domingo, 31 de maio de 2015

Coluna Semanal 21# - Surpresas no Pódio - Parte 6


Chegamos á parte 6, numa incrível lista, que jamais pensei que alcançaria esses patamares, e olha que estamos apenas na década de 70, ainda há muita estrada para andarmos. Como vocês já sabem, todas essas surpresas foram escolhidas por mim, ou seja, é a minha opinião de ter sido surpreendido. Caso você se lembre de alguma, comente, e caso achar uma ótima surpresa, colocarei...

De Qualquer Maneira
Peter Gethin nunca foi um piloto de ponta, pelo contrário, conquistou apenas 11 pontos em toda sua carreira, sendo que 9 vieram de uma forma inacreditável. Correndo pela BRM, depois de perder a sua vaga na McLaren, o britânico se classificou na 11º colocação para o GP da Itália de 1971, que entraria na história. Logo a corrida começou a tomar forma, e quem estava liderando era uma surpresa, Peter se mantinha á frente, disputando com outros grande nomes como Peterson e Cevert. Na última curva, ele saiu melhor do que o sueco, e conquistou a vitória por pequenos 0,1s, um recorde.

O Último de Um Hermano Rodriguez

Ricardo já havia perdido a vida anos antes, agora o México tinha apenas um representante na categoria, e esse representante não deixava á desejar, e muito pelo contrário, sempre andava tão rápido quanto as Tyrrell e Lotus. Na temporada de 1971, o carro da BRM estava tão bom que vitórias poderiam vim caso a sorte ajudasse. Só coloquei essa pela sua importância para o México, que só viu um piloto de seu país no pódio depois de 41 anos. Largando em segundo, e terminando em segundo, Pedro Rodriguez conquistou seu último pódio na F-1.

O Melhor Piloto A Nunca Vencer Uma Corrida?

Chris Amon tem um recorde muito triste na F-1, ser o piloto que mais liderou voltas na categoria sem vencer sequer uma corrida. O neozelandês sem dúvida é um dos melhores pilotos a nunca vencer uma corrida na F-1, ao lado de gente como Andrea de Cesaris, Nick Heidfeld, Martin Brundle, Stefan Bellof e outros grandes nomes. Um pódio para ele sempre era o máximo que conseguia, os 11 sem dúvida seriam trocados por uma vitória... Na Matra, o piloto estava conseguindo alguns pontos, e esperava a sorte sorrir para ele, para conseguir um pódio. Depois de ser 3º na classificação, o GP da Espanha de 1971 viu Amon subir ao pódio pela primeira vez na sua nova equipe.

A Última Conquista de Siffert e o Pódio de Schenken

Um dos melhores suiços de sua geração, Jo Siffert tinha grandes chances de ir ao pódio na temporada de 1971, com um carro que já estava a beneficiar pilotos como Gethin e Rodriguez. No belo circuito austríaco, Jo conquistou a pole position, mais de 0.200s a frente de Jackie Stewart e sua Tyrrell. Na corrida, Siffert conquistou a vitória depois de liderar de ponta a ponta. Essa havia sido sua segunda e última vitória. Os holofotes também ficaram para o pódio do australiano Tim Schenken, da Brabham, que largou em 7º e terminou em 3º.

Já Pensou em Estrear Com Um Pódio?

Mark Donohue era um piloto norte americano, que competia na maior categoria de seu país, a que chamamos de F-Indy atualmente. A Penske comprou um chassis da McLaren, e colocou Donohue no GP do Canadá de 1971. Mark conseguiu largar em 8º no circuito de Mosport, e viu a maior parte dos pilotos a sua frente abandonarem ou terem problemas, com isso ele conquistou o 3º lugar, no único pódio de sua carreira.

Voando Nas Duas e Nas Quatro Rodas
A festa principal foi de Emerson, o primeiro brasileiro a conquistar o Mundo da F-1

Mike Hailwood é um dos poucos casos de pilotos que correram nas motos e nos carros, o mais famoso desses casos é de John Surtees, que foi campeão em ambos. Correndo pela Surtees, a equipe do próprio John, Hailwood alinhou-se na 9º colocação para o GP da Itália de 1972, que prometia ser mais uma vez emocionante. Com os problemas, nenhum dos pilotos que largaram na primeira fila pontuaram. Com isso ficaria mais fácil ver o britânico nos pontos, mas ele foi além, e buscou o 2º lugar, o seu primeiro pódio.

Mais Uma do Sueco Voador

Correndo mais uma temporada pela March em 1972, Ronnie Peterson já havia conquistado pontos no ano, e esperava ver os pódios aparecerem logo na segunda metade da época. Mas apenas uma vez o sueco conseguiu subir nos degraus, e essa vez foi em um templo do automobilismo, em Nordschleife. Depois de largar em 4º, Peterson conseguiu se manter na corrida durante todas as 14 voltas, e terminar na 3º colocação, seu primeiro e único pódio em 1972.

Amon Mais Uma Vez

Já havia se passado um ano de seu último pódio, e Chris Amon ainda buscava a sua primeira vitória com a Matra, que poderia vim no GP da França de 1972, já que sua pole era uma amostra de seu talento. Ele até tentou, mas o seu carro estava muito longe, tecnicamente, da Tyrrell e Lotus, e viu Stewart e Fittipaldi o ultrapassarem e terminaram em 1º e 2º. Pelo menos ele segurou Cevert, que perdeu a chance de disputar a vitória depois de bater com o novo carro nos treinos. Aquele foi o último pódio de Chris, que deixaria, definitivamente, a F-1 em 1976.

