, Tiago Monteiro, Christijan Albers, Takuma Sato e Yuji Ide, com um tempo, assustadoramente, de quase 2s mais lento do que o companheiro.

O domingo é de sol em Imola, e a partida é feita sem nenhum contratempo, com Schumacher tomando a ponta seguido por Button, enquanto Barrichello perde a posição para Massa e Alonso, Mais atrás, Räikkönen é ultrapassado por Trulli e Webber, enquanto Villeneuve supera Fisichella. Num circuito tão travado como o de Enzo e Dino Ferrari, uma boa largada era essencial.


Ainda na primeira volta, na parte inferior do pelotão, Yuji Ide comete mais um de seus erros bizarros, agora colocando em extremo risco a vida de outro competidor. O japonês conseguiu capotar Christijan Albers em plena "Villeneuve". Por sorte, o holandês saiu ileso do acidente, visivelmente irritado com a manobra de Ide, que foi aos boxes.

O Safety Car entrou na pista, e, após mais um ótimo trabalho dos fiscais italianos, a prova foi reiniciada na terceira volta. Com problemas na direção, Jarno Trulli vai ao box para abandonar, enquanto, mais atrás, Liuzzi perde o décimo sexto posto para Speed e Klien depois de rodar. Sem nenhuma mudança, a prova passa a ser monótona, faltando poucos instantes para a primeira rodada de paradas.

Na volta 14, Rubens Barrichello é o primeiro dos ponteiros a ir aos boxes, fazendo uma parada problemática que custaria um lugar na zona de pontos. No giro seguinte Button faz sua troca, retornando sem problemas na oitava posição. Os próximos a parar seriam Massa, Schumacher e Montoya, deixando Alonso na liderança momentânea da prova.

Barrichello perdeu a chance de conquistar bons pontos em Imola

O espanhol iria aos boxes no vigésimo quinto giro, superando Felipe Massa e Jenson Button para assumir a importante segunda colocação, iniciando uma perseguição a Schumacher. O único carro da Honda que ainda tinha esperanças de conquistar um resultado decente enfrentaria problemas em sua segunda parada. O "mecânico-do-pirulito" ergueu demasiado cedo a placa, fazendo com que Button saísse com parte da mangueira de combustível. O britânico ainda retornaria, mas apenas na oitava posição.

Pressionando Schumacher, Alonso tenta a sorte e para mais cedo, voltando logo atrás de Montoya. Na volta seguinte, o alemão também faria sua parada, conseguindo a façanha de retornar a frente do espanhol da Renault. Quem se deu mal com sua segunda ida aos boxes foi Massa, que parou cedo demais e viu Juan Pablo Montoya assumir o terceiro posto.


Nas últimas 10 voltas, a emoção da prova seria a mesma da edição de 2005: perseguição pela vitória. Agora Alonso estava no lugar de Schumacher, e Schumacher no lugar de Alonso. No fim, o alemão venceu mais uma, mas nada que melhorasse o quadro na tabela de classificação. Montoya fechou o pódio, enquanto Felipe Massa, Kimi Räikkönen, Mark Webber, Jenson Button e Giancarlo Fisichella finalizaram nos pontos.

Na classificação de pilotos, Alonso continuava com uma grande vantagem, agora com 36 pontos, enquanto Schumacher tem apenas 21. O terceiro colocado é Räikkönen, com 18, enquanto Fisichella e Montoya estão empatados com 15. Já a tabela de construtores continua com Renault em seu topo, com 51 pontos comparados aos 33 e 30 de McLaren e Ferrari, respectivamente.

Imagens tiradas do F1-Fansite.com