A Última da BRM

O carro da BRM em 1972 nem perto lembrava o vitorioso carro de 1971. Com isso, Jean-Pierre Beltoise sofreria mais uma vez para tentar conseguir pontos, quanto mais pódios. Para o GP de Mônaco, Beltoise se classificou na incrível 4º colocação, prometendo ter um belo desempenho á frente de outros monegascos e franceses. A chuva que caiu foi enorme, e incrivelmente Jean-Pierre conseguiu pular para primeiro na volta 1, e conseguiu manter a posição durante todas as 80 voltas. Sem dúvida foi um dos maiores shows de algum piloto, mas a marca da corrida foi dar ao francês sua única vitória e a última da BRM.

Show Com a Shadow 5
Mas cadê o Olivier?

Ontem eu avisei que os shows com a Shadow não haviam acabado, você deve ter até pensado que tinha, mas não acabou, e ainda não é agora que chegamos ao último "capitulo". Com a fraca Shadow, Jackie Olivier se classificou em 14º para o GP do Canadá de 1973, em Mosport. A corrida foi marcante, vimos o safety car pela primeira vez, um carro com o número 0, também pela primeira vez, e também Niki Lauda liderando a corrida. Mas quem foi verdadeiramente marcante não foi o austríaco, e sim Olvier, que conseguiu terminar na 3º colocação, conquistando seu último pódio.

O Primeiro de James

Ontem mostrei o último pódio do playboy britânico, e hoje chegamos ao pontos de vermos o primeiro pódio de Hunt, com um chassis da March, inscrito com a equipe Hesketh. Ele largou em 7º no GP da Holanda de 1973, que ficou mais marcado pela triste morte de Roger Williamson, um jovem e promissor piloto do Reino Unido. Mesmo com o acontecimento, a corrida continuou a todo vapor, e no final de 72 voltas, viu James Hunt no pódio, com o terceiro lugar.

O Segundo de James
Alegria não devia ter...

Ainda com um chassis da March, Hunt estava dando um show na temporada de 1973, que já havia visto uma morte, a de Williamson, no GP da Holanda que marcou o primeiro pódio de James, que conquistaria mais um TOP 3 em outra triste corrida, em que a Tyrrell se retirou depois de ver François Cevert morrer no sábado. Mesmo com essa tragédia, Hunt ainda fez uma grande prova e terminou em 2º, atrás apenas de Peterson.

Voando Com Uma Surtees

Na sua segunda temporada na F-1, José Carlos Pace sonhava alcançar um dos lugares entre os três primeiros. O carro da Surtees não era aquelas coisas em 1973, e os primeiros pontos só apareceram no GP da Alemanha. Na corrida seguinte, no belo Österreichring, Moco colocou-se na 8º colocação e fez uma grande corrida, ficando atrás apenas de Peterson e Stewart, ou seja, um terceiro lugar. Aquele foi o primeiro de 6 pódios da carreira de Pace...

Show Com a Shadow 6

Agora chegamos ao último "capitulo" do Show Com a Shadow, dessa vez no ano de 1973, novamente... o GP da Espanha foi realizado em Montjuïc, uma pista com segurança quase zero. George Follmer largou em 14º, e fez uma grande prova, superando Revson, Ickx, Regazzoni e Hulme, e contando com problemas e abandonos chegou na terceira colocação, posição em que terminou, conquistando seu único pódio e o primeiro da equipe que sempre teve belos carros...

Aqui acabo as surpresas do pódio dessa década de 1970. Espero que tenham gostado, e caso se lembre de algum, comente... Semana que vem veremos as surpresas da década de 1960.

Imagens tiradas do Google Imagens

As 24 Horas de Le Mans de 2015


Achei essa foto no Continental Circus, e achei legal coloca-la aqui para vocês. Essa é a foto que é tirada de todos os carros que vão competir as 24 Horas de Le Mans de cada ano. Temos na "linha de frente" os carros de fábrica, da Porsche, da Audi, da Toyota e da Nissan. Vocês apostariam em quem para vencer essa edição? Eu acredito, e torço, para mais uma vitória da Audi...

sábado, 30 de maio de 2015

Coluna Semanal 20# - Surpresas no Pódio - Parte 5


Dessa vez vou ter que dividir as surpresas no pódio dos anos 70 em duas partes, 14 para essa semana, 14 para a semana que vem, isso que eu ainda deixei de fora algumas que considerei menos importantes. Lembrando que essa é a Minha Opinião, e caso esqueci alguma, me lembre nos comentários.

The Flying Finn
Keke Rosberg era apenas um desconhecido correndo pela Fittipaldi no inicio da temporada de 1980, mas ele estava disposto a provar que não era mais um piloto que passaria pela categoria sem deixar brilho nenhum. No GP da Argentina, o primeiro da temporada, o finlandês se classificou em 13º, enquanto Emerson foi apenas 24º. Na corrida várias problemas apareceram, coisa que não era novidade, e Keke só precisou mostrar que era consistente e ao mesmo tempo agressivo, quando segurou uma Tyrrell atrás dele. Aquele foi o primeiro pódio dele e da Finlândia na F-1.

O Último de Emmo

Aquela estava sendo a última temporada de Emerson Fittipaldi, que havia dado muitas alegrias ao Brasil no inicio daquela década, mas agora, na própria equipe, ele perdeu o brilho e dificilmente conseguira vencer alguma corrida, mesmo assim ele ainda foi bravo e conseguiu seu último pódio em Long Beach, após largar na 24º colocação e se beneficiar dos problemas das outras equipes, e da fraqueza das Ferraris e McLarens.

A Renault Mostra o Potencial do Motor Turbo

Já era motivo de chacota a tentativa francesa de colocar os motores turbo na F-1, mesmo assim ainda estavam persistindo em mostrar o verdadeiro potencial daqueles motores, que revolucionariam a F-1 poucos anos depois. No GP da França de 1979, eles colocaram ambos os seus carros na primeira fila, e deram um show na corrida, show só superado por Gilles Villeneuve, que conseguiu terminar a frente de Arnoux. Jean-Pierre Jabouille havia conquistado o que sempre sonhou, a primeira vitória, e pensar que só tinha conquistado 3 pontinhos na carreira até então.

O Último de James

O Campeão de 1976 havia perdido o brilho, o talento? Ou o carro da McLaren já não possibilitava grandes resultados? São essas algumas perguntas que muitos se fazem em relação á continuidade da carreira do britânico na McLaren. A esperança principal do inglês era de pelo menos pontuar em 1978, e talvez um pódio poderia surgir com a sorte, e foi o que aconteceu. Depois de largar em 4º para o GP da França, Hunt viu Ronnie Peterson passar á frente, mas com sorte ele foi recuperando posições com o abandono de Lauda e os problemas de Watson, e com isso, voltou ao pódio.

Patrese Com Uma Arrows Segura Peterson Com Uma Lotus

Era apenas a segunda temporada do italiano na F-1, e o primeiro da Arrows. Logo o carro se mostrou ser um dos mais rápidos, pontos já haviam sido conquistados por Patrese, que sonhava com mais deles no GP da Suécia, após largar na brilhante 5º colocação. Logo os ponteiros começaram a ter problemas, e com a ultrapassagem feita em Peterson, Riccardo se encontrava em 2º, posição que foi mantida até a volta 70, quando ele cruzou a linha de chegada e conquistou seu primeiro pódio.

Brasil-sil-sil!

Como já falei, Emerson Fittipaldi tinha minimas chances de conquistar alguma vitória com o carro brasileiro, um pódio já seria muito caso a sorte ajudasse, e a sorte ajudou no GP Brasil de 1978. Com um incrível 7º lugar no grid, Emmo conseguiu resistir ao calor de Jacarepaguá e terminar na 2º colocação, atrás apenas de Reutemann. Era um sonho brasileiro sendo realizado, graças ao abandono de pilotos como Peterson, Hunt, Tambay e Villeneuve, que estavam na frente de Fittipaldi.

Show Com a Shadow

Depois de sofrer com a morte de Tom Pryce, a Shadow contratou um australiano para o lugar, Alan Jones mostraria, dali em diante, que tem talento o suficiente para ser campeão do mundo. Em Öesterreichring, Jones saiu de 14º lugar, e começaria a dar show durante as 54 voltas. Rapidamente já estava na disputa pela vitória, que veio depois de deixar Niki Lauda para trás, esse incrível feito chamou a atenção das grandes equipes, que agora poderia esperar mais alguns grandes feitos do australiano.
Show Com a Shadow 2

Alan Jones, um futuro campeão que estava mostrando ter muito talento depois de vencer no GP da Áustria, com uma Shadow muito ultrapassada em relação aos rivais Ferrari, McLaren, Lotus e Tyrrell. No GP da Itália ele colocou sua fraca Shadow na 16º colocação, e a esperança de pontos não era tão grande, mas como sempre os abandonos tomaram conta da prova, e logo o australiano já tinha deixado pra trás pilotos como Mass e Peterson, e estava a caminho de mais um pódio.

Show Com a Shadow 3

Shadow, eis uma equipe que tinha belos carros e rápidos pilotos, um desses pilotos era Tom Pryce, que não tinha muitas esperanças para a temporada de 1976, já que o carro não era aquelas coisas. Largando de 12º, Tom viu a maior parte dos pilotos á sua frente terem problemas, e com isso ficou mais fácil chegar até o pódio. Mesmo assim o galês ainda teria que contra com a sorte se não quisesse ficar pelo caminho com o carro negro, que conseguiu não quebrar e subir ao pódio.

O Sueco Voador
As Famosas Caras e Bocas de Jacques Laffite

Ronnie Peterson vinha tendo que aguentar um carro muito ruim na temporada de 1976. O seu March mau conseguia terminar corridas e nem sequer chegar aos pontos, por isso um pódio já seria considerado um título, e uma vitória nem se fala. No GP da Itália de 1976, todos estavam olhando a incrível volta de Niki Lauda ás pistas, e esqueceram o feito de Ronnie Peterson, que saiu de 8º e venceu a corrida, isso mesmo, VENCEU! Aquilo era uma grande conquista ao sueco, que só tinah um ponto na tabela...

Que Pódio É Esse?!

Vittorio Brambilla, James Hunt e Tom Pryce. March, Hesketh e Shadow, pensa num pódio desses... E pensar que aconteceu isso mesmo no GP da Áustria de 1975. Embaixo de uma chuva torrencial, Brambilla e Pryce deram show, enquanto Hunt conseguiu se segurar na segunda colocação. Nem Lauda conseguiu se manter na ponta, e nem o italiano na pista depois de comemorar a vitória, isso mesmo, Brambilla bateu depois de vencer a corrida, que foi interrompida.

Show Com a Shadow 4

Vou deixar um aviso, esse "Show Com a Shadow" não é o último. Jean-Pierre Jarier sempre foi conhecido por ser um piloto injustiçado, que jamais conseguiu vaga em equipe grande, e foi crucificado aos poucos ano a anos nas equipes pequenas. O carro da Shadow de 1974 ainda não era uma tragédia, e poderia se esperar alguns bons resultados, e talvez algum pódio, que veio com Jarier no circuito de Mônaco. Depois de largar em 6º, o francês conseguiu escapar da confusão na largada e ainda superar Clay Regazzoni...

Hunt Vence Com a Hesketh

O mulherengo britânico já estava conquistando pódios com a Hesketh na temporada de 1975, e já tinha conquistado esse feito em outras como a de 1973 e 1974. Agora a esperança era de ver uma vitória, que só veria caso as McLarens e Ferraris errassem ou tivessem problemas. Em Zandvoort, Hunt largou em 3º e conseguiu superar ambas as Ferraris, que terminaram logo atrás. Essa foi a primeira vitória do inglês, que seria campeão no ano seguinte.

A BRM Ainda Existe?

A BRM nunca foi uma grande equipe de ponta, mas já havia tido dias mais gloriosos nas décadas passadas. Agora sofria com seus pilotos, um deles era Beltoise, que havia vencido em Mônaco em 1972, e não tinha tanta sorte desde então. Mas no dia 30 de março de 1974, a sorte decidiu sorrir para o francês, que largou em 11º e viu quase todos os ponteiros abandonarem, enquanto ele segurava Hailwood com a McLaren. No fim ele se manteve em segundo e comemorou o segundo posto, que só não virou uma festa, porque Revson havia morrido...

Semana que vem tem a parte 6, que também abrange as surpresas da década de 1970.

Imagens tiradas do Google Imagens

sexta-feira, 29 de maio de 2015

TOP 10 - Piores Pilotos da F-1 - Minha Opinião


Vou começar a fazer uma coisa diferente... um TOP 10 ou TOP 5 de alguma coisa relacionado ao automobilismo, primeiro darei minha opinião, depois gostaria de saber a sua, apenas deixe um comentário dos 10 pilotos que você acha serem os piores da história da categoria, para depois eu fazer outro post sobre eles.

10 - Paul Belmondo
Filho de ator, Paul Belmondo estreou na F-1 em 1992, pela March, ao lado de Karl Wendlinger. A temporada não foi lá aquelas coisas, não se classificando para 6 das 11 etapas que disputou e tendo um 9º lugar como melhor resultado. A March o demitiu, mas Paul ainda queria ficar na F-1. Passou um ano fora das pistas e voltou na Pacific em 1994, onde afundou sua carreira e começou a ser conhecido como um dos piores pilotos da história da F-1.

No GP Brasil ele enfrenta problemas no sábado e nem sequer marcar tempo, semanas depois, em Aida, ele toma mais de 7s de Ayrton Senna e quase 1s de seu companheiro, que também não se classificou. No triste fim-de-semana em Imola, ele foi o único piloto que não superou Ratzenberger. Ele ainda teve a sorte de largar nos GPs de Mônaco e da Espanha.

O mais incrível é que em Monte Carlo ele levou mais de 11s do tempo da pole de Schumacher. A temporada continuava acontecendo e o francês continuava tomando uma surra dos outros. Se você achou essa diferença de 11s grande, agora não imagina o tempo que ele tomou da pole de Rubens Barrichello em Spa. Monstruosos 14.566 segundo, um tempo de 2:35.729...

9 - Giovanna Amati

A pior mulher da história da F-1 entrou na F-1 graças á fortuna de sua família e também pela ajuda de Flavio Briatore, porque de talento não tinha nada. Chegou a ser sequestrada em 1978, mas depois se recuperou e voltou a pilotar, passando por categorias como a F-3 italiana e a F-3000. A Brabham estava sofrendo financeiramente já fazia alguns anos, e no inicio da temporada de 1992 a coisa estava pior ainda.

No GP Brasil ela não se classificou após levar quase 11s do pole Nigel Mansell. Na corrida seguinte repetiu o feito de tomar uma diferença tão enorme, dessa vez foram 8.919s, ou seja, quase 9s. Ela nem imaginava, mas o último GP dela seria disputado no México, onde mais uma vez não participou da corrida, após ficar 8.706s atrás de Nigel Mansell.

8 - Chanoch Nissany

Aquela estava sendo a última temporada da Minardi, que já havia deixado sua marca na F-1, com sua história de ser sempre uma equipe de fundo de pelotão. Em 2005 ela ainda queria fazer história, e por quê não contratar um piloto de um país excêntrico na F-1. Buscaram e acharam Chanoch Nissany, de Israel, e fizeram a sua apresentação no próprio país do piloto.

O primeiro treino em que Nissany participaria, seria um Treino Livre em Hungaroring, sua pista preferida. Lá ele acabou sendo 12.9s mais lento do que o carro mais rápido, e ainda rodou e ficou na brita. Aquela seria a única aparição do israelita de 42 anos na categoria, já que a Minardi logo depois o demitiu.

7 - Claudio Langes
Ótima foto para tela de fundo do celular

Eis um nome que está no livro dos recordes, Langes se tornou o piloto com mais DNPQ em uma única temporada da história da F-1, tudo por causa da EuroBrun de 1990, que o deixou participar de 14 GPs, mas sem nenhuma condição de se classificar. Além do carro não ser bom, o piloto também não era aquelas coisas.

Nos EUA tomou mais de 5s de seu companheiro, o mitológico Roberto Moreno. A surra do brasileiro continuaria nas outras corridas, mas a coisa seria ainda pior vindo dos outros pilotos. No Brasil o italiano tomou mais de 15s de Éric Bernard. Em San Marino, se foi mais 7s e em Mônaco 6s. Parecia que o carro estava começando a evoluir, mas não, Langes ficou 18s atrás de Moreno no Canadá, e mais 14s na prova seguinte.

Na França a diferença caiu para 5.203 segundos, já era uma evolução maior do que a McLaren fazia durante a temporada. Em Silverstone a diferença foi de um pouco mais de 4s, e na Alemanha mais de 5s. As últimas provas se aproximavam e Langes fazia o mesmo, tomava quase sempre 4s dos melhores da pré-qualificação. Na Hungria foram "apenas" 4, na Bélgica 3, na Itália 8, em Portugal 4 e na Espanha 3. Pelo menos essas últimas provas foram melhores do que as primeiras...

6 - Otto Stuppacher
Tem "tantas" imagens dele correndo que achei melhor essa...

Eis um piloto que você provavelmente jamais ouviu falar. Esse austríaco comprou um chassis da Tyrrell, o 007, para tentar fazer alguma coisa na F-1. Se inscreveu pela equipe ÖASC e participou de 3 fim-de-semanas, sem jamais se classificar. Em Monza ele ficou tenebrosos 13.87s atrás do pole Jacques Laffite, e isso não foi o pior que aconteceu naquele fim-de-semana.

Hunt, Mass e Watson perderam seus tempos por terem uma irregularidade com a gasolina utilizada, com isso, Merzario e Stuppacher estavam classificados para a corrida, mas, por incrível que pareça, o austríaco já não estava na Itália, e sim num avião de volta para casa. Ele acabou tendo um DNS ao invés de DNQ, já que não conseguiu voltar á tempo.

Suas aventuras continuaram em Mosport, no Canadá, quando ele tomou 12s do pole James Hunt por ter olhado muitas vezes para o retrovisor... nos EUA ainda tentaria mais ma vez a qualificação, mas mias uma vez levou 12s de diferença para o pole. Depois disso se retirou da F-1, e jamais foi visto, e nem se sabe por onde ele andou até o dia 13 de agosto de 2001, quando foi encontrado morto em Viena.

5 - Jean-Denis Délétraz

Suiço de Genebra, Jean-Denis fez apenas 3 corridas, na F-1, e mesmo assim ficou marcado por ser um dos pilotos mais lentos da história da categoria. Em 1994, pela Larrouse, tentou a sorte em Adelaide, e pelo menos se classificou, mas com mais de 6s de lentidão para Mansell, e quase 3s para seu companheiro Noda.

Depois disso voltou no fim de 1995, pela Pacific, para se afundar ainda mais na F-1. Em Portugal ele conseguiu ser 12s mais lento do que Coulthard, e 5s mais lento do que as Forti Corse.... O último desastre foi no GP da Europa, depois de marcar 1:29.677 ele ficou 9.115s atrás do pole... Esse foi o último fiasco do piloto suiço na F-1.

4 - Yuji Ide
Ache Ide na imagem

Japonês de 31 anos, Yuji Ide fez sua estreia no Bahrein em 2006, e sua fama não é de ser tão lento, e sim por ser destruidor. No deserto do Oriente Médio, o japonês marcou um tempo de 1:40.270, quase 10s da pole de Michael Schumacher. Na corrida, o motor estourou na 35º volta. O próximo passo? Malásia, onde ele marcou novamente um tempo na casa de 1:40, tomando quase 7s de Fisichella.

Na Austrália ele mais uma vez é centro das atenções na relação á lentidão, marcando 1:36.164, quase 11s mais lento do que Jenson Button. O mais incrível estava por vim... Imola era o próximo palco da F-1, e mais uma vez Ide tem o último tempo, dessa vez na mesma casa dos 1:20 que os lideres conseguiram. No domingo, mais uma dia de sol, e a promessa de outra disputa entre Schummy e Alonso.

Logo depois da partida, Ide toca em Albers na curva Villeneuve, o holandês capotou várias vezes e parou de cabeça para baixo. O japonês abandonaria a prova na volta 23 com problemas na suspensão. Essa foi a última aventura do japonês na F-1, já que ele perdeu a superlicença logo depois da corrida...

3 - Al Pease
"Devagar e sempre" nem sempre funciona

É claro que o canadense deveria estar nessa lista. Depois de chamar atenção no automobilismo de seu país, Pease comprou um chassis da Eagle e tentou a sorte no GP caseiro de 1967, só que ele não esperava ser tão lento. Para começo de conversa, ele se classificou em 15º e fez uma prova em uma ritmo tão lento que ficou como não classificado, já que teve que aturar 43 vezes Jack Brabham (o vencedor) colocando volta nele. E ainda por cima ficou atrás de pilotos como Jim Clark e Jackie Stewart que nem sequer fizeram as últimas 20 voltas.

No GP do Canadá de 1968 não conseguiu largar por problemas no motor, mas um ano mais tarde entraria na história da F-1. GP do Canadá de 1969, Al Pease estava a participar de seu 3º Grande Prêmio na categoria, e queria mostrar que era rápido. Nos treinos foi 17º, superando outros 3 pilotos que foram mais lentos do que ele, pelo menos no treino.

Na corrida ele era uma chicane ambulante, indo lá e para cá. O vencedor Jacky Ickx demorou quase 2 horas para fazer as 90 voltas, imagina o tempo que Pease demoraria para terminar a mesma quantidade... Na volta 32 ele tirou Jackie Stewart da corrida, e Ken Tyrrell protestou na direção de prova, que aplicou a bandeira negra pra o canadense, que teve de parar na volta 22 por conta dessa DSQ. Infelizmente, o homem mais lento do mundo, faleceu no dia 4 de maio de 2014...

2 - Enrico Bertaggia
Roberto Moreno, é você?

O segundo lugar vai para um italiano, que correu a temporada de 1989 pela Coloni e deveria ter corrida a de 1992 pela Andrea Moda. Ele estreou na Bélgica no ano de 1989, substituindo Raphanel, que foi para a Rial. Seu começo já mostrava o quão bom era ele, tomando 25.430s de Stefan Johansson, enquanto para Senna seria mais de 30s.

Na Itália ele melhora, faz 1:31.606 e fica 4.983s atrás de Alliot, mas ainda sendo o último na pré-qualificação. Em Portugal ele não foi o último porque dois pilotos foram DSQ, com isso o 11º tempo ficou com ele, quase 10s atrás de Johansson. Em Jerez ele melhora, fica 3.670s atrás de Larini, mas ainda é o mais lento daqueles que não se classificaram. No Japão ele nem sequer marcou tempo, e na última prova, em Adelaide, foi o último novamente, mais de 5s atrás de Larini.

Ali acabou as aventuras de Bertaggia na F-1... já que em 1992 ele acabou sendo "enganado" pela Andrea Moda, depois de ser contratado e jamais correr. Essa foi a carreira do italiano na F-1.

1 - Taki Inoue

Japão novamente tem um representante nesse TOP 10, agora no melhor (ou pior) lugar possível. Taki Inoue fez uma prova em 1994 e completou toda a temporada de 1995 pela Footwork. Em sua primeira corrida, no Japão pela Simtek, Inoue se classifica em 26º e vê sua corrida acabar na volta 3 depois de rodar na reta dos boxes.

No GP Brasil de 1995 estreia pela Footwork, que teve poucas boas lembranças com o japonês naquela tempo. Para começar ele abandonou os GPs Brasil, Argentina, San Marino, Espanha e Mônaco consecutivamente, com problemas no motor, na transmissão e na caixa de câmbio, sem contar as duas rodadas. No Canadá ele termina em 9º, sua primeira corrida terminada, e semanas depois inicia outra sequência de abandonos nos GPs França, Grã-Bretanha, Alemanha e Hungria.

Depois foi o 12º na Bélgica, 8º na Itália e 15º em Portugal, no GP da Europa ele abandona novamente, o mesmo problema se repete no GP do Pacifico. Em casa termina seu último GP, um 12º posto em Suzuka e na sua última corrida ainda bate e abandona. Tem os dados tem um piloto azarado, que nunca teve sorte e nem equipe para correr na F-1, mas o fatos mostram o porque dele ser o pior piloto da F-1.


Primeiro: Nos treinos para o GP de Mônaco, Taki viu Frentzen no retrovisor, e na tentativa de dar passagem para o alemão, percebe que tem problemas de freio, e por sorte não acerta o guard-rail. A sua Footowork ficou com o motor apagado, com o japonês saiu do carro e já se preparava para voltar aos boxes para fazer o Q2 que se aproximava. Um caminhão-guincho se aproximou para recolher o seu bólido, e o motorista pediu para que ele entrasse nele para ajudar a manobrar.

Rapidamente Inoue entrou no carro, com capacete e sem o cinto. Quando eles já estavam em movimento, um Safety Car se aproximou a atingiu o Footwork, que capotou, o santantônio não resistiu e Inoue chegou a ter uma concussão. Por sorte ele ainda correu no domingo, para mais uma vez abandonar.


Segundo e último: O GP da Hungria de 1995 estava sendo normal para todos, com as Williams, Benettons e Ferraris dominando. Para animar a corrida, Inoue acabou tendo problemas no motor na volta 13, e para "socorre-lo" vieram alguns fiscais para tentar apagar as chamas. O japonês pegou o extintor de incêndio e quando estava voltando para seu carro foi atropelado por uma carro de rua, muito provavelmente uma Brasilia...

Inoue desmaiou, mas não se machucou, mas sua imagem ficou para sempre na história da F-1, por ser o único piloto a ser atropelado em toda sua história. E é esse o meu TOP 10 dos piores pilotos, que foram colocados por serem lentos, azarados, e pelos seus acontecimentos.

Espero que tenham gostado, e se lembre de comentar, e quem sabe a sua opinião apareça aqui nos próximos dias. Obrigado por ler.

Imagens tiradas do Google Imagens

quinta-feira, 28 de maio de 2015

A História de Nürburgring - Parte 2 - A Melhor Corrida de Todos Os Tempos?


Depois de contar um pouco sobre o que motivou e como foi a construção do circuito de Nürburgring, agora vamos saber um pouco como foi os GPs da Alemanha disputados lá, no magnifico circuito que botava medo até mesmo no maior dos pilotos da época. Agora vou mostrar um pouco o circuito, curva á curva, começando com o Sudschleife.

Logo depois de cruzar a linha de chegada era feito um S antes de começar a descer para o vale. Agora vinham uma sequência de curvas á esquerda e á direita, que tinha o nome de Bränkekopf. Depois dessa sequência, chegava uma reta, não muito longa, depois dela fazia-se a Aschenschlag para a direita, agora havia uma leve curva á esquerda antes de chegar na Seifgen, depois mais uma sequência de esquerda e direita que leva á Blocksberg.


Agora a reta estava localizada no ponto mais "sulino" do circuito, fazia-se a Mullenbach, que tem esse nome por causa da cidade que é localizada em sua volta. Agora uma reta, que tinha algumas leves curvas á esquerda e á direita até chegarmos na Rassrück, que era uma curva á direta um pouco mais acentuada do que as anteriores. Agora a subida para sair do vale era mais ingrime, até chegarmos, após uma reta, em um harpin, que ligava a parte sul com a reta oposta, que era antecedida pela Scharfer Kopf. Agora a reta oposta era longa, até chegarmos á outro hairpin, que trazia para a reta principal, esse era o circuito de Sudscheleife...


O circuito de Nürburgring tinha uma bifurcação que ligava a parte sul da norte, esse é um detalhe que acabei deixando escapar, mas agora vocês já sabem disso. A pista Sudscheleife não era muito usada por um motivo, impressionar o Mundo, isso mesmo, mostrar ao Mundo que a Alemanha tinha o maior e mais tenebroso circuito do Planeta, mas por quê eles não juntava ambas as pistas, para criar a Gesamtstreck? Essa é uma pergunta que eu e várias outras pessoas não sabem responder. Com isso o circuito Sul ficava abandonado aos olhos do Mundo, mas ainda era importante para outras categorias menores...

Agora terei um trabalho mais difícil para descrever cada local da pista de Nordscheleife. Então vamos começar com a reta dos boxes, que era feita em pé em baixo até chegar á um hairping, que ligava-se á reta oposta, que era feita mais rápida ainda, chegava agora a Nordkehre que era uma dupla curva a esquerda, agora vem uma sequência de curvas á esquerda e á direita que fazem parte da Hatzenbach e da Hohenneichen. Agora uma pequena reta levava até a Flugplatz, onde os carros levantavam, e ainda levantam, belos voos.

Agora uma grande "reta torta", feita em pé embaixo, que fazia parte da Kottenborn e da Schwedenkreutz. Agora o hairpin da Aremberg, seguido por outra pequena "reta torta". Chegamos á um S muito lento, logo depois pegamos mais uma pequena reta, que tem uma leve curva á direita, agora uma curva á esquerda que inicia uma subida até a Kallenhard, que parece um bico de pato. Uma sequência de esquerda e direita até chegar na fechadíssima Wehrseifen. Agora estamos em um S que marca o meio do circuito.


Fazia-se outro hairpin, a Bergwerk , agora inicia-se uma reta com algumas leves curvas á esquerda e á direita, a Kesselchen e a Mutkurve. Logo depois da Klostertal chegamos em mais um harpin, que é seguido por uma pequena reta´até chegarmos na famoso Karrusell. Outra sequência de curvas á esquerda e á direita até chegarmos na Hohe Acht. Agora temos uma sequência de curvas sinuosas, algumas abertas e outras fechadas.

Depois de contornar a Eiskurve é feita uma curva á esquerda e depois á direita, seguimos em uma reta com leves mudanças na direção. Agora viramos para a direita para logo depois contornar a Schwalbenschwanz, seguida da kleines Karrussel, uma curva a esquerda. Chegamos na Galgenkopf e pegamos uma gigantes reta, que tem uma bela paisagem, para admirarmos enquanto pisamos fundo até chegarmos na Antoniusbuche, uma leve curva a esquerda.

Para terminar. ainda temos a Tiergarten e a Hohenrain, que leva até a reta dos boxes. Essa é uma volta em Nüburgring Nordschleife, escrevi "seguimos", "chegamos" e outras coisas, porque eu acabei de dar uma volta na pista no rFactor, por isso o modo de falar, peço desculpa se não gostou... Agora imaginem ambos o circuitos unidos, o Gesamtstrecke...


A corridas no circuito quase sempre eram emocionantes, e a competitividade aumentava a cada ano, com as empresas italianas sempre querendo mostrar força, enquanto as alemães queriam chegar lá. A situação mudaria na década de 30, quando Adolf Hitler quase que impôs a regra que todo o carro alemão deveria ser um vencedor. A Mercedes cresceu muito nessa década, graças á ajuda do governo, enquanto a Auto Union não ficava para trás.


Com isso, três equipes quase sempre disputava a vitória, a Mercedes, a Auto Union e a Alfa Romeo. Até o inicio dos anos 30, três pessoas haviam morrido OFICIALMENTE em Nürburgring, mas dizem que também que haja mais duas á três mortes não documentadas no circuito. Os veículos estavam cada vez mais rápidos, e os perigos maiores ainda. Só em 1932, dois alemães (Heirich-Joachim von Morgen e Paul Gründel) perderam sua vida. Dois anos depois, Emil Frankl perdeu sua vida á bordo de um Bugatti.


28 de julho de 1925, um dia que ficaria marcado na história do automobilismo mundial. O circuito? Para estar aqui... é claro que é Nürburgring, que estava prestes a ver uma das maiores demonstrações de pilotagem da história, e talvez a melhor corrida de todos os tempos. As Mercedes e Auto Unions era as favoritas, o domínio nas competições europeias não negava a supremacia dos alemães, enquanto isso. A esperança dos fãs do país da casa eram tão grandes em ver mais uma vitória de seus carros patreados, que 300 mil pessoas compareceram ao gigantesco Nords...


O normal era ver as equipes alinhando com 3 carros, mas a Auto Union alinhou 4 carros equipados com um monstruoso V-16 4.9L de 360cv, pilotados por Achille Varzi, Bernd Rosemeyer, Hans Stuck e Paul Peitsch. Se isso já é considerado muito, a Mercedes quis mostra superioridade só na quantidade de carros, 5 Mercedes W25 de 455cv, era um exagero? Para mim não. Rudolf Caracciola, Manfred von Brauchitsch, Luigi Fagioli, Andreas Geier e Hermann Lang eram os pilotos dessas máquinas.

A Alfa vinha com um P3 que forma construído três anos antes, mesmo assim eram tão bons para superar a concorrência não-alemã. Comandados por Enzo Ferrari, Tazio Nuvolari, Louis Chiron e René Dreyfus seriam os guerrilheiros da principal esquadra italiana. Ainda havia outros competidores, que só citarei nos próximos dias, quando escreverei sobre o GP da Alemanha de 1935....


Os 22 pilotos foram sorteados para saber quem iria largar da pole, e até mesmo nisso os alemães tinha sorte, Stuck estaria alinhado em primeiro, enquanto Nuvolari (nosso herói mitológico com a cara do Maldonado) era segundo. e Balestero em terceiro. O grid era 3-2-3-2, ou seja, três em uma fila, dois em outra. Por incrível que pareça, a largada não foi por meio de bandeira, e sim de luzes. Da vermelha passou-se para a amarela, e segundos depois a verde mostrou o inicio da prova.

Tazio assumiu a ponta, mas não a manteve por muito tempo, a chuva acabou vindo, mas não ficou por muito tempo. Nuvolari perdeu a ponta e caiu não só de segundo, mas para sexto, parecia que era mais uma corrida dominada por Caracciola e sua Mercedes. Logo ao fim da primeira volta, duas das três Alfas já haviam tido problemas, uma em seu motor e outra no diferencial. Só restava Nuvolari, que andava no limite do limite de seu carro.


De maneira fantástica, Tazio começou a se aproximar dos lideres, na sexta volta ele passou por Rosemeyer e na volta seguinte teria Manfred von Brauchitsch na sua frente, a disputa foi tão incrível que durou duas das 22 voltas no Nordschleife. No meio da prova, quase todas as equipes param ao mesmo tempo, e mais preparados os alemães fazem um ótimo trabalho, com os 47s de Manfred von Brauchitsch, 1:07 de Caracciola e 1:15 de Rosemeyer.

Mas, e Tazio? Ele estava alí parado nos boxes da Alfa, furioso por perder a disputa pela vitória. Por incrível que pareça, a bomba de combustível da equipe de Enzo Ferrari estava quebrada, e eles tiveram que encher o tanque com vasilhas. O tempo perdido era de 2 minutos e 4 segundos, era o fim da prova pra Nuvolari, que deveria se contentar com o 6º posto, mas eles não fez isso...


A chuva voltou, e agora para ficar por boa parte das últimas 11 voltas. Fagioli foi aos boxes pela primeira vez, voltando na quarta colocação. Quando volta, constata-se que tem problemas na suspensão, enquanto o seu compatriota, Rosemeyer, tem problemas na alimentação do motor V-16 de seu Auto Union. O líder era Manfred von Brauchitsch, com Rosemeyer, Caracciola, Fagioli e Stuck completando o TOP 5.

Na 13º volta, Tazio ultrapassa Stuck, Fagioli e Caracciola sem tomar reconhecimento. O melhor piloto embaixo d'água era o italiano que andava sempre no limite, correndo o risco de destruir a sua corrida em algum erro. Rosemeyer foi para os boxes, para ver se conseguia resolver os problemas, com isso o novo segundo colocado era Nuvolari, 1:09 atrás de von Brauchitsch.


Agora o mundo veria um piloto ser incrivelmente rápido e agressivo embaixo de muita chuva. Nuvolari começaria a tirar a diferença, von Brauchitsch estava tentando fugir do piloto italiano, que sabia fazer uma coisa que o alemão não sabia, administrar os pneus, enquanto ele ia com uma classe magistral, o líder travava os pneus e saia de lado em todas as curva.

A cada volta iam se embora quase 10s, até que na entrada na casa das 20 voltas, Tazio arranca 11 segundos do alemão, que vê o italiano fazer a melhor volta e ainda chegar á marca dos 280Km/H. Manfred ainda responde na volta seguinte, mas ele não contava com um perigo, os pneus estourarem, os 4 já estavam no limite, e apenas rezando o alemão não perderia-os.


A última volta já estava á acontecer, logo após a Flugplatz a diferença era de 30s, e alguns Kms depois a diferença é meros 200m na região do Karrusell. As pessoas ficavam atônitas no que poderia acontecer, todos os narradores ficam entusiasmados, e a espera de ver quem venceria o GP da Alemanha de 1935.

De repente... o estouro... era o pneu traseiro esquerdo de Manfred von Brauchitsch que ia se embora. Ele ainda segurava o carro na pista, na tentativa desesperada de evitar Nuvolari passar, mas os últimos 4,5 Kms era do italiano, que assumiu a liderança e cruzou a linha de chegada em primeiro. com von Brauchitsch sendo apenas o quinto colocado. Havia sido um erro do piloto alemão de 30 anos, que era sobrinho de um general do Reich...


O mais curioso foi o momento da comemoração. Os louros já estavam em Tazio, que não recebeu o hino italiano de imediato, tudo porque a organização não tinha um disco com o hino italiano para ser tocada na frente de 300.000 alemães boquiabertos com o que viram. Por sorte, o italiano era um homem precavido, e sempre levava consigo um disco com o hino italiano, que foi tocado....

Uma corrida fantástica em um templo do automobilismo, isso é Nüburgring, isso é automobilismo... Para você, essa foi a melhor corrida de todos os tempos? Se ainda tem alguma duvida, nos próximos dias vou escrever sobre ela...

Imagens tiradas do Google Imagens